Linda havia desmaiado.

Não Lembrava-se do quê tinha acontecido antes de perder a consciencia.Mas tentava com afinco.

"Eu fui atacada?eu tropecei em uma pedra,bati de cabeça e desmaiei?" ela pensou.

Ao olhar para baixo,percebeu que estava sendo carregada no ombro de aguém.Com as mãos cruzadas e amarradas atras das costas,pés também amarrados e uma mordaça.

Ela examinou as costas de seu sequestrador,não isso não é estranho,pois a pele dele estava levemente azulada,como se estivesse se sufocando e não ligasse para isso,duas coisas semelhantes á asas de morcego,estava presos a suas costas e...ele tinha uma...cauda?

-Acordou?

-Hmhmms - ela disse,com som abafado pela mordaça.

-Sim,desculpe-me - ele disse tirando-lhe a mordaça.

-QUEM É VOCÊ,AZULÃO?Por quê me raptou? onde eu estou?!

-Eu sou o Matthias,Não me chame de Azulão!Vou dar você como oferenda para a deusa Lynôs e você está em Stalyattis.

-O quê diabos?

-Uma dimensão alternativa,de qualquer jeito,se não se debater muito eu prometo que quando fomos da-la como oferenda,deixaremos você fazer um ultimo pedido.

-Isso é revigorante - ironizou.

-Não encha,tenho de leva-la para o templo da Deusa,no periodo de três dias,caso contrario,vou perder minha oferenda.

-Não me chame de oferenda!E como assim " vai me perder"?

-Você está calma demais,para alguém que sabe muito bem que vai morrer no periodo de três dias.

-Está tentando me amedrontar?Isso é só um sonho,não tenho nada á temer.

-Continue acreditando nisso,vai facilitar.Bem,apenas me responda,que importancia você dá ao seu nome?

-Importancia alguma,não gosto do meu nome,aliás,qual é mesmo meu nome?

-Que otimo!

-O que foi?

-Você começou á esquecer,quando trazemos um humano para cá ele começa a esquecer sua vida,é assim que ele começa a virar um de nós.

-Que otimo!Nunca tive nenhum sonho tão escroto.

-Quieta.

Linda sentiu um comichão em suas costas,como se tivesse uma arvore crescendo nelas.

-AHHHHHHHHHHHH!Eu tenho Asas!Eu tenho asas?Asas?

-Que otimo,tanto faz,ainda não está completamente formada,mas infelizmente,você parece o tipo de pessoa que não dá muito valor á si mesma.Quanto mais importante é uma coisa para você,mais demora para esquecer dela.

-Hm.

-Geralmente as pessoas esquecem a idade primeiro,nunca vi alguém esquecer o nome,tão rapido.

-Não sei como vou me apresentar alguém sem saber meu nome.

-Não é importante,vai morrer mesmo.

-Pare de ficar jogando na minha cara que eu vou virar um demonio como você,e vou morrer,antes ou depois disso!

-Argh,certo,vou chama-la Lua.

-Lua?Por que Lua?Você não lembra do meu nome?

-Lua é um nome comum por aqui,e não lembro,não.Não estou totalmente formado também,logo,o que esta acontecendo aqui também faz parte de minha vida humana.Vou ser um Stellytt completo quando eu oferece-la em sacrificio para a deusa.

-Cale a boca!

-Quieta!

Lua sentiu uma dor horrivel no maxilar,quando duas presas pontudas,substituiram os caninos(ou seriam os pré-molares?).

-Nossa,você não dá mesmo valor a si mesma.O que apareceu em você agora?

-AII!Presas...pontudas - ela cuspiu sangue,e os antigos dentes.

-O quê esqueceu?

-Meu sobrenome.

-Hm,vou parar para descançar,não aguento mais andar.

E voê,não se atreva a fugir,há muitos Stellyttes canibais por aí,e você só está protegida comigo,pelo menos,até chegarmos ao templo.

-Certo!Vou aceitar minha morte eminente,feito uma idiota!

-Muito bem.Como consegue se sentir tão calma?

-Estou sonhando,pro quê entraria em panico?

-O.K - ele disse,colocando-a no chão,e sentando-se logo depois.

-Ainda há esperança para você.Eu ia ser dado como oferenda,também,mas acabei me transformando,durante a trilha para o templo,e tive sorte,por que o Stellytt que me pegou era homem.

-Caso contrario...?

-Bem,se você se transformar,eu vou ter que me casar com você,senão eles nos matam.

-Tradições amistosas,vocês tem.

-Tanto faz,pelo menos em todas elas há chances,pequenas,talvez,de sobreviver.

-Hm.

-Quanto a essa de se casar,não me importaria e me casar,com você,eu sei que você será uma Stellytt maravilhosa - ele disse,acariciando a cabeça dela.

-Se não estivesse com as mãos amarradas,eu teria te batido. -ela disse.

-Não se atreveria.Talvez,eu concordasse em me casar com você e assim poupar sua vida - ele disse,mostrando sua lingua bifurcada.

-Não,obrigado.Prefiro morrer.

-Como quiser.

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-O quê está cozinhando?

-Peixe,quando não tem humanos para devorarmos o jeito é isso.

-Você comem humanos?Que nojo.

-O quê?A carne é tão boa!

-Isso é nojento!

-Ei,fique feliz por eu não devora-la!Bem que eu gostaria de comer seu braço!Mas, a deusa não aceita oferendas incompletas - ele disse,lambendo os beiços.

-Se vai mesmo me matar,dá para pelo menos parar de mostrar essa lingua de cobra horrivel?

-Não,isso é um reflexo normal nosso...e agora é seu também.

Ela pós a lingua para fora e examinou,ele não estava mentindo sua lingua estava bifurcada,como a dele.

-Que otimo!Não sei o nome da minha irmã.

-Mas pelo quê eu vi na sala de aula,você tem sorte disso.

-De fato,eu acho.. - respondeu.

-Quer peixe? - ofereceu.

-Não,obrigado. - Respondeu,simplesmente - onde tem agua?

-No rio. - respondeu,após mostrar a lingua em um "ciiiiiii" de cobra,novamente.

-Pare com isto - reclamou  - que rio?

-Está a uns quilometros daqui,mas eu trouxe agua e comida para você.Nós não precisamos de agua,mas minha oferenda precisa ficar viva até chegar no templo,senão sua alma não chagará para que a deusa possa devora-la.

-Um conselho para vocês - disse - tentem tranquilizar as vitimas,ao invés de ficar dando motivos para elas fugirem.

-Não dá,crueldade com os humanos também é parte da nossa natureza - ele riu.

-Argh.

-Trouxe a oferenda,Matthias? - perguntou uma voz atras deles.