Nunca soube que uma simples discussão fosse levar a isso. Nunca quis ter falado com ele daquela forma, não queria ter feito o que fiz... Mas pra minha infelicidade o tempo não iria voltar, nunca mais. Já tinha se passado dois meses, e eu ainda olhava para a janela, como se ele ainda fosse voltar.

- Como eu pude ser tão idiota assim? – O moreno gritou em meio às lágrimas.

Flashback on

- Ryuuji eu tenho uma pequena surpresa para você. – Disse o moreno com as mãos atrás das costas como se escondesse algo ali.

-Sério amor? O que é?

  O mais velho ajoelhou se a frente do rapaz, e levou uma das mãos um tanto tremula até o bolso da calça, procurando algo que ali estará, depois de alguns segundos este achou o que procurava, era uma pequena caixinha prateada, logo a abriu e ali estavam duas belas alianças, logo após pegar a pequena caixinha, levou a outra mão que encontrava se atrás das costas, levando-a para frente, encontrando ali um ramalhete de rosas vermelhas, pois sabia que o louro gostava destas.

- Você aceita namorar comigo amor?

O que de inicio lhe chamou atenção fora justamente as rosas vermelhas, o que arrancará um riso divertido do rapaz.

- Ora, Nao, não sou uma menininha!  - Maneou rapidamente a cabeça mantendo agora um sorriso largo entre os lábios. - Claro que eu aceito!  - Os olhos caíram assim sobre a caixinha prateada e, meio a um novo sorriso, o menor pôde aproximar-se do agora namorado e, roubar-lhe um selar dos lábios. - Eu te amo!

O maior levantou se juntamente de seu amado, retribuindo o selar deste, enquanto levava as mãos aos sedosos cabelos louros de seu namorado.

- Eu te amo mais do que qualquer coisa nesse mundo meu amor.

-Eu também Nao. Juro ser eterno o nosso amor.

Flashback of

Lágrimas começaram a rolar pelo rosto pálido do moreno, que encontrava se cabisbaixo.

- Você jurou que seria eterno, e você quebrou esse juramento.

Ainda chorando o rapaz dirigiu se ao sofá de sua sala, deitando se ali onde ficara um bom tempo relembrando de seu amado, até que este caiu no sono.

        XXX

Amanheceu, e o moreno levantou se, e sentou se no sofá, onde ficou a pensar o que poderia fazer naquele dia. Dirigiu se até a janela, era uma manhã fria e chuvosa de inverno. Com certa pressa o rapaz dirigiu se até o banheiro, onde tomou um banho quente, logo após foi até seu quarto para se trocar, e enquanto este pegava suas roupas em seu guarda-roupa, parou, e ficou a olhar para a cama vazia.

Flashback on

- Amor você está bem? Parece que você ficou bem do jeito que eu o deixei quando sai para ir ao trabalho.

- Estou doente Nao, acho que uma pequena gripe, não sei, tive febre, por isso passei o dia deitado. – Disse o louro um tanto manhoso.

- Vamos ao médico doçura, não quero te ver assim. – O maior parecia preocupado com a expressão de seu amado.

- Não quero. Acabei de tomar um remédio, logo eu melhoro bebê.

O outro tirou os sapatos que calçava, e foi deitar se com o menor, abraçando este que sentia muito frio.

Flashback of

Rapidamente o rapaz se trocou, pegou o celular, a chave do carro e um pequeno presente ainda embrulhado; estava pronto para sair. Pegou o carro na garagem de sua casa, abriu o porta luvas, pegou seu óculos de sol e colocou, para esconder os olhos fundos de tanto chorar.

Estava dirigindo a pouco menos de uma hora, um tanto atento com a pista molhada. Quando viu um farol fechado para este prosseguir, então aguardou o farol abrir novamente.

Flashback on

- Amor eu quero uma pato de pelúcia.

- Um pato Nao? Pra que isso? – O louro disse em tom divertido.

- Poxa você nunca me deu nada assim, e eu vi um ontem em uma loja e... Compra pra mim amor?

- Certo te dou um no natal. – Riu divertidamente.

- Mas o natal está muito longe, por favor, amor eu nunca te peço nada, o que custa?

Está bem vou comprar seu pato, mas quando você merecer.

Flashback of

Assim que o farol abril o rapaz continuou a fazer seu trajeto. Passaram se mais vinte minutos e este chegara a seu destino escolhido. O carro passava por dois grandes portões de metal, e paredes de tijolos acinzentados, adentrando a um cemitério. Este estacionou o carro, pegou o presente embrulhado, e continuou seu percurso a pé. Andou cerca de 10 minutos, até avistar uma lápide, onde se aproximou e ajoelho se chorando.

