O Jardim Secreto escrita por MarinaHinacha


Capítulo 10
Décimo




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A Hyuuga pede licença para beber um copo de água. E depois regressa.

— Peço-te perdão por falar. Mas teu pai é louco. Doce Hinata. Por não perceber a beleza de tua casa.

— Obrigada. — De certo modo a Hyuuga se alivia por ele não continuar com o assunto anterior:

— mas não se incomode com ele por causa disso. Eu o amo e não quero discussões nas reuniões de família.

— Entendo, doce Hinata. Comportar-me-ei.

Contente a Hyuuga se foca no álbum de fotos e passa seus dedos pela foto da mãe. Hanashi usa um quimono lilás estampado de pétalas de lírio. É uma mulher de cabelos longos de suave tom azul. Hanashi sorrir segurando um bebê todo embrulhadinho em lençol branco.

— Quanto a minha mãe, será muito fácil de lidar com ela. É cheia de amor para dá. Me ajudou com a limpeza da casa e por mais que tentasse me chantagear emocionalmente, chorando pelos cantos, ela não me impediu de morar aqui. Ela me deixa em paz contanto que eu ligue para ela duas vezes ao mês.

O loiro assente. Tendo testemunhado uma das ligações. Gosta de escutar Hinata conversando pelo telefone. E a azulada gosta de espiá-lo mexer no telefone. Ele disca números esperando falar com alguém. Mas ele nunca acerta a ordem.

— Vejo que tem a união das belezas de teus pais. Doce Hinata.

— É o que dizem. Minha irmã mais nova — move o dedo para outra foto onde carrega uma jovem nas costas que a abraça fortemente pelo pescoço:

— puxou toda ao nosso pai. Ela tem raiva porque queria ter cabelo azul e ela usa essa desculpa para querer pintar o cabelo quando se tornar adulta.

— Ela não é considerada adulta? Disse-me uma vez que Hanabi Hyuuga tem dezesseis anos. — Nessa idade, no reino de Samas, já se viam muitas jovens com o primeiro ou segundo filho no ventre.

— Sim. Ela tem dezesseis anos, mas não é considerada adulta. A pessoa é considerada adulta de acordo com as leis de onde ela nasce. No Japão, a maioridade é de vinte e um anos. Há países que é a partir dos dezoito anos de idade. Há jovens que pintam o cabelo antes da maioridade, porém há famílias que não gostam desse comportamento e proíbem.

— As famílias podem proibir? Mesmo não sendo uma lei?

— Hai. Hanabi pode pintar o cabelo se quiser, mas ela será castigada pelos meus pais se o fizer. 

— Por que as pessoas pintam os cabelos?

— Por acharem bonito. Crianças não podem pintar por causa da tinta. A tinta que se usa para pintar o cabelo não é do mesmo tipo que você usou para me pintar nos papeis. Crianças podem ter a saúde prejudicada se pintarem. Mas jovens e adultos, já vi vários de cabelos pintados.

— Será possível pintar-me de vermelho? — ele passa a mão nos cabelos loiros:

— se eu me enruivar me parecerei mais com minha mãe.

A Hyuuga se impressiona:

— Tem certeza? Você não tem uma relação próxima com ela.

— Ela não me gosta. Então observo-a de longe. Ela é muito bela. Mesmo nossa relação distante. AH. Como gostaria eu de me parecer com ela.

O coração da Hyuuga se aquece.

— Interessante. Quando eu lia o livro, a impressão que eu tinha, era de que você não se aproximava dela, porque também desgostava dela.

— Não. Jamais. A vida de escravo não é fácil. Enquanto ela dormia com meu pai, ela desfrutava de uma boa vida. Uma vida de bons cuidados que todo escravo sonha. Nem todos são fortes para suportar esta vida. Lamento pela minha mãe que perdeu o mais próximo de uma vida digna quando engravidou de mim.

— A culpa não foi sua. Naruto.

— Sei bem. Doce Hinata. Não foi culpa de ninguém. Sei eu. Tu sabes. Nem sempre funcionavam as receitas que as mulheres tomavam para se tornarem inférteis. Era sempre doloroso assistir ao sofrimento das escravas que retornavam à escravidão fora das comodidades dos nobres. Pobre de minha mãe.

— Ela retornou à vida miserável de sempre. — A perolada observa a melancolia nascendo nos orbes azulados. Estica uma mão pra acariciar o rosto dele. E ele segura o punho dela. O brilho melancólico some e dá lugar para o desejo.

