Love Story escrita por MrsHazelLevesque


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por qualquer erro gramatical e boa leitura!



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We were both young when I first saw you

I close my eyes and the flashback starts

I’m standing there on, on a balcony in summer air

Eu tinha apenas 17 anos quando nos conhecemos pela primeira vez. Estava havendo uma grande festa em um dos imensos salões do castelo e eu, por ser Ginevra Molly Weasley, a escolhida para herdar o trono da família Weasley, obviamente tinha que comparecer. Seria naquela festa que eu conheceria Draco Abraxas Malfoy, meu futuro marido. Pelo que eu tinha ouvido falar, ele me parecia do tipo mimado, arrogante, convencido e decidido – eu queria alguém flexível, que gostasse da natureza e fosse o mais simples possível, o contrário de Malfoy. Sempre gostei do ar livre, da natureza, dos animais, de correr descalça pela grama fresca que envolvia os arredores do castelo pela manhã ou simplesmente montar em meu cavalo e cavalgar até o lago; mas enquanto houvesse visitas no castelo, eu tinha que manter a aparência impecável e uma postura digna de rainha, o que significa “NADA DE SAIR PELOS ARREDORES DO CASTELO, GINEVRA!”, como diria minha mãe. E o simples fato de ela não me chamar pelo meu apelido – Gina – já é sinal de grande perigo.

E foi naquela festa, naquele salão, que eu o vi pela primeira vez. Ele aparentava ter a minha idade e ser o garoto dos meus sonhos – não muito alto, olhos verdes penetrantes por trás de óculos de aro redondo, um sorriso sincero e contagiante, cabelos negros e desgrenhados que não se ajeitavam mesmo depois de suas várias tentativas de mantê-los alinhados e um perfume amadeirado. E foi quando seus olhos encontraram os meus que eu tive um rápido flashback: Eu, na varanda do castelo, lendo Romeu e Julieta enquanto um doce ar matutino de verão soprava.


See the lights, see the party, the ball gowns

See you make your way through the crowd

And say hello little did I know

Saí do transe e voltei para a realidade, percebendo que eu estava parada no meio da porta do salão. Passei pelo portal, adentrando o salão iluminado por um jogo de luzes douradas incríveis. A festa rolava solta e um leve cheiro de vinho passeava pelo salão em meio às várias pessoas vestidas em trajes de gala da mais alta-costura.

Involuntariamente meus olhos caíram sobre ele, e meu cérebro demorou a processar que ele fazia caminho por meio da multidão, vindo até mim com seu lindo sorriso.

– Olá. – Ele falou, sua voz soando como música para meus ouvidos.

– Olá. – Respondi e estendi minha mão em um cumprimento. Ele aceitou-a sem pestanejar, e mesmo sem precisar, curvou-se e a beijou. – Sou Ginevra, mas pode me chamar de Gina. E você é...? – Arqueei de leve uma sobrancelha.

– Sou Harry, Harry Potter. – Sorri mais ainda, Harry era um belo nome. E Potter me soava familiar...

– Você é filho do jardineiro, não é? – Perguntei quando a resposta para o porquê de o nome ser tão familiar me veio. Ele assentiu. Ficamos nos encarando profundamente, castanho com verde, e as famosas borboletas finalmente levantaram voo em meu estômago. Foi quando eu percebi...


That you were Romeo you were throwing pebbles

And my daddy said stay away from Juliet

And I was crying on the staircase

Begging you please don’t go

Eu percebi que ele era meu Romeu, estávamos estritamente proibidos de ter qualquer relacionamento mas mesmo assim ele estaria jogando pedrinhas na minha janela no meio da noite. Foi amor à primeira vista, e eu não me importava. Não me importava que meus pais já tinham me arranjado um noivo, nem que eles tivessem dito para mim me manter longe de “gente de ralé”, não me importava com quantas seriam as ameaças de meus pais contra meu futuro reinado. Mas como sempre há alguém para quebrar a flecha que o cúpido lança, meu pai e James, o pai de Harry, chegaram e pareceram não ter gostado de nos ver tão próximos. Obviamente, meu pai era contra eu falar com qualquer funcionário do castelo ou gente da “baixa-sociedade” na presença de convidados.

– Fique longe da Ginevra! – Arthur, meu pai, alertou. Seu tom de voz não era nada gentil.

– Está louco, filho? Você não pode falar com a princesa! Não lhe avisei? São ordens! – James alertou-o, puxando-o para longe. Sem pensar, agarrei o pulso livre de Harry. Era só o que me faltava, meu pai ter proibido ele de falar comigo.

– Por favor, fique! – Implorei, ignorando a ordem silenciosa de meu pai para não encostar nele.

