Capítulo 44: Perder não é opção, o desfecho da batalha entre o capitão pirata e o capitão da marinha

- Desgraçados! Eu nunca fui tão humilhado! Vão todos para o inferno! – o braço daquele homem começa a abrir, o antebraço foi se prendendo no braço mostrando uma larga abertura, a aparência era de um canhão.

- Morram! GRANDE CANHÃO DOURADO!!! – uma grande luz dourada tomou conta da boca do canhão, um tiro será disparado.

- Mas você é chato hein?! Vamos acabar com isso!!! – o garoto fala determinado, se Marcus não se entregou tão pouco ele. – Não dá pra perder mais muito tempo com você moço, eu tenho um tesouro para achar... – ele sorri de leve. – Hellt me empresta seu cassetete? Vou jogar rebatida.

- Fica a vontade garoto. – o mais velho entrega seu cassetete ao menino. – Acaba com ele de uma vez!

O garoto segura firme a arma de seu nakama, olhava fixamente para seu adversário. O capitão da marinha estava furioso, o brilho dourado de seu braço aumentava, de súbito a bala é disparada com muito ímpeto contra os jovens. Com extrema destreza Daniel rebate a bala, aquele momento demorou frações de segundos, porém o tempo pareceu parar no instante do impacto. A bala foi lançada novamente contra Marcus, o projétil de ferro puro bateu forte naquele homem que mal teve tempo de se assustar. Marcus foi lançado prédio adentro, quebrou paredes e caiu do lado oposto do lugar onde enfrentara os piratas. Flint agora estava desacordado.

- Desculpe Hellt, mas sua arma quebrou... – Daniel falou caindo, o desenhista soltou o músico e segurou o gordinho.

- Go to hell... – Gabriel falou ao cair sentado no solo.

- Parece que tudo acabou. – Naty fala enquanto todos sorriam.

- Acho que não é o caso! – Jonas fala olhando para trás, havia observado algo.

- Acharam mesmo que sairiam assim não é piratinhas?! – a voz esganiçada chega aos ouvidos dos piratas, se tratava de Pierre.

- A mulecona marinheira?! – Hellt fala quase gritando.

- O metrossexual da marinha! Ele venceu a Rebeka? – a espadachim fala igualmente surpresa.

- Esse cara traiçoeiro enfrentou a Rebeka?! – Jonas diz surpreso. – Ele é um especialista em armas! Espero que a Rebeka esteja bem... – ao lado de Pierre havia vários outros marinheiros com armas em punho. Foi uma emboscada perfeita, esperaram a batalha contra Flint acabar para saírem e renderem os piratas, não havia maneira de se fugir daquela armadilha.

- O Daniel já lutou demais, a gente vai ter que dar um jeito aqui, eu não vou deixar esses caras o levarem! – a determinação do desenhista chegava a impressionar, o jovem capitão estava nas costas dele.

- Eu vou lutar até o fim pelo meu capitão! – Nathália fala também determinada.

- Go to hell! Espera...?! – Gabriel se levanta e vê rostos conhecidos, começa a sorrir. – Não se preocupem, Daniel olha quem ta ali... – o gordinho que estava de olhos fechados os abre devagar, enxerga um cabelo black power.

- O cara do cabelo legal...! – o garoto fala com dificuldades, os outros membros da tripulação nada entendem.

- Man, é bom te ver novamente man! – De La Rosa fala saindo em meio aos marinheiros.

- Vocês conseguiram não é guitarrista? – Lorenzo fala também saindo em meio aquela multidão.

- De onde vocês os conhecem? – a voz esganiçada de Pierre tinha tons de surpresa. – Que seja, vamos ter um fuzilamento hoje... – um sorriso demoníaco se desenhou na face do marinheiro diferente. – Atirem homens! – ele fala quase gritando, entretanto não se escuta tiros.

- Homens, façam o que tem que fazer. – Lorenzo fala e de súbito eles apontam suas armas para Pierre.

