Corria o mais rápido que eu conseguia, tropeçava nos galhos secos caídos no chão, precisava encontrar um lugar seguro antes de anoitecer, por ironia do destino estava no meio do meu maior pesadelo, sempre morri de medo de florestas por causa dos bichos e insetos que elas abrigam, mas naquela hora não podia pensar naquilo, o objeto do meu medo podia ser a minha salvação.

A cada segundo o medo se aprofundava como raiz em meu peito me fazendo arfar, corria aos tropeços sem rumo sentindo os galhos me puxarem para trás quando tentava avançar em meio à vegetação, olhei para os lados e não sabia mais para onde ir até que me deparei com uma árvore, seu tronco do tamanho de dois homens juntos e havia um buraco nele me convidando a me abrigar, só depois que abracei minhas pernas tentando procurar uma posição para que meu corpo coubesse dentro daquele vão é que me dei conta que poderia ter sido feito por algum animal selvagem. Com cautela observei a escuridão dentro do buraco e fiquei em silencio ouvindo os sons, se tivesse sorte estaria sozinha.

Fiquei ali, encolhida, olhando a tarde cair e pensando qual seria o meu destino dali pra frente, perguntas assombravam meus pensamentos... Quem eram meus verdadeiros amigos?, Porque eu estava naquela situação? Aquilo tudo tinha a ver com meu envolvimento com Derek? Quem eram aqueles homens? Eu só tinha certeza de uma coisa, eu sabia demais e era uma ameaça para os negócios de Xavier, dentre estes pensamentos unidos pelo meu cansaço e dor nas pernas e pés em poucos minutos cochilei.

Você é linda minha princesa, estou apaixonado por você! Porque se afastou de mim, a quero mais que tudo nesta vida, fica comigo?

Nunca! Você me fez muito mal, me traiu, usou da minha confiança e deixou todos meus amigos contra mim. Acabou, nunca mais você tocará em mim.

Se você não for minha não será de mais ninguém! Acabo com sua vida Samantha, não brinque comigo, você é minha pra sempre.

Nunca! Prefiro a morte do que viver com um homem sem escrúpulos como você.

Se é assim que você prefere...

Acordei assustada ao som do que me pareceu ser um tiro, aquele sonho conturbado contribuiu para acelerar meus batimentos cardíacos.

Já estava escurecendo, controlei minha respiração para não emitir nenhum som, meu medo de ser descoberta aumentava a cada segundo, ouvi vozes, eram eles, estavam próximos, um vacilo meu e eles poderiam notar minha presença naquele buraco.

_Vamos cara! Já é tarde, ela já deve ter sido devorada por um urso ou coisa parecida. – Estavam próximos a ponto que me permitisse ouvir, fiquei ainda mais encolhida em total silêncio.

_Não seja idiota, aqui não existe animais selvagens assim. Ela deve ter ido pelo outro lado em direção a estrada, vamos continuar.

_Mas Patrão já anoiteceu e essas lanternas não vão durar por muito tempo é melhor voltarmos e procurarmos por ela amanhã, com certeza ela irá procurar aquela amiga dela, vamos ficar de tocaia.

_Difícil eu concordar com suas idéias, mas dessa vez acho que você tem razão. Vamos pessoal, articularemos a captura da Samantha de outra forma, no meio dessa floresta ela não vai conseguir fazer nada contra nós.

_Patrão, o que faremos com o Roger?

_Desfaçam do corpo daquela anta, por culpa dele meu plano deu errado, vocês são bons em apagar vestígios, não se esqueçam de dar uma geral na casa também, vamos voltar para a cidade o mais rápido possível.

Aos poucos o som dos passos foi diminuindo até que não pude mais ouvi-los. Senti um alívio quando decidiram ir embora, se continuassem no mesmo caminho poderiam me encontrar ali escondida. Meu corpo estava todo dolorido de ficar na mesma posição, não enxergava um palmo à frente do nariz, era uma total escuridão naquele buraco, precisava me esticar um pouco, decidi sair do esconderijo, fui tateando as paredes do tronco até que consegui encontrar uma posição para sair, com mais dificuldade do que para entrar consegui por fim ficar de pé do lado de fora, me alonguei de diversas formas e fiquei ali parada com certa dificuldade para enxergar, eu era presa fácil naquele momento, ouvi o som de morcegos e sei lá mais o que, queria estar bem longe dali, mas não podia sair correndo no meio da noite.

