Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 13
About yesterday


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa meus leitores lindos *---* to sumida né? oaskpaks vieram até uns anônimos no tumblr me pedir pra postar, desculpa a demora mesmo, é que eu tenho que ir pro hospital pra ver meu irmão, e eu acabei de me mudar, etc e tal.. AAAAAAH Eu fiz um twitter especialmente pra conversar com vocês, ENTÃO FAÇAM O FAVOR DE SEGUIR U-U oakspkaos brinks, mas sigam ae pra gente conversar! @moustachedL boa leitura ;3



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Ai minha cabeça... Jesus, o que aconteceu ontem? Ah, aposto que bebi muito. Que horror, nem quero saber em que estado eu estava. E o pior, na frente dos meninos, que vergonha!

Eu estava deitada em algum lugar, mas era macio demais para ser o chão.

- Graças a Deus – falei, baixinho, quando percebi que não tinha dormido na sarjeta de novo.

Mas, espera aí. Sei que fomos à uma festa ontem, esta não é minha cama e... Eu estou sem meu short! Puta merda cara, o que aconteceu? Minha cabeça tá pesada, mais do que em uma ressaca normal. Ai, ai, ai Maria o que você aprontou ontem?

Billie entrou no quarto com um copo de café na mão.

- Ah que bom que acordou – ele disse.

- Billie, por favor, seja sincero, me conta o que aconteceu ontem! Eu não me lembro de quase nada, e por que eu to sem calça?!

- Hm... Por onde eu começo? Chegamos na casa do nosso amigo Frank, você lembra dele né?

- Sim, o cara de olhos verdes e que toca em uma banda.

Billie revirou os olhos.

- É, isso mesmo. Ele te drogou e te embebedou até você cair.

- Espera aí, eu me droguei?! Tipo, maconha, cocaína?

- É, tipo maconha e cocaína. Você ficou pior que eu.

Coloquei a mão na cabeça. Era tudo bem pior do que eu imaginava.

- Billie... Desculpa...

- Ta tudo bem – ele riu no canto da boca, e abaixou a cabeça.

Ele me contou tudo o que aconteceu na festa. Basicamente, Frank deu em cima de mim, e eu estava tão aérea que nem percebi. Billie jogou Frank na piscina, de roupa, e logo depois eu pulei. De roupa. Todos bebemos demais. Todo mundo estava louco. É.

- Mas que merda, eu não me lembro – falei, colocando a cabeça entre os joelhos.

- Relaxa – ele disse, colocando a mão no meu ombro – foi a primeira vez que você experimentou drogas né? É desse jeito mesmo. Mas eu não aconselharia você a se viciar – ele riu – não é nem um pouco legal.

- Mas... Tem uma coisa que você não respondeu. – falei, minha voz tremendo.

- O que?

- Por que eu to sem calça?

Ele ficou levemente corado, e eu fiquei nervosa com sua resposta.

- Bem, você derramou um pouco de cerveja no seu short... Achei melhor, ehr...

- Ok, já entendi. – fiz uma pequena pausa – Minha cabeça tá doendo demais!

- Deveras – ele disse, dando uma golada no café – do jeito que você bebeu ontem, não era pra menos...

- Ok, ok, não precisa esfregar na cara.

Dobrei meus joelhos e coloquei minhas mãos por cima deles, sem querer, deixando os pulsos à mostra.

- Ei – disse Billie, franzindo a testa – Que cicatrizes são essas?

Ele pegou meus pulsos e olhou as cicatrizes. A mais recente ainda estava vermelha. Eu havia me cortado pouco antes de conhecer Billie.

- Ah... Eu costumava me cortar.

- Por quê?!

- Billie, você sabe como é, ou melhor, como era a minha vida. Eu tinha todos os motivos pra me suicidar, só não fiz isso por John.

- Ham. Rebelde sem causa.

- Sem causa?! Como “sem causa”? Meus pais me odeiam, não tenho, ou melhor, não tinha amigos, ia mal na escola...

