Ghosts Also Love escrita por AnnySama


Capítulo 8
Evan Hartless


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Espero que gostem do novo capítulo!



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-É aqui? - Perguntei a Alison quando descemos do ônibus e paramos no início da Rua Cobrinne Saler.

      -Com certeza. É um pouco mais á frente. Viu? Essa casa aqui é numero 312. - Respondeu-me Ali, apontando para a primeira casa da rua. Amarela clara com portas e janelas de madeira.

      Fomos caminhando pela rua e vendo cuidadosamente o numero das casas, até parar a tão estranha casa nº344.

      -O que é isso? - exclamei, de boca aberta, olhando a pequena residência.

      Na verdade não era uma residência. Era um tipo de pensão. Devia ter uns 3 andares, era larga e com tijolos expostos. Estava um tanto mal cuidada. A cerca estava torta e as janelas tinham pintura gasta. Nós dois demos de ombros e andamos até a porta. O interfone estava ao lado.

      -O que digo? - Parecia meio amedrontado, os olhos âmbares de Alison brilharam para mim, me mostrando confiança.

      -Que procura pelo Evan. Não se preocupe, tudo vai dar certo. - E naturalmente, sua mão alisou meu ombro. Um frio descomunal perpassou meu corpo e eu, talvez pelo instinto, me afastei e fiquei mais perto do interfone.

      Apertei o botão e ouvi a voz do outro lado.

      -Portaria, boa tarde.

      -Ah, gostaria de falar com Evan Hartless.

      -Quem gostaria? - Perguntou, e eu me calei. Como iria explicar?

      -Sou um amigo. Nick. - Falei entre dentes.

      -Certo, vou chamá-lo. - Suspirei de alívio.

      Alguns minutos se passaram até que o portão rangente se abriu e dele saiu um homem novo, mas mais velho que eu. Apressado, a expressão cansada e rabugenta. O cabelo castanho de comprimento meio estranho, batia quase no ombro. Usava camiseta e bermuda, e me encarava desafiador. Ergui-me, melhorando a postura. Tentando não pensar que estava de frente com um possível assassino.

      -O senhor é Evan...

      -Sim, sou Evan Hartless. E você é... Um amigo? - E riu debochadamente.

      -Desculpe. Precisava falar com você e não sabia se queria contato com um estranho.

      -Sem problemas. O que quer?

      -Eu posso entrar? Sabe, eu estou meio cansado. Sou do outro lado da cidade. - Falei com um pouco de gentileza, mesmo estando irritado.

      -Ahn, claro. - Eu o acompanhei para dentro da pensão. - Boa tarde, Phill. - Cumprimentou o porteiro e seguiu subindo as escadas. Era o primeiro andar, graças a deus.

      Ele abriu a porta e revelou uma casa que talvez pudesse ser o porão de algum lugar. Um quadrado com uma cama em um canto, um guarda-roupa em outro, um fogão grudado com uma geladeira e uma mesa de 4 lugares encostada em um lado. Havia uma porta na parede esquerda, deveria ser para o banheiro.

      -Bem vindo a minha mansão! - Eu entrei meio receoso, Tudo cheirava a mofo e a cigarro. Evan abriu a geladeira e tirou uma caixa de cerveja em lata. - Quer?

      -Eu... Não tenho idade, sabe... - Tentei explicar. Mas ele se virou, pegou apenas uma latinha e guardou o resto na geladeira de novo. Sua cara era de constrangimento, mas ao mesmo tempo de "dane-se".

      -O que quer comigo? - Perguntou, puxando uma cadeira para se sentar. Sentei-me a sua frente e encarei-o. Eu não era de temer marmanjos, mas ele tinha cara de louco. Insano.

      -Vim falar sobre... Bem... - E tirei uma foto do bolso, a que Karine havia pego da internet de Alison no uniforme da SantEvans. Estendi-a a ele que a pegou imediatamente e a pôs em frente ao rosto, quase amassando-a de tanta tensão. A outra mão alisava o queixo enquanto seus olhos iam lacrimejando aos poucos. - Me desculpe. É importante.

      -Quando se trata de Alison Montgomery tudo é importante, não é? - Falou, amargurado.

