Memórias De Uma Caçadora escrita por Giovana Rebelo
Notas iniciais do capítulo
Se você achou o outro ruim, nem leia: esse está pior
O sol estava coberto e a brisa estava gelada. Algumas caçadoras caminhavam, outras corriam em círculos. Todas tão novas, pequenas, inexperientes. Milady ia na frente com Thalia e Phobe, provavelmente rastreando nossa presa.
- Mas então – disse Linni, a filha pentelha de Ares – de quais caçadas vocês já participarem, lideres ?
-Provavelmente de todas – disse lady Ártemis, fria como a brisa.
-Participei da caçada na casa lobo, na batalha de Manhattan e outras, mas principalmente essas – disse Thalia, indiferentemente.
- UOU, isso parece perigoso, como foi ? – disse Linni, aquela bajuladora maldita.
-Perigoso – disse Thalia. Obviamente, todas as pequenas caçadoras começaram a rir, inclusive a Linni. Quer dizer, todas com exceção de Lady Ártemis, Blaze e eu mesma.
- Boa piada tenente – disse aquela estressadinha – Acho que a Giovana esta quienta porque não participou de nenhuma – e começou a rir sozinha.
-Não estou a falar pois meu nome não foi citado. Ao contrário de algumas pessoas, seri o básico sobre educação – disse, enquanto reparava na copa das árvores.
Quando olhei para a minha frente, algo estranho havia acontecido. Todas as caçadoras estavam literalmente congeladas, imóveis.
Ia gritar, mas minha boca foi tapada. Olhei para trás e vi milady fazendo sinal para que eu ficasse quieta.
-Este monstro é diferente, é perigoso. O sinto, mas não sinto seu cheiro ou o vejo. – sussurrou em meu ouvido.
-Porque não estamos paralisados? – perguntei.
-Não sei, mas não é um bom sinal. – ela disse, preocupada.
De repente o dia claro escureceu. Os pássaros não cantaram, os lobos não uivavam. O chão estremeceu.
Minha cabeça pesou. Sento que ela ia explodir.
“Você tem pouco tempo para achá-los. Ache-os, ou te matarei. “ – uma voz sombria e assustadora disse em minha cabeça. Vi todos os meus medos passando em frente de meus olhos e fechei-os.
Quando os abri, as caçadoras saiam do transe.
-O que aconteceu aqui? – Linni perguntou.
-Estás bem? – Lady Ártemis me perguntou – O que ocorre aqui?
-Estou bem. Acredito que sofri o transe mais tardiamente. – menti.
-O que passou passou. Vamos continuar? Estou com fome – Thalia disse.
Continuamos nossa caminhada, mas, desta vez, silenciosamente.
Repassava o ocorrido em minha cabeça. Será uma armadilha, como Lícaon fez comigo? Não sei.
De uma coisa eu sei: Bonnie tem um sexto sentido. Ela sempre percebe quando estou alterada ou quando minha mente esta viajando. Sempre que isso ocorria, ela não saia do meu lado.
-Estou bem garota – menti, enquanto acariciava sua cabeça. Como mentir para sua companheira?
A corneta de Phobe tocou. Estávamos próximos a presa.
-Esta tem um cheiro bem mascarado. Alguém sabe o que é? – Phobe perguntou-nos.
Não precisava mais: uma criatura saiu do meio das arvores.
-O que é isso? – Linni perguntou. Quem mandou ser novata?
-Armas apostas! – Thalia gritou, abrindo Aegis.
-Formação 2X4X6! – Blaze sugeriu.
-PAREM! – milady gritou.
-MAS O QUE É ISSO? – A pirralha pentelha gritava.
Realmente: o que era aquilo? Flutuava ao vento e lembrava aqueles dragões de festivais chineses, porem era do tamanho do meu tronco e tinha a cor do céu, com pequenos olhos azuis profundos.
Lady Ártemis aproximou-se da criatura.
-Tens uma mensagem para ela? – perguntou calmamente.
-Sim – a criatura respondeu com uma voz suave.
-Giovana, um passo a frente – milady falou.
Segui sua ordem: aproximei-me de tal criatura.
-Desculpe a indelicadeza, mas o que é você? – perguntei.
-Sou nhefk, a brisa de verão, mensageira dos deuses. Lhe trago uma mensagem: saiba que seu papel há de chegar, mas você não ira gostar desse e seu desenrolar: mas não desista.
Ao falar isso, ele desapareceu ao vento, levando meu raciocínio com ele.
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