- Ok, ok – ele disse, me cortando – Já entendi. Vamos tomar café?

- Vamos.

Chutei o cobertor pra longe e me levantei. Billie ficou corado. De início, não entendi, aí lembrei que estava sem short.

Peguei o cobertor e cobri da cintura pra baixo. Senti minhas bochechas queimarem, e Billie olhou pra baixo.

- Er... – falei – vou no meu quarto pegar uma roupa...

- Tá bem... – ele disse – te espero na cozinha.

Joguei o cobertor na cama e corri pro meu quarto. Tranquei a porta e me encostei nela, só então percebi o quão rápido meu coração estava batendo. Acho que foi de vergonha mesmo...

Coloquei uma bermuda que estava logo por cima da minha mochila e penteei o cabelo. Quando fui segurar a maçaneta para abrir a porta, percebi que estava tremendo.

- Maria Isabella, pare com isso – pra eu me chamar de Maria Isabella, é porque a coisa tá feia – tá parecendo uma menina de 12 anos. Se acalme.

Saí pela porta – não, eu ia sair por onde? Pelo ralo, óbvio – e fui pra cozinha. Mike e Tré estavam tão mal quanto eu; meio atordoados, cheios de olheiras... Acho que o único que estava realmente bem ali era Billie.

- Bom dia gente! – falei. Minha voz saiu como um sussurro.

- Bom dia – respondeu Mike, sem sair de sua cadeira.

- Bom dia, little girl – disse Tré, tão rouco quanto eu – festa boa ontem, né?

Billie o encarou, e eu me senti corar.

- Sim, foi... Bem legal...

Tré logo percebeu a besteira que tinha falado. Sentei-me ao lado de Billie enquanto fazia algumas notas mentais.

Peguei um copo e coloquei o café, já pronto. Estava bem forte, não exatamente do jeito que eu gosto, mas foi bom pra me acordar.

- Que dia é hoje? – perguntei.

- Segunda – disse Tré – eu acho.

- Bem – falei, enquanto levantava e lavava o copo – vou sair, arrumar um emprego talvez.

- Emprego? – disse Billie – Pra quê? Você tem tudo aqui.

- Acho que uma hora eu vou ter que sair da aba de vocês.

- O quê? – disse Tré, correndo até mim – Por favor Maria não vai embora, a gente não vai aguentar ficar sem você! Tá legal que você é chata, tagarela e bagunceira, mas a gente gosta de você!

- Em primeiro lugar, não, fica calmo, não vou embora. Só quero juntar uma graninha, sentir que posso ter as coisas com meu próprio dinheiro... E segundo, chata? Tagarela? Bagunceira? Nossa, obrigada, heim...

Tré riu como uma criança.

- Todos nós somos isso tudo, little girl, relaxe.

Ri pelo nariz. Fui até meu quarto, coloquei uma outra blusa qualquer e fui na direção da porta. Peguei a chave reserva, que ficava embaixo do tapete e saí.

San Francisco era tão linda... Não sei quantas vezes falei isso, mas vou falar sempre. Era meu sonho morar em lugar como aquele. Era simplesmente perfeito. Em L.A. só tinham patricinhas, mauricinhos, filhinhos de papai e metidos a artista.

Passei na porta da Dragonfly Studios Inc., e vi que eles estavam contratando. “É minha chance!”, pensei. Matt, o balconista, já tinha dito que meus desenhos eram ótimos e que eu podia me profissionalizar. Por que ele não me aceitaria? Bem, fui tentar a sorte. Abri a porta, estava bem cheia. Quando avistei Matt e Kat, os dois sorriram pra mim, era bom saber que ainda se lembravam de mim.

- Olha se não é a menina desenhista! – disse Matt – Como vai, Maria, né?

- É, isso mesmo! Eu to muito bem, e como vão os negócios?

- Ótimos! Você não faz ideia de como seus desenhos fizeram sucesso.

