Give Your Heart A Break escrita por HelenaSantos1510, Alexia_B_


Capítulo 1
Capítulo: Give Your Heart A Break.


Notas iniciais do capítulo

Capa feita por PamellaMell. Obrigada amiga. ♥
Espero que tenham uma boa leitura.



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Damon Salvatore. Apesar de ser apenas um nome, alguém em especial gostaria que estas letras não fizessem algum sentido quando se juntasse, passando despercebidas por si. Esta pessoa era uma pequena ruiva, de orbes de cor acastanhada e rosto em formato de coração. As definições exatas dessas características pertencem à Bonnie McCullough. A ruiva sentia-se burra e porque não dizer, ingênua, por estar apaixonada pelo Salvatore mais velho. Ela não havia pedido por isto, então, gostaria de entender o porquê de estar nutrindo este sentimento por Damon. Sabia que era perigoso entregar seu coração ao vampiro sádico e sedutor que estava presente não só em sua vida, mas na vida de seus amigos, no entanto, via-se sem escapatórias. Poderia dizer que estava somente encantada por Damon, mas seria a mesma coisa de mentir para si mesma. Era amor o que sentia pelo vampiro de olhos tão negros quanto uma noite sem estrelas.

*

A ruiva estava na casa de sua amiga, Elena Gilbert, encarando o fogo da lareira, que esquentava o ambiente, esperando que a loira voltasse com uma xícara de chocolate quente. Em matéria de homens não havia melhor expert neste assunto do que Elena, então, Bonnie poderia lhe pedir algumas dicas. Era o que achava mais apropriado. E o mais correto, afinal, suas experiências não foram tão ricas para lhe darem maior confiança e suporte nesta área. A loira havia retornado a sala, entregando a xícara a Bonnie, que aceitou, sorrindo para a amiga. Elena ajeitou-se no sofá, sentando-se sob as pernas. Deixou a sua xícara sob o braço do seu lado do sofá, prestando total atenção em Bonnie.

Os olhos lápis-lazuli de Elena, furtivamente, tentava decifrar o porquê da vinda da ruiva até sua residência. Não que detestasse a presença de sua amiga ali, mas gostaria de entender o motivo de Bonnie parecer tão tensa e misteriosa ao telefone, quando avisava de sua visita e perguntava se a loira tinha planos para aquele dia. Elena não estava planejando nada na parte da tarde, então, poderia ter o tempo livre para Bonnie. Pediu para que esta lhe adiantasse o assunto, mas Bonnie explicou que seria melhor dizê-lo pessoalmente. Claro, que além de preocupada, estava curiosa, mas não poderia demonstrar tal ansiedade assim tão de cara.

Como uma boa anfitriã, esperaria que Bonnie introduzisse o assunto. No entanto, Bonnie somente a fitava, segurando sua xícara com força, enquanto mordia os lábios. Soltou um suspiro frustrado. – Bonnie. – ela a chamou. – O que você quer comigo? – bateu a ponta dos dedos na xícara, esperando alguma resposta que lhe saciasse a curiosidade.

- Na verdade, Lena, eu gostaria de... Opiniões. – a ruiva começou sem graça. Estava sendo, no mínimo, complicado dizer a Elena sobre seus sentimentos por Damon, quando ela mesma não sabia lidar com eles.

- Sobre o que? – Elena perguntou sem mais delongas. Em sua opinião, Bonnie deveria ser mais prática, sendo que queria algo tão simples.

- Sobre... O que posso fazer para... Er... – Bonnie tomou alguns goles de seu chocolate quente, achando-o, de repente, mais atrativo do que a conversa que estava tendo com Elena. – Conquistar... Uma pessoa.

- Quem é ela? – Elena perguntou, com um brilho malicioso nos olhos.

- Damon. – a ruiva abaixou o olhar.