- Mas o que é isso? – Pierre fala surpreso.

- Isso man é a tomada do forte, a cidade não será mais dominada por Marcus man! – De La Rosa fala com muita convicção.

- Isso é traição!!! – Pierre fala indignado sendo seguro por outro marinheiro.

- Na verdade o traidor é o Marcus, já informamos a central que ele, você e o Matheus se uniram aos piratas para extorquir os cidadãos, estamos destituindo vocês! – Lorenzo fala com um leve sorriso.

- São vocês que estão ajudando os piratas! Marujos não percebem que os traidores são esses aí? – Pierre fala furioso aos marinheiros que não reagem.

- Você não percebeu man, vocês traíram o código da marinha quando começaram a maltratar as pessoas dessa cidade! Pior que precisou de piratas pra nos mostrar o caminho correto man! – De La Rosa fala olhando para o grupo de Daniel.

De repente um estrondo é escutado, fumaça pode ser vista na lateral do terreno da parte onde ficam as docas.

- Consegui disparar esse canhão de merda! – Rebeka fala quase gritando até que efetivamente grita: - PESSOAL, VAMO PULAR FORA!!!

Os piratas correm até a lateral e veem a caravela ACD saindo das docas em sentido ao oceano.

- A corajosa navegadora conseguiu recuperar a caravela! – Naty fala.

- Ela precisava dar conta sozinha. – Hellt fala sorrindo.

- Pois é piratas, bom, sabem que vocês são criminosos não é? Então seria bom que vocês fugissem porque aí nós não capturaríamos vocês entendem? – Lorenzo fala em tom de piada e com um largo sorriso.

- Eu não tenho que ouvir isso. – Pierre aproveita a distração momentânea e golpeia o marinheiro que o segurava. Com um pisão no pé ele se solta, com um golpe com os braços desmaia o marinheiro e sai correndo pela abertura do portão. Infelizmente ninguém vê devido à confusão da caravela saindo pelas docas.

- Man, vocês escapam e a gente prende o Flint man! – De La Rosa fala.

- Beleza então, vamos pular daqui! – Hellt praticamente grita.

- Go to Hell! Não sei se tenho forças pra pular isso tudo! – o guitarrista fala e praticamente no mesmo instante é erguido por Naty, a espadachim com Gabriel nos braços e Jonas nas costas pula no navio. Hellt a segue pulando com Daniel em suas costas.

- Lá se vão pessoas de muito caráter! – Lorenzo fala.

- Man! Eles nos devolveram o espírito de justiça! – De La Rosa opina. – Não temos como agradecê-los!

O pouso de Naty no navio é tranquilo, Hellt precisou segurar algumas cordas para diminuir a velocidade de sua queda, ninguém se machucou.

- Você é incrível corajosa navegadora! – Nathália fala a Rebeka que se assusta. – Você percebeu que pelo tempo que gastamos nós já havíamos recuperado o atirador, foi tudo milimetricamente planejado! – a espadachim já havia soltado Jonas e Gabriel.

- Foi exatamente isso porque eu nunca fugiria não é mesmo? – a navegadora fala sem graça.

- Que bom que tudo terminou bem não é? – o gordinho fala ainda nas costas do desenhista.

- Ainda não acabou, essas balas ainda estão no seu corpo, eu vou tirar elas... – o mais velho falou caminhando pra dentro do navio levando o menino.

- A gente teve muita sorte nessa loucura toda...! – Jonas fala olhando para o lado da cidade.

- Vai se acostumando, é sempre assim go to hell! – o guitarrista fala, Jonas sorri levemente. Ele observa ao horizonte algo como alguém acenando, se tratava de Clara que a beira de uma encosta acenava, Jonas retribui o gesto.

“Olha quem temos aqui? Pelo menos vou me vingar de alguém!” Pierre fala ao ver a menina acenando para o navio pirata, foi se aproximando lentamente dela com um sorriso maligno na face.

