Uma semana se passou e minha vida resolveu ficar de cabeça pra baixo. Piper me ligava todo dia para me pedir desculpas, até que eu resolvi ouvi-la e perdoá-la.

Percy e eu estávamos tão próximos e cá entre nós, eu gostava da companhia dele. Era agradável de um jeito muito estranho, nós brigávamos tanto que uma vez Thalia nos trancou em um banheiro por 5 horas.

Quem não gostou nada dessa história foi Tracy, que quando soube dessa história, deu um grito da sala e veio querer brigar comigo novamente. Mas para a minha sorte, a coordenadora chegou na hora e ela levou uma suspensão de 2 dias.

O jogo contra a Westover Hall iria começar daqui a 10 minutos e todos estavam ansiosos. Thalia não parava de resmungar ao meu lado e Percy parecia um pouco nervoso lá na quadra.

– Não vamos ganhar. – Disse Percy assim que sentou do meu lado.

– Sua positividade me contagia. – Brinquei. – Que isso capitão, vocês vão ganhar.

– Sabe quantas estaduais a gente perdeu pra essa escola? – Indagou Percy frustrado. – Já são 3 anos perdendo pra eles...

– Vocês chegaram até aqui, não chegaram? Então, é só lutar um pouco, acreditar em si e a vitória está garantida. – Disse eu segurando a mão de Percy.

Ele soltou um suspiro pesado e tentou sorrir. Deram um sinal de que o jogo ia começar e Percy se levantou.

– Faça umas cesta pra mim, capitão. – Disse levantando-me e beijando o rosto de Percy.

– Farei. – E ele saiu correndo até o banco onde estavam os jogadores.

Olhei para Thalia e ela estava com uma cara estranha, como se estivesse feliz mas de quem queria vomitar ao mesmo tempo. Logo atrás de Thalia estava uma Tracy me olhando furiosamente. Dei o meu melhor sorriso sarcástico e sustentei o seu olhar até ela desviar.

O jogo começou e Percy ainda estava nervoso, ele recebeu a bola e deu 2 dribles em um jogador do time adversário, ele deu mais três passos e passou a bola para Nico.

Nico pegou a bola e correu para o lado esquerdo da quadra, mas ele estava com a marcação forte e passou a bola para o tal de Luke. Luke voltou com a bola para o meio da quadra, passou a bola para um menino ruivo que driblou uns 3 caras e jogou a bola para Grover, que quicou a bola duas vezes, mirou e jogou a bola pra cesta.

A bola rodopiou no aro três vezes até que entrou. Cesta!

Goode começou o jogo bem.

Faltava 1 minuto pro jogo acabar e os meninos da Goode estavam em desvantagem, apenas mais uma cesta de 2 pontos e ganhávamos.

Mas o nosso time já não estava tão confiante assim. Nico e Percy já corriam devagar e com a cabeça baixa pela quadra.

Luke estava com dificuldades de passar a bola para outro jogador, um garoto bastante alto com os cabelos negros e grandes deu um jeito de romper a barreira e Luke correu contra ataque, ele lançou a bola para Percy que estava sem nenhuma marcação.

Percy recebeu a bola e a quicou 4 vezes no chão.

Ele segurou a bola com força e olhou para onde eu estava, ele balançou a cabeça negativamente mas eu sorri e fiz um sinal positivo para ele, ele voltou a encarar a cesta, mirou a bola e lançou. 1... 2... 3...

E cesta! Goode vence a Westover Hall.

A quadra toda vibrou, Thalia jogou a sua pipoca toda em minha cabeça e correu para a quadra, corri atrás dela também e recebi um abraço inesperado de Percy.

– Conseguimos! – Disse ele me rodopiando no ar.

– Falei que vocês iriam ganhar. – Disse sorrindo abertamente.

– A ultima cesta foi pra você. – Disse ele beijando o meu rosto.

– Para com isso. – Bati em seu ombro de leve.

Ele deu uma risada e eu acompanhei.

Tracy gritou em meu ouvido, se agarrou a Percy e o beijou vulgarmente.

Uma dor e raiva subiu dentro de mim, meus olhos ficaram marejados mas me segurei para não chorar. Afinal porque eu choraria se Percy não é nada para mim?

– Meu namorado... – Disse ela dando ênfase na frase. – Fez o ultimo gol! – Gritou ela.

