POV Jessie -

Quando me disseram que o "pra sempre" sempre acaba, eu não acreditei, mas agora vejo que.... É verdade, infelizmente. Eu sempre pensei que eu e Justin ficaríamos juntos para sempre, mas foi tudo uma mentira. Dois anos e eu vivi uma mentira.

Justin me traía por 2 anos e eu nunca percebi nada. Nada! Nenhuma atitude diferente, nenhuma voz fria, nenhuma voz assustada, nada. 

E, mesmo depois de descobrir isso, eu continuo o amando. Burrice? Talvez. Prefiro acreditar que é um amor verdadeiro. Pelo menos de minha parte. 

E, talvez seja por isso que eu estou arrumando minhas coisas e indo embora. Estou num hotel. Um hotel afastado da cidade de Washington DC. Justin vai fazer uma performance pro Presidente, enquanto eu vou arrumar minhas coisas. 

Todos já sabem que eu estou indo embora, já me despedi de Kenny, Pattie, Dan, todo mundo. Pedi pra eles não contarem nada pra Justin e só mostrarem a carta de despedida que eu escrevi para ele.

Justin está contando comigo, na apresentação, que vai acontecer daqui a... 5 minutos. Mas....Eu vou estar longe, bem longe.

Respirei fundo e fechei mais uma mala. Agora só faltava a última. 

(...)

Escutei o barulho do zíper sendo fechado. A última mala estava pronta. Coloquei-as num táxi que tinha chamado e descansei meu corpo. A viagem até o aeroporto iria demorar. Era o aeroporto de DC mesmo. 30 minutos mais e eu estaria no aeropoto.

Descansei minha cabeça na janela e suspirei, fechando os olhos.

POV Justin -

Eu só precisava fazer mais uma performance de mais uma música e tava liberado. Ainda procurava Jessie por todos os cantos. Ela disse que estaria aqui, mas não a vejo. Ela deve estar em alguma sala, ou qualquer coisa.

Suspirei e entrei no palco.

(...)

Minha performance e a noite tinham acabado. Eu e meus amigos voltamos pro hotel. Fomos comer alguma coisa, todos me olhavam sérios. Dei falta da Jessie por ali.

- Cadê a Jessie e o que tá pegando, pessoal? - Não me responderam nada e me entregaram uma carta.

Abrí-a rápido. Era a caligrafia firme e redonda de Jessie. Olhei pra todos, que continuavam ali.

"Querido Justin,

Sinto em te dizer que quando você estiver lendo essa carta, eu vou estar bem longe do hotel e de DC.

Sinto muito em não ter coragem de me despedir de você cara-a-cara. Parece que sou uma medrosa mesmo. Mas isso não importa.

Só queria dizer que te amo. De verdade, mesmo você me traindo ou não me amando. Acho que meu amor dá para nós dois, não é? Vou sentir sua falta. Falta dos dois anos que agente passou junto. Sentirei falta das suas piadas ridículas, da sua falta de educação à mesa, do seu romantismo, do seu olhar bobo e apaixonado. Sentirei falta do seu sorriso. Sentirei falta do seu peitoral pra eu recostar minha cabeça, de quando você me fazia cócegas e me fazia sorrir.

Sentirei falta de todos os momentos bons e ruins que passamos juntos. De como você me abraçava nos dias de inverno, de como observávamos as estrelas, de como você me reconfortava. Dois anos é muito tempo para ser resumido em palavras.

Enfim, sentirei falta d evocê e de tudo e todos. Sentirei falto do meu grandão, Kenny, da Pattie, Dan, Scooter, todo mundo. Todos que estavam lá, me apoiando e me fazendo rir, quando eu estava pra baixo. Bom, espero que você sinta falta de pelo menos alguma coisa sobre mim. E espero que essa garota com quem você me traía te faça feliz, já que eu não dei conta, não é?

Lágrimas caíam no papel, borrando a tinta. Eu já soluçava. Levantei os olhos e todos me encaravam com um misto de pena e sofrimento.

- Vocês... sabiam disso? - perguntei com voz falha. Eles apenas assentiram. Voltei meu olhar pra carta e continuei a ler.

"Ainda me perguntou por que você me traiu. Não era mais fácil terminar o relacionamento? Bem, isso não importa mais, está tudo acabado mesmo. O que me deixa triste mesmo é o fato de ter vivido dois anos aos custos de uma mentira. Mas eu já estou bem longe e você não deve se importar com isso.

E, ah, eu prometo que finjo não me importar também, ok? Vai ser feliz, amor. Viva sua vida, enquanto eu tento viver a minha, mesmo sem você. O anel que você me deu está com sua mãe. Lembra? Aquele nosso anel de compromisso.... h, eu me lembro como se fosse ontem. Eu me lembro de tudo como se fosse ontem.

