Maybe Memories. escrita por biamcr_


Capítulo 3
Bem-vindo à família.




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Me levantei do sofá que se encontrava no quarto de Zacky, eu estava com sono e dor pelo corpo por causa de ter dormido em um lugar extremamente duro. O fato é que eu e Bert havíamos brigado na noite anterior, pois ele argumentava que eu estava fugindo por motivos idiotas e deixando-o sozinho naquela cidade de merda. Então eu fui dormir no quarto de Zacky, enquanto todos dançavam e bebiam.

Vesti meu casaco e coloquei meus tênis, e fui andando escada abaixo. Algumas pessoas dormiam nos sofás, nas cadeiras e até no chão por toda a sala. Bert não estava mais lá.

Ao sair da casa, meus olhos arderam por entrar em contanto com o sol. A rua estava meio movimentada pelo fato de estar perto da hora de almoço do pessoal que trabalha. Minha casa não ficava muito longe de lá, apenas alguns quarteirões.

– Gerard, a gente já vai sair. Corre lá e arruma as suas malas ou você fica, hein?! – Disse Mikey, saindo pelo gramado e carregando algumas mochilas.

Entrei apressado na casa, vendo meus pais indo e vindo com malas e mochilas.

– Não acredito que estavam falando sério! – Disse, puxando minha mãe pelo braço. – Não temos nenhum lugar pra ficar em outra cidade, isso é ridículo.

– Seu pai alugou uma casa já mobiliada em Los Angeles, pois queriam que ele começasse ainda na próxima segunda-feira. Acabamos de chamar um táxi, acho que dá tempo de você arrumar as malas até o carro chegar.

Saí correndo para o meu quarto, ainda meio confuso e sonolento, para arrumar minhas malas. Eu não acreditava que eles realmente estavam mudando agora. Porra! Poderiam ter me ligado ou algo assim.

– Gerard, achei que fosse ficar aqui em Newark. – Disse meu pai, quando me viu descendo com algumas mochilas.

– Se eu pudesse, juro que ficaria..

– Ah, Gerard, alegre-se! Estamos indo a Los Angeles. Todo mundo quer morar em Los Angeles...

– Pois é, todo mundo... Menos eu. – Disse eu, quando ele já estava se afastando.

Me vi obrigado a segui-lo até a frente da casa e ficar parado por lá, vendo meu pai fechar a casa em que eu vivi a minha vida toda, e esperando o bendito táxi.

– Vamos, meninos. Entrem logo no carro. – Disse meu pai, animado.

A viagem até o aeroporto foi rápida, já que o trânsito não estava tão lento quanto o de costume. Mikey estava emburrado, perguntando o tempo todo se teria alguma loja de jogos boa em Los Angeles; minha mãe estava preocupada com as escolas e meu pai estava extremamente animado.

– Ei, pai, o nosso vôo já vai sair? Eu tô com fome.. Dá tempo de comprar comida? – Dizia Michael, ainda parecendo emburrado.

– Michael, por favor, cala a boca. – Disse eu.

– Mãe, Gerard me mandou calar a boca. – Ele disse, com uma cara de criança chorona.

– Vocês dois, por favor, calem a boca. – Disse meu pai, olhando à sua volta. – Então, gente, acho que é ali que nós temos que ir. Vamos.

Caminhamos mais um pouco até uma fila ridiculamente grande que se encontrava um pouco mais a frente. Após um "Tá brincando que vamos ter que ficar nessa fila?" e mais algumas reclamações de Mikey, minha paciência já estava chegando ao máximo, igual ao meu tédio.

Nesse momento, meu celular tocou... Até parecia que alguém percebeu que eu estava entediado. Aliás, até parecia que alguém se importava com isso.

– Não pode usar o celular no avião, idiota. – Disse Mikey.

– Mas não estamos no avião, imbecil. – Falei, irritado. – Alô?

– Uh, Gerard? É o Bert. Nós podemos, ah, nos encontrar? Quero conversar com você. – Dizia ele do outro lado da linha, hesitante.