Sentei na raiz da arvore e encostei minha cabeça no tronco, fiquei relembrando a última conversa da quadrilha, eles haviam matado o Roger, certamente por seu descuido que resultou na minha fuga e agora tinha certeza absoluta de que era o Sargento Roger, que pelo jeito não era sargento coisa nenhuma, o tiro que me despertou certamente foi o que acabou com a vida dele. Eles não vão sossegar enquanto não me encontrar, meu instinto de sobrevivência falou mais alto eu tinha que dar um jeito de sair daquele lugar, escolhi uma direção e segui com cuidado.

Para minha sorte era noite de lua cheia e desta forma eu podia enxergar um pouco mais, caminhei bastante sob a luz do luar, mas não deixava de tropeçar e me enroscar nos galhos, quando decidi aumentar o ritmo, para minha infelicidade caí em um buraco e torci o tornozelo e já pude sentir a dor da luxação, se não bastasse meu cansaço agora estava machucada para dificultar ainda mais, gemendo de dor me arrastei para me apoiar em uma pedra, sentei nela e massageei meu tornozelo para tentar amenizar um pouco a dor, não tinha quebrado apenas torcido mesmo.

Fiquei ali sentada para me recuperar um pouco, olhei ao meu redor e notei um foco de luz á alguns metros de distancia de onde eu estava, poderia ser minha salvação. Desci da pedra e fui tateando o chão para tentar encontrar um galho que me servisse de muleta, pois não conseguia apoiar meu pé no chão, com muita dificuldade encontrei um com espessura mais grossa que iria resistir ao meu peso, tive a sensação que enquanto o pegava algo gelado e liso passou pela minha mão, era melhor eu nem tentar ver o que era e dar o fora dali o mais rápido possível, me apoiei no galho e fui mancado com muita dor em direção aquela luz.

Já próxima ao foco de luz, ouvi algumas vozes e decidi observar melhor antes de pedir ajuda, eu não podia acreditar que eu havia chegado ali, estava de frente á casa para onde fui levada na noite retrasada e tive a melhor noite da minha vida, fiquei ali escondida totalmente imóvel tentando ouvir o que falavam, dois homens estavam no jardim, próximos ao porta malas de um carro escuro, um deles era alto que eu suspeitei ser o Derek, quando ele ser virou estavam manuseando cada um com uma arma de grosso calibre, o mais alto se aproximou do poste de luz que iluminava o jardim e puder ver que realmente se tratava de Derek, o outro não consegui ver seu rosto, somente constatei que era mais baixo e franzino com relação ao porte físico de Derek.

_Derek, o que você está pretendendo fazer com esse arsenal todo?

_Eles não querem guerra, pois bem, estou preparado para ela. – Derek falou com ar autoritário e totalmente seguro de suas intenções.

_Sabe o que eu não entendo, aquela garota, porque você a trouxe aqui? Você se arriscou muito.

_Sei lá o que me deu aquela noite, eu fui pra boate para acabar com a banca do Xavier, mas quando a vi, fiquei completamente obcecado por ter aquela mulher, eu não podia me arriscar ir para um lugar onde eu estivesse desprotegido.

_É cara a garota é de tirar o juízo de qualquer um, mas você por pouco não caiu em uma cilada.

_Como assim? Você acha que ela está envolvida? Ela estava com tanto medo aquela noite, acho que não, será?

_Derek acorda cara, pára de pensar nos peitos da garota e volta pra realidade, me diz, porque ela fez aquele show todo olhando somente para você? Esta claro que queria se aproximar de você era o plano do Xavier, ele não tinha como quebrar você, escolheu atingir seu ponto fraco. MULHER!

_Será? Não posso acreditar nisso, eu fui tão inocente assim?

