Be The One That Saves Me escrita por WannabePrincess


Capítulo 11
Egoísta


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais um one shot Adrian/Sydney, espero que gostem ;*



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Sydney’s POV

–Onde ele está? – foi tudo que fui capaz de formular. Minhas mãos estavam tremulas e uma onda de pânico me dominava.

–No telhado – Dimitri gaguejou. Eu já o vira fugindo das autoridades morois e humanas, matando strigois e fazendo diversas outras coisas que provavam que Dimitri Belikov era um homem corajoso. Mas naquele momento, pude ver que ele estava com tanto medo quanto eu. – Eu... É tudo minha culpa. Eu quero ajudar, mas só pioro as coisas.

–O que aconteceu? – perguntei tentando controlar minha respiração.

–Sonya e ele estavam estudando espírito hoje mais cedo e acho que ele já estava sobrecarregado de usar tanta mágica. Ele então saiu do apartamento. Algumas horas depois o zelador ligou para Sonya para dizer que ele estava no telhado prestes a –

Dimitri não conseguiu terminar a frase. Também não pude deixar de notar que Dimitri não conseguia dizer o nome dele em voz alta.

Desde a ligação que recebera de Dimitri me avisando que Adrian estava em perigo, tudo estava passando para mim como se eu estivesse tendo um pesadelo. Eu me sentia tonta, mas não podia permitir meu corpo de demonstrar qualquer fraqueza.

–E toda vez que eu me aproximava – Dimitri continuou com a voz urgente -, ele ameaçava a pular.

Um tremor percorreu meu corpo. Não. Não podia ser. Aquilo não podia estar acontecendo.

Sem mais uma palavra corri para as escadas. Nunca me movimentei tão rápido na minha vida inteira. Eu precisava chegar ao telhado. Eu precisava impedir o que estava acontecendo. Eu precisava.

Chegando ao último andar, abri a pesada porta que levava para o telhado. Fui recebida por uma fria ventania. A lua e as estrelas estavam cobertas por nuvens. As únicas fontes de luz eram algumas lâmpadas do prédio e a claridade do trânsito na rua metros em baixo.

Mesmo com pouca luminosidade pude ver claramente Adrian usando uma calça jeans escura e uma camisa verde clara, uma visão que seria digna de capa de uma revista se ele não estivesse de pé, em cima do muro prestes a saltar.

A visão fez meu estômago se revirar. Meu peito doía. Era cada vez mais difícil respirar. Minha boca se abriu, mas não fui capaz de produzir nenhum som. Meus olhos queimavam e eu mal conseguia ouvir Sonya alguns passos na minha frente.

–Não faça isso, Adrian. Você não sabe o que está fazendo – a voz dela era calma, mas ao mesmo tempo firme. – Adrian, sinto muito. Passamos dos limites, praticamos demais o espírito e agora você está enfrentando os efeitos colaterais.

–Efeitos colaterais – Adrian disse com uma voz fria, sem emoção alguma. Uma voz que fez meu coração gelar. Ele estava de costas para nós, o que tornou tudo mais difícil. Eu quase não o reconhecia. – É o seu jeito sutil de dizer que estou louco?

–Não, claro que não – Sonya respondeu prontamente.

Adrian riu, mas assim como seu tom de voz, era uma risada fria e não havia humor algum. O som quebrou algo dentro de mim e eu finalmente entendi o que significava ter o “coração despedaçado”. Doía.

–Por favor, nem mesmo você acredita nisso, Sonya – ele disse chutando o ar o que fez meus punhos se fecharem involuntariamente com tanta força causando uma dor aguda, mas nada comparada a explosão de emoções que sentia dentro de mim. – Na minha vida inteira as pessoas me disseram que eu era louco e elas estavam certas. Eu realmente sou. Todos sabem disso.

O que ele pensava que estava fazendo? Ele poderia ter perdido o equilíbrio com aquele movimento. Será que ele não percebia o quão egoísta ele estava sendo? Ele não estava pensando em Jill, que precisava dele por causa do laço e também o amava como um irmão. Ele não estava nem mesmo pensando em Eddie e Angeline, que iriam se culpar pelo resto de suas vidas por não terem feito um bom trabalho como guardiões, sem falar que aquilo ficaria marcado no currículo deles para sempre. Ele não estava pensando o que aquilo estava causando a mim. Só o pensamento do mundo sem Adrian Ivashkov fazia com que eu sentisse que estivesse caindo em um abismo frio, escuro e sem esperança. Eu nem mesmo conseguia suportar esse pensamento, e se isso se tornasse realidade, eu provavelmente morreria também. E ele não estava pensando em nenhuma dessas razões.

