Matt POV

Eu já estava na minha terceira cerveja e sem vontade nenhuma de ir embora. Joel era mais interessante do que eu imaginava, tinha uns assuntos legais e era muito engraçado. Se eu fiquei cinco minutos sem rir foi muito.
- Então, por que todos temem tanto os Maddens? – Pedi minha quarta cerveja.
- Não sei... Nós somos inofensivos. – Deu os ombros.
- Tem vários boatos e coisas estranhas sobre vocês. – Ri.
- Nós não fazemos sacrifícios com pessoas. – Riu. – Meu pai era temido por todos e meu irmão mais velho era o malvado da escola.
 - E você mora com quem? Mora com seus pais?
- Mora eu e o Benji. – Sorriu. – Vamos lá pra casa depois?
- Err... Eu... Eu não sei... E o Ben...
- O Benji não tá em casa. – Sorriu. – Saiu com o Tony.
VIADO FILHO DA PUTA! NÃO CONSEGUE SOSSEGAR ESSA BUNDA NÃO?!
- Vamos, com certeza. – Sorri.

Ficamos no bar apenas o tempo de eu terminar a minha cerveja e Joel terminar a porção de batatas fritas dele. Pagamos e fomos caminhando para o que eu acho que seja a casa dele.
Eu sei que é feio sair com uma pessoa por vingança ou pra fazer ciúmes, além de ser ridículo também, mas pareceu uma boa ideia. E o Joel se mostrou ser mais legal do que eu achava que ele era.
Caminhávamos em um silêncio que não tinha acontecido antes, e aquilo era desconfortável. Eu estava tenso em saber que ia para a casa dele e imaginava quinhentas mil coisas que podiam acontecer lá. Desde sacrifícios a coisas envolvendo as minhas nádegas.
Chegamos a uma casa meio amarela e Joel parou, tirando um molho de chaves do bolso da calça jeans. Me olhou e sorriu, entrando no jardim da casa. O segui e ele parou na frente da porta, procurando outra chave. Depois de um longo minuto, nós entramos na casa. Até me impressionei.
A casa estava muito arrumada e limpa. Nenhuma latinha de cerveja ou caixa de pizza. Estava tudo parcialmente escuro, já que a televisão estava ligada.
- O Benji sempre se esquece de desligar a televisão, incrível! – Sorriu, acendendo a luz da sala. – Senta aí, eu vou pegar mais um cerveja, quer? – Assenti.
Ele foi à cozinha e voltou com duas garrafas de Heineken. Me entregou uma e se sentou ao meu lado.
- Então, você não me contou o porquê de todo ódio da sua mãe? – Suspirei. – E tá okay se não quiser contar. – Levantou as mãos de um jeito engraçado. Sorri.
- Ela ficou muito paranoica depois que meu pai faleceu. Ela nunca foi muito carinhosa e coisas assim então depois do acidente parece que nós perdemos a única coisa que nos mantinha juntos. Qualquer coisa era motivo para brigas, quando eu fiquei amigo do Zee e nós fizemos a nossa primeira tatuagem ela pirou. – Ri, me lembrando da cena. – Ela disse que ele era uma péssima influencia e que nós devíamos parar de andar juntos, já que ela nunca gostou mesmo dele. Depois disso eu fiquei uma semana na casa do Zee, por que eu disse que não ia parar de andar com ele, e fui pra lá por birra mesmo. Mas fizemos as pazes, de qualquer jeito. Então eu terminei o ensino médio, e ela queria que eu fizesse medicina, que eu seguisse os passos do meu pai. E eu neguei, eu disse que não queria, não era a minha vontade por mais que eu admirasse o meu pai, eu não iria fazer algo que eu não gostasse. Ela pirou de vez, disse que eu estava desonrando o meu pai, que eu estava desmerecendo o trabalho de vida dele e coisas assim. Então eu cheguei em casa um dia, depois de ir para um bar a afogar as mágoas, e ela tinha trocado a fechadura da casa e deixado um bilhete na porta dizendo que todas as minhas coisas estavam na casa da tia do Zee, por que eu gostava mais dos Bakers que dela, e já que eu não ia fazer o que ela queria e achava que já tinha minha própria vida, eu podia muito bem me virar sozinho. Foi então que eu e o Zee decidimos alugar um apartamento, já que eu não ia ficar morando na casa da tia dele né? Depois eu roubei o dinheiro que minha mãe guardava pra faculdade e abri meu estúdio de tatuagem, que não deu certo. Depois disso a gente só se fudeu.
- Porra cara...  – Ele me olhou reconfortante, como se não soubesse o que dizer.
- Tudo bem, eu já superei... – Sorri.
- Como seu pai morreu? – Curioso.
- Ele tinha ido viajar para a cidade vizinha e estava voltando à noite, por que minha mãe tinha pedido pra ele voltar o quanto antes, por que eu estava com febre e tossindo muito. Só que estava chovendo, chovendo muito mesmo. Então ele viu um carro se aproximando na mesma pista que ele, onde o carro não deveria estar, e quando ele foi desviar, perdeu o controle do carro e com a pista molhada ele derrapou e o carro capotou. O outro motorista estava muito bêbado, e ele não morreu, mas devia ter morrido. – Joel me olhou assustado. – Devia mesmo, poxa, se coloca no meu lugar, você também iria querer ele morto.
- Verdade... Poxa Mattie, sinto muito mesmo. – Se aproximou me abraçando, e foi uma ótima hora para um abraço mesmo.
Ou não...
- E então ele disse “continua me olhando assim e você vai ficar menor do que você já é”. Daí eu perguntei “você sabe com quem você está falando? Eu sou Benji Madden e...”. – Ele parou ao olhar eu e Joel abraçados no sofá. – Boa noite.
- Boa noite. – Eu disse me soltando de Joel.
- Oi mano! – Joel sorriu para ele.
- Oi Joel. – Ele disse. – Não sabia que vocês iam sair... Juntos.
- Eu convidei o Matt. – Joel disse. – Oi Tony.
E então eu vi a outra pessoa. Ele era alto, magro, loiro e tatuado. Ele e o Benji pareciam pior que eu e o Zee juntos. Se eu visse aquela pessoa no meu da rua à noite, eu provavelmente ficaria pronto para uma briga... Ou para quebrar ele em dois, que é o que provavelmente aconteceria.
- Oi Joel. – Ele sorriu, sentando no sofá.
Benji foi até a cozinha e trouxe duas cervejas, se sentando ao lado do tal Tony. A sala ficou em um silencio chato, até o Benji continuar a história sobre a discussão dele.
- Eu sei que isso é um pouco infantil, mas... Você quer ir lá no meu quarto jogar vídeo game? Dai a pouco eles começam a ser pegar aqui mesmo. – Joel falou baixo para mim.
- Joel, a cada minuto eu gosto mais de você. – Sorri e ele me acompanhou.