_Mas é óbvio, presta atenção, você voltou ontem para a boate, a garota se insinuou toda pra você, você já ia caindo no golpe de novo, se não fosse eu te tirar dali você poderia estar morto. Eu andei sondando por lá e descobri que ela sumiu, parece que foi seqüestrada ontem a noite, tudo se encaixa, eles fingiram isso para você sair a procura dela e ser pego.

_Peraí, você pode estar certo. Mesmo eu tendo deixado ela sozinha aqui no dia seguinte era para ela no mínimo me dar um tapa na cara pela atitude cafageste que tive mas ao invés disso me chamou no camarim. É faz sentido.

Derek era realmente um criminoso e rival de Xavier, os dois estavam em guerra e eu no meio sem saber em quem confiar, eu sequer sabia o que estava acontecendo, Xavier me usou direitinho e eu não percebi, mesmo sabendo disso Derek jamais acreditaria em mim, precisava arrumar um jeito de sair viva daquilo tudo, agora não era apenas Xavier e seus homens que queriam me matar.

Não estava mais agüentando de tanta dor, precisava encontrar um lugar para passar a noite, mas já não conseguia caminhar em silencio, qualquer movimento meu chamaria a atenção de Derek, com cuidado foi me abaixando para alcançar o chão, consegui sentar mas o barulho e movimento no mato foi inevitável, fiquei imóvel em silencio torcendo para que não se aproximassem.

_Cleiton, vamos, precisamos encontrar o Cardoso com o material para despacharmos com segurança.

_Ok, só vou buscar minha jaqueta lá dentro.

Derek ficou observando ao redor esperando algo sair do meio do mato, ele estava intrigado com o barulho que ouviu.

_E aí vamos? Estou pronto.

Os dois entraram no carro, Derek arrancou em alta velocidade sumindo pela estrada de terra em poucos segundos, a casa estava toda apagada, esperei alguns minutos, me levantei com tamanha dificuldade devido à dor e apoiada ao galho fui me arrastando em direção a mansão, consegui entrar para o jardim por uma fresta na cerca ao lado do portão, precisava ser rápida pois eles poderiam voltar, tentei ignorar a dor e firmar o pé no chão mas era impossível, meu tornozelo latejava. Consegui chegar aos fundos da casa, a porta da cozinha não estava trancada com chave, as luzes estavam apagadas, com muita sede, me apoiei na pia e bebi água da torneira mesmo, enquanto saciava minha sede fui surpreendida por uma voz feminina.

_Quem é você? O que faz aqui?

_Calma, calma, por favor! A Senhora não se lembra de mim? Eu estive aqui na noite retrasada com o Derek.

_Meu sobrinho não vai gostar de saber que você veio procurá-lo. Ele está uma fera com vocês.

_Derek é seu sobrinho?

_É sim, algum problema?

_Não claro que não, bom, na verdade eu não vim procurá-lo, eu fui seqüestrada e consegui fugir, caminhei no meio daquele mato, machuquei meu tornozelo, nem sei como consegui chegar até aqui, pensei que não tivesse ninguém na casa, entrei para procurar algum remédio para aliviar minha dor.

_Deixe-me ver isso! – Levantei a barra da calça e tirei o tênis para que ela pudesse analisar, meu pé estava inchado e roxo pela inflamação.

_AI, está doendo demais. Por favor me ajude, prometo que vou embora, não quero encrenca para o meu lado nem para a sua família.

_Olha, Derek pode brigar comigo por ajudá-la, mas não vou deixá-la desamparada, venha, apóie-se em mim, vou levá-la até minha casa e lá cuidarei de você, desde que você me conte toda essa historia de seqüestro.

_Claro que sim. – Ela ajudou a me levantar, apoiei em seu ombro e saímos pela porta dos fundos em direção a uma pequena casa que ficava atrás da mansão.

_Venha, deite-se aqui, vou buscar minha caixa de primeiros socorros.

Fui me ajeitando no sofá, olhei ao redor, era uma casa bem simples, diferente da decoração da mansão, não entendi porque será que ele tinha tanto luxo e sua tia morava em uma casa tão simples como aquela.

