*Zayn’s POV mode on*

Quando acabou a “brincadeira” eu não me aguentava mais, não sei porquê essa hora, mas eu não conseguia. Levantei-me do chão e ninguém pareceu notar, o que era bom, e então peguei meu casaco e fui para a frente da casa de Allie. Tirei uma caixinha de aço com uns desenhos que havia ganhado de minha mãe. Era do meu pai.

Abri a caixinha, tirei um cigarro e o acendi, puxando fortemente toda aquela nicotina para dentro dos meus pulmões e soltando rapidamente. Baguncei meus cabelos e comecei a andar de um lado para o outro, então tentei me acalmar e sentei-me na escada, apoiando os cotovelos nas pernas e a cabeça entre as mãos.

- Zayn... – ouvi uma voz feminina. Senti sua mão em minhas costas e levantei o olhar, com os olhos vermelhos. Não, eu não estava prestes a chorar, eu só estava cansado, desgastado e... Sei lá. – O que aconteceu?

- Hm, nada. – eu disse virando-me para a rua. Dei um tragada no cigarro e soltei a fumaça. Emma sentou-se ao meu lado e pegou o cigarro da minha mão, o tragando fortemente e soltando a fumaça. – Mas... Você fuma?

- Já fiz isso algumas vezes com as meninas. – ela disse jogando o cigarro no chão e pisando no mesmo, já que estava no fim. – O que aconteceu, Zayn? – perguntou-me se virando para me olhar. – Zayn, eu to falando contigo. – senti suas pequenas e geladas mãos tocando meu rosto e o virando calmamente para olhá-la. Ela tinha uma expressão suave, mas preocupada.

- Nada. – eu disse tirando suas mãos cuidadosamente de meu rosto. – Não foi nada, só to cansado e eu nem bebi tanto assim. – vi Emma sorrindo e sorri de volta. Peguei a caixinha de aço e a abri, tirando outro cigarro. Acho que não fumava há quase um mês, até essa noite.

- Posso ver? – Emma perguntou-me apontando para a caixinha. A fechei e entreguei em suas mãos, a observando analisar a caixinha. – Meu pai tinha uma dessas, mas tinha um fósforo com a chama acesa gravado.

- Interessante. – eu disse pegando o isqueiro e acendendo o outro cigarro.

- Fala comigo direito, por favor? – ela disse puxando o cigarro de meus dedos e levantando-se. Estava prestes a dar uma tragada quando levantei-me e tirei o cigarro de sua mão, jogando-o no chão.

- Não faz isso, Emma. – eu disse tocando seu rosto.

- Me dê um bom motivo, Malik. – ela disse olhando em meus olhos.

- Eu só não quero que te aconteça coisas ruins, ok? – eu disse sustentando o olhar profundo de Emma. Eu sempre me perdia em seus olhos quando ficávamos muito tempo nos encarando desse jeito. Cheguei mais perto ainda de seu corpo entrelaçando seus dedos de uma das mãos nos meus, e com a outra mão coloquei uma mecha de seus cabelos marrons atrás da orelha. – Eu me importo com você.

- Por que? Você nem me conhece direito. – senti seu hálito frio perto de meu rosto enquanto falava. – Zayn, eu não quero me apaixonar cada vez mais por você, eu já sofri muito com paixões e amores.

- Eu não te conheço direito, isso é verdade. – eu disse ainda olhando-a nos olhos. – Mas eu te conheço o bastante pra dizer que cada segundo dos dias que passei contigo foram perfeitos, cada sorriso, cada risada, cada olhar. Eu não sei como nem porquê você causa esse tipo de sensação em mim, mas eu gosto. – cheguei mais perto ainda de seu rosto. – Eu gosto das borboletas no estômago, por mais estranho que pareça; eu gosto do seu jeito e da sua voz... Eu gosto de você por inteiro, Emma.

Vi uma lágrima solitária escorrendo em seu rosto e sequei-a. Quando olhei para sua boca, meu desejo de beijá-la aumentara mil vezes e não me contive, e nem queria me conter. Toquei seus lábios macios levemente e a puxei pela cintura, deixando seu corpo colado ao meu. Ela sentia frio, eu sabia disso. Afinal, ela estava apenas de meias – bem grandes, grossas e coloridas, devo dizer –, um micro short jeans e uma blusa de moletom cinza. A apertei mais ainda contra meu corpo, tentando a deixar aquecida.

Depois de alguns segundos, o que pareceram minutos para mim, afastamos nossos rostos e Emma passou as mãos pelas minhas bochechas sorrindo. Senti seus lábios tocando os meus rapidamente.

- Sua barba tá crescendo, Zayn. – ela disse enquanto passava as mãos em cima da barba rala que havia em meu rosto, rindo baixo e me fazendo rir também.

- Quer entrar? – perguntei sem soltá-la.