Elena pensou não ter ouvido direito. Requereu que a amiga repetisse aquela reposta. Instantaneamente, Elena não via onde Damon e Bonnie poderiam se encaixar em uma mesma oração. Ainda mais, como um casal. Pensou até mesmo que Bonnie poderia estar brincando, mas pelo que conhecia da amiga, poderia ofendê-la, afinal, a ruiva não sabia mentir. O silêncio se instalou entre ambas, que estavam absortas em seus pensamentos para darem continuidade à conversa de outrora. Quem decidira quebrar a monotonia daquela cena fora Bonnie. – Vai ajudar-me? – ela queria uma confirmação. Elena ainda estava atônita com a noticia, mas não poderia deixar a ruiva ao Deus dara. Era sua amiga, e deveria apoiá-la, como Bonnie sempre fizera por ela, então, estava na hora de retribuir.

- Sim.

*

Elena via-se criando empecilhos para cooperar com Bonnie. Não conseguia se esquecer da face corada de Bonnie, e de quão apaixonada ela soou.  Agora, que estava sozinha, poderia refletir melhor sobre esse assunto. Não poderia estar sendo contra a felicidade de Bonnie ou ter mais desta sob a custa de sua amiga. Ela já havia encontrado a sua em Stefan, mas, de alguma forma, sentia que estava sendo roubada. Damon Salvatore tinha sua paixão voraz por Elena. Stefan Salvatore, seu irmão mais novo, era loucamente e perdidamente apaixonado por ela. Elena sentia-se satisfeita por Stefan retribuir o amor que ela lhe cedia, mas, Damon também era parte de sua estória. Uma parte dela. Balançou a cabeça negativamente, não se deixando ludibriar por idéias absurdas.

Ela e Stefan já haviam passado por altos e baixos, e mesmo quando estava longe, Elena sentia que não poderia sobreviver se algo viesse a acontecer com ele. Mesmo que Stefan fosse um vampiro, Elena sabia que ele corria riscos de vir a desaparecer do mundo físico que compartilhavam, afinal, a imortalidade também suas falhas.  Mesmo tendo a certeza de que amava Stefan com todas as suas forças, sentia-se atraída por Damon. No entanto, o que lhe aliviava – e também diminuía - sua culpa era saber que nada se comparava ao amor que dedicava a Stefan. Era algo tão puro e íntimo. Praticamente- senão totalmente, na concepção de Elena-  sagrado e também, o auge da perfeição. No entanto, Elena não queria que Damon deixasse de admirá-la. De querê-la, através de sua arrogância e charme sem igual que a impeliam à necessidade estar em seus braços fortes e ardentes. Seu coração estava se rebelando contra a mesquinhez que estava a cometer com alguém tão querido quanto Bonnie, mas não conseguia parar de imaginar que Damon não teria mais olhos para si.

Este fato a entristecia.                      

Elena Gilbert estava acostumada a ter todos a seus pés. Era natural que todos caíssem por seu encanto. Sabia que era bonita, e usava de sua inteligência e artimanhas para alcançar seus objetivos. Bonnie e Meredith eram suas escudeiras, que bebiam de sua glória, sendo meramente coadjuvantes. Contudo, Bonnie e Meredith já haviam se metido em muitos problemas por ela. E não se esquecendo, claro, dos juramentos feitos com sangue. Se conseguira Stefan, elas haviam dado a sua contribuição, não sendo menos importantes do a “Princesa do Gelo” que Elena julgava ter abandonado há muito. Seria melhor fazer o possível para que Bonnie conseguisse ter Damon como prêmio, isto é, caso ela tivesse sucesso. Elena não enxergava como Damon poderia se interessar por Bonnie. A ruiva não fazia ao estilo de Damon, que não tinha tempo e mesmo vontade de ser politicamente correto como Stefan.

Elena  estava sendo acuada, jogada contra à parede. E como seu lugar de fuga, imaginou que correria para Stefan, mas fora Damon que fez se adrenalina abaixar. Elena deixou-se sucumbir à periculosidade que o circundava, esquecendo-se por um minuto do quanto àquilo era estranhamente a melhor solução para si.

Ela  sempre deveria lembrar de que ela e Damon eram semelhantes, e se completavam.

Como um fogo incontrolável e devastador.

*

Os dias se prosseguiam.

