Broken Inside escrita por Hideyuki


Capítulo 1
Único; Inside?


Notas iniciais do capítulo

~no pc da minha mãe~
Talvez o pior dia de todos. Nada comparado aos meus seis, sete anos quando meus pais brigavam na minha frente. Ou aos doze, quando fui adotada. Nem agora, enquanto tomo meus remédios, os únicos que agora evitam minha morte.
É... Nada melhor que uma boa dark fic para fazer o sangue escorrer.
O tanoshimi. Enjoy ♥



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Broken insideWay

Inside...?

Está confuso. Abro os olhos mas já não vejo mais. Está escuro, mas o sol me cega. Como posso sentir frio...? Está calor, sei disso.

                   Talvez devesse abrir uma janela... Hmm, uma janela.

                   Não é isso que deveria estar fazendo.

                   Um segundo.

                   Maldita vista; isso me deixa enjoado. Não deveria ter aberto esta maldita janela, o sol me cega, me queima. Queima minha alma.

                   Hmm? Do início? Pois bem.

                   Dia vinte e sete de dezembro? Acho que não foi um bom dia...

                   Agora não.

                   Um segundo.

                   Deixem-me pensar! Parem de me sufocar!

. . .

                   Acho que assim está melhor.

                   Vê o que ele me fez? Mal posso concluir mísera linha; finalizar banais pensamentos. Foi culpa dele; melhor?

                   Janela...

                   Olho novamente para a paisagem. Mundano, bem desnecessário a uma alma em pedaços. Ela ainda resiste? Queime-a, sei que não vai causar mal algum; pranteei demais, agora... Chega? Chega... Deveria dar um basta.

                   Olhe... Devaneios... Mas conclui algumas linhas. Talvez já esteja bem. Ei, espere-me... Esperem-me. Não tão longe, não tão alto...

                   Tem uma voz... Uma voz baixa... Ela... O que ela diz?

                   Oh! Não é ela... É... Ele?

                   Não... Mas... É.

                   Devaneei novamente? Queira me desculpar; nada está encaixando. Talvez tenha passado da conta.

                   Um segundo.

                   Hmm, acho que agora posso prosseguir.

                   Ou não. Não? Devo? Ora... Mas...

                   Calem-se!

                   Não entendes? Não vês? Isto é culpa sua! Sua, e apenas sua. Agora arque.

                   No momento final, você tinha consciência de que talvez eu já não mais estivesse dentre os vivos, que selaria para sempre minha mente na eterna e qualquer escuridão. Ou claridade. Mas prefiro que jaza escuro. Hmm? Ah, sim.

                   E o que você fez?

                   Está perto... Primeira gaveta... Onde ela está?!

                   Ora, pare de me chamar e faça-se visível!

                   Meus olhos já não veem coisa alguma! Dê-me uma luz.

                   Calma! Não uma luz que me faça cego novamente; gosto de contar meus passos, contar as pedras que passam pelo chão sujo.

                   Vermelho...

                   Não dá medo? Hmm, és corajoso. Já viu esta cena inúmeras vezes e és capaz de jurar que podes vê-la mais mil? Então a veja.

                   Sinto frio... Proteja-me... Vem de dentro para fora; o corte é preciso. Não dói. Dói, dói muito. Faça a dor parar! Faça-a ir embora! Por favor! Proteja-me de mim mesmo! Não me deixe sozinho com minha mente! Não... Não posso calá-la! Faça alguma coisa.

                   Não apenas olhe. Salve-me... Salve-me?

                   Hmm? Com quem falo? Não é contigo. É com ele. Ele que grita, ele que faz minha cabeça doer e meus pulsos latejarem. Ele que faz a lâmina correr por meus braços, pernas e seja lá o que mais esteja visível e ao meu alcance. Ele que me mata, que crava o doce punhal onde outrora batia um coração como o seu, reles leitor. Ele que já me matou e em seguida salvou inúmeras vezes. E não fará sequer mais uma. Ele quem foi meu anjo doente. Mas, ora... Quem diria que eu o seria mais?!

                   Quem diria...

                   Não... Não sei como parar... Ah. Hmm, mais um...

                   Uma. Duas. Três. Quatro gotas.

                   Sem querer marquei meus passos com o sangue que meu corpo expulsa; sangue estragado e demoníaco. Corpo errado, sangue errôneo. Alma perdida.

                   Alma?

                   Ora, irônico!

                   Eu que não creio nisso... E talvez seja essa minha falta de crença que tenha me feito perdê-la sem antes ao menos conhecê-la.

                   Mais um.

                   Acho que estou contando cinco novos riscos que antes não haviam em meu corpo.

                   Lembro-me bem... Cento e nove. Até onde conseguia ver. Acho que agora são quase cento e vinte. Perdi a conta, vou recomeçar...

                   Desculpe.

                   Disse que lhe quero?

                   Mas você não me impediu de fazer isso. Pelo contrário: queria ver até aonde iria, como se não acreditasse em minha loucura.

                   Agora pegue um bom lugar e assista. Doce holofote... Expõe-me da maneira mais selvagem que lhe é possível.

                   Está vendo? Consegue me ver daí? Ou tenho de fazer algo mais drástico.

. . .

                   Sinto... Sinto subindo por meu ombro.

                   Oh, doce e amável serpente. Rodeias meu pescoço, sedenta por coisas erradas e mais veneno que vos possui. Em busca de mais?

                   Uma. Duas... Perdi a conta... Dona de corpo esguio e dentes mortais, por favor... Conte quantas gotas derruba. Tenho que registrar.

                   Saber se morri por tirar o sangue errado ou se foi por algum outro motivo.

                   Alguém se dispõe a me contar...? Por favor.

xxx

WayKilljoy

27/12/2011



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Notas finais do capítulo

Se leu, deixe um comentário, por favor. Mesmo em fics desse tipo eu preciso de reviews.
Kissus. Way.