- Aham, to com frio...

- Ok, vamos então. – não a soltei, muito pelo contrário! A peguei no colo e abri a porta entrando em seguida e fechando-a com o pé. Joguei Emma no sofá e deitei-me entre suas pernas, beijando-a em seguida. Ela entrelaçou suas pernas em minha cintura, enquanto brincava com meu cabelo. Ah, como eu amava me sentir completo daquele jeito. Toda vez que eu chegava perto de Emma, milhares de borboletas tomavam conta do meu estômago e eu ficava nervoso, mesmo não demonstrando.

Partimos o beijo e sorrimos com um entusiasmo estranhamente estranho.

- Quer dormir? – Emma perguntou-me.

- Só se for com você. – eu disse beijando seus lábios vermelhos – e agora inchados – levemente. – Quer dormir comigo?

- Quero. Mas, onde? – ela disse franzindo o cenho.

- Lá em cima, deve ter algum espaço, né! – eu disse levantando-me do sofá.

- Zayn! – ela gritou enquanto eu a levantava do sofá. – Sabia que eu tenho pernas? Eu sei andar, sabe.

- Sei, mas você pode se machucar andando! – eu disse brincando e recebi um leve tapa no ombro. Nós dois rimos enquanto eu subia as escadas. Chegamos na porta do quarto e eu a soltei. Abri a porta cuidadosamente. Na cama Harry dormia com Mica e no colchão Louis com Mandy. Fiquei feliz por meus amigos, sabendo que finalmente haviam se acertado. Niall e Allie provavelmente estão no quarto dos pais dela e Liam está com Laure na cozinha... Nem imagino o que deve estar acontecendo.

- Anda logo, Zayn! – sussurrou Emma atrás de mim me dando um cutucão. Entrei no quarto e Emma veio logo atrás, fechando a porta. Nós tínhamos que passar pelo colchão para chegar ao grande divã. Pisei no pequeno espaço entre o colchão e a parede e andei até o divã. Cheguei ao outro lado do colchão e vi Emma parada.

- Emma! Vem logo! – eu sussurrei e fiz uns gestos estranhos com as mãos que nem eu entendi. Ela fez cara de confusa, mas passou pelo mesmo lugar que eu havia passado e quase caiu no chão, mas segurei-a. – Cuidado.

- Ok papai, vou tomar mais cuidado da próxima vez. – ela sussurrou indo até o divã e deitando-se. Passei por cima dela e deitei-me. Aquele divã era realmente grande! Acho que dava até para Liam e Laure dormirem com nós dois, mas não iriam nem que quisessem.

Emma estava virada de costas para mim, então a puxei pela cintura, descansei minha cabeça em seu ombro e senti virando-se um pouco para mexer em meus cabelos e automaticamente sorri.

- Ei, pega esse cobertor do seu lado. – eu disse levantando meu olhar para seu rosto.

- Onde?

- No chão.

Emma pegou o cobertor e me entregou. Ajeitei-o cobrindo-nos e deitei minha cabeça na almofada que havia ali. Eu já estava cansado demais, então beijei sua testa e sussurrei um “boa noite” em seu ouvido.

- Boa noite, Zayn.

*Zayn’s POV mode off*

*Liam’s POV mode on*

Depois que saímos da sala, eu e Laure passamos horas ali conversando, até que senti minha barriga roncando.

- Onde tem batatinhas? – perguntei mudando completamente de assunto. Nós falávamos sobre desenhos e séries antigas antes. – Desculpe, é que eu estou morrendo de fome.

- Ah, tudo bem. – ela disse brincando com os próprios dedos. – Tem naquele armário ali – ela apontou para um armário em cima da pia. –, e nesse aqui. – ela apontou para o armário que eu suspeitei ser o “Nárnia”, ou sei lá como elas chamam.

Abaixei-me e abri o armário. Wow, elas estão certas! Esse armário é gigante!, pensei enquanto pegava um grande saco de batatinhas, duas latas de Coca-Cola na geladeira e sentava-me ao lado de Laure.

- Quer batatinhas também? – eu perguntei abrindo o saco.

- Aham. – ela disse pegando algumas batatinhas. – Mas então, por que não pode beber, Liam?

- Bem, não é que eu não possa... É que eu acho melhor não, sabe. – eu disse bebendo um pouco de Coca. – Eu tive que tirar um rim, e não quero me arriscar com um só.

- Hm, entendi.

- E você, por que não bebe? – perguntei pegando uma batatinha do saco.

- Digamos que as últimas vezes que eu bebi não deram muito certo... – ela disse corando um pouco e abaixando a cabeça. Dei um riso baixo e continuei comendo. Conversamos bastante e então me senti cansado. Não morrendo de sono, mas cansado. Olhei para a lata de Coca quase vazia e tomei um gole, bocejando logo em seguida. Laure bocejou logo depois.