- Amor perdão por tudo o que eu fiz, por todas as palavras mordazes que disse, eu sei que machucam, mas nada machuca mais do que perder a pessoa que mais se ama na vida, se eu pudesse voltar no tempo eu iria fazer tudo diferente, eu não iria errar tanto, tentaria melhorar. – O moreno dizia em desespero, lágrimas não paravam de percorrer sua face. – Eu trouxe isso pra você. – O maior abriu o embrulho, e retirou de lá um pato branco de pelúcia. – Não faz sentido eu ficar com isso, eu lhe pedi durante três meses, e você me deu, de tanto eu pedir, acho que você nunca se esquecia das palavras que eu dizia né?

O rapaz sentou se e ficou a olhar a lápide de seu amado, enquanto lembrava se do mesmo.

  Flashback on

- Nao eu preciso muito falar com você, será que podemos conversar? – O louro dizia em tom áspero.

- Podemos sim doçura. – Respondia o moreno cabisbaixo.

- Acho que não estamos indo muito bem.

- Eu sei... – Disse o maior interrompendo-o

-Acho que você deveria encontrar alguém que lhe de mais atenção.

- Sabe que eu também acho. – O silencio havia tomado conta do local. – Você vive viajando, e diz que é por causa do trabalho, como eu vou saber se você não está me traindo? Você não tem sido o mesmo desde então, mal fala comigo, briga por qualquer coisa.

- Eu nunca faria isso com você Nao, apesar de tudo eu ainda te amo, mas é que não tá dando pra continuar assim.

- Se não tá dando você pode ir embora, eu não ligo se você for, pode ir, e nunca mais voltar, não quero mais você na minha vida Ryuuji. – O rapaz gritava para com o outro.

- Se é assim que você quer assim será Nao. – O louro saiu para fora da casa, batendo a porta com força.

Enquanto o moreno se embriagava num copo de whisky o telefone tocava, este achava que fosse seu amado ligando para pedir desculpas, e  este também sentia se culpado, como podia duvidar da fidelidade de Ryuuji?. Rapidamente o moreno atendeu ao telefone.

- Alô?

- Quem fala?

- É o Naoyuki posso ajudar?

-Aqui é dá emergência, o senhor conhece Ryuuji?

Um breve silencio havia tomado conta do maior, que logo voltou a responder.

- Sim, aconteceu alguma coisa com ele?

- Ele deu entrada no hospital e...o senhor poderia vir até o hospital, ele está chamando pelo senhor.

- C-claro  já estou a caminho.

O rapaz saiu de casa desesperadamente, e foi até o hospital. Chegando lá pediu informações sobre seu namorado, que estava em estado grave, pois tinha sofrido um acidente vascular cerebral. Então rapidamente o maior dirigiu se até onde o louro estava, e tentava não chorar ao ver seu namorado.

-Ryuuji meu amor, por favor, me perdoe, eu não quis dizer aquilo, eu te amo mais do que qualquer coisa.

O louro abriu os olhos vagarosamente, e sorriu para o outro que ali estava.

- Na-o eu te-te amo. – Sussurrou o menor, sorrindo para o outro.

O moreno não agüentou, e começou a chorar desesperadamente, logo aproximando se ainda mais do menor, e selando demoradamente os lábios deste, em meio a lágrimas. Quando voltou para trás ouviu apenas um barulho das máquinas. Enfermeiros e médicos foram até o local, e tiraram o maior dali, deixando este ainda mais desesperado. O rapaz ficou alguns demorados segundos esperando por alguma noticia, quando finalmente sai um médico e caminha até ele.

- Eu sinto muito mas, ele se foi.

O rapaz ficou sem chão, não podia acreditar no que estava ouvindo, ele tinha acabado de ver seu namorado, e ele estava ali vivo.

- NÃO PODE SER! O SENHOR ESTÁ MENTINDO PRA MIM. – O maior gritava em meio aos choros.

Flashback of

Lembrando se daquele dia, a dois meses atrás o moreno chorava ainda mais, parecendo uma criança que tinha medo de tempestades e trovoes.

- Eu não consigo te esquecer, me sinto culpado por tudo, se eu não tivesse falado com você daquela forma você não teria passado mal, e estaria aqui comigo. – Dizia um tanto falho. – Parece que naquela tarde você só esperava por um beijo... Um ultimo beijo, para se despedir de mim, eu sinto muito por não ter sido perfeito para você, por não ter paciência, por tudo. Mas saiba que eu vou levar as lembranças de tudo o que vivemos e o que dissemos um ao outro aqui. – O rapaz colocava a mão sobre o peito, querendo dirigir se ao coração.

Este ficou ali por cerca de três horas. Olhou para o relógio que estava em seu pulso, arrumou as flores que tinha levado no dia anterior, o pato de pelúcia que ali deixou, despediu se e foi embora, ainda deixando que as lágrimas inundassem seu rosto.