(...)

  - Eu vou morar nos EUA. Ganhei uma bolsa lá.

  Gaara suspirou. " Pois é, odeio quando minhas suposições estão certas. "

  - Gaara, eu sou sua amiga a muito tempo. Sinceramente... não quero ir embora.

  - Não! Matsuri... É o seu futuro! - disse o ruivo segurando Matsuri pelos ombros ao mesmo tempo que lhe mostrava um sorriso. Porém, seus olhos não sorriram, e isso não passou despercebido pelos olhos da garota a sua frente.

  - Não me venha com esses seus falsos sorrisos, atorzinho. Te conheço o suficiente para reconhecê-los.

  - É... conhece até bem demais - sussura o garoto, largando os ombros da menina e olhando para baixo.

  - Gaara... - ela deu-lhe um abraço.

  - Matsuri, você precisa ir. Eu prometo... um dia nos veremos de novo.

  - Mas.. e você?

  - Aah! Vou ficar bem, agora consigo enfrentar aqueles cãezinhos metidos a lobos selvagens. - respondeu o garoto numa tentativa de quebrar o clima sério que se instalou entre eles.

  Matsuri soltou um risada abafada:

  - Só você mesmo...

 - Então... quando vai partir?

  - Amanhã.

  - O quê!?!? - ele não esperava por isso, nem teve tempo de digerir a ideia que Matsuri iria embora e agora vai perdê-la em menos de 24 horas.

  - Err... Quero que você vá amanhã, gostaria de me despedir.

  - Você não precisa. - disse Gaara mais para si mesmo do que para Matsuri.

  - O quê?

  O menino se assustou. Balançou a cabeça e resolveu entrar numa quetão que também o incomodava.

  - Por que não havia me contado?

  - G-gaara... e-eu... eu só não queria que ficasse assim, como está agora... E eu achei que ficaríamos muito machucados.

  - E você está?

  - O que você acha? - respondeu Matsuri que logo se pôs a correr. Não queria mais ter aquela conversa, precisava ficar sozinha.

  Gaara permaneceu lá, sem reação, com os pensamentos longe. Durante a noite não conseguia dormir. Não parava de pensar em Matsuri. Voltou à realidade com o toque do despertador, e acabou jogando-o na parede.

Estava morrendo, nào dormira e não queria ir ao aeroporto. Mas era sua última chance de ver Matsuri. Então levantou-se com uma cara péssima.

  " Vamos lá, Gaara, seu baka!! Vai se arrumar e se preparar para se dispedir da sua melhor e única amiga.", pensava.

  [ Enquanto isso no aeroporto ]

  - Mãe, você acha que ele vem?

  - Quem, querida?

  - Quem seria?!?

  - Oh! Me desculpe, eu estou nervosa, afinal, não é todo dia que sua filha vai sair de casa para ir morar no exterior...

  - Vou ficar bem, mamãe. Foi você que me ensinou tudo que preciso para viver.

  - Own.. filha. E.. como vai seu relacinamento com o Gaara?

  - Ah! Ele ficou triste qundo contei para ele, mas... Espera... O quê!? Que relacionamento? - se  desesperou Matsuri - Somos só amigos.

  - Hum... ele me parece um pessoa muito boa. Sem dizer que é muto bonito.

  - Mãe!! - continuou a falar enquanto observava os aviões decolando através da enorme parede de vidro do aeroporto. - Para falar a verdade, por todos esses anos eu vi o Gaara apenas como um amigo muito especial, mas quando contei a ele... a dor foi muito pior do que quando contei para os outros.

  - Isso se chama...

  - A pode parar por ai! Não me venha com isso de que é amor. Isso só aconteceu por que ele é meu amigo mais próximo.

  - Bom... O que você vê de especial nele? - disse olhando para a filha, cujo os olhos brilhavam.

 - Bem, ele é... diferente dos outros, sempre foi muito atencioso comigo e carinhoso... - Matsuri arregalou ligeiramente os olhos. Mas não isso era coisa de sua cabeça. Gaara não seria aquele amigo que sempre esteve ao seu lado e nunca reparou que o amava. Não! Isso era coisa de filme!

  A mãe observou a mudança de expressão de sua filha. Mas isso apenas confirmou o que a muito sabia. Era claro que Matsuri sentia algo a mais por Gaara. Esse sentimento nao se resumia a amizade. Estava claro como água.

  " Passageiros do voo 747 com destino a Washington D.C, por favor dirijam-se para o portão de embarque."

 Matsuri se permitiu um suspiro...

  - É parece que ele não vem mesmo...

(...)