25

Ao dar o primeiro passo que a levaria para casa, Bella encontra Edward a olhando na porta de casa. Ela logo percebera que ele estava irritado, a julgar pelo modo como ele a olhava. Alguns segundos depois ele começa a caminhar em sua direção e ela faz o mesmo.

Quando estavam próximos Bella escuta o seu marido respirar profundamente, tentando se acalmar.

– Eu estava a procurando... – ele pega Isabella pelo braço, sem utilizar força, e a encaminha para dentro de casa.

– Quis conhecer a capela.

– Tudo bem. Temos que conversar. – ele diz quando já estavam na porta de entrada da casa, por fim Edward a leva até o seu escritório e finalmente a solta quando chegam ao local.

– Sobre o que quer conversar?

– Acho que já deves imaginar do que se trata.

– Ao contrário, não faço à mínima ideia. – ela fala irônica.

– Por favor, não comece, quero apenas conversar.

– Então diga logo o que quer.

– É sobre Tanya. – Edward senta-se na sua cadeira.

– O que tem a sua amante?

– Ela não é a minha amante. – ele fala estridente.

– Pensei que quando se é casado e beija outra mulher...

– Bella. Foi um erro. – ele a corta – Eu estava bêbado demais, para falar a verdade, nem me lembro de tê-la beijado.

– Agora a culpa é da bebida? Por que não admites de uma vez que ela é a sua querida?!

– Porque ela não é! – o Cullen grita – E isso tudo é o que Isabella?! Ciúmes?!

– Ciúmes?! De você?! – Bella levanta as suas sobrancelhas – É claro que não.

– Então o que é?! – ele pergunta sem paciência.

– Só acho que mereço o mínimo de respeito, que não devas me humilhar diante dos outros. Aposto que todos falam sobre os dois.

– Então só se importas com o que os outros falam?! Pois bem então, eu e Tanya seremos mais cuidadosos a partir de agora. – é claro que não havia nada entre ele e Tanya, mas ele estava irado demais, irritado demais para medir as suas palavras. O desprezo de Bella o fez querer ferir os sentimentos dela, assim como ela fazia com ele.

– Mas dissestes que não tinhas nada com... – ela fala baixo, ficara surpresa com as palavras de Edward.

– Negas a sua cama para mim, acho que tenho o direito de buscar outra cama, não? – ele a corta novamente.

– Ora, seu... – ela estava pronta para xingá-lo quando batem na porta.

– Entre. – ele fala com a voz grossa, característica de quando estava irritado. Logo que Edward fala, a porta se abre e uma das senhoras que trabalhava na casa entra.

– Desculpe atrapalhar, mas é que o Padre Richard está aqui.

– Diga-lhe para esperar um minuto. – o Cullen diz.

–Sim Senhor. – a senhora fala e logo depois sai do escritório.

O rapaz levanta-se da sua cadeira e vai até a sua esposa que estava de pé, próxima a porta.

– Venha, quero lhe apresentar ao Padre.

– Não quero. – ela diz firmemente.

– Não me faça a obrigar.

– Mas é claro! Para Edward Cullen tudo tem que ser a força! Gostas disso, não?! – ela fala irada.

– Faço tudo à força? Não lhe obriguei a fazer nada Isabella!

– Não?! Tomasses-me a força!

– Isso é o que queres acreditar! Eu teria parado se tivesses pedido! – Os dois gritavam um com o outro, haviam se esquecido que o Padre Richard os esperava na sala, e que provavelmente escutava os seus gritos. Nada mais importava, queriam apenas desferir xingamentos, tirar de dentro de si a raiva que sentiam no momento.

– E dizer que amava Jacob não lhe bastou?!

– Mas é claro que não! Isso só aumentou a minha ira! A minha vontade de mostrar que és minha! Minha! Entendes isso?!

– Não sou sua e nunca serei!

