In Love With My Guitar escrita por Roli Cruz


Capítulo 1
Capítulo 1 - Every Dream Is Possible!




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– Sério, eu estou bem. A senhora não tem com que se preocupar. - Ele tentava acalmar a mãe, no outro lado da linha. Ela não conseguia acreditar, lembrava-se como se fosse ontem, seu pequeno Leo tinha ganhado alguns instrumentos musicais no natal e todo dia ele tentava tocá-los, às vezes sozinho, às vezes com alguns colegas de escolas. Mas nenhum dia sequer deixava de tocar. Desde bebê era fascinado por música. E agora, estava correndo atrás de seu sonho.
– Mãe, sério, preciso mesmo ir. Tem ensaio com a banda daqui a dois minutos, estão me chamando. - Ele dizia apressado.
– Tudo bem. Amanhã eu te ligo, tchau. Sua voz estava embargada, parecia estar prestes a chorar.
– Não chora mãe, agente se fala.
E desligou depois de murmurar um "eu também te amo". Estava super atrasado.
Desceu correndo as escadas para o porão. Lá em baixo já estavam se aquecendo.
– Sua mãe é coruja mesmo, hen? - Dizia Yara, enquanto regulava o amplificador da sua guitarra. Ele não respondeu. Não estava na hora de brincadeiras.
– Está tudo pronto? - Todos afirmaram. Ele olhou em volta e não a viu. - Onde está Becky?
– Aqui! - Gritou Samuel, o baterista.
Becky era a guitarra de Leo, ele tinha muito cuidado com ela. Becky era sua melhor amiga, sua confidente, seu amparo, seu amor. Há onze anos que ele a tinha. Ganhou de aniversário. Mais tarde, no natal, ganhou uma bateria, um microfone e um baixo, por ter ido bem na escola. Desde então, seu amor pela música só cresceu.
Pegou a guitarra, ajustou o amplificador, se posicionou na frente do microfone e fez um aceno para que começassem.
Yara começou bem baixinho, logo depois entrou o resto da banda. Leo começou a cantar:

Minutes
Turn into hours
And hours
Bleed into days
It's been years now
Since the trouble
You left me
And I wanna say


Leo sorriu, o ensaio estava ficando ótimo. Fechou os olhos e continuou:


I'm not bitter
But I've seen
Better days
I'm not bitter
Is it
The better man
That always
Walks away


