Luz e Trevas: a Salvação de Rasheman escrita por lunnafianna


Capítulo 2
Capítulo 2 - A PRIMEIRA VISÃO DO PROTETOR




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Na sede da Still Brother Hood, Desidéria evitou o máximo a presença de Keldon, porém as vezes que não pode faze-lo agiu com grande polidez. À noite enquanto estudará seus encantos, por vários momentos pegou-se pensando em Rindariel.

Considerava-o um belo homem, sendo muito diferente dos padrões que estava habituada a admirar. Seus traços finos harmonizavam com sua constituição delicada e bem definida, fazendo-a imaginar como que seria estar com ele intimamente. Sendo envolvida pelos seus beijos e caricias, fazendo ficar ruborizada com tais devaneios.

Com esses pensamentos constantes em sua mente, fizeram-na questionar a si própria, se na verdade Keldon não estaria certo sobre ela repudiar seus desejos. No entanto nenhum deles entenderia que sua missão estava acima de necessidades particular. Além disso, por nunca ter conhecido os prazeres da carne conseguia controlar seus desejos, até agora.

O tempo passo e na semana que antecedia a partida de Keldon e Arthur a casa, todas as noites a casa tinha visita de várias mulheres. Não por Arthur, mas por Mardislak, Keldon e agora Stuart.

Desidéria procurava passar grande parte do seu tempo a pesquisar, diversos assuntos, no templo de Mistra, somente voltando ao anoitecer, e passando o restante do tempo trancada no laboratório ou em seu quarto.

Neste período, Rindariel foi visita-la e ao chegar na casa sede, foi recebido por Stuart que lhe pediu que esperasse no jardim, pois teria que averiguar se Desidéria estaria em casa.

No jardim ele pode ver saindo do interior da casa primeiramente duas elfas partindo apressadamente. Algum tempo depois saíram duas meio-elfas e uma humana, que nitidamente ainda encontravam-se bêbadas, e ao vê-lo sorriram e acenaram. Ele sorriu e desviou o olhar para o meio do jardim onde uma bela e frondosa árvore esta repleta de frutos. Ele pensara consigo:

Desidéria é como esta árvore, que apesar de estar rodeada de rosas, tulipas e madressilvas chega a ser impossível compara-la as demais. A força de seu espirito e a perseveranças são como o caule e os galhos dessa árvore, o perfume suave de sua pele compara-se as pequeninas flores rosadas e provavelmente seus lábios tão doces e suculentos como esses frutos que estão madurecendo.”

Não demorou muito e Stuart retornou dizendo:

Senhor Rindariel, lady Desidéria o aguarda no laboratório. O conduzirei até lá.

Obrigado

Quando adentrou o recinto, viu Desidéria, as voltas com vários pergaminhos abertos sobre uma grande mesa de mogno escuro, que ainda exalava um forte cheiro de madeira. Na sala havia muitas estantes repletas de materiais alquímicos e livros, em um canto isolado, uma pequena lareira crepitava um infimo braseiro. Na janela Hyak esticava se preguiçosamente, enquanto o sol da manha o banhava.

Desidéria levantou-se para recebê-lo, dizendo:

Como vai Rindariel, que bons ventos o trazem. Disse como um sorriso sincero.

Prometi que assim que tivesse tempo viria ver como estava, lembra-se?

Sim, recordo me agora. - Ao dizer isso Rindariel notou que a face da moça ruborizou fazendo-a desviar o olhar dele. Apesar de ter ficado curioso preferiu fingir que não notará.

E Keldon voltou a atormentá-la?

Não, procuro evita-lo e até ignorá-lo...Porém vamos mudarmos rumo dessa conversa, não desejo falar sobre Keldon.

Você esta certa e além do mais, eu vim também para trazer-te um convite.

Um convite!?

Sim. – Disse Rindariel sorrindo ao notar a surpresa de Desidéria.

O festival das flores, recorda-se?

Sim, tenho estado tão ocupada que quase havia me esquecido.

Então vim convidá-la para ir comigo, e não aceitarei nenhuma recusa de sua parte. – disse ele com ar divertido.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes e com sorriso tímido respondeu:

Ficarei feliz em acompanhá-lo, Rindariel.

Então virei busca no final de semana, certo?

Certo.

