Passei na casa da Beatriz de manhã cedo, antes que o sol nascesse. Entrei pela janela, e vasculhei as suas coisas, eu não sabia onde Fred morava, e não ia pedir o endereço a ela, então tive que me virar. Ela estava dormindo feito uma pedra, nenhum barulho iria acordá-la. Toquei em seu rosto e vi todas as suas lembranças, encontrei o endereço em sua mente.

Cheguei a casa dele alguns minutos depois. Eu o encontrei saindo de casa.

– Nessie você aqui? - Ele ficou surpreso!

– Fred, tudo bem? - Eu sorri. - Eu soube que você e Beatriz terminaram!

– Tudo sim e você? É nós terminamos sim, e por minha culpa! - Ele pareceu chateado.

– Também. Então você a traiu mesmo?

– Não eu não fiz isso! Ela não quer me escutar! Eu não...

– Se não traiu, quem era a garota com quem você estava no quarto? - interrompi antes que ele terminasse a frase.

– É minha vizinha, ela estava me ajudando a escolher o presente que eu ia dar para Beatriz.

– E por que a agarrou? - Precisei perguntar isso.

– Eu não estava agarrando ela, nós só nos abraçamos. - Ele puxou a mochila que estava nas suas costas e tirou de dentro uma caixinha preta e abriu. - Era isso que eu ia dar a ela, um anel de compromisso, pelo aniversário de um mês da gente!

– E eu tenho que acreditar em você? - Olhei nos olhos dele. - Se for verdade, deixe-me fazer uma coisa.

– Sim, estou falando a verdade. E o que você vai fazer? - Ele pareceu preocupado. Andei em sua direção e coloquei as mãos em seu rosto e vi tudo que ele me disse, e nada era mentira.

– É verdade, você não esta mentindo! - Eu sorri.

– O que você fez? Por que agora acredita em mim?

– É só intuição! E você esta indo para onde?

– Para o trabalho e já estou atrasado. - Nós nos despedimos e ele se foi, eu corri para o colégio.

No fim da aula, eu chamei Beatriz para conversar.

– Beatriz! Você confia em mim?

– É claro. - Ela fez uma careta. - Por que Nessie?

– Fred não te traiu! - Falei antes que ela me perturbasse.

– O que? Do que você esta falando?

– Ele não te traiu. É outra coisa!

– Você foi falar com ele? Quando? Por quê? - Ela estava gritando! - É claro que ele ia mentir. Ele é um safado!

– Não Beatriz, eu sei o que eu vi! - Eu gritei!

– Você o que? Viu? De novo com isso? - Ela seguiu para fora do colégio, eu a segui!

– Espere Beatriz!

– Diga a ele, que eu não quero mais saber dele, por mais que isso doa!

– Eu não sou Pombo correio não. - E nem Vampira correio.

– Então por que esta me trazendo recado dele? - Ela esperou.

– Ele não mandou o recado. - Ela fez uma careta. - Eu sou tipo um bloco de notas, vocês me falam o que estão sentindo, eu guardo, e aconselho vocês. - Estava aliviada. - Pode confiar em mim. - Ela se foi. Edward me buscou como todos os dias, eu estudava longe de casa, e ele não queria que eu corresse risco algum. Eu não saberia se Beatriz ia pensar no que eu falei, mas eu teria que tentar!

No dia seguinte, Beatriz não foi ao colégio, passei na casa dela, e a mãe dela disse que ela não estava em casa, o celular estava dando fora de área. Quando retornei para casa, pode sentir um cheiro diferente dos outros, era Beatriz.

– Nessie, eu queria conversar com você! - Ela me esperava na porta da casa.

– Estou ouvindo! - Eu me aproximei.

– Eu preciso saber de apenas uma coisa. Por que você diz toda hora que vê, ou que alguém vê? - Eu me encolhi, o que eu faria agora? Contaria a ela que sou uma vampira. Que perigos ela iria correr sabendo dessa verdade? O que mudaria na nossa amizade?

– Faça o que seu coração mandar Nessie! - Edward estava na porta. Beatriz foi pega de surpresa, e espantou-se. Ele saiu.

– Até que ponto você é minha amiga? Até que ponto você continuaria sendo minha amiga? - Eu precisava saber, eu tinha que saber!