E, mesmo depois de tudo, eu ainda te amo e sei que você sempre vai estar na minha mente e no meu coração. Cara, como eu sou burra. Amar alguém tanto assim, ao ponto de esquecer de mim mesma. Mas enfim, só peço que não pergunte pra onde eu vou ou qualquer coisa do tipo. Não vá atrás de mim.

Se você pedir pra eu ficar, eu provavelmente vou ficar e, no final do dia, tudo vai continuar a mesma coisa. Se eu ver o se sorriso ou seus olhos com lágrimas, eu vou ficar, porque não vai ter ninguém pra me impedir e dizer: "Sua burra, não vai. Vá embora, ele vai continuar te traindo enquanto souber que você vai estar pra sempre lá". Então, por favor Justin, se você me ama, ou gosta de mim, ou qualquer coisa, não me procure, não vá atrás de mim. Não me impeça de seguir minha vida.

Apenas siga a sua. Tenho consciência de que não fui boa o suficiente, aliás, eu nunca fui boa o sficiente pra ninguém, não é? Digo, eu já não sou boa o suficiente, então, apenas me deixe. Me deixe ir. 

Fique e faça os seus fãs sorrirem, faça eles chorarem de orgulho e alegria.

Eu te amo.

Jessie."

Levantei os olhos da carta atordoado e deixei o papel cair. Mamãe deu um passo a frente e me estendeu o anel. 

- Ela mandou te entregar isso. - Mamãe disse, com voz de choro. Todos adoravam Jessie. Estendi a mão e peguei o anel, guardando em meu bolso.

- Pra onde ela foi?

- Ela não quer que agente fale, carinha. - Kenny falou.

- Não interessa, pra onde ela foi! DIGAM, DIGAM! - Gritei, chirando. Maldita hora que eu fui pr'quela festa, maldita hora que eu fiquei bêbado e peguei qualquer uma! MALDITA HORA.

- Desculpa, querido, não vamos. - Mamãe disse, todos me deixaram sozinhos ali.

Peguei a chave do meu carro e fui dirigindo pro aeroporto da cidade. Um aeroporto, dos vários que tinham. Mas fui pro aeroporto principal. Talvez ela estivesse lá.

(...)

Procurei por Jessie em todas as alas e não a encontrei. Fui seguindo pra todos os aeroportos, com uma mínima esperança. Eu estava chorando, de soluçar, cansado, quebrado, mas nada iria me fazer parar. Nada iria me convencer de voltar. Eu iria até o fim por ela. Só pra dizê-la que a amo, que a quero de volta, só pra pedir perdão, de joelhos. Eu precisava dela.

POV Jessie - 

Já estava dentro do avião. Tinha escrito uma outra carta, agora pequena, para Justin e entreguei para um trabalhador. Suspirei, deixando lágrimas caírem.

Se eu conheço o Justin, ele iria atrás de mim, iria pra todos os aeroportos, e então, ele receberia minha carta. Mas... não sei de mais nada. 

POV Justin -

Faltava só mais um aeroporto. Eu precisava encontrá-la.

- Sr. Justin? - Alguém me cutucou. Me virei e me entregaram um papel, logo saíram rápido.

Abri o envolope. Dei de cara com uma letra tremida. Parecia a letra de Jessie. Comecei a ler.

"Querido Justin,

Ah, garoto teimoso. Sabia que você ia me procurar, por isso escrevi mais essa carta. Desista. eu já estou a caminho do meu destino, já estou no avião, você não vai me encontrar.

Essa carta é pequena, porque tenho pouco tempo. é uma carta de desculpas.

Desculpe-me se não tive coragem o suficiente de me despedir de você. Se eu te visse, com certeza desistiria na hora e voltaria pra você. Sou muito vulnerável. Garoto, você não sabe como me deixa fraca. Não sabe como me rendo em suas palavras, em seus olhos e sorriso. 

Desculpe-me se não fui mulher suficiente, se não fui boa suficiente pra você. Desculpe-me, por tudo.

Mas eu te amo e sempre vou amar.

Jessie."

Suspirei, voltando pro carro e passando as mãos no rosto e cabelo.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra ela.

"Você não tem que pedir desculpa, eu tenho. Eu pediria desculpas de joelho, se fosse preciso. Faria qualquer coisa pra ter você de volta. Eu tava bêbado na festa, não sabia o que eu tava fazendo, fiquei com qualquer uma. Me desculpe. eu só quero ter você de volta. Me liga. -Justin".

(...)

Estava jogando na cama do meu quarto de hotel. Meus olhos estavam vermelhos e inchados, eu não conseguia parar de chorar. Alguém bateu na porta e entrou.

- Querido, tem alguém querendo falar com você. - ela me estendeu o telefone, não me movi. - É a Jessie. - peguei o telefone dela.

- Jessie?

