Amor Sem Regras escrita por Maria Martins


Capítulo 4
Quebrando o orgulho


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, demorei para postar esse cap. porque eu estava viajando e onde eu estava não pegava a internet x.x Mas agora eu voltei para minha casa e trago para vocês a continuação da história.



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Allan estava sentado no sofá da sala lendo o jornal. Dylan estava ao seu lado, assistindo a televisão e comendo pipoca. Algumas vezes, Allan colocava a mão para o lado para roubar um pouco do filho.
O filme, que passava na televisão, teve um intervalo e começaram os comercias. Dylan ficou balançando as pernas querendo que o filme voltasse logo, pois havia parado em uma das melhores partes. Depois de dois comercias, apareceu um que falava sobre um lançamento que ocorreria na livraria Fênix no fim de semana. Os olhos de Dylan brilhavam de felicidade e tristeza ao ver o anúncio.
Allan, que ouviu um nome familiar, olhou para a tela.
- Não é aquele escritor que você gosta.
- É. Ele vai lançar o seu novo livro nesse fim de semana, estou muito empolgado para poder lê-lo, mas...
A empolgação na voz dele terminou e Allan o olhou preocupado.
- Mas o que?
- É que o escritor mora no campo, ele não gosta muito de ir para eventos, mas e pela primeira vez, desde que eu comecei a ler os livros dele, que ele vem para cá. O lançamento oficial vai ser no sábado, e ele estará lá. Mas será apenas para convidados, já que o autor não gosta de locais com muita gente. No domingo vai ter outro evento, aberto ao publico, mas o autor não estará lá, e eu queria muito conhecê-lo.
Allan passou a mão pela cabeça do filho e sorriu.
- Não fique assim filho, terá outra oportunidade, eu tenho certeza.
- É, talvez. Eu estaria convidado se fizesse parte do fã-clube, mas eles me rejeitaram, porque eu sou muito novo.
- São poucos os que entendem que tem pessoas mais avançadas do que outras. Aposto que você é mais esperto do que aquele fã-clube completo.
Dylan sorriu tentando se animar.
- Obrigado pai.
Mas logo o sorriso sumiu do seu rosto, realmente não saberia quando teria outra chance de conhecer seu ídolo.






