Três dias se passaram sem que eu voltasse a igreja. E confesso que nesses três dias fiquei as 72 horas pensando no Enzo, e cada vez que eu tentava afastar esse pensamento ele voltava cada vez mais forte, mas eu não desisti, tentei com todas as minhas forças arrancar essa idéia que havia se fixado em minha mente, mas sem sucesso. Se Enzo havia entrado dentro de mim, eu começava a ver que por mais que eu quisesse, ele não sairia mais, talvez nunca mais, eu querendo ou não. E depois de chegar a essa conclusão pensei : " Então porque insistir em esquecê-lo ? " . Se Enzo seria a minha primeira paixão a única coisa que eu mais desejava naquele momento é que fosse a primeira e última.

Esses três dias, foram as 72 horas mais horríveis da minha vida, eu queria vê-lo, queria sentir seu perfume, queria pelo menos saber que ele ainda existia, e que não tinha sido apenas um sonho. E foi o que eu fiz, depois de mais um dia de aula decidi que voltaria na igreja para vê-lo.

Caminhei um pouco rápido demais até a igreja. Pela primeira vez em toda a minha vida eu estava me sentindo feliz, a sensação era estranha mas boa; como uma boba eu suspirava o tempo todo, e tinha quase certeza de que eu estava com a famosa cara de idióta que as pessoas ficam quando estão apaixonadas. Quando cheguei em frente a igreja respirei fundo mais uma vez e de repente senti algo que eu nunca havia sentido antes, mas desta vez não era apenas felicidade, junto com a felicidade estava o nervosismo, eu sentia meu estomago vibrar como se algo estivesse saltando dentro de mim, minhas mãos ficaram frias e estavam começando a suar. Afinal de contas, o que era aquilo ?