– Na verdade, eu estou no aeroporto. E depois que você me chamou de idiota, insensível e mais um monte de coisas ontem, acho que eu nem ia querer te ver agora. – Disse, enquanto me afastava da minha família pra ninguém ouvir a possível discusão.

– Mãe, Gerard saiu da fila. – Disse Mikey.

– Me deixa em paz, porra! – Falei, tirando o celular de perto do rosto.

– Não vou te deixar em paz, caralho. Só quero pedir desculpas. – Disse Bert, ficando irritado.

– Não era com você. Agora diga o que você quer.

– Já disse. Quero pedir desculpas. Gerard, a gente sempre se deu bem e não quero que a nossa amizade acabe por besteira. Ainda mais agora que você está indo embora. Eu me sentiria mal e culpado se deixasse isso acontecer.

– Ta, Bert, eu te desculpo. Eu também não me sentiria bem se deixasse a cidade odiando você. Mas agora eu tenho que ir, meus pais estão me chamando porque o avião já vai sair. – Eu disse, mentindo a última parte.

– Então tá. Boa viagem e, uh, te amo e vou sentir saudades.

– Bom, eu também vou senti saudades. 

Desliguei.

Passei toda a viagem pensando sobre a tal ligação. Porra, Bert McCracken era a pessoa mais filha da puta do mundo. Ele me conquistou, ele me beijou, ele me ensinou a beber e, um tempo depois, ele me convenceu a dormir com ele. Ele brigou com toda a escola porque eles o chamavam de viado. Ele virou um dos mais populares da escola por causa de todas essas merdas, e me levou junto. Então ele brigou comigo porque eu ia abandoná-lo e ele não teria mais quem foder e exibir como lindo namoradinho. E daí ele pediu desculpas. A única coisa que ele nunca conseguiu foi me fazer odiá-lo.

Mas, fora isso, foi tudo calmo.

Mikey, que estava sentado atrás de mim junto dos nossos pais, acabou dormindo após passar cinco minutos alegando que estava prestes a morrer de tédio.

Eu estava sentado entre um cara que tinha um cabelo estranho, cacheado e armado e que dormia desde que chegou ao avião; e outro cara que usava maquiagem e vestia uma blusa da banda Metallica, ouvia música a todo volume e batucava nas pernas.

– Porra de bateria... – Disse o da música, enquanto eu estava tentando dormir.

Olhei-o com cara de tédio.

– E aí, cara! Tudo bem? – Disse ele, sorrindo.

– E aí... – Eu disse, com sono. – Tudo péssimo, e você?

– Tudo péssimo por quê? Ah, cara, se anima! Mas eu tô super bem. Aliás, meu nome é Brian. Mas meus amigos me chamam de Gates... Synyster Gates. – Disse ele, sorrindo e estendendo a mão.

– Ah, meu nome é Way... Gerard Way. – Eu disse, rindo e apertando sua mão.

– Não aguento mais de ansiedade, quero chegar logo à California! Que saudade daquele lugar. Você é de Jersey mesmo?

– Sou, morei lá a minha vida toda. Acho que vou sentir saudades de lá, mas, ao mesmo tempo, um novo começo seria bom... Eu acho. – Falei, desanimado.

– Ah, Jersey é legal. Mas nada se compara à California! Cara, aquele lugar é fantástico! Eu tinha até uma banda lá. Pena que fui mandado a Jersey pelos meus pais, e agora querem que eu vá para uma escola cheia de gente metida e riquinha em Los Angeles.  – Dizia ele, sem calar a boca durante um minuto. – Aliás, Ray está indo comigo.

– Hm, quem é Ray? – Perguntei.

– Essa coisa ao seu lado. – Disse ele, apontando para o cara que se encontrava do meu outro lado. – Ele é filho de uns amigos dos meus pais. Eu acho ele meio estranho, mas, quando eu estava entediado, passávamos horas tocando guitarra juntos. Nossos pais tiveram a brilhantíssima ideia de nos mandar para a mesma escola.

– Ah, ele parece... legal. – Falei simplesmente.

Alguns minutos após Brian falar que estava cansado e deitar-se, acabei dormindo também...


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEu adoro misturar bandas em fics lol
Quero reviews, hein?