Ao mesmo tempo, eu chorava por dentro só de imaginar a quantidade de dor que Adrian estava sentindo. Ele não merecia sofrer. Era verdade que Adrian nem sempre tomava as decisões mais sabias e responsáveis, mas absolutamente tudo que ele fazia era guiado por suas emoções, por seguir seu coração. E não era justo ele sofrer por isso.

Eu estava sentindo tanta coisa. Medo. Raiva. Incredulidade. Dor. Agonia. Pânico.

Adrian não sabia lutar como um guardião, mas ele com toda certeza do mundo era um lutador. Agora mesmo ele estava fazendo isso, lutando contra seu próprio lado sombrio. E eu simplesmente não poderia deixá-lo perder essa luta.

O mundo não estava pronto para continuar sem Adrian Ivashkov.

Eu não estava pronta para viver sem Adrian Ivashkov, e acho que nunca estaria.

Dei um pulo quando senti Sonya passar sua mão delicadamente sobre a minha e mesmo não parando de olhar para Adrian nem mesmo por um segundo, eu entendi a mensagem que aquele toque me passava. Ela queria que eu fizesse alguma coisa.

Eu não tinha a mínima ideia do que fazer. Estava perdida, morrendo por dentro. Eu não me mexera desde que entrara no telhado e não fizera nem mesmo um ruído. Fiquei até surpresa com Sonya ter percebido minha presença.

Contudo, eu sabia que precisava fazer algo. Mais ainda, eu queria poder fazer algo. Mas o que? Por que eu fora a chamada? Eu não sabia o que dizer e naquele ponto não me lembrava nem mesmo como respirar.

Sonya apertou minha mão mais uma vez, dessa vez seu toque era mais urgente. Juntei todas as minhas forças e pude sentir meu coração batendo mais forte do que nunca.

–Não acho você louco – eu disse e me assustei com como aquela simples frase pareceu tão fraca e desesperada.

Mesmo à distância, pude ver a tensão dominar Adrian. Ele não se mexia, não parecia nem mesmo que estava respirando, mas eu também não tinha certeza se eu estava.

Era como se o mundo estivesse parado naquele instante. Ninguém se mexeu. Ninguém disse nada. Até havia parado de ventar. O único barulho era dos carros na rua metros a baixo.

–Sage? – Adrian perguntou e depois murmurou algo que não fui capaz de ouvir. Sua voz não soou tão fria como antes, mas acho que esse fato se devia a confusão.

–Adrian – eu disse tentando parecer mais forte do que me sentia -, por favor, saia daí.

–Por quê? – as palavras desta vez saíram tão frias quanto antes, fazendo algo dentro de mim morrer.

Eu sinceramente não sabia o que responder. O meu treinamento como alquimista envolveu estudos de basicamente todas as matérias e uma grande quantidade de línguas. Também tive aulas de como me comportar na frente de meus superiores e meu pai me criou com uma boa noção de como me organizar. Mas com certeza, nunca me prepararam para uma situação como essa.

–Porque é perigoso – decidi dizer a mais pura e obvia verdade.

Pude ouvir Adrian bufando.

–Por que você se importa? – a pergunta me pegou de surpresa. O tom de voz dele não estava mais sem emoção. Agora estava repleto de raiva. – Você pensa que sou algo maligno. Que não tenho alma. Acha que vou para o inferno. Seu mundo seria muito melhor sem mim.

Suas palavras me machucaram. Eu estava em um estagio de dor que nunca imaginei que seria possível estar.

–Isso não é verdade – sussurrei. Não sabia se estava falando para ele ou para mim mesma. Também não sabia qual de nós dois ficaria mais chocado ao entender o verdadeiro significado por trás dessas palavras. Quando ele não fez mais nada, decidi repetir, dessa vez, mais alto e convincente – Não é verdade.

Pela primeira vez naquela noite, Adrian virou para me encarar. Seu movimento foi brusco e fez com que eu quase tivesse um ataque pensando no que poderia ter acontecido caso ele tivesse perdido o equilíbrio.