E Bonnie via-se na mesma situação: sem avanços. A aula de História Européia apenas chateava-a cada vez mais. Já havia perdido o fio da linhada que o Professor dizia aos alunos, então, preferiu ficar a fitar a escola, através do vidro da sala de aula. Apoiou o cotovelo na mesa, e a mão na bochecha macia, brincando com o lápis, que estava em cima do caderno. O que se destacou naquela paisagem fora a ave de penas negras, que estava em um dos galhos da janela mais próxima. Seu coração falhou uma batida. Aves como aquelas não eram vistas por ali com muita freqüência. Um sorriso brotou em seus lábios rosados, acenando discretamente para Damon. Apesar de – ainda - não ter planos infalíveis para por em prática, agia com Damon como sempre, evitando levantar bandeira, mostrando assim o quão boba ficava simplesmente por Damon estar próximo a si.

Ao levantar a mão, seus dedos estavam tremendo de leve. A ave abriu voo segundos depois e Bonnie continuou a fitar o local onde Damon estivera. O Salvatore, apensar de não admitir, amava o irmão e preocupava com sua segurança, então, ficava pelos arredores, como se ficasse de vigia. Não gostava do termo babá, pois Stefan já era grande o suficiente para saber se virar sozinho. Além do que, Damon deveria se divertir na cidade, enquanto ela e os outros ficavam enfurnados naquele prédio. As horas não passavam de maneira alguma e isto estava irritando Bonnie, que, se pudesse e tivesse coragem, sairia por afora, indo ao encontro de Damon. Mesmo sem saber dar uma desculpa para estar procurando por ele, a ruiva iria abraçá-lo, podendo se sentir, finalmente, em casa, dando descanso a sua alma.

*

As aulas já estavam no fim, e Bonnie agradeça mentalmente por isto. Não agüentava mais ver-se enclausulada naquele prédio, suportando seus professores. Foi à procura de Elena, querendo ter uma conversa será e madura com a amiga. Se Elena não quisesse ajudá-la, não havia como Bonnie obrigá-la, mas a ruiva queria apenas um motivo para a recusa. Se pudesse, leria a mente da loira, evitando deste constrangimento. Conhecia Elena há tempos, e sabia que a loira não gostava de ser pressionada. No entanto, o que seria tratado neste caso, seriam as esperanças de Bonnie. Dos sonhos que a mesma vinha tendo todas as noites de conseguir o que mais desejava naquele instante. O amor de Damon.

Esperou que Elena se despedisse de Stefan, e então, aproximou-se, tocando-a pelo ombro. Elena mostrou-se surpresa por Bonnie ainda não ter partido com Meredith, e, mesmo que inconscientemente, imaginava o porquê da ruiva estar atrapalhando-a. Separou de Stefan, beijando-o mais uma vez, e seguiu Bonnie pelos corredores da escola até seu armário. Durante o trajeto, nenhuma palavra fora trocada. A ruiva estava à procura de ser o mais delicada possível, para assim a conversa poder fluir sem grandes dificuldades. A loira parou em frente ao armário de cor vermelha, e levou os dedos até  o cadeado. – Elena. – Bonnie disse firmemente. – Há alguns dias atrás, você prometeu me ajudar.

- Prometi, mas acho que seria melhor não mexer mais com isso. – ela rebateu friamente, encarando Bonnie dentro dos olhos. Internamente, Elena havia desistido. Seria egoísta e manteria o que sempre fora seu. Não é uma atitude perto de honrosa, mas a loira não voltaria atrás. Era ela quem comandava. – Não vale a pena.

Bonnie arregalou os olhos. Elena estava tratando a situação como se fosse uma mera briga de crianças, ou seja, sem relevância alguma. – Mais Elena... Eu... Eu... È que eu... Eu... – a ruiva não sabia o que dizer para expressar a dor que se espalhava pelo seu peito.

Elena manteve sua postura impecável. Suas sobrancelhas se arquearam, vendo a pequena titubear nas articulações de suas emoções. E sua mente gritava: Fracassada. Era assim que via Bonnie, entregando os pontos sem ao menos ter tentado por si mesma. Elena tinha medo de que a ruiva pudesse tomar as rédeas da situação, e invertesse o jogo, despertando o interesse de Damon, mas Bonnie mantinha-se na defensiva, como sempre. A timidez de Bonnie a havia traído, mas Elena não iria reclamar. Era mais pontos a seu favor. – Bonnie, desista do impossível.