      -Eu estou fazendo... Um... Trabalho de escola. Pesquisar noticias que marcaram Coventry, entende? - Suspirei. Tentando manter minha mentira. - Escolhi o caso de Alison e acho que fui muito além. Eu quero saber sobre a vida dela. - De tanto nervoso, tinha me esquecido de que Ali estava do meu lado, e quando mencionei ela, me virei discretamente e a fitei, ela assentiu, mostrando-me para continuar com a história. - Fui conversar com Clementine Village e ela comentou sobre seu relacionamento com Alison. Queria saber mais.

      -Até que para um garoto você é bem formal, não é? - E riu. - Não quero falar sobre ela. Já dei depoimentos na época do ocorrido e fui um dos principais suspeitos por muito tempo. - Evan pensou por um tempo, colocando a foto na mesinha. - Acho que ainda sou...

      -Eu... é que... Bem... - Engoli seco, estava suando. O cara podia ser um assassino! - Por favor! Só para me ajudar na pesquisa. Me conte sobre como a... a conheceu...

      Ele ficou em silêncio. Apoiou o queixo com o punho e ficou a encarar o chão. Depois bateu no joelho e parecia decidido.

      -Ok! Primeira coisa: Eu odeio a Clem. - Concluiu.

      -Por que? - Perguntei, fitando Alison que parecia não compreender.

      -Ela era ameaçadora, entende? Era legal com Ali porque sabia que se agisse como ela realmente é, iria perder a popularidade que ganhara com Alison... As duas não seriam amigas. Clementine ficou se rastejando aos pés da amiga, mas como tinha certo poder... Ela pisava em cima dos outros pelas costas de Ali. - Enquanto ele contava, reparei na expressão da fantasma. Mortificada, custava a acreditar. - Ela me odiava e acho que ainda odeia.

      -Mas... quero saber sobre Alison.

      -Eu sei. Mas Não acredite em tudo que Clem tenha falado sobre mim.

      -Ela disse que você já trouxe uma faca para a escola... Para, bem... Matar Alison. - Juntei toda a coragem que tinha e finalmente contei o que estava entalado em minha garganta. Já esperava o pior, mas ele apenas deu uma risada seca.

      -Eu... Ahn... - Mas a sua cara divertida se desmanchou e ele olhou o horizonte. Seriamente perturbado. - Eu levei. - Afirmou. Minha cara pareceu dar um tranco. Arregalei os olhos e logo voltei ao normal. - Alison parecia chorar baixinho.

      -Você queria matá-la? - Perguntei. Embora achasse que já sabia a resposta.

      -Eu... Eu queria. Tive um surto de raiva. - Suas frases eram curtas e duras. Parecia não querer falar mais do que eu o perguntara.

      -Por que? O que aconteceu com você e Alison?

      Seus olhos pareciam estar prestes a marejar de novo.

      -Não sei se posso te ajudar, cara. Por que quer saber de tudo isso? - Evan me interrogou. E eu não sabia o que falar... Estava prestes a descobrir mais sobre a vida de Ali, não podia parar!

      -Só me responda. Não posso fazer nada, posso? - Tentei argumentar. Ele suspirou e continuou.

      -Olha, ela foi a primeira a me mostrar a escola. Foi realmente gentil. Mas eu percebi que Alison só queria ter mais fama... Fama de doce, meiga, a garota perfeita. - Concluiu. Comecei a notar que muitos se referiam a Ali como uma garota perfeita. Ninguém nunca falava mal dela, ninguém questionava seu comportamento... - Quando eu já tinha algumas semanas no colégio... Acho que ela começou a se afastar de mim. Não entendi, eu apenas queria saber o que tinha acontecido. Talvez eu a tenha pressionado demais... Alison chegou em um dia qualquer e apenas me disse: 'Não é por mal, mas eu queria que você parasse de me perseguir.' - Falou, imitando a voz de uma garota rabugenta. Alison parecia meio estranha. Incomodada com algo. - Então eu parei de falar com ela.

      -E trouxe uma faca para matá-la? - Perguntei, incrédulo.

      -É. - E se levantou, meio furioso da cadeira. - E agora você tem que sumir daqui, tá entendendo? Já respondi tudo que quis saber. Fora!

      -Calma ai, cara. Já vou! - Falei, mas não queria abusar na sorte. Saí da casa o mais rápido que pude. Só parando quando estava de novo no ponto do ônibus.    


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