- Sério? Que bom! Eu vi ali na porta que vocês estão contratando, eu queria saber se eu...

- Nem precisa falar nada – ele me cortou – já está contratada.

Dei uma risada. Sabia que ele gostava do meu trabalho, mas não tanto assim.

- Uau! Obrigada, mesmo! Mas você não acha que eu deveria... Quer dizer, vocês não deveriam conhecer meu trabalho primeiro?

- Hm... É, você tem razão. Então, o que acha de me tatuar?

- O quê?! Você arriscaria ter uma tatuagem... Uma coisa permanente, no seu corpo, feito por uma inexperiente?

- Claro. Estou cheio de tatuagens experimentais, pelo corpo todo. E sei que você vai se sair bem.

Ele me levou até uma daquelas camas, me deu uma máscara, luvas, avental e uma coisa pra prender o cabelo. Tirou a blusa – e, diga-se de passagem, uau! – e deitou-se de costas.

- O que você quer que eu faça? – perguntei.

- Hm... Pode fazer uma caveira, bem abaixo das costelas, do lado direito.

Ele foi me dando as instruções, fiz o rascunho, e até que ficou bom pra uma iniciante. Mas quando fui pegar a caneta pra fazer o desenho permanente...

- Maria? – disse Matt – Você está bem? Parece meio pálida.

- Não, não, eu to bem... Só um pouco nervosa.

“Um pouco” era apelido. Minhas mãos tremiam tanto que o desenho ia ficar um garrancho.

Mas até que ficou bom! Aliás, modéstia à parte, ficou muito lindo!

- Não falei que você era demais? – disse Matt, olhando-se no espelho – Já tá contratada, começa semana que vem. Você pode escolher seu horário, é só preencher a ficha e me dar depois, ok?

- Ok – dei-lhe um abraço – Vou preencher em casa, volto amanhã!

            Acenei para Kat, que estava no meio de um trabalho, e me despedi de Matt. Fui andando pela rua, feliz. Era bom poder ser ‘autossuficiente’.

Voltei pra casa, Tré assistia televisão, e ria sozinho; Mike dormia no sofá e Billie estava lendo o jornal – lendo o jornal? Ele parecia até um adulto responsável...

- Arrumei um emprego – falei, chegando em casa.

- Sério? – disse Billie, olhando pra mim mas sem tirar sua atenção do jornal.

- Aham.

- Que bom, little girl! – disse Tré, sorrindo.

Sentei ao lado de Billie e olhei em volta da casa, procurando uma distração. Por um instante o único som naquela sala eram as risadas de Tré.

(...)

Quando finalmente deu um comercial na televisão, Tré foi na cozinha. Ou no banheiro, sei lá. Billie ainda não tinha terminado de ler seu precioso jornal, e aquele silêncio já estava me incomodando.

- Ei Billie – chamei – depois você me dá o telefone do Frank? Eu queria ligar pra ele... Pedir desculpas por ontem...

Billie largou o jornal ao seu lado e me olhou pra mim com uma cara meio “WTF?”

- Qual o problema?! – perguntei.

- Depois de tudo o que ele tentou fazer com você, você ainda quer pedir desculpas?!

- É claro! Eu fui na casa dele, e fiz a maior baderna.

- Por culpa dele! Ele te deu drogas! Ele te deu bebida – Billie já estava começando a ficar alterado, e falava dando ênfase no “ele” – E você ainda quer ligar pra ele?

- Qual o seu problema, Billie? Vocês quiseram me levar naquela festa! E você também não é nenhum cristão puritano pra vir me dar lição de moral, não!

Ele se levantou. Levantei-me também, estava começando a ficar com raiva.

- Ele é uma péssima influência pra você! – ele gritou.

- Más influências não existem, cada um faz o que quer! – revidei.

- Que seja! Mas você viu o que ele fez! Te drogou, te deu bebidas, sabe pra quê? Pra transar com você depois!