- Elena, você é minha amiga. – Bonnie entoou. – Não deveria agir como uma?

- Estou fazendo isto, não quero você sofra por Damon. – Elena forçou um sorriso. Afagou o cabelo de Bonnie, abaixando-o, ou ao menos, tentando. – Consiga outro desafio, Damon não é para você.

- E é para você? – Bonnie perguntou lentamente, sentindo que a raiva embrenhava junto da decepção que Elena estava lhe causando. Afastou-se da loira, com ódio. – Você me fez de idiota todo esse tempo, Elena Gilbert. Sinceramente, tenho pena do Stefan. Espero que ele saiba com quem realmente ele esta, não é mesmo, Katherine Pierce?

Deu as costas para a amiga, lhe dando leves tapas na face – e controlando-se para não agredi-la da forma como merecia - ., sabendo que deveria sair o mais depressa possível. Começou a caminhar duro, enquanto a mente estava a mil. Elena não a seguiu, mas estava gritando com ela a plenos pulmões. Não acreditava que Bonnie tivera a audácia de compará-la a Katherine Pierce! Uma mulher vil e sem escrúpulos!  Como não queria causar uma cena ainda mais desagradável, seguiu na direção oposta de Bonnie. Como sempre, ela daria a volta por cima daqueles que a maltratavam e rebaixavam.

*

Damon Salvatore não conseguia distrair-se com seu copo de Uisque.

Deixou-o sob o batente da janela, com a expressão pensativa. Recordando-se de uma parte de seu dia, Bonnie lhe veio à mente. Ultimamente, pensar em sua passarinha tornou-se rotina. Chegava até ser irônico que, Damon Salvatore que se recusava a ter qualquer contato mais íntimo com humanos estivesse agora convivendo com eles. Soltou um suspiro. Com o histórico de sua vida, após a chegada dele à cidade de Fell’s Church, estar junto deles era inevitável, afinal, o mundo “gira” em volta de Elena Gilbert, e seus amigos seriam capazes de morrer por ela.

Elena Gilbert realmente é um ser encantador e astuto, e Damon já tivera a audácia de tomá-la para si. Não somente pelo fato de Stefan amá-la, mas sim porque sabia que Elena merecia alguém melhor que o “Santo Stefan”. Além do que, Damon divertia-se com a idéia de tirar algo importante de Stefan. Seu caráter um tanto peculiar, o fazia ver no sadismo uma forma ainda melhor para torturar seu irmão. No entanto, era em Bonnie e seu sorriso que o faziam saber que ainda havia algo pelo lutar. Queria poder manter aqueles sorrisos todos os dias. Damon assustava-se com os desejos que o assaltavam. Muitas vezes, quis ir até a ruiva, perguntar como foi seu dia. Dizer algo que o confortasse quando percebesse que ela não daria mais de guardar algum fardo difícil de carregar. Queria mostrar que se importa. E ainda o faz, mesmo estando com o tempo livre para fazer o que bem lhe aprouvesse. E estar pensando em sua passarinha não lhe era perda de tempo. E saber que não conseguia tirá-la de sua mente, o fazia ver como era fraco, por não conseguir combater uma... Garotinha,que, apesar de bruxa, ainda era uma adolescente complicada e cheia de problemas. No entanto, ele sabia que os problemas de Bonnie eram apenas mais estranhos  e obscuros do que outros.

Bonnie McCoullgh o transformava.

Chegava até mesmo a enxergar algum futuro com alegrias, e sem as dores que pelas quais, já passou. Ela poderia curá-lo de sua doença. Que era seu próprio ego, que deveria admitir, era convencido; Gostava de usar de seu poder contra os outros por saber que nada farão contra ele; Pela simples necessidade de provocar o medo, pois poderia se alimentar dele.

