All At Once escrita por Helle


Capítulo 2
Dead Wrong


Notas iniciais do capítulo

Gente do céu. Eu consegui! Depois de meses de um bloqueio monstruosamente e ridiculamente grande eu consegui! Estava pensando em café e a ideia surgiu na minha mente junto com a música! Novamente, da banda The Fray. Como o título do cap já diz, o nome da música é Dead Wrong e eu espero do fundo do meu coração que gostem! Desculpas pela demora, mas não saia nada bom. De verdade. Espero que esse cap tenha ficado bom.



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“Se eu soubesse o que eu sei agora... Eu faria questão de dizer. Eu teria gritado se pudesse. Eu estava, obviamente, muito errado o tempo todo. Mortalmente errado... Só pra variar.”

Os pensamentos do rapaz voavam em sua cabeça em uma velocidade absurda. Ele pensava tanto que chegava a doer. Ele precisava pensar. Estava num país estranho, com pessoas terrivelmente estranhas e sua única informação estava em suas lembranças. Ele teria que contar com a tão temida sorte, que sempre o abandonou quando ele precisava. Pensando bem, ele não estava lá quando muita gente precisou, principalmente ela.


–Draco, precisamos resolver isso, as pessoas estão começando a falar coisas absurdas...

–Eu não me importo com o que os outros dizem... o que eu tenho a perder?

Hermione encarou o jovem a sua frente. Ele não podia estar mais errado. Havia tanto a perder pela frente...

–Draco, eu não quero continuar com isso sem nenhuma certeza. Eu tenho meus pais, meus amigos, minha carreira... Eu preciso que você esteja ao meu lado. Você entende?... Você está me ouvindo?

O rapaz desviou o olhar do lago para a garota ao seu lado. Ele estava ouvindo muito mais do que ela podia imaginar. Estava ouvindo o começo do fim naquelas palavras. Ele sabia muito bem quando tudo começava a dar errado. E ele achava que não havia volta para situações como aquela. Mais uma vez, errado.

–Você quer acabar, é isso?

–Não! –Se adiantou Hermione com certo pânico nos olhos. Mas depois uma estranha compreensão se abateu sobre ela. –Você quer?

Draco deu de ombros. Ele estava segurando as pontas naquele momento. Obviamente ele não queria acabar nada. Era óbvio, não era?

Não era.

–Isso é um sim? –Perguntou a garota com a voz falhando um pouco.

Draco respirou fundo pelo nariz. Era melhor acabar logo antes que ela acabasse. Era o orgulho falando mais alto, como sempre. Um sonserino nunca era largado.

–Veja bem Hermione, se você quer que eu saia explicando pra cada pessoa desse mundo o por quê de você estar com um estúpido anel no dedo, só pra manter essa relação, eu sinto muito mas é melhor acabar antes que comece.

A garota segurou as lágrimas. Segurou o choro preso na garganta. Acenou positivamente com a cabeça devagar e retirou o anel com cuidado do dedo.

–Bem... Foi bom enquanto durou. –Disse entregando a jóia para o loiro, que recusou de prontidão.

–É seu. Fique com ele. –Disse ele com certa frieza.

A garota segurou a vontade de gritar. Segurou os sentimentos que podia. Mas deixou escapar um suspiro ao soltar o anel no colo do rapaz e sair andando o mais calmamente que pôde.

"E aquela devia ser a primeira indicação de que ela não queria aquilo."


Nenhum dos dois queria, mas Draco era melhor ator. E obviamente mais cabeça dura. Por isso ele a deixou ir embora. Por isso não a seguiu quando teve a chance. Por ser tão cabeça dura, ele não virou a cabeça para ver que ela virara a sua e olhara para trás.


A história dele não era nova.

–Eu sempre fui criado pra odiar nascidos trouxas, trouxas, qualquer pessoa que não fosse superior a mim. Entende?

A garota assentiu.

– Meu pai passou isso pra mim, e recebeu do pai dele, que recebeu do pai dele e assim vai...

–Deve ter sido difícil superar isso... –Refletiu a castanha.

–No começo foi... Mas você vai pegando o jeito. Sem contar que eu pude contar com a ajuda de uma professora incrível, você sabe... Para superar esse preconceito e tal... –Falou o loiro sorrindo cinicamente para a moça ao seu lado.

Estavam deitados no chão, na grama incrivelmente verde dos Jardins de Hogwarts.

–Essa professora deve ser muito boa né? –Disse a garota se levantando da grama.

–Muito boa. –Concordou o rapaz observando a grifinória descaradamente.

–Quero dizer... Transformar um ex-comensal em um ex-anti-trouxa.... Quais as chances disso acontecer de novo na história? –Perguntou Hermione caminhando lentamente nos jardins da escola de magia e bruxaria mais famosa do Reino Unido.

–Eu acho que são remotas. –Disse o rapaz acompanhando os passos lentos de Hermione.

–Você acha que ela conseguiria mais algum feito milagroso desse tipo?

O rapaz parou pra refletir nas entrelinhas da frase. Sempre haviam entrelinhas com a “sabe-tudo”.

–A que tipo de feito, você se refere, exatamente?

–Ah... algum do tipo, fazer esse tal ex-comensal/ex-anti-trouxa ir a um evento trouxa no mundo trouxa... cheio de trouxas...Você sabe...

Draco parou de supetão.

–Tá me chamando pra sair, Granger? –Perguntou com ar de riso.

