Candor Lunar - Livro 1 escrita por Denise Kellner, AngusMarcos


Capítulo 3
Capítulo 3 – A Promessa de Jacob Black


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo pra vocês... Desculpem a demora.. Esse nyah ta horrível! Conversamos + no final! Bjks



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Sempre procuramos nos afastar o máximo possível quando estamos caçando, nenhum local próximo a Forks ou La Push é seguro o suficiente, por isso corremos para o noroeste onde a floresta é mais profunda e onde há mais caça disponível. Saímos assim que o sol nasceu e nos dirigimos rapidamente seguindo algumas trilhas utilizadas por andarilhos e que estavam parcialmente abandonadas.

Durante todo o dia Nessie não falou comigo.

Não sou hipócrita para dizer que não admiro alguns dons que adquiri como vampiro, me torna algo mais que homem e ao mesmo tempo menos... minha humanidade desapareceu apesar de eu ser mais que isso, ser mais rápido, mais forte, mais sensitivo e perceptivo além de poder ouvir a distancias imensas e, no meu caso, ler o pensamento das outras pessoas. Agora, considero a pior das maldições não poder dormir. Ontem permaneci na sala assistindo Tv e mesmo assim não pude deixar de ouvir os prantos de Nessie, até que em algum momento da madruga, Bella não se conteve e foi até nossa filha para consolá-la; Renesmee dormiu enrolada nos braços da mãe e minha culpa apenas aumentou.

Nessie não ficou assim apenas por não ver Jacob, mas porque ela acha que eu não a entendo.

Hoje ela não falou comigo, afastou-se do grupo junto da mãe e de Rosie para perseguir alguns cervos desgarrados da pequena manada que Emett encontrou; no fim eu também me afastei quando uma grande fêmea ganhou velocidade e fugiu para o norte, como sou mais rápido fui atrás dela. Caçada, morta e seu sangue absorvido pelas minhas presas; bati em seu torso inanimado sussurrando: “obrigado”. Depois caminhei desanimado até uma pequena elevação e ao escalá-la me dei conta de que estava no alto de um platô natural que culminava num pequeno penhasco, nunca havia estado aqui antes; do alto do penhasco a floresta suspirava tranqüila enquanto absorvia os grandes pingos de chuva que caiam pesados do céu, de meus olhos de vampiro os pingos caiam em câmera lenta como pequenas bolotas de cristal que se espatifavam nas folhas verdes das árvores.

Estranhamente, ali, num lugar tão alto e diante desta floresta gigantesca eu me senti pequeno e sozinho... minha culpa. Eu jamais imaginei em todos estes anos que amaria alguém como Bella, sempre pensei que por ser o que sou estaria fadado a viver sozinho para sempre, Bella é uma dádiva acima do que mereço. Sempre me perguntei se a merecia, para tanto que certa vez a deixei, o que quase resultou em um desastre sem precedentes.

Renesmee é algo absolutamente extraordinário para mim; Bella, o casamento... eu até pude visualizar... até pude prever; agora, Renesmee? Nunca. Nem nos meus sonhos mais ambiciosos eu imaginei que seria pai algum dia, no começo eu desejei mata-la e que Deus me perdoe por isso, mas eu não sabia que Bella seria capaz de tudo o que fez. Nessie é mais do que amor... é uma loucura que me tomou, eu amo minha esposa mais que minha vida mas, sem dúvida alguma, Nessie foi a responsável por me trazer o mais perto da humanidade novamente, agora eu tenho uma família, esposa, filha e um lar. Por isso acho que o súbito risco de perdê-la para Jacob me deixou tão perturbado, afinal, Nessie está conosco há apenas dez anos... eu ainda não estava pronto para dividi-la a não ser com Bella.

Nisso senti a presença de alguém e uma voz familiar e reconfortante tocou minha mente:

“Edward? Filho?”

- Estou aqui Carlisle – respondi distante.

- Ah... se isolando um pouco do resto da “matilha”? - disse ele em um tom amável.