Suas memórias trancafiadas a sete chaves que o esmagavam e o acorrentavam à escuridão. Até aqueles dias, as únicas mulheres que haviam domado Damon Salvatore fora Elena Gilbert, - hoje namorada de seu irmão – e Katherine Pierce. No entanto, nenhuma delas tinha a mesma aura que Bonnie. A mesma gentileza e bondade. Além do que, elas não tinha os olhos amendoados da ruiva, que faziam  Damon perde-se no mar de inocência que representavam. Damon não sabia que a pureza ainda o magnetizava. Ainda poderia fazer com que ele se encantasse e a quisesse inteira, escondendo-a em um lugar em que só ele saberia.

*

Bonnie chorava fortemente, escondendo o rosto entre as mãos. Idiota! Burra! Mil vezes idiota! Xingou-se mentalmente, enquanto batia a cabeça de leve na janela, cuja qual estava sentada. Não deveria ter acreditado em Elena. Deveria ter desconfiado que ela agiria como uma criança, que não aprendera a dividir. No entanto, ela estava tão contente em poder ter a chance de realizar a fantasia poder chamar Damon de seu; de poder dizer a ele o quanto o queria. Seu mundo agora estava abaixo, assim como seu humor. Sabia que deveria ter um pé atrás, mas deixou a sua ingenuidade falar mais alto. Tentava se acalmar, mas ao lembrar-se de Elena, e de sua postura indiferente e calculista, as lágrimas desciam como uma enxurrada e cada vez mais intensas. Olhou para o telefone ao lado, mas não tinha coragem de ligar para Meredith, não neste estado, fora de controle.

Levantou-se dali, decidindo que uma volta poderia lhe fazer bem. Fora o armário, pegando uma blusa e, após calçar os tennis, procurou pela chave de casa. Bateu a porta de seu quarto com força, querendo poder descontar toda a sua raiva em alguém, e a primeira pessoa que lhe ocorreu, fora Elena. Bonnie queria trucidá-la e, ainda assim, talvez não fosse suficiente. Desceu as escadas em silêncio, passando pela sala. Os pais estavam na sala assistindo à Tv e a irmã, Mary, estava no hospital naquela noite. Abriu a porta devagar, ganhando o ar noturno da rua, que lhe atingiu o rosto. Ela não pretendia demorar, e esperava que os pais não fossem até seu quarto, perguntando se ela queria o jantar, ou qualquer outra coisa. O que ela precisava naquele instante, era da solidão.

*

Caminhou sem rumo pelas ruas de Fell’s Church, sentindo-se um pouco melhor. Queria poder gritar até não poder mais, contudo, não poderia surtar repentinamente. Não se sentiria bem, achando que as pessoas daquela cidade a taxariam de louca. Ou até mesmo em casa, seus pais a olhassem especulativamente, tentando usar da psicologia familiar para chegar ao problema que a afligia. Bonnie não estava com paciência para as lições de moral que viriam deles, como uma maneira de amenizar mais um drama adolescente. Alias, para a maioria dos pais, tudo é uma crise, o que desanimava Bonnie a iniciar um diálogo.

Fora até a praça, sentando-se em um dos balanços que havia por ali, levantando os olhos para o céu noturno. E ela conseguiu soltar um suspiro... Aliviado, pois Damon lhe lembrava aquele céu infinito, deixando-a com a sensação de que não estava sozinha. E realmente, ela não estava sozinha.Um vulto vestido em negro estava caminhando em sua direção. Assustada, fez menção de se levantar, e preparar-se para correr, caso fosse um estranho. No entanto, era Damon Salvatore que vinha ao seu encontro, com as mãos no bolso da calça e um sorriso sacana. O Salvatore sentou-se ao lado de Bonnie, mantendo-se em silêncio durante alguns segundos.

*

Damon Salvatore havia criado o hábito de assistir Bonnie dormir. Estar ali, somente olhando-a, sem tentar influenciá-la a nada, era um aprendizado. Damon estava acostumado a sempre ganhar, mas, nestes momentos, ele deixava que Bonnie fizesse as regras daquele jogo. Bonnie prendia-o ao chão, lhe dando medo. Medo de despertá-la. Medo de que Bonnie ficasse com raiva por ele invadir um quarto como um ladrão, o que provavelmente aconteceria. Damon Salvatore estava com medo de ser ele, e acabar estragando tudo com seu jeito evasivo, cínico e desleixado. E, naquela noite, preocupou-se por não vê-la em casa. Disparou vôo atrás de sua passarinha, encontrando-a naquela praça deserta. O silêncio que havia se instalado não permitia que eles o quebrassem. Era confortante e poderia servir como uma camuflagem. Bonnie tinha as bochechas coradas. O coração estava disparado, imaginando o que Damon poderia querer com ela. Se a intenção fosse carregada de segundas intenções, não pensaria duas vezes em se retirar.

