Verdades Trancafiadas escrita por Letícia do Vale


Capítulo 8
Finalmente acontece


Notas iniciais do capítulo

Nossa eu amei escrever esse capitulo *__*



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Diego estava animado, e ao mesmo tempo nervoso. Ele iria pedir a mão de Giulia em casamento. Nossa, seria o dia mais importante da sua vida. Com o maior sorriso no rosto, ele foi até a casa de Giulia. Aperta a campanhia, mas ninguém atende.

Estranho, ela sempre está em casa nesse horário.

Decide voltar outra hora. Em vez de ir direto para casa, Diego vai dar um passeio pelas redondezas. Estava animado demais para ficar dentro de casa. Talvez escrevesse uma música sobre isso. É, a música era sempre a melhor solução. Sentia a caixinha de veludo balançar em seu bolso.

Depois de um tempo andando ele avistou Giulia ao longe, encostada na parede do outro lado da rua. Diego abriu um sorriso e tirou a caixinha do bolso. Começou a andar em direção a ela, mas, no momento seguinte, parou. Outro homem tinha chegado ao lado de Giulia. Ele a abraçara e a beijara, na boca. Diego ficou perplexo. Deixou a caixinha cair de sua mão e correu. Não sabia para onde, apenas para a direção oposta. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Correu até que notou que tinha chegado ao mesmo banco de sempre na pracinha. Talvez seus pés o tenham levado até lá involuntariamente. Afinal, Diego sempre ia para lá quando algo não estava bem.

***

Alessa saiu de casa para pedir desculpa a Diego. Além disso, ela iria contar o que sentia para ele. Tudo bem que as vésperas do casamento dele não era uma boa hora para contar que ela o amava, mas depois do casamento era tão ruim quanto, se duvidar até pior. Até porque Alessa ainda tinha aquele fiozinho de esperança. Quem sabe ela contando tudo pra Diego ele não larga Giulia e se casa com Alessa? Isso era uma das coisas mais improváveis de se acontecer, mas... Quem sabe não é?

Alessa chegou à casa dos Fainello, mas ele não estava lá.

Melhor eu voltar outra hora.

Tomada por um súbito desejo de tomar um picolé, Alessa foi até a pracinha, apesar de ter começado a chuviscar.

Eu não vou demorar muito. Não tem problema pegar uma chuvinha.

Começou a correr um pouco com as mãos na cabeça quando percebeu um Diego de cabeça baixa sentado no banco. Alessa foi em sua direção e percebeu que ele estava chorando. Sentou-se do seu lado. A essa altura a chuva já vinha engrossando cada vez mais e eles estavam praticamente sozinhos na praça. Alessa não sabia muito bem o que fazer. Nunca vira Diego chorando. Já tinha visto ele meio mal outras vezes, mas nunca chorando. Ela estava sem reação. Não sabia se abraçava, ou se só colocava mão no ombro dele. Ela não sabia o que fazia. Diego percebeu a presença de Alessa alguns minutos depois. Virou-se para ela, os olhos marejados. Alessa olhou naqueles olhos castanhos repletos de dor e o abraçou. O abraçou forte. Para ver se ele conseguia entender que ela nunca o abandonaria. Ficaram abraçados durante muito tempo. A chuva deixando-os encharcados, mas eles não se importavam.

– Me desculpa por ontem – falou Alessa.

– Não, eu é que tenho que me desculpar. Eu estava cego por causa de Giulia, me desculpa.

– Vamos fazer o seguinte: ninguém fala mais nisso, a gente se desculpa e esquece tudo.

– Tudo bem – e sorriu.

– E aí? Vai me falar o que fez o famoso Diego “nada me atinge” chorar? – Alessa falou em um tom de brincadeira.

– Ela me traiu.

– Como é que é? Ah mas eu vou ensinar a ela a dar valor ao que tem. – Alessa já fazia menção de se levantar, mas Diego a segurou.

– Ei, não precisa. Isso serviu de alguma coisa.

– De que?

– Eu percebi que eu não gostava de verdade da Giulia. Casar-me com ela seria o maior erro da minha vida. – o coração de Alessa estava acelerado – Quando eu vi Giulia beijando outro homem, o que me doeu não foi a cena em si, quer dizer, ver a garota que eu supostamente amo com outro cara. O que me doeu foi saber que ela foi capaz de me trair, de me enganar. Como ela foi capaz de fazer isso comigo? Eu sou muito trouxa mesmo viu? Eu já deveria saber. Eu sempre ficava correndo que nem um idiota atrás dela e ela me tratava como capacho. E eu não percebia a besteira que eu estava fazendo coma minha vida porque eu estava cego demais para poder enxergar.

– Nossa, eu nunca te vi tão revoltado Diego. – Diego riu.

– Pois é. Alessa, sabe o que eu fiz depois da nossa briga ontem à noite?

– O que?

– Eu vim pra cá, e chorei.

– Diego, nossa, me desculpa eu não queria...

– Não Alessa deixa disso. Eu percebi o quanto eu vou ficar despedaçado quando você for embora. Eu percebi o quanto eu preciso de você aqui. Eu percebi o quanto eu preciso desse seu sorriso. Eu percebi... Eu percebi o quanto eu te amo.

O coração de Alessa estava quase saindo pela boca.

– As lágrimas que eu derramei ontem à noite por causa da sua partida continham muito mais dor do que as de hoje por causa de Giulia. Enquanto eu corria para chegar aqui, eu me dei conta de que eu estava imaginado você no lugar de Giulia beijando outro cara, e percebi que se fosse você lá, meu mundo teria caído.

Alessa estava imóvel. Ela não acreditava que Diego estava falando tudo aquilo.

– Então Alessa, antes de você dizer qualquer coisa, eu só quero que você saiba que eu te amo.

E então Diego a beijou. Um beijo suave, delicado. Ele não queria forçar Alessa a fazer algo que ela não quisesse.

– Olha Alessa, eu sei que você provavelmente não sente o mesmo, mas...

Alessa o interrompeu puxando a gola de sua camisa e o beijando novamente. Dessa vez, era um beijo mais urgente, que já não era mais só um selinho. A chuva caia cada vez mais em cima deles, já não havia mais ninguém na praça. Eram só eles dois, uma cena perfeita. O dia já tinha dado espaço para a noite. A lua iluminava os rostos molhados dos dois apaixonados. Um beijo que para eles durou a quantidade de tempo perfeita. Um beijo que selaria uma relação que nada, nem ninguém, poderia separar.



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