Segurei uma risada juntamente com Percy.

– Tracy, é cesta. – Disse Percy tentando controlar a voz.

– Tanto faz! – Tracy fez um gesto de desprezo com a mão. – Vocês ganharam e isso é o que importa.

Percy balançou a cabeça e tentou dar o seu melhor sorriso.

–Festa hoje? – Gritou Nico chegando sei lá da onde.

– Na minha casa. – Confirmou Percy.

– Você vai, né Corujinha? – Perguntou Nico apoiando-se em mim.

– Talvez. – Disse eu dando os ombros.

– Ah mas ela vai sim, pode crer. – Disse Thalia puxando o meu braço.

Estacionei o carro em frente de casa e corri para me arrumar. Os pais de Percy tiveram que viajar urgentemente, o que deixava Percy fazer uma festa e eles nem perceberem quando chegassem.

Entrei no meu quarto e fui direto para o banheiro. Tomei um banho calmo e suave, eu estava precisando, minha vontade era de ficar em casa e dormi, mas eu havia prometido que iria a festa na casa de Percy.

Depois que fiz a minha higiene, saí do banheiro e fui para o meu closet. Tirei todas as roupas que eu achava legal, mas nem uma parecia me servir.

Tentei ir com uma saia curta preta, mas ela não ficou legal. Experimentei uns 10 vestidos mas nem um foi ao meu agrado.

Olhei para o relógio e faltavam apenas 20 minutos pras 23h00.

Sentei frustrada em cima de uma pilha de roupas que eu havia feito. Pense Annabeth, pense...

Apoiei minha cabeça em minhas mãos e olhei para o lado esquerdo do closet. Havia um tecido preto em cima da prateleira, me levantei e peguei a roupa.

Era um vestido preto com rendas por cima, era um pouco colado no corpo, mas nada que não chamasse muita atenção, ele tinha apenas uma manga e era de renda também.

Peguei o vestido e o experimentei. Me vi no espelho e gostei do resultado. Peguei um salto preto com detalhes em dourado e o calcei, me olhei novamente no espelho. Estava bom.

Passei uma maquiagem pesada, destaquei os meus olhos e passei um batom vermelho. Olhei pela a sacada e vi que a festa na casa de Percy já tinha começado.

Peguei a minha carteira em cima da cama e desci as escadas com cuidado para não cair. Saí de casa e tranquei a porta, andei vagarosamente até a casa ao lado.

Vários carros estavam estacionados na frente da casa e havia muitas pessoas já com garrafas de vodka e tequila nas mãos. Respirei fundo e entrei na casa.

Estava tão cheia quanto lá fora, havia gente em todo o canto, estreitei os olhos pra ver quem era o DJ, ele estava acompanhado de uma líder de torcida que dançava civilizada ao seu lado, reconheci que era Nico e Jully. Que casal mais fofo... Argh.

Ri baixo e tentei localizar Thalia em algum canto da casa, andei mais um pouco e acabei esbarrando com alguém no meio da sala.

– Desculpe-me. – Disse olhando para baixo.

– Olha, olha, olha... Se não é a virgem Maria! – Disse a garota mais alto que o som.

Todos pararam de falar e dançar e olharam diretamente para onde eu estava, até o som ficou baixo.

Levantei o olhar e dei de cara com Tracy vestindo o vestido mais curto que eu já vira em toda a festa.

– Está falando comigo? – Disse eu cansada de tudo aquilo.

– Existe outra vadia chamada Annabeth Chase por aqui? – Tracy olhou para os lados desafiando alguém a falar.

– O que você quer, Tracy? – Disse eu encarando-a.

– Tornar a sua vida um inferno. – Disse ela simplesmente.

– Isso já está se tornando criancice.

– Pra mim não. – Tracy balançou as mãos com desdém. – Falei que não era para se meter em meu caminho.

– Eu não me meti no caminho de ninguém.

– Qual é garota, eu sei que você quer roubar o meu namorado.

– Seu ex-namorado. – Disse Percy aparecendo atrás de mim.

Todos começaram a cochichar uns com os outros. Me virei e vi que Percy estava parado bem atrás de mim com os braços cruzados.

– Como é que é? – Perguntou Tracy sorrindo amarelo. – Você está terminando comigo?

– Estou.

– M-m-mas você não pode fazer isso. – Disse uma Tracy desesperada. – Nós somos um casal perfeito. Você me ama!