– Ginevra, solte-o! – Arthur ordenou. Certo, por que meu pai conseguia estragar todas as minhas possíveis futuras amizades? Ignorei e continuei agarrada ao pulso do garoto, que também tentava soltar o outro das garras do pai. – Ande logo! Os Malfoy já chegaram. – E meu pai deu um puxão tão forte em meu pulso que eu tropecei e quase caí, o que me levou a soltar o pulso de Harry e ser levada à força até onde três loiros com um ar arrogante se sentavam. Quis chorar, não de tristeza, mas de raiva. Mal via a hora de poder sair discretamente dali.


And I said

Romeo take me somewhere we can be alone

I’ll be waiting all there’s left do is run

You’ll be the prince and I’ll be the princess

It’s a love story baby, just say yes

Depois de alguns entediantes minutos que mais pareceram horas, um plano simples demais veio em minha mente. Perguntei-me como fui burra a ponto de não pensar nisto antes e me levantei.

– Aonde vai, Ginevra? – Meu pai perguntou em tom bravo. Desde quando ele me chamava apenas de Ginevra mesmo?

– Vou ao banheiro, ou será que isso também é proibido agora? – Respondi seca. – Algum regulamento sobre ir ao banheiro? – O encarei desafiadora. Os Malfoy deram sua típica risada sem vida. Meu pai me lançou um olhar ameaçador tentando me intimidar, mas meu olhar continuou firme.

– Certo, vá. – Ele voltou à sua conversa sobre sabe-se lá o que com Lúcio Malfoy.


Quando consegui me distanciar o suficiente do salão do baile, retirei meu scarpin nude, deixando meus pés encontrarem o mármore frio e gelado da biblioteca do castelo. Segui até um armário que sempre estava “misteriosamente” trancado e retirei a chave para abri-lo debaixo de um velho livro empoeirado que em geral passava despercebido e o abri. Não havia livros lá, mas sim roupas. Coloquei meus sapatos em um canto, de modo que eles ficassem parcialmente ocultos por um longo vestido malva e retirei meu longo vestido de gala da mesma cor de meu scarpin, o trocando por um leve vestido dourado de rendas que ia até um pouco abaixo do joelho. Soltei meu cabelo de meu coque e voltei a trancar o armário e esconder as chaves.

Corri para fora do castelo, descendo as escadas de mármore branco rapidamente e sentindo meus pés desnudos tocarem a grama bem-amparada. Como esperado, Harry estava escondido na penumbra de um grande carvalho. Um sorriso iluminou seu rosto quando ele me viu. Aproximei-me e o abracei.

– Você conhece bem os arredores do castelo, não é? – Ele assentiu. – Por favor, leve-me para um lugar onde possamos ficar sozinhos. – Implorei. Ele pareceu pensar por um momento.

– Espere um momento. – Assenti e observei-o sumir entre as árvores. Não sei quanto tempo demorou, mas logo ele estava parado novamente à minha frente. – Vamos. Tudo que temos que fazer é correr. – Ele entrelaçou nossas mãos e nos pusemos a correr, correr como se não houvesse amanhã, como se fosse nossa única chance, e realmente era.

Sim, era ele. Quem eu sempre sonhei, quem me fez acreditar em apenas alguns minutos que amor à primeira vista e destino são reais, acontecem. Ele seria o príncipe e eu, a princesa; e depois seríamos rei e rainha. Era o começo de uma história de amor, e eu só esperava que ele dissesse sim.


Romeo save me they’re trying to tell me how to feel

This love is difficult but it’s real

Don’t be afraid we’ll make it out of this mess

It’s a love story baby, just say yes

E dois anos se passaram, dois anos em que eu e Harry mantínhamos um amor secreto e proibido, desconhecido por todos. Agora meus pais tentavam me convencer a me apaixonar perdidamente por Draco Malfoy. Eu estava cansada, cansada deles tentando controlar meus sentimentos! Não fora meu avô que se casara com uma simples camponesa que era o amor de sua vida? Por que eu não poderia me casar com Harry? Mas, todas as vezes que eu insinuava casar com alguém que não fosse de sangue nobríssimo e riqueza absoluta, Molly e Arthur pareciam beirar a loucura.

– Vamos Gina, dê uma chance! Draco é um excelente garoto... – Minha mãe insistia. Eu ainda estava tentando passar por cima da ideia caduca de me casar aos 20 anos, mas de acordo com minha mãe, era assim que deveria ser. – Você já tentou dar uma chance a ele?

– EU NÃO QUERO ME CASAR COM DRACO! – Estourei. Por quanto tempo eu teria que aguentar aquilo calada? – Céus, ele é apenas meu amigo! Amigo, nada mais. – Por um lado eu não estava mentindo. Draco tinha lá seus defeitos, como eu mesma obviamente tenho, mas era um bom amigo. Nada mais, eu não conseguia sentir nada mais além de amor fraterno por ele.