— Não se apiede de mim. Doce Hinata. Se não vou querer deitar-me em teu colo e tu sabes o que faço com meu rosto tão perto de teus seios imensos.

Corando, ela afasta a mão. A lembrança do que aconteceu no quarto a acalora. Em mais de uma ocasião os dois retornaram a se beijar. E a cada vez que não resistem um ao outro, as caricias se tornam mais ousadas. Na última vez, as mãos do loiro em seus seios, quase a enlouqueceu.

— Está certo. Vamos nos concentrar nas fotos. — Ela arreda no sofá. Sentando um pouco mais longe dele. E retornando a fitar o álbum. Esperando não estar muito corada. E Naruto assentiu rápido. Também olhando para o álbum. E orando aos Deuses para não ficar ereto.

— Quem é este? — os azuis fitam a foto de um jovem com as mesmas características de Hiashi, a única diferença, é que inexiste qualquer traço envelhecido no rosto masculino.

— É o meu primo Neji. Ele não gosta de tirar foto. As únicas que tenho dele estão neste álbum. Ele é exatamente como meu pai era mais novo. Meu primo é tão igual ele porque o pai de Neji é irmão gêmeo de meu pai.

— Nunca vi gêmeos. Fora do reino de Samas, as pessoas que me desconhecem acham que sou gêmeo de Menma quando estou perto dele. Queria eu ver gêmeos pessoalmente. O pai de teu primo vem?

— Infelizmente, não. Meu tio Hizashi faleceu cedo, coitado. Queda de avião. Para piorar, junto com a esposa. Meu primo Neji tinha apenas 12 anos quando foi morar na minha casa. Meus pais o criaram com muito carinho.

— Maldito avião!

— Naruto. Foi um acidente. A maioria dos aviões são seguros.

— Nunca entrarei em um!

— Mas-

— Nunca!!!

— Tá bom. — Ela evita rir. Quando a perolada vira uma nova página, ambos veem uma foto solta. Na foto há Hinata sentada no colo de um homem de olhos e cabelos negros. Ambos sorrindo. O Uzumaki se desagrada ao fitar a imagem. Naruto pensa que é Sai Pejon.

— É aquele homem que a visitou.

— Não. — Hinata meio nervosa e pega a foto. Rasga-a:

— é um homem parecido com ele. Sasuke Uchiha. Porém, eu não falo mais com ele. Nós brigamos e nos separamos. Para sempre.

O loiro não se torna nada amistoso:

— Tiveram uma briga de amizade?

— Não. Naruto. De- de namorados.

— Namorados?

— É quando um homem e uma mulher têm intimidade. Como marido e esposa. Porém, sem casamento. Na minha cultura, o casamento vem depois do namoro.

— Homem e mulher desfrutam de relação íntima durante o namoro?!!!

— Muitos sim.

— E você? Doce Hinata? Compartilhastes com ele das relações íntimas?!!!

Ela abaixa o rosto.

— Claro. Foram cinco anos juntos. Meus pais permitiram que eu namorasse a partir dos vinte e um anos de idade. Sasuke foi o único homem que tive.

— Minha doce Hinata namorou um homem antes de mim!!! — ergueu-se furioso. Os punhos cerrados para o alto. Vociferador:

— maldito seja este Sasuke Uchiha!!! Deveria eu ser o único da tua vida! Vou acabar com aquele que tirou tua pureza e-

— Naruto! — a azulada reprova o que escuta:

— eu não sou impura por não ser mais virgem.

— Sinto. Doce Hinata. — Ele se ajoelha na frente dela e a segura pelas mãos:

— sempre serás pura aos meus olhos. Deixe-me casá-la para que não fiques desonrada. Sei que sou eu apenas um escravo. Mas é melhor que tenhas um parceiro do que nenhum!

— Não é preciso, Naruto. — Ela soltou uma das mãos dela e acaricia os cabelos loiros:

— uma moça desvirginada e sem compromisso não é perseguida na minha cultura. Pelo menos, não como no reino de Samas.

— Ha não?

— Não. Digamos que na minha cultura a mulher tem mais liberdade para ter relações. Da mesma forma que os homens de Samas.

— Existem prostibulos masculinos?

— Sim.

— Então as moças podem buscar prostíbulos masculinos!