Aquilo me atingiu como um soco no estômago. Ele acha mesmo que eu sou algum tipo de vadia?! Não mesmo, eu não ia deixar Frank fazer aquilo comigo... E eu tenho certeza que ele não seria capaz... Ou seria? Argh, não consigo pensar em mais nada, só estou com raiva de Billie, gritando comigo desse jeito. Está agindo como criança.

- Eu não sou vadia! – gritei, tentando abafar os pensamentos.

 - Você reclama do seu pai, mas você é igualzinha a ele! Teimosa e prepotente!

Cerrei o punho e não hesitei em lhe dar um soco no ombro.

- Ei! Doeu! – ele reclamou, com a mão no ombro atingido,

- Era pra doer mesmo! – dei uma pausa, enquanto a raiva passeava de meu cérebro para meu coração – Você fala do meu pai, mas é só porque você não tem mais pai!

Levou um segundo pra eu perceber o que eu tinha dito.

Mas não deu tempo de me desculpar.

- Drogada! – ele gritou, com toda a força de sua garganta.

As lágrimas começaram a descer pelo meu rosto.

- Americano idiota! – gritei.

- Nossa, que piada engraçada!

- Billie, me desculpa, eu não queria...

- Vadia!

- Maconheiro de merda!! – gritei, como nunca havia gritado antes, fazendo minha garganta arder.

Corri e me tranquei em meu quarto. Me joguei na cama, abracei o travesseiro e comecei a chorar. Como eu podia ter sido tão idiota? Primeiro, por deixar Frank fazer uma coisa daquelas comigo... Depois por brigar com Billie, quando ele está certo... Minha vontade era me matar ali mesmo.

De repente senti muito frio. Coloquei o casaco que estava pendurado na ponta da cama, e percebi que estava tremendo.

- Não... Isso não vai ficar assim...

Pulei pela janela, ralando um pouco os joelhos. Corri pela rua. As pessoas olhavam pra mim e cochichavam. Eu não conseguia ouvir o que estavam falando, mas eu podia ter certeza que me chamavam de louca.

Corri até chegar a uma farmácia. Minha pressão estava baixa, eu sentia minhas pernas dormentes e meu rosto inteiro formigando, de tanto chorar. Por um momento, desejei ter alguma droga de verdade ali...

Entrei na farmácia. Tive de me segurar no balcão, ou cairia. Mas o balconista não se importou muito.

- Ei – enxuguei as lágrimas com a manga do casaco e falei, o mais alto que pude.

Mas ainda sim soou como um sussurro. – Me vê o calmante mais forte que você tiver.

Ele me encarou indiferente.

- Tem receita?

- Cara, se eu tivesse receita eu fazia em casa, né babaca? – revidei. Tive a impressão de vê-lo rir, mas foi só impressão mesmo.

Ele colocou no balcão uma pequena caixa branca, mas eu não consegui ler o nome do remédio.

- Isso vai me fazer mal? – perguntei.

- Você não tem receita, não posso garantir – ele disse, entediado. – mas deu US$ 40,00.

Tirei um bolo de dinheiro do bolso e nem me importei com o troco, saí correndo da farmácia já abrindo a caixa do remédio. Tinha começado a chover. Descartei a caixa e a bula, fiquei só com o pote com os comprimidos.

Parecia que eu havia corrido uma maratona. Pulei pela janela de meu quarto, e me joguei na cama. As lágrimas pareciam não secar, e eu não conseguia parar de chorar. Havia um copo d’água em cima da minha mesa de cabeceira. Não sei ao certo qual seria a dose necessária pra me acalmar, mas peguei um comprimido, dois, três, quatro... E fiquei tão relaxada que não sei se estava dormindo ou se estava desmaiada.


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Notas finais do capítulo

e entãaaaaaaao, curtiram? :D espero que sim, porque EU QUERO REVIEWS!!!! aoskpaks aaaah eu queria saber a média de idade das minhas leitoras, vocês podem deixar nos reviews a idade de vcs? :3 se não quiserem, não tem problema xD amo vcsss
xoxo, L