CAPITULO

POV Sierra

Resolvi passar antes falar com Serena para ver se eu continuaria desempenhando a mesma função, e realmente esperava que esse mês afastada da faculdade me trouxesse outro beneficio alem de muito tempo junto com Zayn. Adentrei o prédio da famosa Blue Man e boa parte das pessoas me encaravam, tanto por eu ser conhecida, mas também porque meu rosto devia estar estampado em metade das revistas e jornais da cidade. Ignorei os olhares curiosos e chamei o elevador, logo estando no andar que Serena “mandava”. Depois de mais alguns olhares curiosos eu já estava em frente à Serena que me rondava animada perguntando sobre meu romance com Zayn e desde quando estávamos juntos. Após contar a maioria dos fatos para ela, ela me contou que a partir dali eu seria algo como “segunda chefe” do andar, apenas repetindo as palavras se Serena.

– Você já passou na faculdade? – perguntou tão animada, que eu podia jurar que dali a pouco ela estaria batendo palmas, como uma criança animada.
– Não, resolvi passar aqui antes. – sorri para ela que retribuiu.
– Bom, então vá logo. – falou e eu concordei com a cabeça.
– Nos vemos amanha. – falei e ia sair da sala quando ela me interrompeu.
– Não, você deve estar cansada e precisa arrumar suas coisas, pode tirar o dia de folga.
– Isso não é necessário. – tentei argumentar, porem fui interrompida mais uma vez.
– É um ordem, vá para casa descansar. – então concordei e sai rapidamente do prédio, indo em direção a enorme faculdade. Ao entrar no campus agradeci mentalmente por ser horário de aula e o mesmo estar quase vazio. As poucas pessoas dali me olhavam fixamente, o que me deu um pouco de medo. Fingindo não me importar caminhei até a secretaria e conversei com a mesma mulher simpatica que eu havia visto antes de viajar. Ela entregou resumos dos conteúdos perdidos e alguns trabalhos para eu recuperar notas. Percebi que ela parecia se segurar para não ter um ataque de nervos, mas não sabia o porque. Agradeci-a e voltei para casa tentando calcular quanto tempo eu levaria para terminar o conteúdo, admnistrando isso com as aulas e ainda com o trabalho. Provavelmente meu tempo para dormir vai diminuir pela metade. Suspirei pesadamente, sofrendo o desespero e o cansaço por antecipação. Porem logo me repreendi, a escolha de ir viajar foi minha, então não poso reclamar. Com um pouco de esforço abri a porta do hall e subi as escadas, sempre equilibrando os papeis e livros em minhas mãos. Acabei derrubando metade dos materiais e resmungando alguns palavrões comei a ajuntá-los. Estava quase terminando quando uma mão masculina agarrou os poucos papeis que restavam no chão e me entregou. Olhei para a pessoa e meu humor piorou ainda.

– O que está fazendo aqui Adam? – perguntei sem nem ao menos conter o nojo em minha voz.
– Vim ver minha namorada que me traiu. – falou e não pude conter a indignação ao respondê-lo.
– Você só pode estar brincando comigo. Primeiro, eu terminei com você. Segundo, você nunca me tratou como namorada. E terceiro, vai se fuder e suma da minha vida. – falei e rapidamente entrei no apartamento me assustando com o que eu tinha falado. Nunca fora de falar palavrões, e até mesmo Adam pareceu perceber isso, quando espiei pelo olho-mágico ele estava parado no mesmo lugar. Resolvi deixá-lo ali apodrecendo, uma hora ele sumiria. Coloquei os materiais em cima da mesa e fui me trocar. Fiquei até umas duas da manhã lendo o novo conteúdo passado. Apesar de serem fáceis e de eu ter compreendido facilmente eram muitas matérias e tudo acumulado. Quando eu não aguentava mais meus olhos abertos e nem o café funcionava para manter-me acordada eu fui dormir.

Acordei sentindo dores pelo corpo, provavelmente por ter ficado tanto tempo na mesma posição e ter dormido pouco. Tomei um banho gelado para acordar e diminuir as dores. Ajudou bastante, me sentindo melhor eu escolhi uma roupa (linkhttp://www.polyvore.com/cgi/set?id=44354635&.locale=pt-br) e fiz café. Voltei aos estudos no mesmo ponto que havia parado antes de dormir e só então percebi o quão pouco havia dormido, era quase 8 horas, o que significa que não dormi mais que cinco horas. Olhava no relógio de 10 em 10 minutos querendo que o horário do almoço chegar logo para que eu pudesse ter um desculpa para descansar um pouco. Já havia tomado todo o café e já estava começando e me sentir desesperada, peguei minha bolsa e coloquei um livro dentro dela e andei para uma Starbucks ali perto. Sentei em uma das mesas do lado de fora e pedi um café. O vento gelado me fez acordar, e apesar de ser outono o clima estava agradável. O céu encontrava-se praticamente azul, um milagre para Londres. Fiquei alguns minutos observando o movimento e então voltei a atenção ao trabalho sobre história da moda incompleto na minha frente, o tempo começou então a passar rápido. Quando vi já passava do meio dia. Recolhi minhas coisas e paguei o que havia pedido. Sai em busca de algum restaurante de comida japonesa. Fiquei o resto do dia fora, e fui direto para minha aula na faculdade. Alguns professores elogiaram meu bom desempenho por eu já ter recuperado parte dos conteúdos e ter terminado um trabalho. Todos da classe pareciam se afastar de mim mais do que o normal e falavam baixinho. Tive uma vontade imensa de perguntar qual o problemas mas deixei de lado, estava ali para estudar, e não para socializar com os fofoqueiros da minha sala. Após pensar isso percebi quão amargurada eu parecia. E em vez de me concentrar na aula, meus pensamentos ficaram rodando minhas atitudes, eu tentava achar se havia feito algo errado. Mas eu não havia feito nada. Quando percebi a aula havia acabado e só sobrava eu na sala, lentamente guardei meus materiais na bolsa e sai para as ruas de Londres, agora geladas para a misera jaqueta que eu vestia. Apressei o passo e logo estava dentro do hall. Me encostei ao lado da porta da escada e fiquei descansando. Eu estava me sentindo estranha, diferente. Parecia que eu mudava quando ficava longe de Zayn. E faz apenas um dia que não nos vemos. Como posso me sentir assim? Já fiquei muito mais tempo longe dele sem me sentir assim. Qual o meu problema? Escorreguei, ainda com as costas contra a parede, até sentar no chão. Fiquei ali um tempo, não faço a mínima ideia de quanto. Segundos? Horas? Eu me sinto vazia, cansada, triste. Cogitei varias coisas, mas nenhuma delas fazia sentido. Parei de tentar me entender e subi as escadas. Quando cheguei ao meu apartamento fui surpreendida por uma nova porta. Ele não seria capaz, ou seria? Abri a porta lentamente e com bastante receio.