— Não é muito comum, mas sim, elas podem. Porém, Sasuke não é um prostituto. E prostibulos masculinos ainda são bem menos frequentes que os femininos. — A Hyuuga cruza os braços quando percebe a cara fechada do Uzumaki:

— espero que não ache que eu perdi meu valor como mulher.

— Nunca perderás o valor perante a mim, doce Hinata. E azar do Uchiha de não entregá-la o valor merecido. Por que se separaram?

— Ele me traiu.

— E nenhum homem da tua família o matou?

— Não. O que ele fez foi errado, mas não chega a ser crime. Talvez pudesse ser considerado crime se já tivéssemos casados. Mesmo que traição seja ruim. Foi bom eu descobri-la antes de nos casarmos.

 

 
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Na manhã seguinte. Hinata sente a face ser tocada. Não acorda. Sente novamente. São cutucadas na bochecha direita. Depois na esquerda. Hinata se mantém adormecida. Recebe tapinhas no rosto e agora sim, a azulada desperta.

— DEUS! — Hinata se assusta vendo o rosto feminino quase encostando ao seu:

— Hanabi?!!! O que faz aqui, menina?!!!

— Como assim? E a nossa reunião de família? Está esquecida?

A jovem se afasta da cama e a irmã mais velha tem a vista completa do visual da menor. Calça branca e apertada; blusa amarela listrada de preto e de alças finas; e saltos pretos de cano fino. O tecido da blusa é apertado apenas no busto, tem caimento folgado no abdômen e barriga.

— Como entrou? — Hinata joga as pernas para da cama. E durante o bocejo nem fecha os olhos. Apenas usa a região posterior dos dedos contra as pálpebras, limpando as gotas de lacrimejo.

— Pela porta uai. Foi o Hércules que abriu a porta para nós. — Hanabi se intriga com a irmã:

— não me vai dizer que teve uma noitada tão boa com seu namorado grego a ponto de se esquecer de tudo?

— “Para nós?” nossos pais e o primo Neji estão lá embaixo?!!! — o coração da Hyuuga mais velha quase sofre uma parada. Não espera Hanabi responder e pula para fora da cama:

— ai minha nossa!!! Eu vou me arrumar!!! Avise a todos que já estou descendo!!! — corre de um lado a outro. Colhe pente. Colhe toalha. Colhe roupas.

— Calma aí irmã. — Hanabi se assusta com Hinata:

— que tanta pressa é essa? Está tudo bem. Nossos pais não queriam incomodá-la, mas eu sim. Por isso vim ao seu quarto. Mas não se preocupe. Nosso pai não fez nenhum comentário para desagradar o Hércules.

A Hyuuga domina um pouco a pressa e se encaminha para o banheiro com a irmã indo atrás.

— Do que estão conversando? — a perolada passa pela porta do banheiro e não se preocupa em fechá-la, sabendo que e irmã o fará.

— Olha quando eu saí da sala, nosso pai perguntou ao Hércules-

— O nome dele é Naruto.

— Iiii já era. O apelido pegou. Nosso pai perguntou ao Hércules como era a rotina na Grécia.

Ligando o chuveiro atrás dos acortinados, Hinata pendurou a toalha e se meteu sob a água. Livre do camisão, do sutiã de algodão, do short e calcinha. E se alivia com a resposta. Não é uma pergunta difícil e treinou bastante com o Uzumaki sobre o que ele deve responder. Por isso acordou tarde. Passou das uma hora da madruga treinando com ele. E Naruto é acostumado com poucas horas de sono, por isso, ele acordou cedo. Hinata opta por um vestido amarelinho de alças onduladinhas e que se aperta até a cintura. A saia do vestido é em forma de A, esse estilo é o que equilibra largos quadris. Como não quis perder tempo demais arrumando o cabelo, após penteá-lo o prende em um coque, deixando cair as duas mexas vizinhas da face. E mantém a franja quadrada. Põe as sandálias brancas e vai ao andar debaixo. Ela se fita no espelho do armário e dá uma respirada funda. Preparada para encontrar o resto da família e ver como o Uzumaki se saía. Hanabi vai logo atrás da irmã e em teu bolso da calça está dobrado um papel que encontrou ao vasculhar o quarto da irmã. Uma das pinturas que Naruto fez de Hinata. A Hyuuga mais velha, mesmo tendo a certeza de que optou por um bom esconderijo para as pinturas, não foi páreo para a exploradora Hanabi que guardará o papel para uma diversão futura. 


CONTINUA


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