Amor De Gato escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 33
Um tirano cruel




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Faltava apenas o ultimo desafio e para esse desafio em especial, ia demorar pelo menos três horas para que a arena fosse totalmente reformulada. Cada um resolveu aproveitar esse tempo como achou melhor.

Fidélius resolveu repousar um pouco para restaurar as energias, Magali foi ver os amigos e ficar um tempo com Felícius, Cascão tirava uma ligeira soneca e o restante conversava sobre tudo o que tinha acontecido naquele dia.

Denise acabou ficando entediada e resolveu andar um pouco por aí para ver se encontrava algo interessante para alimentar sua filmadora.

Ele, por outro lado, tinha outros planos em mente. As coisas estavam indo piores do que ele pensava e era preciso tomar as rédeas da situação o mais rápido possível. E Teigr sabia o que fazer para garantir que sua campeã vencesse o desafio e lhe desse um empate. Embora quisesse vencer, um empate não seria tão ruim assim. Pelo menos lhe daria uma chance de retalhar seu irmão.

Ao chegar à sala onde sua equipe estava, todos ajoelharam lhe prestando reverencia. Embora não fosse o rei, ele exigia tal coisa dos seus seguidores.

- Saiam todos agora. Eu quero ter uma conversa em particular com minha campeã.

Um arrepio desagradável percorreu por sua espinha. Ficar a sós com aquele homem desagradável era sempre a pior coisa.

- E então, minha querida, você está preparada para o próximo desafio? – ele perguntou tentando fazer uma voz suave, mas acabou soando assustador e mortal.
- Sim, meu Lord. Eu estou preparada conforme o senhor ordenou.
- Bom, muito bom. E para garantir que você não irá falhar, eu providenciei alguns... incentivos extras para a hora do desafio.

Quando ele lhe contou o que tinha planejado, ela teve que fazer um grande esforço para não chorar. Aquilo não tinha sido abolido do ultimo desafio? Pelo que ela sabia, eles não usavam mais aquele detalhe que podia ser mortal para os competidores.

- Não tema. Você irá com certeza contornar esse contratempo. O humano, por outro lado... – ele deu uma risada sinistra.

Ela não se mexia e evitava encará-lo. Ele então pegou seu queixo com as garras e fez com que ela o encarasse.

- Escute bem porque eu só vou dizer uma única vez! Trate de vencer esse desafio, ouviu? Eu não quero falhas, desculpas e nem erros! Só me interessa a vitória, entendeu?
- Sim senhor – a moça falou com dificuldade.
- Se você perder, terá o mesmo destino dos perdedores e eu não tenho a menor piedade para com perdedores!

O ver que o recado estava dado, ele saiu dali satisfeito consigo mesmo tendo certeza que depois daquilo, ela não ia perder por nada no mundo. Depois que ele saiu, ela desabou e começou a chorar.

Do lado de fora, Lackey o esperava, ansioso.

- O que foi agora?
- Senhor, os seus aliados querem uma reunião rápida antes do ultimo desafio.
- Agora? Que porcaria! Diga a eles que eu tenho um assunto urgente! Eu não vou perder meu tempo com aqueles parasitas.
- Mas eles serão os novos ministros quando o senhor subir ao trono...
- Ministros? Eu não vou querer saber de nenhum ministro ou coisa parecida! Quando os olhos de gato estiverem em meu poder, serei poderoso o suficiente para reinar sozinho!
- E quanto a eles? Foi graças ao apoio deles que o senhor conseguiu se tornar poderoso o bastante para forçar Fidélius a aceitar o desafio...

Teigr deu de ombros, como se aquilo não tivesse importância.

- A recompensa para eles será a mesma dos campeões que venceram os desafios: viver. Mais do que isso é abusar da minha boa vontade. Se eles atreverem a levantar a voz contra mim, acabo com todos!
- Sim senhor, como o senhor quiser...
- Agora me veja uma bebida e um bom pedaço de carne. Quero uma parte nobre e bem macia... o que foi, seu estúpido?
- Eu achei ter ouvido alguma coisa...
- Então vá ver o que é!

Lackey olhou para todos os lados e percorreu alguns corredores, mas nada foi encontrado. Com certeza fora só sua imaginação.

- Não me faça perder tempo com essas tolices e vá fazer o que eu ordenei. Estou morto de fome!

Depois que eles foram, Denise teve trabalho para sair do seu esconderijo. Ela nunca tinha se escondido em um local tão apertado antes e ficou com o corpo dolorido.

“A louca! Quase que aquele gato me pega! Ai, isso vai doer pra caramba!” após se contorcer um pouco, ela conseguiu sair. Como ela tinha conseguido entrar ali tão depressa? Claro, só podia ser a Denise. Felizmente sua câmera não tinha se quebrado, seria um desastre principalmente depois das imagens que ela tinha acabado de fazer.