– Gina... – Molly fez menção de começar outro longo discurso.

– Mãe, por favor... eu preciso de um tempo. – Abaixei a cabeça e ela suspirou, concordando. Corri para fora do castelo, feliz ao ver Harry atrás do mesmo carvalho de dois anos atrás. O beijei e ele me abraçou fortemente, me incentivando a deixar as lágrimas escorrerem livremente pelo meu rosto.

– Harry, por favor, me salve. Eles estão tentando me dizer como devo me sentir... Tudo tem sido tão difícil, esse amor é tão difícil... – Sussurrei mais para mim do que para ele.

– Eu sei, meu amor. Mas é real. Não tenha medo, vamos passar por cima desta confusão, certo? – Assenti e deixei minha cabeça descansar em seu ombro. Era uma história de amor, e sim, eu iria até o fim nessa história; que, no fim das contas, era realidade.

Mas como nada é perfeito...


I got tired of waiting wondering if you were never coming around

My faith in you was fading when I met you on the outskirts of town

And I said

Romeo save me I’ve been feeling so alone

I keep waiting for you but you never come

Is this in my head I don’t know what to think

He knelt to the ground and pulled out a ring and said

Sim, meus pais nos pegaram em flagrante, e depois de muitas acusações e brigas entre pai e filho acontecendo entre James e Harry, James fora demitido, ou seja, ele e Harry se mudariam do castelo.

Derramei-me em lágrimas, implorando que meu pai considerasse o caso e que deixasse eu e Harry sermos felizes, mas nada o faria mudar de ideia.

– Eu voltarei, meu amor, eu prometo! – Ouvi o garoto de olhos verdes que há tanto iluminava meus dias gritar para mim. E eu acreditei nessas palavras.


Passou-se um ano, faltavam apenas alguns dias para o meu casamento. Cansei-me de esperar por Harry, me perguntando se ele nunca realmente voltaria. Minha fé nele e em sua persistência estava falhando, sendo que a única lembrança dele que eu tinha era um corrente com um pingente em forma de um pomo de ouro. Foi em um dia, passeando pela cidade, que o encontrei. Sem dúvidas era ele, o cabelo negro e desgrenhado, a discreta cicatriz em forma de raio na testa, os olhos verdes por trás dos óculos de aro redondo...

Corri para ele e o abracei, já dizendo:

– Harry, me salve! – Implorei. Ele já era meu salvador, ah, sim, ele era. – Estive me sentindo tão só... em breve irei me casar! Só você pode mudar isso, agora que meu pai está considerando um pouco o nosso amor. Eu te esperei, mas você nunca veio!

– Gina... me perdoe, eu tentei mas meu pai me vigiava a cada segundo do meu dia, independente do que minha mãe falasse.

– Eu estou sonhando? Isso é coisa da minha cabeça? – Perguntei a mim mesma, sorrindo bobamente. Não sabia o que pensar.

Ele se afastou do nosso abraço e se ajoelhou no chão. Ele puxou uma caixinha preta de veludo do bolso e abriu, revelando um lindo anel. Foi então que ele disse:


Marry me Juliet you’ll never have to be alone

I love you and that’s all I really know

I talked to your dad go pick out the white dress

It’s a love story baby, just say yes

Oh oh oh

Oh oh oh

Cause we were both young when I first saw you

– Case-se comigo, Ginevra Molly Weasley! Você nunca mais precisará ficar sozinha. Eu te amo e essa é a minha maior certeza, é tudo que eu sei. Falei com seu pai e ele finalmente aceitou nosso relacionamento! Vá pegar seu vestido branco e diga sim, pois essa é uma história de amor. A nossa história de amor.

– Sim! Sim! Mil vezes sim! – Eu já estava em lágrimas. Ele levantou-se e colocou o anel em meu dedo anelar da minha mão direita. Beijamos-nos apaixonadamente, como nunca antes. – Eu também te amo, Harry James Potter. E é tudo que realmente sei. – Naquele momento, essa era a única coisa que eu poderia afirmar com total certeza, além de: Éramos jovens quando eu o conheci pela primeira vez...

É, seria um bom começo para um romance digno de Romeu e Julieta.


Fim


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Notas finais do capítulo

Gente, eu não sei se alguns de vocês ficaram confusos ao ler "pomo de ouro" sendo que essa é uma fic sem magia. Bem, eu explico - o pomo de ouro da fic é o pomo de ouro da mitologia grega, também conhecido como maçã de ouro.
Espero que tenham gostado e mandar reviews não mata não, né?