A música estava começando a sumir. Abriu os olhos, confuso, mas a razão do problema estava bem na frente dele, no pé da escada.
– Isso é um ensaio particular. - Disse Yara, secamente.
– Você está em baixo do teto que os meus pais estão pagando, então é melhor enrolar sua língua e seguir as minhas regras. - Respondeu igualmente seca, Hanna, a irmã mais velha de Richard.
– Eles também são os meus pais, sabe? - Richard disse calmamente, enquanto dedilhava seu baixo quase inaudível.
– Tem razão, maninho, mas a diferença é que você ainda é menor de idade, sendo assim, eu sou a responsável por correr atrás de quatro crianças que dizem estar fazendo música. - Ela olhou através dos óculos com seus grandes olhos verdes, para cada um naquele porão, depois começou a subir as escadas, dizendo cada vez mais alto - Se vão continuar com essa barulheira, pelo menos tenham a decência de abaixar o volume na minha presença!
Quando todos achavam que Hanna não estava mais ouvindo, Yara explodiu:
– Olha aqui Richard, se seus pais não estivessem nos bancando, eu fazia aquela sua irmã engolir as velhas baquetas do Samuel! - Ela quase gritava, de tão nervosa.
– Aquelas baquetas são antiguidades! Não... - Mas o baterista calou a boca antes que uma Yara totalmente furiosa pulasse em cima dele.
Depois de passados uns dois minutos, para ver se a garota se acalmava, Leo se pronunciou:
– Já venho, vou buscar um copo de água com açúcar para ela, antes que destrua alguma coisa. Quando eu voltar, nós retomamos o ensaio. - Disse, colocando carinhosamente sua guitarra no chão e subindo as escadas. Mas não antes de ouvir um "Eu já estou calma!". Não, ela não estava.
Quando ele já tinha subido até o topo, encontrou a irmã mais velha do baixista sentada no sofá com vários livros em volta. Seu cabelo extremamente preto estava preso em um coque com um lápis segurando-o. Ela parecia totalmente imersa na leitura de um livro. Nem percebeu a presença dele ali.
Leo aproveitou a chance, passou direto por ela e foi até a cozinha. Estava pondo açúcar no copo cheio de água quando ouviu uma voz que o fez pular de susto.
– Nem Boa Noite Cinderela vai acalmar aquela coisa. Leo virou para encará-la, acusando-a com os olhos - Hey, calma, parece até foi pego fazendo um crime. Ah, qual é, não me olha assim! Eu não te assustei por querer, menino. – Ele virou de novo para continuar misturando o açúcar. "Menino..." Ele ria internamente, "Olha quem fala."
Hanna era um ano mais nova que ele, mas como já estava acostumada a ver ela própria como a adulta ali, tratava todos do mesmo jeito.
Terminado o calmante caseiro, Leo começou a andar na direção da morena, que estava encostada na porta.
– Você quer falar comigo? - Perguntou Leo, tentando passar.
– Aonde vocês querem chegar com isso? - Ela fitou os olhos azuis do garoto que conhecia desde pequena. - Aonde você quer chegar Leonardo? Você é o mais velho ali, você que está influenciando aquelas cabecinhas ocas! - Ela falava com firmeza.
– Ahh, agora eu não só o menino, né? Agora sou o mais velho ali? Uau, estamos evoluindo! - Ele ria desafiadoramente. - Vamos lá, ursinha, aonde quer chegar com isso?
– Não me chame de ursinha, ok? Você não tem esse direito. E eu estou querendo dizer que isso é um sonho impossível, vocês ensaiam todos os dias. Se é que aquela barulheira pode ser chamada de ensaio... - Ela disse apontando para o porão E para que? Para ficar ali, mofando? Quando essa banda vai para frente?
– Não sabia que você se importa com a banda. - Ele riu, dado um passo mais perto dela.
– E não me importo! Sabe com o que eu realmente ligo aqui? Com a educação do meu irmão! Porque ele está abaixando as notas na escola para se concentrar naquilo que vocês chamam de música! E a culpa é toda sua, Leonardo! Você colocou isso na cabeça deles! Com toda essa história de banda e shows e fama e sucesso...
– Você acha que eu não me importo com eles? Acha que eu só penso em mim e na música? - Disse dando dois passos, chegando com seu rosto a centímetros do dela - Pois está enganada. Eu me importo mais com eles do que comigo mesmo e se você acha que isso não vai dar futuro, me dê uma semana para eu te mostrar que nenhum sonho é impossível!
– Uma semana? Vai fazer o quê? Milagre? - Ela levantou uma sobrancelha, desafiando.
– Só espere. Você vai ver.
– E se você não conseguir?
– Aí, eu... Eu...
– Aí o que? - Ela insistiu, com sarcasmo na voz.
– Se eu não conseguir nada em uma semana... - Ele a fitou - Eu acabo com a banda.
Era tudo o que ela queria ouvir. Mas antes de comemorar vitória, Hanna foi cortada, pois Leo continuou a falar.
– Mas tem um "porém"... Se eu conseguir alguma coisa, algum evento, o que seja, em uma semana. Você não optará mais nos ensaios, isso inclui no volume do som e também não optará no rumo que as coisas tomarem.
– Feito. - A garota ria maliciosamente. Os dois apertaram as mãos e ela o deixou passar.
*
– Porque demorou tanto, Leo? - Samuel perguntou, olhando o sorriso bobo que o amigo trazia no rosto.
– É, o que foi aquele quebra-pau lá em cima? Dava para ouvir minha irmã gritar, mas o que... Não sei - Completou Richard, que agora estava sentado no próprio amplificador.
– Não foi nada, gente. Sério. Hey, Yara, está mais calma? - Disse com sarcasmo.
– Sim - A menina o olhou com raiva.
– Tanto faz, bebe isso aqui. Quero evitar qualquer desastre que pode acontecer. - Ele deu a bebida para ela, que bebeu a contragosto.
Pegou Becky novamente.
– Todos prontos?
– Sim.
– Um, dois, um, dois, três...
Yara começou a música, logo em seguida a banda toda acompanhou:
Minutes
Turn into hours...


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