_E então, como conheceu meu sobrinho?

_Eu me chamo Samantha e a Senhora?

_Me desculpe, não me apresentei, me chamo Agnes, Tia Ag como o Derek carinhosamente me chama.

_Muito prazer Dona Agnes, eu sou dançarina em uma boate no centro da cidade, foi lá que Derek e eu nos conhecemos, naquela noite ele foi até meu camarim e me “convidou” à irmos para um lugar mais reservado.

_É eu sei bem, meu menino é muito bonito mesmo, difícil de resistir e você também é uma linda garota, porque se tornou garota...

_Ahhh não, não sou garota de programa, sou apenas dançarina, aceitei ficar com o Derek porque senti uma atração muito forte por ele, como a senhora disse ele é difícil de resistir. – Senti minhas bochechas corarem ao falar nesse assunto com aquela senhora.

_Ohhh me desculpe, não foi minha intenção ofendê-la. Você disse que tinha sido seqüestrada, como isso aconteceu, como você fugiu?

_Eu tive que me apresentar ontem, pela falta de uma das dançarinas, Derek estava lá, dancei com ele, combinamos de nos encontrar no camarim, mas no final do show houve uma confusão no salão e alguém me retirou do palco, entrei no que me pareceu uma galeria de esgoto,devo ter sido dopada pois quando acordei estava em um casebre no meio do mato.

_E você viu quem eram os seqüestradores, eles disseram algo sobre meu sobrinho? – Dona Agnes parou o que estava fazendo e me olhou fixamente aguardando a resposta.

_Eu não sei bem em que chão estou pisando sabe, estou muito assustada com tudo isso, eles falavam de acabar com “aquele cretino”, eu acho estavam se referindo ao Derek, mas não tenho certeza, todos estavam com capuz, exceto um que foi minha maior decepção, meu melhor amigo também está envolvido com esse bando.

_Que historia maluca Samantha, mas como você conseguiu fugir?

_Eles me deixaram sozinha apenas com um capanga, ele me queria de qualquer jeito, eu usei isso para seduzi-lo, ele acreditou em minha mentiras me deixou ir ao banheiro, enquanto ele foi para a cozinha aproveitei para escapar, são amadores, onde já se viu deixar a chave na porta, corri pelo meio do mato sem rumo, torci o pé em um buraco, já era noite eu não enxergava mais nada, foi quando vi a luz daqui e segui até nessa direção.

_Pronto terminei, tome esse remédio, é para dor, você vai se sentir bem melhor. Enquanto você descansa, vou ligar para meu sobrinho.

_NÃO! Por favor, não conte para ele que estou aqui, ele acha que faço parte dessa quadrilha que quer acabar com ele, se souber que estou aqui é capaz de me matar.

_Mas você acha que eu vou mantê-la aqui sem contar nada a ele? De jeito nenhum ele precisa saber.

_Eu te imploro! Por tudo que é mais sagrado neste mundo, te suplico para não contar nada, eu vou embora assim que o remédio fizer efeito e parar de doer, prometo. – Lagrimas de desespero escorriam pela minha face, minhas mãos tremiam enquanto secava meu rosto, ela pôde notar minha angustia.

_Ai menina, você precisa fazer isso, pare de chorar, tá bom, não contarei nada por enquanto, mas se você estiver envolvida com essa gente e tentar fazer algum mal para o meu sobrinho eu mesma mato você. Entendeu?!

_Claro, fique tranqüila, só quero sair viva dessa historia. Obrigada, muito obrigada. – Beijei diversas vezes a mão daquela senhora, me sentindo aliviada em ter conseguido convencê-la de me esconder em sua casa, ali estava segura, eles nunca iam desconfiar que eu estivesse justamente ali, na casa do inimigo.

_Vou preparar um lanche para você, deve estar faminta não?

_Estou sim e queria muito tomar um banho também.

_Ahhh claro, venha eu te ajudo até o banheiro, só tome cuidado para não molhar a atatura. Fique a vontade, enquanto isso vou preparar seu lanche, qualquer coisa me chame ok.

