Nada É Por Acaso, Disso Pode Ter Certeza escrita por lalala


Capítulo 1
Nada Acontece Por Acaso


Notas iniciais do capítulo

Bom, Nada A Dizer Mesmo ~Eu Acho XP~
So Espero Mesmo Que Alguém Goste E Leia Né O.O
É... Acho Que É Só Isso '-'
Tomara Que Curtam^^
Boa Leitura!



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23:17h.

A chuva não para de cair forte e aqui estou eu, no meio de um estacionamento aberto de um super-mercado24h, com meu irmãozinho de 6 anos no colo.

Não tenho guarda-chuva, capa, nada que nos proteja.

Só uma mochila onde guardo as poucas coisas que consegui levar de casa: Poucas roupas para mim e Mikey, alguns trocados, meu caderno de desenhos e seus materiais entre algumas outras coisinhas.

Só quero achar um lugar pra dormir essa noite, já consegui comprar um salgado e um refrigerante para nós a algumas horas e... Bem, a algum tempo, isso vem sendo uma das minhas melhores jantas pela rua.

Procuro incessantemente por algum carro aberto pelo estacionamento, já que a chuva só aumenta, Mikey está morrendo de sono, eu estou morrendo de sono, estamos encharcados, acabados. Só preciso de um lugar seco, nem precisa ser aconchegante, só seco, onde possamos deitar e esperar o próximo maldito dia.

Já rondei por aqui tentando abrir a porta dos carros umas 5 vezes, e olha que o lugar é não é pequeno. As pessoas que ainda passam na rua só me olham, algumas com desprezo, outras, só nojo mesmo.

Eu não ligo, afinal, acham que eu sou bonito? Não, não sou.

Sou apenas um cara de 18 anos com o cabelo vermelho-cereja, todo sujo, ferrado, com calça jeans rasgada, coturno velho, blusa branca já em um estado marrom e um casaco desses de time de futebol simplesmente acabado, em estado terminal, além de um irmãozinho, abraçado à mim no colo, se segurando em meu pescoço, implorando para dormir.

E como eu queria poder dizer para ele que estava tudo bem, que já íamos descansar, já que amanhã ele tem escola... Mas não.

Não está tudo bem, se depender desses carros não iremos descansar e ele não tem escola amanhã, nem em nenhum outro dia.

– Gee... Vamos logo! Eu quero dormir – Mikey choramingou.

– Já vamos Mi... Já vamos... – Pois é, tento sempre manter o controle, fazê-lo ficar calmo, mas não sei mais até quando vou conseguir ficar assim, está tudo muito mais difícil a cada dia.

Cheguei à porta de um Punto prateado, estava destrancada. Ótimo!

Abri e, quando me sentei no banco do passageiro fui empurrado para fora em meio a xingamentos.

– M-me desculpe senhor! Não sabia que você estava aqui dentro! Só... Só me deixa ficar aí para descansar! – Implorei enquanto me levantava do asfalto molhado do estacionamento.

Sim. Não tinha visto o homem sentado no banco ao lado, provavelmente esperando a mulher sair do mercado.

Ele seguiu com os xingamentos, sem dó algum; eu tentava me desculpar, mas era tudo em vão. Também não liguei, nem olhei para o homem, pra ser sincero. Ele não tinha percebido, mas minha única preocupação no momento era levantar Mikey do chão, que tinha caído do meu colo com o impacto do empurrão que o maior me deu.

– Vamos Mikey... Tá tudo bem? Se machucou? – Mikey só soluçava fraco, o ajeitei novamente em meu colo e fui embora, deixando o homem ali, ainda gritando palavras maldosas para mim – Vamos achar um lugar para passar a noite, Ok? Prometo...

Sentei-me ao lado da porta do supermercado, em cima de alguns jornais, me encostei na parede, ajeitei Mikey em meu colo de novo, dessa vez para fazê-lo dormir e comecei a cantarolar com os olhos fechados, viajando na música... Algumas vezes era interrompido pelo barulho da campainha do mercado, que fazia um barulhinho irritante cada vez que alguém abria.

Mais tarde voltaria a procurar mais algum carro destrancado, mesmo que levasse a madrugada toda, só estava ali para acalmar Mikey.





00:09h.


Lá estávamos nós de novo, indo de carro em carro para tentar ter uma madrugada razoável.

As pessoas não paravam ali só para fazer compras, afinal, Quem Faz Compras À Meia-Noite? Por isso ainda tinham bastantes carros por ali.