Eu pensava que quando Adrian olhasse para mim, grande parte da minha dor iria sumir, mas eu não podia estar mais enganada. A dor só aumentou quando olhei seu rosto perfeito com uma expressão sofrida. Sua camisa estava com os primeiros botões abertos e seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal. Eu odiava o ver tão vulnerável.

Percebi que enquanto eu o estudava ele também fazia o mesmo comigo e não pude evitar corar. Quando eu recebera a ligação já estava pronta para dormir e assim que soube o que estava acontecendo apenas peguei um casaco que era pouco mais comprido que minha camisola e uma sapatilha que usara no dia anterior.

–Não? – ele perguntou com a voz mais suave. Antes que eu pudesse dizer algo sua expressão endureceu novamente. – Você está mentindo. Só está dizendo essas coisas porque não quer ter minha morte na sua consciência. No segundo que eu sair daqui, você vai voltar a me tratar apenas como um trabalho.

Quando eu pensei que não poderia mais sentir tanta dor, suas palavras me vieram como um tapa. Ele realmente pensava aquilo sobre mim? Pensava que eu somente o via como um trabalho?

–Você não tem ideia do que está falando – eu disse e a raiva que sentira mais cedo começou a voltar. – Pare com isso, Adrian. Você não pode fazer uma cena sempre que se sente triste, irritado ou seja lá o que você está sentindo. Queria chamar atenção? Parabéns, conseguiu. Agora saia já daí.

Adrian olhou para mim e havia algo brilhando em seus olhos. Era como se ele não estivesse acreditando no que eu acabara de dizer. Era como se ele estivesse me desafiando a repetir. Sonya estava tensa ao meu lado e eu tinha certeza que a minha escolha de palavras não fora das melhores, mas eu já estava cansada. Eu não aguentava mais Adrian se fingindo de vitima. Por mais que ele não admitisse, ele era muito mais do que isso.

–Saia daí, Adrian – repeti.

Continuamos a nos encarar até que ele finalmente quebrou o silêncio.

–Você não entende – ele disse exasperado.

–Não, Adrian – eu disse e o meu tom de voz se elevou. – É você que não entende. Há varias pessoas ao seu redor que gostam e precisam de você – eu disse dando um passo para frente. – Pense em Jill. Eddie. Angeline. Pense em mim. Você tem diversos amigos que se importam com você, Adrian. Não jogue tudo isso fora.

–Por que você se importaria? – ele disse após uma longa pausa. – Eu sei o que os alquimistas pensam sobre nós. Você acha que eu vou para o inferno, Sage.

–Não, eu não acho – disse com a voz mais controlada. Suspirei e senti uma lagrima escorrer por minha bochecha. Limpei-a e continuei. – A minha vida inteira me ensinaram isso, é verdade. Mas, nos últimos meses... Tudo mudou. Sempre acreditei que a mágica que vocês faziam era diabólica, uma aberração... Mas, depois que o conheci, Adrian, e vi o que pode fazer... Você pode salvar as pessoas, curar um paciente terminal. Isso não possui nada de errado. É a coisa mais maravilhosa que já vi. É quase como um milagre – disse. Após alguns instantes continuei. – Então, não acho que você vai para o inferno.

Ele olhou para mim, investigando se havia algum traço de mentira no que eu acabara de dizer. Não importava o quanto tempo ele procurasse, ele não iria achar nada, porque tudo o que eu falara era a mais pura verdade para mim.

–Antes de te conhecer – eu continuei quando ele não disse mais nada -, eu não sentia nada. Eu não me permitia sentir. E então, eu conheci o verdadeiro Adrian Ivashkov, um homem que vai muito além de festas e bebidas. E eu percebi que absolutamente tudo o que você faz é porque você quer. Não porque um superior ou seu pai o manda fazer. E eu o invejei por isso. Eu invejo a facilidade que você tem para seguir suas emoções. O modo como você faz sua arte... com tanta paixão e intensidade. E se eu não tiver você mais na minha vida, eu tenho medo de voltar a não sentir de novo. E esse pensamento me apavora.

Enquanto fazia meu discurso, acabei andando alguns passos para frente de modo que agora estava a apenas uns três passos de onde Adrian estava.

–Então – continuei andando um pouco mais para frente e estendendo minha mão -, por favor, desça, Adrian.

Alguns segundos se passaram enquanto Adrian apenas me encarava e quando ele finalmente se movimentou cautelosamente e segurou na minha mão, meu mundo voltou a ter sentido.