– O que é que eu não faço pelo meu filho? – perguntou Allan olhando para a livraria Fênix.
Ele ficou um tempo parado, ainda não acreditando no que estava fazendo. Suspirou e entrou na livraria. Ficou um pouco tentada a olhar a sessão que mais gostava e passar a tarde lendo livros. Mas ignorou a vontade e foi até o elevador. Estava sozinho, não sabia se isso o deixava ainda mais nervoso ou mais calmo. Apertou o botão que levava ao primeiro andar da editora.
Quando a porta do elevador se abriu, Allan passou por ela e viu uma grande mesa em forma de meia lua, onde três mulheres digitavam no computador e usavam o telefone.
Não sabia muito bem o que fazer, podia ser que existisse mais de um Larry na editora, provavelmente. Uma das mulheres, que estava com um coque loiro, olhou para Allan.
- Precisa de ajuda, senhor?
Allan se aproximou.
- Bem, eu gostaria de falar com uma pessoa que trabalha aqui. O nome dele é Larry... Eu não sei o seu sobrenome.
- Em qual sessão ele trabalha?
Allan suspirou. “Sabia que foi idiotice vir aqui”.
- Eu não sei.
A mulher olhou um pouco desconfiada para ele.
- É que a gente se conheceu há pouco tempo e a única coisa que eu sei é que ele trabalha aqui.
- Como ele é?
- É moreno, alto e tem olhos verdes.
- Ah, é o Sr. Desrosiers. Só um minuto.
A mulher loira pegou o telefone e apertou um número.
- Grace? Será que você poderia avisar para o Sr. Desrosiers que... – ela virou-se para Allan – Qual o seu nome?
- Allan.
- Que um homem chamado Allan deseja vê-lo.
Allan sentiu um choque no corpo. “Meu Deus, eu fiz mesmo isso. Agora não tem mais como voltar atrás”.
A mulher esperou um pouco enquanto a secretária de Larry falava com ele. Após um minuto Grace voltou para linha. A mulher assentiu e olhou para Allan.
- Você pode subir. Fica no sétimo andar. Logo na entrada você fala com a recepcionista e ela lhe indicará a sala.
- Obrigado.
Allan voltou para o elevador e foi para o sétimo andar. Assim que saiu dele, viu uma mulher gorda digitando atentamente algumas coisas no computador. Allan se aproximou.
- Com licença...
A mulher o olhou.
- Sim?
- Eu gostaria de saber onde é a sala de Larry Desrosiers. Ele está me esperando.
- Siga esse corredor e entre na quarta porta. Depois fale com a secretária dele, Grace.
- Obrigado.
Allan seguiu os comandos da mulher e entrou na quarta porta. A sala que havia atrás dela era pequena. Havia apenas dois armários e uma mesa, onde estava sentada uma mulher muito bonita. Ela era magra, tinha seios grandes e um cabelo castanho mel. Usava óculos simples e seu cabelo estava preso por um lápis.
Ela olhou para Allan assim que ele entrou.
- Você é Allan.
- Sim.
- Pode entrar o Sr. Desrosiers o aguarda.
Grace ficou olhando para Allan de uma maneira que não o agradou muito. Parecia com vontade de rir. Ele passou pela mesa e abriu a porta que ficava ao lado. A sala de Larry era limpa e bem organizada, apesar te ter bastantes coisas. As paredes eram brancas e tinha uma janela de tamanho mediano, que estava metade coberta com cortinas cor azul claro.
Larry estava sentado em sua mesa e observava alguma coisa na tela do computador. Quando Allan entrou, ele desviou o olhar e sorriu.
- Que surpresa você por aqui.
Allan fechou a porta.
- Eu sei, também é surpresa para mim.
- O que lhe trouxe aqui. Pensei que não queria mais me ver.
Larry apontou para uma cadeira em frente à sua mesa e Allan se sentou.
- E não queria mesmo. Mas...
- Mas?
Allan suspirou. “Vá direto ao ponto, quanto menos tempo você passar com ele, melhor”.
- Eu queria te pedir uma coisa.
Larry encostou-se à cadeira confuso.
- Me pedir uma coisa? – perguntou interessado.
- Não é merda nenhuma que você está pensando.
Larry riu.
- Pois bem, o que é então?
- Eu vou me sentir ridículo fazendo isto. Eu não sou de pedir coisa, principalmente para pessoas que eu não conheço muito bem. Mas é por causa do meu filho.
- E no que eu posso ajudar?
- Bem, eu não sei se você é o editor responsável, ou tem ligação direta com isto.Mas...É sobre o lançamento que vai ter esse final de semana – Allan ficou olhando para baixo – É que... Meu filho quer muito ir. Sei que é só para convidados, meu filho tentou fazer parte do fã-clube do autor, mas foi rejeitado.
“Meu Deus, o que eu estou fazendo? Pedindo um favor desses para uma pessoa que eu mal conheço”.
Larry ficou encarando Allan por um momento, depois abaixou o olhar e ficou mexendo na caneta.
- Felizmente, eu sou justamente o editor responsável por este livro. Acho que posso dar um jeito de encaixá-lo...
Larry olhou para Allan confuso, ele era m homem jovem, não devia ter mais de trinta anos. Ficou pensando se ele era mais velho do que imaginava ou o filho era novo demais.
Allan levantou a cabeça surpreso por Larry ter aceitado normalmente, sem pedir nada em troca.
- Está falando sério?
- Estou. Allan, só uma pergunta: Quantos anos seu filho tem?
- Doze.
Larry ficou surpreso.
- Ele não é muito novo para o estilo do livro?
- Eu também achava, mas meu filho ele é avançado em relação às crianças da sua idade.
Larry pensou.
- Espera, seu filho estava com você quando nos encontramos lá embaixo, certo?
Allan confirmou.
- Ele é parecido com você?
- Sim. Por quê?
- Eu acho que falei com ele. Ele estava procurando o livro desse escritor, me assustei por um menino tão novo se interessar por livros desse nível.
Allan sorriu orgulhoso pelo filho. Larry sorriu também.
- Você deve mesmo amar muito seu filho, ao ponto de vim atrás de uma pessoa que você... Não gosta.
- Eu só vim aqui por causa do meu filho mesmo. Mas... Acho que nós devemos apenas fingir que nada daquilo aconteceu. Não vamos mais tocar no assunto.
- Não vai mais me xingar?
- Não.
Larry sorriu. Estendeu a mão para Allan, que a apertou. Larry sorriu e Allan se esforçou para fazer o mesmo. Não sabia o que havia acontecido no bar no dia que foi despedido, mas compreendeu que Larry não era uma pessoa aproveitadora. Talvez só tivesse havido um mal-entendido.
- Eu vou precisar agora – Larry retirou uma folha do seu bloco de anotações – que você escreva aqui seu endereço e telefone, para que eu possa mandar o convite.
Allan suspirou, não achava uma boa idéia dar seu telefone e endereço para ele, mas não tinha escolhas, era para o seu filho. Quando terminou escrever, devolveu o papel para Larry.
- Certo. Qual o nome do seu filho?
- Dylan Jude.
Larry anotou o nome em cima do endereço. Houve um momento de silêncio em toda a sala. Nenhum dos dois sabia o que dizer. Allan ficou olhando para a parede da sala, enquanto Larry olhava para o papel em sua mão.
- Bem – falou Allan se levantando – Eu acho que isso é tudo.
Larry também se levantou, para acompanhá-lo até a porta. Pegou seu cartão em cima da mesa e entregou a Allan para que ele também tivesse seu número.
- Obrigado. Significa muito para o meu filho.
Larry apertou a mão de Allan e abriu a porta para que ele pudesse sair. Allan passou pela outra sala, onde Grace ficou o olhando. Ele lhe deu boa tarde e foi na direção do elevador, quando entrou, encostou-se na parede e suspirou. “Até que não foi tão ruim assim”.




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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e não esqueçam de comentar ^^