– Alguma vez eu disse que eu te amo? – Indagou Percy ficando a minha frente.

– Não, mas você...

– Pare com isso Tracy, você e eu sabemos que nunca vamos dar certo.

Tracy olhou desesperadamente para todos e depois olhou furiosamente para mim.

– Você! – Disse ela andando até a mim. – Você causou isso, sua vadia, cretina, bastarda...

– CHEGA TRACY! – Gritou Thalia correndo até onde nós estávamos. – Você vai levar uma surra.

– Mantenha a calma Thalia. – Percy correu e ficou entre Thalia e Tracy.

– Me deixa acabar com a raça dessa garota! – Disse Thalia rispidamente.

Tracy limpou umas lágrimas que corriam pelo o seu rosto e depois pegou a sua bolsa nas mãos de Drew e se dirigiu a porta.

– Nunca fui tão humilhada na minha vida. – Disse ela antes de sair.

– Prove do seu próprio veneno! – Gritou alguém.

Todos soltaram uma risada e voltaram a cochichar entre si, Nico voltou a tocar com o som mais alto que antes.

– Você está bem? – Indagou Percy virando-se pra mim.

Assenti.

–Eu sou uma mulher morta. – Disse eu baixo.

– Não com Thalia ao seu lado. – Percy soltou uma risada baixa e eu o acompanhei. – Vem.

Fomos para uma mesa que tinha sido improvisada e sentamos. Rachel soltou uma risada assim que me viu juntamente com Bianca, Henry e Ian.

– Mandou bem. – Disse ela.

– Huh... Valeu. – Franzi a testa.

– Seu Bosta! – Thalia bateu na cabeça de Percy.

– O que foi agora, Cara de Pinheiro? – Indagou Percy sorrindo.

– Era pra você ter me deixado quebrar com a cara da Tracy. – Bufou ela e sentou-se ao meu lado.

– Eu também queria quebrar com a cara dela. – Suspirou Rachel.

– Deste tamanho e já quer bater nas pessoas? – Brincou Ian.

– Cala a boca! – Rachel deu um soco de leve no ombro de Ian.

Ri um pouco alto acompanhada de todos na mesa.

– Eu sou baixinha sim, problema? – Perguntou ela galerosamente.

– Ui, ela é baixinha mas é briguenta. – Disse Thalia.

– Onde está o Grover? – Perguntei.

– Deve está se comendo com a Juniper. – Disse Thalia roubando a garrafa de vodka de um garoto.

– Não reclama. – Disse ela ao pobre coitado.

Me encostei um pouco mais na mesa e sorri para Percy.

Nico chegou cheio de garrafas e distribuiu pelo grupo, peguei a minha e dei um gole. O liquido gelado passou pela a minha garganta e logo relaxei.

Depois de algumas horas dançando no meio da pista improvisada com Percy decidir ir me sentar no canto vago no sofá.

– Já está cansada? – Brincou Percy. – Fraquinha...

– Falou o garoto que não cansa de dançar. – Retruquei.

Olhei para Percy e sorri com o que ele tinha feio logo cedo.

Uma ânsia me veio e corri para o quarto mais próximo, abri a porta do banheiro e vomitei. Percy apareceu logo atrás de mim segurando o meu cabelo enquanto eu ainda vomitava.

Quando terminei, abri a torneia e lavei a minha boca.

– Está melhor? – Perguntou ele. – Eu acho.

Percy me deu passagem e eu saí do banheiro, sentei na cama e olhei para os quadros que estavam na escrivaninha: Era de Percy quando era mais novo.

Percy sentou na minha frente e ficou me olhando. Passei a mão na boca novamente.

– Que nojo. – Disse eu envergonhada.

– Acontece. – Percy começou a acariciar o meu rosto. – Sabe... Terminar com a Tracy foi a melhor coisa que eu já fiz até hoje. – Agora Percy estava mais próximo de mim.

– Sério? Porque? – Disse eu debilmente.

– Porque agora eu posso ficar com você. – Percy sussurrou ao meu ouvido distribuindo beijos por todo o meu pescoço.

Sorri para o nada e acariciei a nuca dele enquanto ele beijava o meu pescoço. Percy voltou os lábios para a minha boca mais sem me beijar.