Contudo, Bonnie estava sentindo-se incomodada com aquela “troca de gentileza” entre eles. – O que faz aqui? – ela perguntou, virando a face para poder encarar o Salvatore.

- Estou em uma posição mais favorável. – ele replicou com a sobrancelha erguida. – Não sou eu que costumo sair casa sem ao menos, avisar.

Bonnie rolou os olhos. Damon não tinha nada a ver com o que ela deixava ou não de fazer. – Então é porque não me conhece o suficiente. – ela declinou, fechando mais o casaco. Deveria ter se conformado que ela e Damon não teriam uma relação maior do que a atual: uma distância segura encoberta pela amizade entre uma humana e um vampiro sanguinário e sedutor. Contos de fadas não eram reais. E estava mais do que na hora de Bonnie aplicar este conceito à sua vida.

- Você esta com raiva. – ele não perguntou e sim, afirmou.

- Desde quando você virou um Sabe-Tudo? – ela indagou com todo o seu veneno. Damon deveria ir embora daí, invés de importuná-la com o óbvio.

Damon sorriu com escárnio. – Você é legível, Passarinha.

Bonnie ficou boquiaberta. Estava prestes a xingar Damon, quando percebeu que não teria argumentos. Bonnie não tinha culpa! Toda ela estava sendo direcionada à Damon, que a fazia sentir-se desnuda com um singelo olhar de sua parte. Então, levantou-se. Não estava disposta a começar outra guerra. No entanto, Damon a segurou pelo pulso, fazendo-a sentar. Bonnie esquivou-se, mas Damon a pegou novamente. Irritada, tentou se soltar, mas nenhuma força era capaz de quebrar o contato que Damon criara. Com lágrimas nos olhos novamente, mas agora por estar sendo contrariada, Bonnie deixou-se cair no banco. – Damon, eu estou cansada, me deixe ir logo! – reclamou.

- Se você contar o porquê de sua ira, vai estar começando a pagar pela sua liberdade. – ele a incitou, dando a mínima se para Bonnie, aquela proposta beirava a uma chantagem. Ele sabia ser convincente, teve de aceitar.

- Promete? – uma questão idiota. Damon saberia cumprir um trato que não fosse para seu proveito? Bonnie tinha sérias dúvidas.

- Sim. – ele respondeu, dando de ombros, mas ainda a segurava com força.

Bonnie puxou o ar, preparando-se para falar. – Pedi ajuda a Elena para conquistar uma certa pessoa, mas eu percebi que fui tola, pois, primeiro. – ela levantou um dedo com a mão que estava livre. – Ela nunca faria isso. E segundo. – levantou mais um dedo – A pessoa nem mesmo deve ligar para os meus sentimentos. E ainda tem mais uma coisa. – ela disse com um sorriso cínico. – Essa pessoa se chama Damon Salvatore, e eu a odeio neste instante por estar me fazendo prisioneira em um lugar público, onde posso ir e vir quando eu quiser!

- Tenho uma noticia para você. – Damon a trouxe para mais perto de si, sentindo o perfume de morangos que a ruiva possuía. – Você não precisava de ajuda, Bonnie. Eu te amo pelo que você é. – circundou a cintura de Bonnie, e libertou sua mão. No entanto, Bonnie não pensava em sair dos braços de Damon.

- Faça meu sonho real. – ela pediu, colocando os braços em volta do pescoço de Damon. Em seguida, trouxe seu rosto para perto, roçando seu nariz no do moreno, até que seus lábios se roçaram, iniciando um beijo tímido.

E, assim, Bonnie ganhara o inicio da realização de suas fantasias.


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Notas finais do capítulo

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