Paramos com aquela brincadeirinha besta, e Peter para e começa a me olhar profundamente nos olhos.

Sem intenção nenhuma, apenas aproveitando o momento.

Meu coração dispara, engulo em seco, queimo por dentro, parece até que meus órgãos estão sendo esmagados.

Seus lidos olhos azuis me lembram a noite clara.

Uma noite que você pode sonhar infinitamente.

Presto atenção nos seus lábios rosados e macios.

- é... então, eu acho que vou pra cama – ele diz sem jeito

- Ok, eu também vou dormir – digo me levantando.

- é... então tá... boa noite, ou bom dia – digo subindo as escadas e indo em direção ao meu quarto.

Me jogo na cama, e enterro meu rosto no travesseiro.

AQUELE BOSTA CONSEGUIU!

PETER WINS.

PRONTO! AMEI ISSO.

Porque isso velho?

AAAAAAAAAAAAAAAAHHHH

Só não entendo como ele fez eu começar a gostar dele.

SIM! É ISSO MESMO, EU GOSTO – talvez – DO PETER!

OK?

Não que eu vá beijá-lo novamente nos sonhos, ou dar uma lambina novamente...

Aquilo foi... foi uma coisa “esquecível”

TÁ? HUMPFH

Me ajeito na cama, fecho os olhos e pego no sono.

(...)

- Então... tá tudo bem agora? – um menino diz, não vejo quem é, ou ao menos como ele é.

Estamos em uma varanda grande da entrada de uma casa muito bonita.

- Claro, já está tudo bem, obrigada – digo sentindo meu rosto corar.

- Me sinto culpado – ele diz olhando em meus olhos.

- Pelo que? – digo.

- Por querer o que eu quero.

Me espanto e fico sem palavras.

- A garota do meu irmão e essas coisas. – ele diz virando e descendo os poucos degraus da varanda em direção á rua.

Ele para e fecha os punhos.

- Não! Não, você quer saber? – ele fica de frente pra mim – Se é para me sentir me culpado por alguma coisa, vou me sentir culpado por isso.

Ele pega meu rosto, e aproxima dos seus lábios.

Seus lábios frios e macios, a textura da sua língua.

Todo esse sentimento...

Ele se afasta.

- Boa noite – ele diz sorrindo, e se afastando na escuridão.

Fico imóvel pensando “o que”?

(...)

Sento na cama, e olho ao redor.

MAIS QUE MERDA FOI AQUELA?

Alguém me explica?

Caramba que coisa mais louca.

P . O . V – Peter

CARA! Ela deve me achar um idiota!

Só pode. Porque eu fiquei olhando pra ela?! AAAAAH

Só por que ela tem lindos olhos acinzentados?

E o cabelo ruivo, que para mim é um vermelho vivo muito lindo?!

Do jeito que está indo as coisas, ela vai achar que eu sou tarado.

Só pode.

Caramba cara, posso me matar agora?

Não... POSSO!

NÃO!

Que merda eu to fazendo?

Véi... na boa, a Liza é tão chata, tão retardada, tão idiota!! A PONTO DE ME FAZER COMEÇAR A GOSTAR DELA QUE BACANA!

Adorei essa...

Droga.

Não ela não é o que eu falei, por que ela é... SHIT!

(...)

P . O . V – Narradora – UHU LIKE A BOSS

2 semanas depois, nada se passou, nenhum beijo NEM NADA!HAHAHAHA, NAS SUAS FACES! Em fim... Peter e Liza já tem suas “liberdades” do internato fudidos, o que quer dizer que as férias acabaram, e o “hell” voltou, nem tudo na vida é um mar de rosas....

(...)

P . O . V – Liza

- Tá pronta Liza? – Peter pergunta pra mim colocando uma mochila nas costas, e colocando sua mão sobre uma mala nem tão grande.

- Sim, como nós vamos?

- de Busão – ele diz se orgulhando

- que? Mais não é perigoso? – pergunto erguendo a sobrancelha.

- Não – ele diz me olhando nos olhos.

- ok, então vamos... – digo pegando minha mala pequena.

(...)

- POR QUE ELE TÁ AQUI? – grito irritada apontando para Billy.

- Por que ele estuda “conosco” – Peter me responde.

- A PORRA! – digo querendo avançar em Billy

 AINDA EU GUARDO RANCOR DESSE FILHO DA PUTA!

- Velho, se ela tá irritada comigo, imagina com ela. – Billy para e olha para sua esquerda.

- Oi pessoas feias menos ele - a pessoa aponta para Billy, “referindo-se” a Billy ser a pessoa “menos feia”

- CARALHO! – grito irritada, pegando e apertando firme a mão de Peter  - OQUE ESSA VADIA TÁ FAZENDO AQUI?!

- Ela é nossa colega...

AAAAAAAAAAAHHH NÃO ACREDITO QUE A ISABELLY É NOSSA COLEGA!!!

E SIM EU TO FAZENDO ESCANDALO... QUE RAIVA!

Aperto mais forte a mão de Peter que começa a gemer de dor.

- Desculpa. – digo largando a mão dele, e olhando Isabelly com um olhar mortal

Peter chega perto de mim, e me abraça, colocando sua cabeça sob meu ombro.

Ardo dentro, queimo, POSSO EXPLODIR?

- Calma – ele diz me apertando, com sua voz sussurrando em meu ouvido, com um bafo quente.

- OOWNN que casal fofo – Isabelly diz em voz de deboche, o que me faz apertar Peter contra mim mais ainda.

- O busão chegou – Billy diz estendendo o braço

(...)

Me sento com Peter nos acentos do meio no ônibus, mais ou menos.

E já começa a escurecer na rua, um por-do-sol lindo marca o céu.

- LIZA! – escuto uma voz familiar.

- eu? – digo com receio.

- COMO TU TÁ AQUI? – Annie se pronuncia na minha frente. Sorridente.

- VADIA! Tu anda me seguindo? – digo de olhos cerrados.

- Não, eu não sabia que o Peter morava tão perto, eu moro umas 4 casas depois da casa do Peter.

- nossa, e eu nem sabia... OQUE? – digo olhando para Cody – como assim?

- Cody é meu vizinho – ela diz olhando no canto do olho.

- nossa. – quando do nada para o ônibus – ué?

Billy se levanta, e vai até onde o motorista está, ele fala alguma coisa, e vira-se pra nós.

- Ele vai encher os pneus, ele disse para nós darmos uma volta, pra “tirar a água dos joelhos”, para os meninos, ou só dar uma volta mesmo – Billy diz descendo do ônibus.

Eu, Peter, Annie, Cody, ... e a cobra, descemos junto.

- Ar ... puro? – digo sentindo um cheiro estranho, mais não enxergo nada pela escuridão da noite.

- é, contigo respiran.. – Isabelly diz e logo começa a gritar muito alto, e começa a cair, tento segurar seu braço mais sem sucesso.

- ISABELLY? – vejo-a escorregando morro a baixo.

Billy olha para os lados nervoso, e pula no morro inclinado o bastante para servir de escorregador.

- BILLY NÃO! – Peter grita esticando o braço para o irmão, sem sucesso. – OQUE A GENTE FAZ? – ele me olha preocupado.

- ISSO! – grito agoniada pegando na mão de Peter e descendo desfiladeiro abaixo junto com ele.