Passado a semana a Sede da Still Brother Hood e encontrava-se quase deserta. Desidéria passava mais tempo envolta em seus estudos e Mardislak estava sempre envolvido em suas três atividades favoritas: treinar, beber e fazer amor com as prostitutas que conseguia nas tavernas.

Apesar de tentar se concentrar em suas pesquisas, sobre magia e a Enclave das Sombras. Por diversas vezes pegou-se devaneando como seria ser tocada por Rindariel. Isso a estava preocupando, pois ele era um bom amigo e achava estranho vê-lo como algo, além disso.

Uma noite antes do festival, Desidéria recolheu-se mais cedo e mal adormecera, sonhou.

Era uma grande planície desértica, cujo sol brilha fortemente impossibilitando que qualquer coisa, que estivesse a uma distancia maior que uma légua e meia, fosse vista. “

Um cântico chegava a seus ouvidos, tratasse de uma melodia muito suave cantada por uma voz masculina. Ela não compreendia o idioma, mas sabia que é uma promessa”.

Desidéria sentiu que a luz vinda do sol era muito quente, mas agradável como o calor um abraço protetor”.

Algo no horizonte chamou-lhe a atenção, era uma forma humanóide que caminha em sua direção lentamente e com passos firmes”.

Um vento muito forte em sentido contrário a aquela figura, a arremessou conta o solo com violência. Ao olhar na direção que ele vinha soprando, ela viu surgir um Vortex negro e vermelho e saído dele um homem cujos traços não podia ver devido a estarem obscurecidos por uma aura negra”.

Um estrondo ensurdecedor tomou conta do ambiente e em seguida o chão começa a abrir-se e a consumiu juntamente com os dois indivíduos”.

Isso a fez despertar sobressaltada, procurando desesperadamente pelo ar que parecia ter-lhe desaparecido dos pulmões. Suas vestes estavam úmidas e frias pela transpiração, sentia o corpo tremulo. Sentando-se a beira da cama e apoiando a cabeça entre as mãos e tentou analisar aquele sonho que a abalara tanto.

Perguntava a si mesma quem seriam aquelas pessoas? O que significaria ela esta naquele local? Havia muitas perguntas, mas Desidéria não conseguia encontrar nenhuma resposta plausível para ela. Tentou dormir outra vez, mas todas as vezes que tenta adormecer, o mesmo sonho voltou a dominar sua mente deixando-a desperta grande parte da noite.

Em outra parte da cidade, junto ao porto, Mardislak divertia-se em meio a bebidas e meretrizes. Desde quando chegara a Silverymoon conhecera Gwyn Ap Cyrnain, que depois de muitas conversas descobriu ser um conterrâneo de Rashemem. Ele era um guerreiro não tão grande como Mardislak, mas tão robusto quanto e em seus cabelos já podia ver-se que já vivera muito. Possuidor de uma voz sonora vazia sempre se ouvir pelo salão.

Ele e Mardislak acabaram tornando-se bons amigos de copo, porém eles não esperavam os acontecimentos dessa noite.

Mardislak estava em pé a contar aventuras que havia vivido desde que fora designado como protetor de sua Ageron. Quando um homem trajado de negro, cara carrancuda e olhos de serpente esbarrou nele fazendo-o derrubar a sua cerveja sou si. Mardislak irritado voltou-se para o homenzinho dizendo:

O que pensa estar fazendo, homem. Senão se agüenta em pé é melhor ir para casa.

Saia da minha frente verme.- o homem ordenou-o

Mardislak ao ver a petulância da criatura soltou acompanhado pelos demais ocupante da mesa que estava e respondeu.

Homenzinho é melhor você rastejar para longe daqui ou vou fazê-lo rezar para seu deus, pedindo perdão pelo dia que me encontrou.

Posso ser pequeno, mas homem suficiente para botar uma mulher no seu devido lugar. Diferente de você, porque o temeria.

Mardislak ia deferir-lhe um golpe em meio a cara do insolente quando Gwyn o impediu segurando-lhe o braço e dizendo:

Não faça isso. Não percebeu que é justamente o que ele quer.

Mardislak olhou para o Homenzinho e respirando profundamente, tentando conter a fúria que começava a arder dento de si, deu-lhe as costas e continuou a contar suas aventuras. O medíocre não se conformando em ser ignorado foi ao meio da taverna e disse em alto e bom tom a todos que ali estavam.