- Não, eu apenas parei por um segundo para admirar a floresta e pensar.

- Imagino, só não se esqueça que não podemos ler seus pensamentos, filho. Você precisa partilhá-los para que possamos ajudá-lo, entende?

- Eu sei, Carlisle, eu sei. Imagino que esteja se referindo à minha discussão com Nessie ontem e à minha inabilidade em lidar com minha filha e, obviamente, ao fato de ela me odiar agora.- eu falei tudo de uma só vez.

- Filho, Renesmee não o odeia e jamais irá odiá-lo, você é o pai dela e sempre a cercou de amor, o problema é que você nunca foi pai antes e acho que é minha culpa uma vez que jamais conversamos sobre isso.

- Carlisle, você não teria como adivinhar que um dia eu seria pai. - o interrompi.

- Eu sei, mas o que estou dizendo é que você agora está tendo que educar uma filha adolescente, Edward. O problema é que Nessie cresceu aceleradamente e o que era para levar 20 anos levou 10, ou seja, a descoberta de vários sentimentos que ela nem mesmo compreende direito, como, no caso, o amor por Jacob. Não se preocupe; tanto você quanto Nessie vão aprender a superar este obstáculo e tudo voltará a ser como antes, e acredite quando digo que todo pai se preocupa que seu filho o odeie em algum momento, era o meu maior temor com você.

- Como assim? - perguntei estranhando a afirmação de Carlisle.

- Bem, eu tinha medo que em algum momento você me odiasse por eu tê-lo transformado num vampiro, quando você passou a crer que era uma criatura amaldiçoada eu fiquei muito receoso que essa idéia fizesse com que você se afastasse de mim definitivamente e eu não suportaria a idéia de perdê-lo. Edward, você é meu filho. Quando foi até Volterra aquela vez eu não sabia o que fazer e temi nunca mais vê-lo; o que quero dizer, filho, é que você é um homem bom, um excelente marido e um pai excepcional. Nessie jamais irá odiá-lo, ela apenas é muito jovem para compreender você que é muito mais velho, mas tudo ficará bem, eu prometo.

E dito isso, Carlisle pôs a mão em meu ombro antes de se afastar entre as árvores:

- Obrigado, pai – respondi, grato pela preocupação de Carlisle.

Carlisle virou-se para mim com um sorriso brilhante no rosto; ele sempre ficava assim quando o chamávamos de pai... e de fato, não podíamos negar a figura paterna que ele representava para nós.

- É para isso que eu sirvo, filho... – disse ele, e voltou-se em direção aos outros que aguardavam numa pequena clareira logo abaixo, o sol já baixava no horizonte e chegou o momento de voltarmos para casa.

- Você está com uma cara de morto, Edward.

- Obrigado, Emett.

- Quem diria que aquela nanica ia te tirar tanto do sério.

- Isso não é uma boa hora.

- Ah, Alice, não começa, a gente tem que se divertir com a desgraça alheia senão vamos nos divertir com o que?

- Emett, você tem a sutiliza de um rinoceronte.

- Edward – Esme estava ao meu lado, sussurrando longe das idiotices de Emett – Bella e Nessie voltaram mais cedo um pouco, Nessie preferiu não demorar muito para...

- Me evitar? - perguntei.

- Não querido, mas deixe assim, ela estará melhor amanhã – Esme me deu um beijo carinhoso no rosto e se afastou pela trilha.

Ela estará melhor amanhã porque estará perto daquele lobo infame.

- Ô da fossa, você vai vir ou não? - ecoou a voz de Emett no meio da floresta.

- Podem ir – respondi – Eu vou caminhar um pouco, chego lá mais tarde.

- Caraca, ele vai chegar só na segunda-feira se for caminhando.

- Quieto Emett – chiou Esme.

