Minha barriga fez um barulho horrível. Caio olhou pra mim e começou a rir.

— Acho que você esta com fome— Ele disse.

— Você não esta?—

— Pra falar a verdade, sim. – Ele respondeu. — Mas minha barriga não esta fazendo esse barulho monstruoso.

-Hahaha, engraçado. — Eu disse bagunçando os cabelos dele.

— Então vocês já estão gostando tanto daqui que já estão até rindo?— Disse Lukia entrando – Que bom.

- Por que você não nos deixa ir? Apolo não vem atrás de  mim. Ele... Ele não liga pra mim. – Eu disse

- Ah, creio que ela liga sim. O sol está estranho esses dias – Ela disse andando de um lado para o outro – Acho que é o humor, ou os sentimentos dele.

- Ele não pode me ajudar.Você sabe, os deuses não podem ajudar os mortais.

- Creio que podem sim – Ela disse – Se você pedir, como se fosse uma prece, sabe?

- Não vou fazer isso. – Eu disse – E você pode me torturar o quanto quiser.

Ela sorriu

- Ah querida, eu sei disso. Por isso, não vou machucar você.

- Como assim? – Perguntei

Ela não respondeu, apenas olhou pro Caio. Meu coração acelerou.

- Não – Eu gritei. – Por favor, não faz isso.

Ela riu

- Você é quem vai decidir. Vou deixar você pensar sobre isso. Depois eu volto.

Ela amarrou a mim e ao Caio de novo e saiu.

- Não ouse chamar Apolo – Caio disse

- Tá maluco? É obvio que vou chama-lo.

- Suze não, ela...

- Caio me deixa pensar. – Falei brava. Como ele poderia dizer que, eu deveria deixar ele ser torturado ao invés de chamar o Apolo?

- Mas Suze...

- Droga Caio, me deixa. – Gritei

Ele se calou e se encolheu no canto. Eu me senti mal por ter gritado com ele, mas o que ele pedia era um absurdo.

O tempo passou e eu já tinha tomado minha decisão, eu iria “chamar” Apolo assim que a Lukia aparece-se na porta. Olhei pro Caio e vi que ele ainda estava encolhido no canto. Me sem ti uma pessoa horrível.

- Caio? – Chamei

Ele olhou pra mim. Seus olhos estavam vermelhos, como se ele fosse chorar a qualquer momento.

- O que foi? – Ele perguntou

- Eu não queria ter gritado com você. Me desculpa.

- Tudo bem. – Ele disse forçando um sorriso. – Você já se decidiu?

- Sim. Eu vou chamar Apolo assim que Lukia aparecer aqui.

- Você não pode. – Ele disse

- Eu não tenho outra escolha. Eu não posso deixar ela machucar você.

- Eu não posso deixar ela machucar você. – Ele disse dando ênfase no eu e no você.

- Como assim? – Perguntei

Ele suspirou.

- Suze, eu sempre quis ter um irmão ou uma irmã, eu sempre quis ter alguém pra proteger, sabe? – Ele disse com os vermelhos – E você, está sendo como uma irmã pra mim.

Ele começou a chorar, e eu o acompanhei.

- Mas...

- Suze, deixa eu te proteger. Por favor.

Eu queria que minhas mãos estivessem soltas para eu poder abraça-lo. Ele queria me proteger. Annie estava ganhando um novo irmão maravilhoso.

Nós ficamos chorando juntos por um tempo, sem falar nada. Depois eu finalmente resolvi falar alguma coisa.

- Eu nem sei o que ela pretende fazer se Apolo aparecer aqui, tipo, ele é um deus.

- Acho que sei. – Caio disse – Acho que ela...

Caio parou de falar quando nós ouvimos um barulho vindo da janela. Agora você deve ter se perguntado, se tinha uma janela por que você não fugiu? Bom, talvez pelo fato de que as minhas mãos e meus pés estavam amarrados, e porque a janela é alta.

O barulho repetiu, dessa vez mais alto. Era como se alguém estivesse forçando a fechadura.

- Que diabos...? – Caio perguntou. Dava pra ver que ele estava assustado.

Ele se arrastou e ficou ao meu lado.

- Droga! Você é muito pesado. – Alguém disse do lado de fora. Um menino.

- Você nem está carregando ele sozinho. – Disse outra voz, só que dessa voz foi uma menina.

- Droga! Falem baixo. Não vamos conseguir desse jeito.

A última voz eu conhecia, e muito bem. Me arrastei até a parede.

- Jesse? – Chamei.

-Eu ouvi um super barulho, em tão Jesse respondeu.

- Suze.

- Jesse, como você solta ele desse jeito. – Disse outra voz de menina.

- Annabeth – Falei.

- Oi Suze. – Ela disse – Meu irmão... ele...

- Ele está aqui – Eu respondi – É um ótimo menino.

- Vamos parar de conversa? Precisamos agir rápido. Percy e Jesse, me coloquem de novo no ombro de você para eu poder abrir a janela.

Meu coração acelerou ao ouvir aquela voz, eu fiquei mais feliz ao ouvi-la do que quando ouvi a voz de Jesse.

- Leo – Eu sussurrei.

Eu esperei ele conseguir abrir a janela, mas não demorou nada, Leo era muito bom com as ferramentas.

- Oi – Leo disse aparecendo na janela.

- Oi – Eu respondi.