Aquela senhora era muito doce e prestativa, mas porque ela daria abrigo a uma pessoa que supostamente está envolvida com os inimigos de seu sobrinho? Dentre estes pensamentos, tirei o colar o bolso e coloquei em cima da pia, me despi e calcei uma sacolinha de plástico para proteger a faixa, amarrei com fita crepe para que não molhasse, senti a água do chuveiro levar toda aquela sujeira, só era uma pena não me levar às lembranças do meu ultimo dia.

_Menina, vou deixar uma muda de roupa em cima da cama para você, são da minha filha deve lhe servir, estou na cozinha, qualquer coisa grita tá bom?.

_Sim, Dona Agnes, obrigada.

Saí do banho, imediatamente peguei o colar e como ela havia me recomendado fui até o quarto e vesti as roupas de sua filha, era um agasalho azul escuro surrado, dava pra notar que havia sido muito usado pela dona. Sai do quarto, estava um completo silencio na pequena casa, fui até a cozinha e Dona Agnes não estava lá como havia me dito, fui até a sala e nada, notei uma movimentação na mansão, da janela onde eu estava conseguia ver os fundos da mansão e fiquei desesperada quando vi que Derek e seu capanga tinham voltado e Dona Agnes estava lá conversando com eles, quando notei que ela apontou em direção a casa, tive a certeza de que tinha contado que eu estava lá, saí mancando pela porta dos fundos, entrei em uma garagem ou deposito não consegui identificar o que era, me escondi atrás de alguns galões, que deviam ser de combustível, pois cheirava muito forte gasolina, fiquei agachada ali, se conseguisse não ser descoberta quando amanhecesse eu iria dar um jeito de chegar até a cidade.

_Tia, onde está a garota? Não tem ninguém aqui.

_Como não Derek, eu a deixei tomando banho, será que?

_Será que o que Tia Ag? A Senhora tá delirando de novo, já falei para não se meter nos meus assuntos isso deixa à senhora transtornada e não é bom para sua saúde.

_Pára de falar besteira menino, eu estou ótima e a garota estava aqui, veja eu até cuidei dela, o banheiro está molhado e você viu as roupas sujas dela no chão, eu não estou delirando coisa nenhuma, eu prometi a ela que não contaria a você que estava escondendo-a em casa, mas ela deve ter nos visto e fugiu.

_Mas a senhora está me saindo uma ótima espiã hein Tia, gostei de ver. Bom se ela não está na casa e não está aqui na garagem então deve ter se embrenhado no meio do mato de novo, vamos não há o que fazer agora.

Derek não havia me visto por pouco, fiquei aliviada quando ouvi saírem da garagem, mas preocupada, pois agora novamente estava encurralada, ouvi barulho de um cadeado travando, Derek havia trancado a porta lateral, e agora como eu sair dali e procurar ajuda.

_Mas você é muito burra né Samantha, devia ter se enfiado no meio do mato, pelo menos tinha pra onde fugir. – Eu estava sendo assombrada pelos meus pensamentos, agora já não conseguia pregar o olho de preocupação, meu tornozelo voltava a doer, entrei no banco de trás do carro velho que estava estacionado na garagem e fiquei ali com a perna esticada, para tentar amenizar a dor, esperando amanhecer.

_Eu sabia que você estava escondida aqui. Pensou que ia me enganar Samantha. – Ouvi a voz grave de Derek, bem próxima atrás de mim, eu não tinha como escapar dessa vez, virei para encará-lo, meus olhos já estavam mareados de lágrimas, ele estava com uma pistola 9mm em punho.

_Derek, por favor!

_Cala a boca, vem comigo. – Ele me puxou pelos cabelos me tirando do carro, segurou forte no meu braç e foi me arrastando para dentro da mansão totalmente diferente de como ele me levara na nossa primeira noite.

_Senta aí! Agora você vai me contar direitinho o que vocês querem de mim. Cansei dessa brincadeira de gato e rato – Ele me jogou no sofá, alcançou uma cadeira e se sentou na minha frente me encarando, eu não tinha como fugir daquela situação era tudo ou nada.