***

- Falta só um desafio.
- Pois é.
- Você acha que seu amigo irá conseguir? A grande pista de obstáculos não é para qualquer um!
- Foi por isso que eu chamei o Cascão. Se tem alguém que consegue fazer isso, é ele.

Eles continuaram andando pelos corredores em silencio, procurando por um lugar onde pudessem ficar mais a vontade.

- Magali, para onde você está indo? Tem uma sala vazia bem aqui...
- Estou ouvindo alguém gemendo...
- O que? Eu não ouço nada!
- Não é bem ouvindo, é mais sentindo, não sei... parece que há pessoas feridas aqui perto sentindo muita dor! É por ali!

Ela saiu correndo e ele não teve outra opção a não ser ir atrás, embora preferisse ignorar aquilo e apenas ficar à sós com ela.

- Atrás dessa porta.
- Não devíamos estar aqui, é a área do meu tio...
- Você não pode abrir a porta?
- Sim, eu posso... – ele destrancou a porta com uma chave mestra que levava junto consigo. Aquela porta só podia ser aberta ou trancada pelo lado de fora.

Quando ele abriu a porta, ambos levaram um susto. Era uma sala não muito grande, escura e abafada. Ali havia cinco pessoas acorrentadas e todos estavam muito feridos.

- Felicius, não são os campeões do seu tio?
- Sim! Não acredito! O que houve com vocês?
- Nós perdemos. – um deles respondeu com um gemido e aquilo foi o suficiente.
- E ele fez isso com vocês? Que horror! Esse cara é um monstro!
- O pior é o que ele irá fazer com nossas famílias quando tudo isso terminar.
- Meu tio ameaçou vocês?
- Sim. Quem perdesse os desafios, seria jogado as feras junto com toda sua família. Eu falhei com eles...

Magali sentiu um nó na garganta. Como uma pessoa podia ser tão cruel?

- Eu não entendo... você não perdeu o desafio, ele foi cancelado...
- Não perdi, mas também não ganhei. O trato era apenas poupar quem vencesse.
- Eu vou ajudá-los.
- Magali, não sei se devemos...
- Devemos sim! Não vou deixar ninguém sofrendo desse jeito!

Até o grande Mung estava ali e suas pernas tinham sido quebradas para que ele não tentasse fugir. Ele fora o mais espancado de todos, já que perdera o respeito dos outros soltados por ter sido derrotado por uma humana.

- Mung sente dor...
- Eu sei, isso vai passar.

As dores foram cessando e suas pernas não doíam mais. Ela tinha até curado a deficiência que ele tinha nas pernas, deixando-o feliz e agradecido.

- Moça boazinha curou Mung!


Ela foi usando sua magia em todos enquanto Felicius destrancava as correntes libertando-os, exceto um.

- Você não vai soltar ele?
- Esse traidor vai ficar aqui mesmo.
- Felicius!
- Por favor, alteza, piedade!
- Devia ter pensado nisso antes de nos trair! Você teve seus ferimentos curados, não espere mais generosidade do que merece. Quanto a vocês, saiam daqui e procurem suas famílias. Se o pior acontecer, dêem um jeito de fugir e se esconder. Vão!

Todos saíram dali rapidamente e ele ia trancar a porta, mas se deteve ao ver o rosto triste dela.

- Por favor, não! Ele nos traiu!
- Se ele for encontrado, vão acabar com ele! Se quer resolver isso, resolva de outra forma, mas não deixa ele aqui não.
- Está bem, farei isso por você e só por você!
- Obrigada!
- Quanto a você, desapareça daqui agora mesmo!
- Sim alteza, obrigado alteza, obrigado, senhorita!

Ele agradeceu mais algumas vezes e saiu dali o mais rápido que suas pernas permitiram.

- Agora vamos sair daqui antes que nos peguem.
- Tomara que seu tio não perceba o que fizemos...
- É pouco provável que alguém vá perceber antes de terminar o ultimo desafio.

Os dois saíram dali rapidamente, mas Felicius não quis voltar para a sala dos campeões. Não ainda.

- O que foi?
- Ainda falta bastante tempo até o ultimo desafio começar. Vem... – ele a conduziu até uma sala vazia.
- O que você tem em mente?
- Hum... você quer mesmo saber?
- Felicius, comporte-se!
- Só alguns beijinhos, por favor!
- Está bem, só isso e depois a gente volta! Você sabe que eu não posso ficar por aqui durante os desafios!

Ele sorriu, satisfeito. Não custava nada ter alguns momentos de paz antes da batalha que estava por vir.


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