Assim que ele desceu, seus braços me envolveram e eu automaticamente encostei minha cabeça em seu peito. Finalmente eu conseguia respirar. Eu conseguia ouvir o coração de Adrian batendo tão forte quanto o meu e aquele som fez todo meu corpo relaxar em alívio. O coração de Adrian batia e ele estava seguro. Era isso que importava.

–Por favor – Adrian disse em um tom mais suave do que eu achava possível, era como se ele estivesse com medo que eu fosse quebrar a qualquer minuto -, não chore.

Ele colocou as mãos no meu rosto e seus polegares enxugaram as lagrimas que eu não me dera conta de que estavam lá. Eu me aproximei dele ainda mais, se é que era possível, e enterrei novamente minha cabeça em seu peito, incapaz de impedir uma onda de soluços que atravessou meu corpo.

Havia muito tempo desde a última vez em que chorei. Eu odiava chorar. Meu nariz ficava vermelho e meus olhos inchados. Não era como eu queria que Adrian Ivashkov, que estava sempre perfeito, me visse.

Adrian passou sua mão por meu cabelo e encostou seu queixo no topo da minha cabeça. Não sabia ao certo quanto tempo passamos naquela posição. Eu podia sentir o cheiro da loção de Adrian e sentia arrepios cada vez que sua mão me acariciava suavemente. Eu já havia me controlado, mas não estava pronta para deixar aquela proximidade.

–Estou ficando louco – Adrian disse de repente. Levantei minha cabeça para olhar melhor para ele e vi que sua expressão havia recuperado a razão.

–Você não é louco, Adrian – eu disse firmemente olhando seus olhos verdes profundos.

–Se você não estivesse aqui eu provavelmente estaria –

–Não diga isso – disse antes que ele pudesse terminar a frase.

–É a verdade – Adrian disse e se afastou de mim, me deixando um pouco desorientada. Ele andou até o muro e por um momento eu achei que ele iria voltar a tentar pular, mas então ele se sentou vagarosamente e encostou suas costas no muro. Adrian encolheu as pernas e enterrou o rosto com as mãos.

–Adrian – eu disse, mas não ganhei nenhuma reação dele.

Suspirei. Andei lentamente até onde ele estava e sentei com todo o cuidado para meu casaco ficar o mais estendido possível.

–Adrian – repeti.

Nada. Nenhuma reação.

Estiquei meu braço e toquei em seu ombro. Minha mão foi fazendo uma trilha até seu cabelo, onde meus dedos brincavam com algumas mechas.

–Adrian, olhe para mim – eu disse calmamente.

Ele levantou a cabeça e me observou. Parte de mim me dizia que eu deveria puxar minha mão de volta, mas essa parte foi completamente ignorada. Em vez disso, minha mão desceu e parou em sua bochecha.

–Adrian – eu disse lentamente -, você é mais forte do que pensa.

Um pequeno sorriso se formou em seus lábios. Ele pegou minha mão com a sua e a levou para sua boca onde a beijou delicadamente, fazendo meu coração bater mais rápido.

–Eu sei que você acredita nisso, Sydney – fiquei surpresa quando ele disse meu nome. Ele nunca me chamara pelo primeiro nome antes e o jeito como ele disse fez algo dentro de mim queimar, em um bom sentido. Quando ele entrelaçou nossas mãos fez com que eu me sentisse viva–, mas eu sei o que senti. Era como se eu não tivesse controle sobre mim mesmo.

–Mas você conseguiu ganhar o controle – disse apertando asseguradoramente sua mão.

–Só consegui porque você estava lá para me ajudar – ele repetiu suas palavras de antes. – Mas, se você não estivesse... eu não sei o que poderia ter acontecido. E eu nem sei o que poderá acontecer na próxima vez.

–Nada – eu disse decidida. – Não acontecerá nada porque eu estarei lá, assim como estive hoje. Eu não vou deixar que nada aconteça com você, Adrian.

Ele me encarou por alguns instantes e tudo o que eu fiz foi encará-lo de volta. Adrian se inclinou um pouco na minha direção e beijou levemente minha testa. Depois, passou um braço ao meu redor e eu encostei minha cabeça em seu ombro.

Eu estava cansada, não tinha certeza que horas eram, ou quanto tempo fazia desde que eu chegara, mas para falar a verdade não queria ir embora. Inconscientemente, minha mão encostou-se ao braço que Adrian tinha ao meu redor e começou a fazer pequenos círculos ao redor de sua mão.