– Agora não tem mais nada que possa nos atrapalhar. – Disse ele baixo.

Algum outro casal bêbado abriu a porta e sentou no quarto, eu dei um pulo da cama quando vi que era Grover e a tal de Juniper.

– Desculpe, não sabia que o quarto estava ocupado. – Disse Grover olhando maliciosamente para mim e Percy.

Como de costume, eu acabei corando.

– Tudo bem, já estávamos saindo. – Saí pela a porta do quarto com Percy me acompanhando novamente.

– Já percebeu que sempre tem alguém nos atrapalhando? – Perguntou Percy abraçando-me por trás.

– Isto é um aviso dos céus dizendo que ainda não está na hora. – Brinquei.

– Ei Zeus, dá uma ajudinha aí? – Disse Percy olhando para o teto.

Dei uma risada alta.

– Acho que a bebida está afetando o meu cérebro. – Disse eu jogando a minha cabeça pra trás.

– Você só bebeu 6 garrafas, pare com isso.

– Não sou acostumada a beber tanto assim. – Disse eu coçando a minha cabeça. – Vamos dançar mais um pouco.

Fomos para um canto reservado da sala onde se dava para ouvi a musica sem ninguém gritando ou fazendo coisa parecida.

Deixei o ritmo da musica me levar, Percy dançava a minha frente com a mão em minha cintura. Apesar de ter bebido mais 2 garrafas, vi Thalia em outro canto da sala se agarrando com o Luke e de Rachel dançando loucamente no meio da quadra.

Já faltavam 15 minutos pras 4 da manhã e Percy já tinha despachado todo mundo, os pais dele iriam chegar lá pro meio dia e eu havia ficado para ajuda-lo a arrumar a casa.

Thalia estava jogada no chão dormindo de tão bêbada que havia ficado, Nico e Luke a carregaram até a minha casa onde a colocaram no meu quarto.

Todos já tinham ido embora e agora só estava eu e Percy na casa. Eu estava com um saco grande de lixo ajuntando todas as latas e garrafas jogadas na casa enquanto Percy recolocava os móveis no lugar.

Depois de um tempinho limpando a sujeira e colocando os móveis nos seus devidos lugares, eu e Percy caímos cansados na cama dele.

– Que horas tem? – Perguntei.

– Ainda são 4h15. – Respondeu Percy depois que olhou pra tela do seu celular.

– Se divertiu? – Perguntou ele virando-se e ficando em cima de mim.

– Ainda pergunta? – Sorri para ele e coloquei os braços em volta do seu pescoço.

Percy sorriu e me beijou. O beijo começou calmo, como sempre, mas a medida que se prolongava ficava mais urgente.

Depois de um tempo nossos pulmões pediram por ar e nos separamos, mas Percy começou a explorar o meu pescoço e depois tirou o meu vestido de um jeito rápido e preciso.

Respirei fundo dessa vez, eu não estava acostumada com isso, mas Percy continuava. Eu sentia que essa era a hora, que eu realmente amava Percy mais do que tudo.

Está com ele era diferente, era confortável, nossas brigas sempre terminavam em risadas e abraços, bem diferente de Mark...

Percy voltou a me beijar e dessa fiz com que ele rolasse de costas, sentei em cima dele sem interromper o beijo e subi a sua camisa, logo Percy já estava sem a sua camisa e me olhava de um jeito totalmente diferente.

– Você quer mesmo fazer isso? – Indagou ele sussurrando ao meu ouvido.

Assenti lentamente enquanto estava com os olhos fechados. Ele me manipulava como se eu não tivesse peso, e a ansiedade começou a se desfazer.

Depois de um longo beijo, começamos a nos enlaçar de uma maneira lenta e tranquila, eu havia esperado pela dor que muita gente falava, mas ela simplesmente não veio. Quer dizer, não tão forte.

Senti que ele me preenchia, pela primeira vez na minha vida, indo cada vez mais fundo, eu perdi a noção de onde eu começava e onde ele terminava. Quando acabou, Percy me abraçou com força, sorri ainda ofegante.

Ele afagava o meu cabelo e eu fazia pequenos círculos em seu peito. Nós dois estávamos extasiados e um tanto feliz.

– Eu te amo. – Disse Percy para minha surpresa. – É sério. - Ele riu baixo. – E você?

– Te amo mais. – Disse eu aconchegando-me mais em seus braços.