Jimmy POV

- Então amor, o que de tão importante você quer falar? – Leana disse tomando o milk-shake de morango.
- Lea, isso é complicado... – Mordi o lábio.
- Você quer terminar Jimmy? – Ela me olhou.
- Err...
- Você tem outra? – Piscou os olhinhos.
- Não Lea! – Eu tenho outro, é diferente.
- Mas então, por que você quer terminar? – Fez biquinho.
- Por que eu acho melhor terminar agora do que ficar te traindo.
- Verdade... Mas eu acho que nós somos tão perfeitos juntos. – Sorriu nostálgica, olhando para o nada.
- Eu estou gostando de outra pessoa Lea. – Abaixei a cabeça.
- E quem é a sortuda? – Sorriu leve. Leana, sempre tão compreensiva e amiga.
- Err... – Eu não sei mentir direito para ela.
- Oh Gosh Jimmy, você entrou na onda do tal Baker? – Seus olhos meio que brilharam. – Eu prefiro ser trocada por um homem do que pelo uma vadia.
- Você não vai contar para ninguém?
- Não Jimmy, imagina! Eu nunca conto segredos, pode confiar em mim! – E eu realmente posso.
- É o Johnny.
Seu queixo foi a baixo.
- O Seward? Você não suporta ele!
- Suporto mais do que eu devia. – Dei os ombros. – Nossa, isso foi mais fácil do que eu pensava.
- Eu sou legal né Jimmy. – Sorriu. – Espera, mas então você me traia sim! Seu mentiroso! – Riu.
- Desculpa Lea.
- Tudo bem, tem coisas que ele pode fazer que eu não posso. – Sorriu sacana.
- Hey, ele não enfia nada em mim não! – Ela gargalhou.
- Que egoísta da sua parte, ele tem as mesmas necessidades que você, ele também é homem.
- Eu não tinha pensado nisso.
- Vai ter que dar a bundinha que a mamãe passou talco.
- Eu não quero falar sobre isso. – Abaixei a cabeça e ela gargalhou mais ainda.
- Você vai gostar.
- Cala a boca.

            Benji POV

Não tinha jeito do Tony ficar ali por muito tempo, eu perdi toda a vontade que eu tinha de apimentar a noite. Logo eu dei um jeito dele ir embora e alguns minutos depois Matt e Joel desciam. O segundo levou o maior até a porta, eles conversaram mais um pouco e alguns minutos depois ele ia embora. Joel fechou a porta e me encarou, eu estava escorado na porta da cozinha.
- Você é um babaca Benji. Trocar o Matt pelo Johnny e agora pelo Tony. – Sorrio maligno.
- E você não perde tempo né. – Devolvi o sorriso. – Se eu quiser ficar com ele eu fico Joel. – Mentira.
- Eu não vou deixar isso, alguma vez na vida eu tenho que ficar com o melhor. Ele é meu agora.
- Que isso Joel? – O olhei assustado.
- Você sempre fica com o melhor, com todos. Seja com uma roupa melhor ou uma garota. Eu sempre fico com os teus restos ou sou a segunda opção. Eu cansei Benji, eu vou ficar com o Matt, e você não vai atrapalhar isso.
- Você tá me assustando. – Que cara doido.
- Nem pense em fazer algo Benji, eu também sou um Madden, não se esqueça disso.
- Você tá me ameaçando Joel? – Me aproximei.
- Entenda como quiser, só fique longe do Matt, eu avisei. – Ele me olhou de canto e subiu para o quarto.
Era só o que me faltava mesmo.
Se eu estava com vontade de ficar com o Matt, isso só aumentou agora.