- Cê tá cansada? – perguntei levantando-me e jogando fora as latinhas de Coca e o saco de batatinhas. Lavei as mãos, peguei o pano de pratos para enxugar as mesmas e virei-me para Laure, encostando-me na pia. Ela estava com os cabelos bagunçados, olheiras e com o vestido amassado.

- Um pouco. – ela disse. Sentei-me ao seu lado novamente e apoiei o queixo em uma das mãos, enquanto Laure me olhava. Sorri para ela que sorriu em resposta, e continuou me olhando?

- Laure... Tem alguma coisa no meu rosto? – perguntei com cara de paisagem. Laure corou e riu um pouco, ainda me olhando.

- Não, é que você faz umas caras tão engraçadas e fofas... – ela disse me deixando animado. – E às vezes eu penso que se eu não ficar te olhando, vou perder alguma coisa.

Agora foi minha vez de corar. Senti minhas bochechas queimando e a vi dando um sorriso maior ainda. Seu sorriso me fazia sorrir também, sua risada me fazia rir e seu olhar me deixava hipnotizado. Seus olhos verdes eram tão profundos... Eu ficava completamente louco quando nossos olhares se encontravam, além de sentir as borboletas no estômago, que me causavam uma sensação terrível, mas ao mesmo tempo ótima.

Coloquei uma mecha de seu cabelo castanho-claro atrás de sua orelha e passei a costa da mão em sua bochecha, pegando suas mãos logo depois. Entrelacei nossos dedos e levantei-me do banquinho, chegando mais perto de Laure, que após olhar para nossas mãos, olhou em meus olhos, que brilhavam.

Passei meus dedos em seus lábios.

- Laure, me desculpe, mas eu não consigo mais aguentar.

- Aguentar o que? – ela perguntou. Abaixei minha cabeça chegando perto de seu rosto e finalmente pressionei carinhosamente meus lábios contra os seus. Senti seu corpo se ruborizando, e logo depois relaxando. Partimos o beijo e eu a olhei nos olhos.

- Isso. – eu disse colocando outra mecha de cabelo atrás da sua orelha. – Eu não conseguia mais aguentar não te beijar. Toda vez que eu te vejo eu preciso te beijar, Laure...

- Eu também, Liam. – ela disse. Acho que foi a melhor coisa que eu havia escutado em minha vida!

A beijei novamente, mas dessa vez foi um beijo mais profundo e apaixonado. Nos beijamos por um tempo incontável e nos separamos sem fôlego, com a respiração pesada.

- Você tá cansada, não? – eu disse pegando seu rosto em minhas mãos e apertando suas bochechas, sorrindo.

- Ei, não me aperta assim. O que tem cara de bebê nessa relação é o senhorito aí. – ela disse apontando para mim e cruzando os braços tentando me olhar furiosa, o que não funcionou porque começamos a rir. – Mas sim, eu to cansada. Vamos ver se tem um lugar lá em cima?

- Acho que não tem... – eu disse coçando a nuca. – Mas o sofá é grande o suficiente e confortável. – sorri sem jeito. Ela sorriu de volta.

- Verdade. Nós podemos tirar aquelas almofadas gigantes que tem no apoio.

- Ok.

Laure levantou-se e foi andando em minha frente. Não me contive e a abracei pela cintura, a ouvi soltando uma risada baixa e virando-se em minha direção. Ela me deu um leve beijo e virou-se novamente, andando em direção ao sofá.

- Liam, a gente precisa de um cobertor. – ela disse olhando-me depois de tirarmos as grandes almofadas no sofá.

- Mas, não tem no quarto de hóspedes? – eu perguntei.

- Ah, verdade... – ela disse. – Ok, vou lá buscar. – ela disse e foi em direção as escadas. Quando Laure subiu as escadas, dei um grande sorriso lembrando do que havia acontecido. Eu realmente havia a beijado! Eu queria tanto isso desde que a conheci... Sentei-me no sofá e esperei que Laure voltasse com o cobertor. Deitei-me no sofá a esperando e senti alguma coisa macia caindo em meu rosto; eram seus cabelos caindo em cascata, enquanto ela depositava um beijo em meus lábios. Laure levantou a cabeça e sentou-se ao meu lado desdobrando o cobertor.

- Ah, as luzes... – ela disse. Levantou-se e desligou as luzes, voltando e deitando-se ao meu lado.

- Agora sim podemos dormir. – eu disse entre bocejos. Laure deitou-se de costas para mim. Coloquei meus braços ao redor da sua cintura e a puxei para mais perto. Beijei sua bochecha e deitei minha cabeça em uma almofada. – Boa noite.

- Boa noite... – ela deu uma leve pausa. – Meu Liam.

*Liam’s POV mode off*