Vejam isso é que é um guerreiro, disse feitor de varias proezas, mas na verdade não passa de um maricas. E aposto com vocês que ele não sabe para que serve uma mulher.- al disser isso fez um gesto que insinuava o ato sexual.

Gwyn vendo que o amigo já não podia, mas controlar-se levantou e advertiu-o homenzinho.

Homenzinho não seja tolo de provocar um abençoado por Kelliara. Se ele perder o controle você conhecera a fúria de um Berseker.

Fúria que nada, todos sabem que a mulher de ele recebe ordens e que o tira das encrencas.

Já lhe avisei para não provoca-lo, será melhor para você.

Porque motivo eu o respeitaria, somente por ser mais um integrante da Still Brother Hood. É Já ouvi falar muita coisa de lá. – Virando-se novamente para o povo da taverna. – Vocês sabiam que ali é melhor que um borde? É eu lhes digo amigo, nem o Paladino escapa. Todas as prostitutas e levianas da região já passaram por lá e quando não conseguem mulheres existem duas la que os satisfazem, uma nobre e uma bruxa.

Mardislak se, pois de pé novamente, Gwyn sabia que não poderia dete-lo se fúria domina-se sua mente. Ele segurou pelo braço e disse em voz baixa para o jovem berseker:

Sei que é difícil controlar-se, mas compreenda que este homem deve estar fazendo isso por algum motivo. Não se deixe levar por esse ladrãozinho de quinta.

Mardislak encarou Gwyn e este pode ver em seus olhos o brilho da fúria o consumindo. Gwyn percebeu que já era tarde demais.

O homenzinho voltando-se novamente para Mardislak lhe perguntou ironicamente:

Diga berseker como é a bruxa na cama? Ou você não sabe? – virando novamente para o povo da taverna – Na verdade, minha gente, a bruxa é que é o homem e não o bárbaro. – E desatou a rir juntamente com todos os demais.

Mardislak rosnando de fúria partiu sobre o homenzinho. Este por sua vez derrubou varias mesas em seu caminho criando assim um tumulto e possibilitando sua fuga. Não demorou muito para que a guarda de Silverymoon chegasse para apaziguar a confusão e novamente Mardislak teve que ser abatido por um encantamento, para conter sua fúria, que o fizera atacar dois oficiais.

Quando o dia amanheceu Desidéria, já estava desperta a muito, pois já havia se banhado e se aprontado para o café. Hyak entrou voando pela janela e ronronou:

O que a contigo minha ama? Porque esta tão preocupada? Ainda esta aborrecida com o grandão sem um olho?

Não Hyak, preocupo-me com um sonho que tive essa noite e que não me deixou dormir.

Eu notei, a vi levantar varias vezes e ir a te a janela. Sabe, às vezes eu sonho, mas são sempre com coisas boas.

Isso é ótimo, Hyak. Só que meus sonhos tem sempre um significado que podem ser coisas boas ou ruins. No caso deste ultimo, o que meu preocupa é que eu ainda não consegui compreende-lo. – Enquanto falava afagava as orelhas de Hyak que havia se empoleirado pregisosamente entre seus braços.

RRRRRRRRRRRRRRR... Deveria então perguntar para seu amigo o elfo clérigo do Tempo. – ronronou Hiak .

Rindariel!? – O olhar de Desidéria vagou pelo espaço voltando até o dia em que despertara o seu novo sentimento pelo amigo Avariel.

Ele parece gostar de você!

Essas palavras a deixaram agitada e irritada com o sentimento que tinha despertado em seu ser, disse:

Claro, nós somos amigos.

Não... ele olha para você diferente. Eu vi como ficou vermelha quando ele sorriu parar ti, acho que gosta dele também.

Claro somos amigos e fiquei vermelha porque fiquei sem graça, por que mais seria?

Você fica muito nervosa quando ele esta próximo, parece uma fêmea esperando para acasalar.

Hyak! Como você pode falar uma coisa dessas?- Ralhou Desidéria com o tressyn.

Pois ele dá a impressão de um macho fazendo a corte.

Vamos parar de com esse assunto de acasalamento, você tem deixar de ficar ouvindo o que os rapazes ficam falando. Vamos, vamos comer alguma coisa deves estar com fome.

