Adentramos a sala que era levemente escurecida, a iluminação fornecida vinha de dois abajures em uma mesa. Assim que chegamos com dois guardiões carregando aquele peso morte da Karen, Dimitri se alarmou.

“ O que é isso Rose?”

“ Um traidor da raça, já vou explicar.” A colocaram sentada em uma cadeira que foi arrastada para o meio da sala, deixando tudo com um ar de sala de interrogatório, se eu não estivesse tão puta com ela e se não tivesse Strigois la fora por culpa dela eu ate acharia engraçado.

“ Não seria melhor amarra-la?” um guardião chamado Billy perguntou. Eu neguei. Ela não conseguiria fugir.

“ Rose o que esta acontecendo?” Dimitri só observava e ficava cada vez mais confuso.

“ Vou explicar camarada. A sua amiguinha ali esta em um esquema perigoso. Ela trabalha para Strigois sabia?” seu rosto se contorceu em uma careta de descrença, Wagner e o outro guardião estavam igualmente surpresos. Resolvi continuar. “ E não é tudo o seu chefe é ninguém menos  Nathan.”

“ Isso não é verdade Dinka. Essa garota é louca.” Todos nos viramos para ela, que estava se levantando muito devagar, acho que meio grogue ainda. Me aproximei e ela tombou na cadeira de novo.

“ Se eu fosse você não tentava nada. Por mim, você estaria com uma estaca atravessando o coração.” Qual é, minha paciência é curta, e já se esgotou.

“ Se acalme.” Eu me virei para Dimitri e fui me juntar a ele, me encostando na beirada da mesa. Eu respirei fundo tentando me acalmar. Eu estava sentindo uma ansiedade que não era realmente minha. Lissa. Fazia um certo tempo que eu não ia checa-la. Bom o Adrian tinha pedido para eu não fazer isso. Mas o quanto mais eu pensava nisso mais eu ficava preocupada com ela. Eu fechei meus olhos e me concentrei no nosso laço. Com facilidade eu estava na cabeça da Lissa.

 Estava uma confusão só. Muitos pensamentos e sentimentos se misturando. Eu tentei prestar atenção aonde estava e não deixar tudo aquilo me afetar. Lissa estava nos jardins da corte em companhia de Cristhian e Adrian, e a conversa parecia ser sobre um ataque Strigoi perto da corte, em um vilarejo.

“ Muitos pessoas  foram mortas, na maioria humanos. Foi  um massacre.” O Cristhian olhou para Lissa que estava cada vez mais nervosa. O Adrian só a observava.

“ Eles já sabem o motivo do ataque?” Lissa perguntou. Mas o Adrian quem respondeu.

“ Eles realmente precisam de um motivo para atacar, Lissa? São Strigois. São ferozes por natureza.” Boa Adrian você é um gênio ela já não estava nervosa o suficiente? O estado de espirito da Lissa era desesperador.

“ Eu só me pergunto se a Rose esta segura. Será que ela e o Dimitri estão bem?” Qual é Lissa! Nos estamos bem. Somos durões.

Adrian se virou para Lissa e franziu o a testa, parecia estar em profundos pensamentos. Bufando e parecendo não gostar do que pensou ele pegou um cigarro. “ é melhor se acalmar, sua áurea esta muito escura, não queremos que a Rose se distraia agora.” A mente dela estava realmente muito obscura. Eu tentei tocar e tomar uma pequena parte para mim. Só que quando tentei sair não consegui, toda aquela escuridão vinha pra mim e me prendia aonde estava. Era como se o caminho para minha própria cabeça estivesse bloqueado. As ondas de sombras negras vinham em minha direção cada vez com mais força. Me deixando com medo do que poderia acontecer.

Quando consigo voltar para minha cabeça, sinto como se tivesse sido atropelada, e a roda tivesse passado em cima dela. E uma raiva fúria cresciam em mim. Quando abro os olhos me deparo com Dimitri na minha frente, segurando meus ombros em proteção e parecendo muito preocupado. Ele olhou dentro dos meus olhos e pareceu perceber a diferença em mim. A raiva que eu sentia era enorme e queria me dominar por completo, mas não era como se não pudesse, eu estava me esforçando ao máximo para não ceder a ela, e eu tinha o controle. Não total, mas o suficiente para continuar.

“ Rose. Você esta bem?” eu concordei.” Lissa esta bem?” eu concordei de novo. “ Me diz o que houve então.”

“ Um ataque, próximo a corte. Lissa. Eu tentei pegar só um pouco mais não consegui parar.” Seu rosto se fechou mais.

“ Consegue se controlar?”

“ Não sei acho que sim.” Ele me puxou para perto e me abraçou. “vai ficar tudo bem. É só me dizer se ficar de mais.” Ele me apertou mais forte contra si. Eu me deixei ser embalada, e me acalmei um pouco era como se ele fosse o antidoto para toda aquela escuridão.