- Gabriel, tem alguém ali não tem? – o atirador fala percebendo a aproximação de um ser que parecia que ia empurrar a menina.

- Go to hell! É aquele marinheiro esquisito! – o guitarrista fala assustado.

- Tenho que fazer alguma coisa e rápido! – o jovem de óculos carrega rapidamente sua arma e mira em sentido a Pierre.

- Impossível, não tem como acertar a essa distância! – o músico afirma. Realmente aquela distância, em circunstâncias normais, seria impossível de se acertar um alvo.

- Tem toda razão, sóbrio eu não vou conseguir acertar! – o atirador tira uma garrafinha de seu bolso, tira seus óculos e toma de uma vez o conteúdo do frasco. – Mas que inferno ta tudo girando! – fala cambaleando e com as bochechas vermelhas.

- Go to hell! Ficou chapado só com aquela garrafinha...?! – Gabriel ficou muito surpreso com os olhos esbugalhados. – Hei... A garota...

- Eu sei, eu sei, mas depois eu quero uma festa! – ele fala e atira meio sem mirar e sem posicionamento. – Carga de explosão média, disparar... – ele fala no instante que o tiro acerta a cabeça de Pierre, o marinheiro cai no solo com fumaça saindo dos cabelos e com dentes faltando, agora está desacordado. A menina olha para o homem caído e sorri depois olha para o navio e agradece em pensamento, não demora muito e vai embora.

- Go to hell! Isso não existe... – o músico fala.

- Cadê a festa? – Jonas fala cambaleando, Gabriel feliz acende um cigarro e começa a tocar, e o atirador ergue suas armas as girando na mão tentando cantar. Naty e Rebeka observam a cena sem reação.

- Que insanidade! – a navegadora fala.

- Sim, ele não sabe o que é beber! – a espadachim fala pegando um barril de bebida e o virando de uma vez na boca.

- Só tem normal nessa tripulação. – Rebeka fala ironicamente com sua mão no rosto e sorrindo de leve.

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- Por que será que o Jonas quer ir pra Grande Linha? – Hellt pergunta olhando para o gordinho que estava deitado. Ele já conseguiu tirar uma bala do corpo do garoto com instrumentos pequenos de aço, uns pareciam laminados e outros semelhantes a pinças.

- Talvez ele goste da gente... – Daniel fala. Hélio se assustava com a resistência do garoto, ele permanecia consciente e não reclamava de dor, ao contrário, até sorria algumas vezes. O desenhista sabia que o garoto estava sofrendo, entretanto o menino se mantinha firme, o mais velho pensava: “como esse garoto consegue ser forte assim? Não é só uma fruta que consegue tornar o espírito de alguém tão forte... Será que alguém aqui tem tanta determinação quanto esse moleque?” e continuou sua operação enquanto festejavam no andar de cima.   

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- Corre Carlos! Corre o máximo que você consegue! – a garotinha suja e de cabelos longos fala correndo com dois grandes pedaços de pão na mão, atrás dela um garotinho moreno igualmente sujo corria com umas frutas.

- Nathália sua chata! Eu to carregando mais coisas sabia? – o garoto fala, atrás deles um homem corria com uma vassoura, aqueles dois garotos roubaram a mercearia dele.

Depois de muito correr eles conseguem escapar passando por um bueiro, estavam felizes pelo sucesso em sua ação, mas era fato: se ficassem juntos brigavam.

- E isso foi porque você me chamou de chata seu retardado lento! – a garota fala depois de desferir um soco na cabeça do menino.

- Você só me bate porque eu sou o irmão mais novo, mas a errada foi você! Por sua causa a gente quase foi pego! Você que é retardada, chata e feia! – as palavras do garoto causaram fúria extrema em sua irmã mais velha, eles começaram a brigar de socos e chutes. Era engraçado que mesmo com toda aquela briga eles se gostavam.

Próximo capítulo: Um sonho e um passado que assombra