– Mas é claro que é! Eu paguei para seres minha! – a última frase de Edward faz com que Isabella pare de pensar em qualquer outro xingamento. Eu paguei para seres minha. Ela estava se sentido um objeto, uma mercadoria a qual a mãe vendera pelo melhor preço oferecido. Uma mercadoria.

– Pagou? – ela deixa algumas lágrimas saírem dos seus olhos – Tinhas me dito que havia se casado por amor. Que me amavas...

– Eu-eu não quis dizer isso... – ele finalmente se dá conta de suas palavras, estava tomado pela raiva para medir o que dizia. – Eu não quis...

– Mas falaste! Falaste que pagasses para me ter! – ela o corta.

– Não tenho culpa se a sua mãe estava disposta a lhe achar um marido rico! Mesmo que o noivo fosse velho, manco, doente, impotente... Desde que ele fosse rico estava tudo bem. – ele fica na defensiva. Sem saber o que dizer Bella fecha os olhos com força. O que Edward falava era a verdade, sua mãe apenas queria lhe casar com um homem rico. No final da contas fora sorte Renée encontrar Edward, nesse momento Bella poderia estar casada com um velho tarado. Mas analisando as palavras do seu marido, Bella pode chegar à opção de que talvez ele pudesse ter sentido pena dela, ficara com pena de deixar uma moça jovem casar com um velho e então resolvera se candidatar ao papel de noivo.

– Então se casasses por pena?!

– É claro que não. Por favor Bella, esqueça o que falei. – ele se aproxima da sua esposa e passa com carinho a sua mão pela extensão do braço da mesma. Com o toque ela se afasta, como sempre fazia com ele a tocava.

– Não me toque Cullen, apesar de teres dito que pagasses para me ter não deixaria que me toques novamente.

– Bella... – o rapaz diz de forma carinhosa para que a sua esposa pudesse lhe perdoar pelas suas palavras, mas a moça rapidamente sai do escritório e ao chegar a sala encontra o Padre Richard que ela ainda não conhecia.

– Oh deves ser a esposa de Edward, não? – o Padre, que possuía algumas rugas e cabelos brancos que evidenciavam a sua idade um pouco avançada diz.

– Sim Padre, essa é a minha esposa. – Edward entra na sala sem dar chance para que Bella respondesse o Padre.

– Fico contente que Edward finalmente tenha arrumado uma esposa. Só Deus sabe o quanto ele merece ser feliz. – o Padre fala sorrindo. – Talvez o seu esposa não tenta lhe dito, mas eu o conheço desde de que nasceu.

– Não, ele não me falou. – Bella fala pela primeira vez, ela tentava ser simpática com o senhor que ali estava, que não tinha culpa alguma pelo seu casamento desastroso, mas ela pouco conseguia algum resultado, ela não conseguia esconder sua expressão de tristeza.

– Pois bem eu o conheço, já conhecia Elizabeth há anos, desde que ela morava aqui na Fazenda... – o Padre ao perceber o que estava falando se cala, ele vira para Edward e encontra o olhar aflito do rapaz, Richard não devia tocar naquele assunto.

Bella estranhara quando o Padre parara de falar, mas isso dura poucos segundos, num instante os três presentes naquela sala escutam a presença de outro alguém no ambiente.

– Com licença, uma mulher falou-me que o Senhor Cullen me chamava. – Bella rapidamente vira-se para a voz que falara e lá estava Jacob, ela logo percebe a expressão surpresa do rapaz, ele não sabia que ela estava ali na sala. As mãos da jovem Swan começam a suar, ela e Jacob não poderiam cometer nenhum deslize ou então o Cullen descobriria tudo e só Deus sabia o que ele faria com o Black.

– Padre, esse é Ethan Welles, meu novo administrador. E Ethan, essa é a minha esposa, Isabella Swan Cullen. – Edward fala sorrindo, mal ele sabia que Ethan era na verdade Jacob e que esse mesmo rapaz não só conhecia a sua esposa como já fora namorado da mesma. Realmente, o mundo é pequeno demais.