“ Hei se eu quisesse assistir ao um romance barato não escolheria vocês como protagonistas.” Se Dimitri era um antidoto para minha fúria, esse ser ela combustível. Eu me afastei de Dimitri e fui para perto dela que ainda estava na cadeira.

“ O que Nathan queria que você não poderia levar ate ele?” ela me olhou com humor.

“ Você realmente acha que vou falar alguma coisa?” eu tentei empurrar a vontade de quebrar o pescoço dela para longe.

“ Você tem duas opções. Fala ou morre. Eu não me importo realmente.” Ela não pareceu se afetar tanto quanto eu queria.

“ Tenho certeza que o Dinka não te deixaria me matar.” Olhou para Dimitri e deu um sorriso, que foi ignorado totalmente.

“ Tenho certeza que ele não se importaria.” Ela soltou uma risadinha sínica que me fez estremecer toda. Em um movimento rápido minha estaca estava em minha mão e logo em seguida rasgando seu antebraço. Foi prazeroso o grito que ela deu de dor e surpresa. Me controlei para não rir em deleite.

“ Vai falar agora ou vou precisar te retalhar inteira primeiro?” ela me olhou com ódio. E só para fixa meu ponto cravei a estaca em seu outro braço. E seu grito foi musica para meus ouvidos. Desta vez ela tentou me acertar com o outro braço que foi bloqueado rapidamente. Eu me levantei e fui para trás da cadeira dela.

“ O que o Nathan queria?” ela parecia não querer responder ainda. Enrolei seu cabelo na mao e puxei para trás a fazendo me olhar. “ Karen. Karen. É melhor você falar logo, a brincadeira esta ficando chata.” Passei a estaca ao longo do seu pescoço deixando uma pequena linha escarlate. Ela parecia querer chorar.

“ Dimitri.” Sua voz saiu falha e implorente. Eu olhei para ele que estava com a mascara de guardião, eu não conseguia ler o que ele sentia.

“ Se você falar ela para. Princípios básicos.” Eu sorri. Ele acenou como se me mandasse continuar.

“ Pronta para falar?” eu ia começar a estaca no outro lado do pescoço dela, mas ela resolveu falar.

“ Tudo bem. Tudo bem, eu falo, mas para com isso.” Eu me afastei com um sorriso vitorioso no rosto.

“ Somos todos ouvidos.” Eu acenei para todos os guardiões na sala.

“ Nathan queria o Dimitri. Queria que eu o levasse ate ele.” ela estava ofegante.

Então o Nathan queria o Dimitri. Agora para que?

“ Por que queriam o Dimitri e para onde você o levaria?” ela sacudiu a cabeça.

“ Não seja burra Rose. Eles querem você. E a única maneira de conseguir isso é tendo ele e seus amigos. Eles já devem tê-los pego a essa altura. Eles iam atacar a corte e capturar a princesa Dragomir e os lordes Ozera e Ivashkov. Sinceramente espero que tenham virado jantar.”

“ Sinto te enformar mas isso não aconteceu, eles estão muito bem.”

“ Nathan esta na corte então?” Dimitri perguntou.

“ Sim. Eu o encontraria próximo de la.”

“ Ei camarada acho que vamos ter que voltar para a EUA  afinal.”

“ Não conte com isso. Eles estão te vigiando Rose, ou você acha que sou a única Dharpir que eles tem?”

Aquela fúria que eu estava tentando controlar veio a tona e manter o controle estava cada vez mais difícil. Como Dharpir que passaram a vida toda sendo treinados e vendo o que esses seres fazem com os outros podem se juntar a eles? Eu estava vendo tudo vermelho. Karen me olhava com um sorrisinho nascendo no rosto. Eu cheguei bem perto dela e cravei minha unhas em seu rosto a forçando a olhar bem dentro dos meus olhos. Tive o prazer de ver os dela se arregalar em medo.

“ Não se preocupe com isso. Vou encontrar cada um deles e terão o mesmo fim que você.” Toda a loucura do espirito me dominou, não dava mais para lutar contra. Segurei seu rosto com as duas mãos e com um movimento rápido o virei. Me deleitei ao assistir a vida sumir de sua olhos.

Seu corpo mole batel na cadeira, e um segundo depois e de ver o que eu realmente tinha feito um desespero batei em mim. Eu não conseguia me mover. Minhas pernas ficaram fracas e antes que eu caísse mãos fortes me sustentaram.

Eu tinha acabado de matar alguém. Alguém que merecia mais eu não tinha o direito de matar alguém que já não estivesse  morto. Toda aquela fúria agora tinha se tornado algo amargo que me levava cada vez mais para a depressão. O que tinha feito era errado.

“ Me tira daqui.” Eu fui levantada e posta no colo de Dimitri que me apertou mais contra ele. Será que ele sabia o que eu estava sentindo?

“ Eu sou um mostro.” Eu lamentei em seu peito.

“ Não você não é. Você é a mulher que eu amo.” Eu senti o primeiro soluço irromper no meu peito. E deixei a depressão me alcançar.