–Alguma objeção, Malfoy? –Rebateu a moça.A gargalhada do rapaz sempre a hipnotizava. Mesmo que ele tivesse dito não, e ele disse a princípio, teria valido a pena fazer o “convite”... Só as risadas dele faziam o dia valer.


Mas ele nunca teria como saber de nada, porque ela nunca chegou a falar o quanto gostava do som da risada dele, ou da cor dos olhos dele quando o tempo estava aberto. Ela nunca disse muita coisa, por puro medo de se arrepender depois. E no final das contas ela arrependia-se por não ter dito. Talvez ele tivesse pensando duas vezes antes de acabar com tudo em cinco minutos de discussão.


Aquela história não era nova.

–Dois amantes impossíveis. Sonserina versus Grifinória, Sangue puro e Sangue trouxa, amor e ódio, razão e sensibilidade, orgulho, preconceito e muitos outros sentimentos controversos... Tudo entre nós é controverso, não acha? Somos um casal bizarro. –Disse o rapaz sorrindo ao ver a garota colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha.

–Você e essa sua mania de filosofar e fazer de tudo um livro... Você sabe que é um problema né?

O loiro sorriu. Ele sabia.

–Eu sei de tanta coisa que você ficaria assustada em saber metade. –Disse malicioso.

–Ah é? Como o quê?

-Minha namorada não me deixa ensinar esse tipo de coisa a garotas trouxas. Sinto muito.

Hermione riu alto. Estavam no mundo trouxa. Ela havia conseguido, com certo esforço, convencer Draco a ir a um show de uma banda que ela amava. Ele obviamente não estava muito confortável naquela realidade, mas pareceu se adaptar rápido. Na realidade ele tinha amado o show mas não iria admitir nem sob tortura, e ela sabia. Draco cumprimentava todos que passavam com um aceno displicente de cabeça, ao invés de lançar o conhecido olhar de escárnio que ele costumava usar na escola.

–Sua namorada deve ser muito chata... Que mal faria se você ensinasse uma coisa ou duas a uma pobre garota trouxa? –Perguntou Hermione balançando-se “inocentemente” nos calcanhares, fazendo o vestido vermelho que ela usava ondular em seu corpo.

Draco fingiu ponderar algo por um segundo ou dois. O olhar vago logo foi substituído por um olhar brincalhão. Em seguida ele pigarreou e parou de andar virando a garota para que ficassem frente a frente.

–Você tem que prometer que não vai contar nada a ela, corro o risco de ser castrado. –O tom de voz era sério, mas o sorriso nos olhos acinzentados do rapaz denunciava o verdadeiro humor dele naquela noite.

–Eu juro que ela nunca vai saber de nada. –Disse a garota beijando os dedos indicadores cruzados dos dois lados. Os dois sorriram de forma cúmplice e como se houvesse combinado o momento, beijaram-se de forma desesperada.

Ali, naquela calçada cinzenta, naquela noite fria, naquele mundo um tanto quanto estranho para ambos. Eles não tinham como saber que aquela era a última vez que aparatavam juntos.


Ele não tinha como saber que ela estava relembrando o passado também.


Hermione não tinha como saber que um suspiro frustrado saiu dos lábios do “seu” sonserino, enquanto um suspiro cansado saía da sua própria boca. Ela não tinha como saber que ele estava há duas quadras de distância dela. Se ela soubesse, não estaria abraçada com Ronald na sacada do quarto de hotel.


A história deles não era nova, mas aquilo tudo era novo pra ele. Aquele sentimento de que ele precisava fazer algo. A urgência que o levava a sair andando aparentemente a esmo numa cidade lotada de gente doida. Ele nunca havia sentido nada daquele jeito antes. Nunca.

Mas era sempre assim, ela sempre o fazia experimentar sensações novas. Foi desse jeito que ele se viciou em café. O rapaz deu uma discreta risada.

–Você vai adorar, é viciante. É a melhor bebida do mundo, ganha até pra Cerveja Amanteigada. E o melhor, não embebeda! -Disse Hermione empolgada enquanto arrastava o rapaz pela mão em direção a um estabelecimento que ele julgou "simpático".

Estabelecimento esse que se tornou sua segunda casa, praticamente. Foi de lá que ele havia saído na noite passada. Deixando Pansy Parkinson para trás. Ele iria reaver o tempo perdido com sua "sabe-tudo". Se conseguisse a achar, é claro.

Era incrível como cada mínima besteira o fazia lembrar de Hermione. O cheiro de café invadiu suas narinas e o sorriso dele alargou-se consideravelmente. Talvez um pouco da tal “cafeína” fizesse sua cabeça parar de latejar.

“Que nome estranho pra uma cafeteria” –Pensou o jovem antes de entrar numa das mais tradicionais cafeterias do país.

–Um cappuccino grande por favor. O rapaz congelou ao ouvir a voz feminina fazer o mesmo pedido que ele. Era impossível.

“Quais as chances de isto estar mesmo acontecendo?” –Pensou ele antes de se virar lentamente para o lado e encarar os olhos azuis e sorridentes de Astoria Greengrass.


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Notas finais do capítulo

Cap pequeno né? Mas só pra constar, eu estou com mais ideias e elas não vão fugir assim tão rápido. Vai ser short fic hein? Mais uns dois caps e acaba. Está tudo semi-definido na minha mente. Depois eu escrevo e posto mais! Beijos e me digam o que acharam!