Little Red Riding Hood escrita por Susan Salvatore


Capítulo 25
Déjà Vu




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Como nada é perfeito, minha consciência resolveu lembrar de que ainda havia muitas pontas soltas. Como Stefan, que voltaria para destruir tudo. Se eu tivesse que matá-lo, seria capaz? Ele ainda era importante para mim. Não, não seria. Teria que salvá-lo, de algum jeito.

Aquilo martelava em mim já faz tempo. Como um mau presságio.

Minha cabeça ardeu.

- Ah, aaai - gemi, despertando.

- Dor de cabeça? - perguntou Klaus, quando me sentei na cama. Ele estava enconstado no parapeito da janela.

- Como sa... Ah, deixa pra lá. É, muita, na verdade. Faz parte da transformação?

- Faz. Mas é só nos primeiros dias. Bem, se você se alimentar direito, é claro.

Franzi a testa, preocupada. 

Agora que aquele, bem, ataque passara, a ficha estava caindo. Caramba, eu era uma vampira! Tipo, uma vampira! Olhei para a pequena fresta de sol que banhava a cama, e fiz a experiência que acho que todo recém vampiro, faz. Experimentei colocar o dedo no sol. 

- Não queimou - disse, olhando confusa para Klaus.

- Olhe para seu colar.

Tirando-o, pude ver que havia uma pequenina pedra azul no topo do pingente.

- Obrigada por cuidar de tudo.

Ele não respondeu.

Olhei-o durando um tempo.

- Quer conversar, não é?

- Quero. - diss ele, pulando a janela.

Fui atrás, mas na velocidade humana, que eu descobri gostar mais.

Klaus andava pela trilha perto do pequeno lago da propriedade, que era imensa.

- Está bipolar de novo? - perguntei, sem querer. Droga, eu não estava conseguindo segurar minha língua.

- Não é isso. E tome cuidado com a língua, pequena Elena.

- Desculpe.

- Ah, novatos... É só que o que você fez foi errado. E vai atrapalhar tudo.

- Como assim?

- Não devia ter tomado sangue dele. Não devia ser uma vampira agora - falou, e aquilo foi como um tapa para mim.

Lágrimas brotaram dos meus olhos.

Droga de emoções humilhantes! Droga.

- Preferia que eu estivesse morta, então?

- Pare de ser dramática - suspirou ele - É claro que...

- Claro que queria. Assim se livrava de todos os problemas, Stefan, Katherine, Damon. E eu ainda teria feito o trabalho sujo por você. Já tem seus híbridos, e agora sabe como conseguir mais. Nunca deveria ter salvo você, seu estúpido sujo. Muito menos ter confiado em você - gritei - Mikael estava certo. Você merece queimar no Inferno. Você e toda sua raça de malditos Origi...

E aí eu levei um tapa na cara, que me lançou quase dentro do lago.

Se as minhas emoções estavam fora do controle, lembre-se que as de Klaus são muito piores. Ele apertou meu pescoço, com força suficiente para ter me matado, se ainda fosse humana.

Me deu outro tapa. Seus olhos estavam no modo híbrido agora.

- Cale essa boca! Nunca te dei permissão para falar assim comigo. Não se esqueça de quem está no comando aqui, garota. Se não fosse o que eu sinto por você, estaria com um pedaço de madeira no coração agora! Fraquezas...

- Como se você tivesse algum sentimento.

- Pare de duvidar de mim! - berrou ele e me mordeu. Não, ele arrancou um pedaço do meu pescoço e cuspiu fora.

Era uma dor tão intensa que não parecia vir só do ferimento, parecia vir de todo meu corpo. Como se eu tivesse caído em ácido e levasse um banho de sal.

Eu só queria morrer agora.

- Elena, Elena, Elena - disse ele, desesperado.

Era como se dissesse: Não diga o que não deve, não diga o que não deve, não diga o que não deve.

Tentei me levantar, mais era como tentar erguer um caminhão de chumbo. Olhei para meu ombro e percebi que a ferida já estava se espalhando.

O estranho é que eu sentia que merecia aquilo. Dissera coisas tão terríveis, eu duvidei dele, mesmo sabendo que nada do que disse era verdade. Foi só emoção. E a mesma emoção me dizia que eu o magoara profundamente.

- Não, não, não - sussurrou ele, pegando minha cabeça no colo - Me perdoe.

- Não... Eu...Eu é quem estava errada. Desconsidere tudo aquilo. Eu sei que você se importa.

- Ah, minha Elena, está vendo por que é tão complicado? - disse, colocando seu pulso em minha boca. Suguei e o sangue era delicioso, mas com um toque metálico, muito diferente. Não viciava.

Na mesma hora fui curada. Não havia nem vestígios de dor.

- Entendo - respondi, sentando em seu colo, com as mãos em seu peito.

- Como vampira, você será extremamente emotiva, pelo menos nos dois primeiros séculos. E eu posso machucá-la seriamente por causa disso. Mas se tivesse meu sangue em seu corpo na hora que... morreu - falou, e percebi que tinha extrema dificuldade para dizer essa palavra - Estaria tudo perfeitamente bem. Eu nunca mais feriria você. Mas não estou ressentido por estar viva. Pelo contrário, quando você enfrentou ele, foi como se estivessem me torturando.

Encostei minha testa na dele.

- É nosso destino, não é? Eu sempre vou estar em perigo por sua causa, mas nunca vou deixá-lo. Tudo bem, por mim. O preço é pequeno se a recompensa é ter você - respondi, entrelaçando nossos dedos.

- É um saco isso - falou, balançando-nos levemente - Mas se não tem outro jeito... Bem, eu não seria capaz de abrir mão de você, de toda forma. E como vampira, você é exatamente a mesma, só que menos quebrável.

Sim, eu me perguntava também se ele ainda ia gostar de mim quando eu fosse uma morta viva.

- Por favor, quando eu me descontrolar assim, fuja.

- Eu prometo acalmá-lo, mas não fugir. Não mais. E você, me ajude a me controlar. E saiba que nada do que eu disser com raiva é verdade.

- Vou ajudá-la. Vai dar certo, é. - falou, fechando os olhos.

Caramba, como aquilo era difícil.

Por que a pessoa que você menos quer machucar é que mais você machuca? Não é justo isso.

Nos beijamos, como para que selar o acordo. Ele tinha meu coração e eu tinha o dele. Nossa missão era cuidar um do outro. Pela eternidade. Mesmo que há quilômetros dali, alguém planejasse atacar-nos daqui a alguns dias. Planejasse matar a mim e aos bebês que eu ainda nem vira direito. Planejasse deixar Klaus vivo para assitir.

- Sempre e para sempre, agora - disse, fechando os meus.


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