- Justin.... - Nossas vozes eram de choro. Chorei mais ainda quando escutei sua voz. - Para de chorar, por favor. - Ela também estava chorando. Dois chorões. Funguei um pouco.

- Me desculpa, me desculpa, Jessie, volta, volta pra mim.

- Não.. não pede isso. 

- Me perdoa, por favor. Amor, isso também me machuca, por favor, volta, volta pra mim. Jessie, eu preciso de você. Não foi minha intenção, eu não quis te trair, Jessie. eu te amo, eu amo seu sorriso, amo o jeito que você fala, amo seu olhar bobo e apaixonado, amo te abraçar, amo sentir seu corpo junto ao meu. - parei, soluçando. - Amo ter você comigo, dois anos inteiros é muito tempo para resumir em palavras. Volta pra mim, meu amor.

Ela ficou em silêncio por um tempo, eu também. Apenas podia escutar seu choro e ela, o meu. Tão longe, mas tão perto. Separados, mas juntos. Era assim que eu me sentia.

Longe dela, eu não era ninguém.

- Desculpa, amor. - Ela disse. - Desculpa por não ser quem você quer que eu seja, por não ser boa suficiente, desculpa por não ser perfeita.

- NÃO! Você é perfeita pra mim, você é melhor do que tudo, você é mais que boa, Jessie. Volta, volta pra onde você tem que voltar, pra mim. Você não tem que ir, Jessie. Você tem que voltar. Você sempre foi você mesma, honesta, brava, linda, carinhosa, engraçada, tudo que eu sempre quis que você seja. Eu sempre quis que você fosse você, e é isso que você é.

- Justin... - Ela disse, soluçando.

- Eu não vou conseguir, não sem você. Jessie...

- Eu tenho que desligar. - Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ela desligou. Apertei o telefone forte, enquanto me sentava na cama.

Era esse o fim? Eu só queria tê-la comigo, era pedir demais? 

Novamente, mandei um mms pra ela.

"Amor, eu sei que o seu coração já viu tempos melhores. Eu sei que nossas cansões já tiveram rimas melhores. Amor, eu acho que cometi os piores erros. Eu entendo se precisar de espaço, por favor, não tenha preça. Amor, não é só você, você sabe que me machuca também, vendo você ir embora, com lágrimas nas mangas, sabendo que as minhas não estão exatamente secas. Amor, não é só você que está machucada, sou eu também. Me desculpe, eu não estava lá pra te segurar quando você caiu, eu não ouvi quando você chamou, todas essas noites. Por favor, não esqueça os bons momentos comigo, eu posso trazer de volta as batidas do coração doífo. Quando fica escuro e difícil de enxergar, eu vou ascender as luzes. Eu não vou desistir. Estou disposto a implorar até quebrar o joelho, eu acredito em nós, não desista de mim. Menina, sei que você está sofrendo. E sinto muito pela dor. Juro que mudarei. Perdoe-me. Perdoe-me."

Enviei o mms para ela. Ela é fã de Cody Simpson. Espero conseguí-la de volta.

(...)

Sem resposta. Horas e horas esperando, a fio. E sem resposta.

- Filho... - Mamãe entrou no quarto. Não me movi. Olhava pra parede, lembrando de nossos momentos. 

- Não, mãe. Por favor. - Ela suspirou.

(...)

Alguns dias tinham se passado. Não tinha falado com Jessie, por mais que tentasse, ela não me respondia.

- Mãe, a Jessie te disse pra onde ela ia?

- Espanha. - Mamãe disse, sem hesitar.

Já sei pra onde eu vou.

(...)

rocurei Jessie por quase todo o país, fui no interior e me disseram que conheciam a garota. Dei um sorriso e me levaram até uma casa simples. Bati e ela abriu. Estava linda. Sorri. Sorri como nunca tinha sorrido antes.

- Justin? - a abracei forte.

- Volta, volta pra mim. - Disse em seu ouvido.

- Justin... - a interrompi com um beijo. Um beijo que ambos precisávamos. Separei meus lábios dos dela.

- Me desculpa, por todos os meus erros. - fiquei de joelhos. Os dois joelhos no chão. - Estou disposto a ficar aqui até ficar com meus joelhos quebrados. Nós tivemos tudo, como caímos? Não deixe isso, morrer amor. Me perdoa? Volta pra mim? - Tirei o anel do meu bolso.

Eu e ela chorávamos. Ela assentiu e eu coloquei a anel em seu dedo de novo.

- Eu sou tão burra. Como pude voltar pra você? - eu sorri. - Mas eu sempre te amei e sempre vou te amar. - Sorri mais ainda. - Espero ser boa o suficiente.

- Você é. - A beijei. -Me desculpa, de novo. - Sussurrei em seu ouvido.

"True Love doesn't have a happy ending because true love never ends." (Amor verdadeiro não tem final feliz, porque amor verdadeiro nunca acaba)