Sim, muita. – Ronronou de felicidade.

Desidéria podia sentir pela casa o cheiro de frango que provavelmente seria servido no almoço. Ela adentrou no recinto longo e estreito, provido de balcões meticulosamente limpos, fogões e uma fornalha não muito larga, apenas algumas caçambas de vários tamanhos estavam penduradas em ganchos de ferro ao lado da fornalha.

O cheiro da comida invadia o local, junto a um dos fogões, Stuart salpicava uma das panelas com ervas e especiarias. Ela pôde ver descansando em cima do balcão, como em um laboratório de alquimia, vários pequenos frascos aromatizados que Stuart guardava zelosamente, em uma dispensa fria e seca ao lado da cozinha.

Desidéria sabia que uma das coisas que ele mais gostava era temperar as comidas que fazia, e assim combinando novos sabores deixando a comida mais apetitosa. As ervas responsáveis por suas experiências culinárias ele cultivava no jardim com muito amor e cuidado.

Quando desidéria aproximou-se, Stuart, parou de mexer o conteúdo da caçarola e virou sorrindo.

Bom dia, Milady.

Bom dia, o perfume do que preparas já invadiu a casa. Creio que dentro em pouco teremos toda a vizinhança aqui para saber, qual a maravilha culinária que você preparou hoje. - disse alegremente enquanto inalava o aroma provido da caçarola.

Creio que pensaram ser um dos feitiços de Milady e não algo tão simples quanto um gizado. - disse com falsa modéstia quase não conseguindo esconder o orgulho pelo elogio.

Não menosprezes seus talentos, pois o considero um exímio mago das guloseimas, suas fórmulas são tão complexas quantos as minhas, e muito mais apetitosas. E digo mais, creio que nem Lady Alustriel deva ter alguém que transforme a comida, em um manjar dos deuses, tanto para o olfato, quanto para o paladar, assim tão bem quanto você.

Mal contendo seu ego que Desidéria tanto inflamara, Stuart fez um gesto com as mãos como se conjurasse alguma magia e disse:

Então Milady aguarde no salão de refeições que lhe servirei uma bela porção de minha alquimia.

Ela sorriu e disse:

Eu gostaria de alguma coisa para Hyak , ele esta um tanto faminto.

Ao ouvir isso Hyak miou dengosamente simulando fraqueza. Stuart ao ver o mimo do Tressyn colocou as mãos na cintura e divertidamente declarou:

Não sei como Milady, pois este já devorou dois nacos de carne fresca generosos e um prato de gizado.

Desidéria pegou Hyak pelo corpo e disse olhando nos seus olhos com ar de desaprovação:

Que feio, do jeito que é guloso em breve não conseguira mais voar.

O Tressyn colocou uma das patas no focinho, como estivesse envergonhado, e miou desconsolado.

Não se preocupe Milady irei colocar mais um pouco de gizado para ele e, além disso, também gosto de mimá-lo, pois é uma ótima companhia. Ao contrário do demônio que acompanha o senhor Yanguera, e que ele insiste em chamar de família. Isso somente atrai mau agouro para nós de dentro de casa.

Sei disso Stuart, mas ele o escolheu como família e agora nada podemos fazer.

Stuart respirou profundamente tentando conformar-se e Desidéria partiu em direção ao setor, que dividia a cozinha do salão onde faziam as refeições.

O salão quadrado era dotado de grandes janelas altas e estreitas, que davam para o jardim interno muito bem cuidado por Stuart. Uma mesa de madeira escura esta centralizada ao meio da sala circundada por cadeiras, sobre a mesa descansava uma toalha muito fina e bordada com fios de seda que imitavam simbologia élfica.

Uma das paredes uma grande lareira aquecia o ambiente nos dia frio em uma outra parede pendia de quase o teto uma tapeçaria, que havia sido colocada apouco tempo. Nela destacava-se o brasão da Still Brother Hood.

O desenho da tapeçaria consistia sobre numa base vinho, um escudo com um pergaminho no fundo e cruzado por uma espada e um machado. O artista que o fez teve o cuidado de trabalhar as figuras para que estas transparecessem realidade. Desidéria ao olhá-la não pode deixar de notar a grande influencia do clérigo de Tempus.


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