–Sydney? – Adrian disse após um tempo.

–Hum? – Perguntei ainda adorando ouvi-lo chamar meu nome.

–Você não pensou nenhuma vez nos alquimistas hoje – ele afirmou. Sua afirmação me surpreendeu e por um momento minha mão congelou, mas logo voltei a massagear a mão de Adrian.

–Como sabe disso? – perguntei. – Minha aura?

–Não – ele disse devagar. – Quando você está pensando neles, sua boca se contorce um pouco.

Ri de leve. Como ele havia reparado naquilo?

–Não – confirmei. – Vou deixar isso para mais tarde.

Eu não gostava de adiar as coisas, mas aquela era uma exceção. Eu queria adiar a realidade o máximo possível.

Adrian afastou uma mecha de cabelo do meu rosto com sua mão livre e depois seu dedo indicador delicadamente pressionou o pequeno lírio em meu rosto.

Fechei meus olhos. Aquela sensação era tão boa... Eu não mentira mais cedo quando disse que Adrian me fizera sentir pela primeira vez. Eu nunca sentira nada parecido, tão forte, tão consumidor, tão “viciante”, tão completo e tão perfeito.

Seu dedo calmamente se moveu da pequena tatuagem e foi em direção aos meus lábios, contornando-os. Por todo o trajeto senti arrepios percorrerem meu corpo e meu coração acelerar

–Sydney – Adrian me chamou.

Abri lentamente meus olhos só para encontrar Adrian olhando fixamente para meus lábios. Eu nunca fora boa em ler as pessoas, mas estavam claras as intenções por trás daquele olhar.

O que ele estava querendo? Minha permissão? Que eu saísse correndo? Ou ele estava apenas me avisando que iria me beijar?

Qualquer que fosse a resposta, não importava. Porque eu não conseguia me mover. Eu não conseguia pensar. Eu não conseguia respirar.

Adrian capturou meus lábios com os dele e eu derreti com aquele toque. Quase instantaneamente ele se afastou me deixando confusa. Ele então encostou sua testa na minha, seus olhos estavam fechados e um sorriso se formava em seus lábios.

–Obrigado– ele murmurou.

Eu tinha quase certeza que Adrian conseguia ouvir minha pulsação de tão forte que estava.

–Por nada – me forcei a dizer.

Ele abriu os olhos e me encarou intensamente. Era como se não houvesse uma sensação melhor do que apenas ficar olhando para aqueles olhos verdes. Mas, bem, eu sabia que havia.

Pressionei meus lábios nos dele novamente. Adrian ficou sem reação no começo, mas logo depois ele retribuiu o beijo. Seus braços me envolveram e ele me puxou para perto. Assim que parti meus lábios, sua língua entrou e me dominou completamente. Meus braços estavam agarrados ao pescoço de Adrian e eu o puxava cada vez mais para perto.

Quando eventualmente nos separamos por falta de ar, uma minúscula, mas existente, parte de mim gritava que tudo isso era errado, que nós nunca poderíamos ficar juntos e eu admitia que essa parte estava certa. Eu podia estar até sendo egoísta, porque depois eu iria partir o coração de Adrian e o meu próprio quando voltasse para a realidade, mas naquele momento eu não conseguia me importar porque Adrian estava me puxando para outro beijo urgente e aquela pequena parte de mim foi silenciada.

End of Sydney’s POV

[...]

–Tudo sob controle – Sonya praticamente cantarolou.

–Mas, onde eles estão? – Belikov disse aproximando-se da moroi. – Por que não vieram com você?

–Eles estão bem, é isso que importa – Sonya disse com um sorriso torto. Ela também preferiu não mencionar a parte que eles provavelmente nem notaram que ela havia saído.

Dimitri relaxou visivelmente, o cansaço começando a dominá-lo.

–Como você sabia que Sydney seria capaz de ajudar Adrian?

Sonya olhou para ele e por um momento Dimitri pensou ter visto um brilho de sabedoria em seus olhos.

–Auras não mentem – foi a simples resposta de Sonya.

Eles continuaram andando e Dimitri tinha certeza que os usuários de espírito um dia iriam acabar causando um ataque de nervos nele.



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Notas finais do capítulo

Estou com medo de perguntar... O que acharam?
Obrigada a todos que deixaram reviews! :)
Sugestões são sempre bem vindas!
Beijos ;*