– Vamos Mikey, acho que aquele lá está destrancado. – Avistei um New Beatle amarelo-bebê estacionado.

Como eu sabia que estava destrancado?

Eu Não Sabia.

Como sempre, só queria Mikey calmo.

Saí correndo em meio à chuva até chegar no carro.

Mikey olhava pra mim apreensivo, só queria que eu abrisse a porta logo.

Assim fiz.

E não é que ela abriu mesmo!!??

– Isso! – Dei um pulinho e abracei meu irmão, o coloquei para dentro e depois fui eu.

Deitei um pouco o banco do passageiro e me encolhi neste, deixando a mochila no chão, embaixo do porta-luvas. Mikey logo se ajeitou entre meus braços, se encolhendo também.

Quase congelando, adormecemos.

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~Frank POV’s On~

01:26h.

Já estava à algumas horas dentro daquele supermercado, mesmo aquilo, minha espécie de passa-tempo em noites de insônia estava ficando entediante.

– Nossa, vou sair logo daqui, melhor voltar pra casa de uma vez... – Bufei e fui embora.

Estava com uma blusa do Green Day, calça jeans preta, All Star de cano longo preto e laranja, sobretudo preto e luvas de caveira.

As pessoas que passavam me olhavam com certo desprezo, outras, só nojo mesmo.

Se eu ligava?

Nem um pouco.

Não preciso da opinião delas, sei que sou uma pessoa muito boa apesar do moicano e dos piercings.


Saí de lá pegando meu guarda-chuva na entrada do mercado e abrindo-o em seguida.

Sei que o caminho até o estacionamento é curto, mas a chuva está forte, o vento é congelante e a coisa que menos quero agora é me molhar.


Em meio aos bolsos do sobretudo consegui achar a chave do carro, logo destrancando.

– Ué... Não tranquei o carro...? – Percebi que o alarmezinho não tinha tocado, mostrando que o carro já estava aberto... Tudo bem, já aconteceu antes, ninguém faz nada mesmo até porque, o que poderia acontecer? Por acaso alguém entraria no carro para passar a noite?

É... Meio impossível né!

Ri de meus pensamentos.

Entrei no carro, fechando e guardando o guarda-chuva; coloquei a chave no volante e olhei para o lado.

– AAAAAH!!!!!!!! – Dei um pulo dentro do carro – T-tem... Tem uma pessoa aqui...! – Arregalei os olhos.

Por incrível que pareça, mesmo com meu grito, que se não me engano pôde ser ouvido lá de Plutão, ninguém acordou. O cara com o cabelo colorido, que não tenho certeza se é só sujeira mesmo, ou sangue, sei lá, só se remexeu e resmungou alguma coisa enquanto dormia.

Só aí percebi um garotinho de cabelos meio castanhos, roupa surrada e um par de óculos velhos e grandes, dormia ali também, abraçado ao maior.

– Nossa... Deve ser o filho dele... Será? A namorada não queria nenhum dos dois e o expulsou, só pode... – Sussurrei tentando entender a situação – Até que... Ele é bonitinho... – POR ACASO ALGUÉM PODE ME EXPLICAR PORQUE DIABOS EU FALEI ISSO???!!! - Pff... Ah vá... – Fiquei analisando os dois, estavam mesmo acabados, dava pena e, sinceramente, se estão aqui dentro, é porque já procuraram em vários outros carros... E ninguém ajudou...

Odiava ver essas situações. Como as pessoas podem ser tão ignorantes a esse ponto?

Sempre me coloco no lugar dessas que sofrem, não é muito bom, acreditem.

– Não se preocupe... Vou te ajudar... – Sorri olhando para os dois, que dormiam calmamente.

Tirei meu casaco e os cobri. Eles estavam gelados, molhados, sujos e não cheiravam muito bem, mas isso não ia mudar nada. Estava ali pra isso.

Nada acontece por acaso, disso pode ter certeza. Se eu estou aqui; se eles estão aqui é porque eu vou ajudá-los. Agora.

Liguei o carro e fui para casa, dirigindo devagar, observando a chuva cair e ouvindo a respiração alta dos outros dois.



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Notas finais do capítulo

Foi Isso^^
Se Gostaram, Por Favor, Mandem Um Review, Críticas Construtivas SEMPRE Bem-Vindas Também, Claro. *0*
Se Alguém Ler (O.O') Continuo Postando Né...
Então, Até O Próximo ~OuNão =/~
Bjos :*