Como Alice havia previsto mais cedo, a chuva parou de cair ao anoitecer e a única coisa que eu ouvia agora era a voz de um vento leve tocando as copas das árvores mais altas, para um vampiro não havia problemas em caminhar à noite, afinal, podemos enxergar no escuro tão bem quanto durante o dia. A mata me dava um singular sentimento de solidão que eu experimentei durante anos antes de conhecer Bella... neste lugar eu não era o único ser antigo, as árvores eram quase tão velhas quanto eu e eu me sentia em sintonia aqui como em nenhum outro lugar no mundo. Estranho como um conflito tão pequeno me fez sentir tão mal, eu estava sendo egoísta, com todos.

Então o vento me trouxe um perfume que eu conheci e amava, as nuvens haviam se afastado levemente e o céu se abriu banhando a mata com uma fosforescência fátua e misteriosa; a lua cheia e prateada, com sua luz inebriante, lançava sombras esguias pelo chão da floresta, ergui os olhos e a vi, parada de encontro a um alto carvalho... a visão mais perfeita que eu poderia ter. Bella.

Ela nunca mudou seu estilo mesmo tendo adquirido a beleza exagerada dos vampiros, calçava tênis baixos e calças jeans, camiseta básica preta e me olhava com olhos brilhantes e apaixonados, parecia um anjo celeste na minha frente me fazendo imaginar o que eu fiz para merecê-la; seus cabelos ondulando ao sabor do vento me hipnotizaram. Ao chegar mais perto parei para olhá-la, ou melhor, admirá-la.

- Você estava demorando demais – ela disse com voz leve e divertida e ao não obter resposta ela fez cara de preocupada – Meu bem, o que foi?

- Nada, apenas acabei de pensar o quão minha vida seria miserável sem você... Isabella. Eu caminhei sozinho durante horas nesta floresta vazia e cinza e quando a vi me lembrei de que é você quem dá o colorido à minha existência, eu não saberia como viver sem você. Só posso agradecer por ser imortal e poder passar a eternidade ao seu lado.

Bella me abraçou passando os dedos levemente pelos meus cabelos, então ela me olhou, sua pele refletindo a luz do luar como um diamante multifacetado, com seu rosto angelical e perfeito próximo do meu, eu vi um sorriso desenhar-se em seus lábios rosa e eu não consegui falar nem uma palavra depois disso.

- Você não precisa caminhar sozinho, Edward, eu estou aqui e você sabe disso, sabe desde o primeiro momento em que nos vimos, eu sou sua do mesmo modo como você é meu e nada nem ninguém vai mudar isso, e quando os séculos passarem eu vou continuar sendo sua, você não está mais só, têm a mim e Renesmee.

- Bem...

- Não – Bella disse com firmeza calando minhas palavras com um beijo – Não. Nessie te ama, e nunca vai ser diferente, ouviu? Você sempre com essa mania de se martirizar e se preocupar com tudo, não é à toa que eu tinha que implorar para você me beijar... ou fazer outras coisas... naquela época...

- É – respondi rindo – E insistiu tanto que o resultado disso é uma menina de 1,60m de altura que anda me dando dor de cabeça, agora sei que a culpa disso tudo é sua.

- Eu não tenho culpa de ser casada com você, irresistível deste jeito. Aliás, nós estamos longe o suficiente para ninguém nos ouvir, seria um desperdício perder este luar... você não acha?

- Você está falando sério?

Bella não respondeu, apenas me beijou e me empurrou contra o tronco de uma árvore e de repente eu me esqueci do porque de estar tão preocupado.

- SETH... ÔÔÔÔÔ...SETH... CADÊ A PORCARIA DO MOLHO DO CHURRASCO.... SEEEETTTHHH ....

- Duvido que ele te escute, Sam.

- Jared, seja útil e vai pegar o molho... cadê o Seth?

- Jogando baseball acho... com os Cullen.

- Ele é o quê? O gandula?

- Querido, deixe as crianças se divertirem.

- Emily, me alcança a bacia, não querida, a azul... isso, obrigado.

- Edward? Ei sanguessuga, acorde e segura a grelha para mim um segundo.

- Desculpe, Sam... desliguei geral aqui.

- Não liga não, Sam, ele é assim desde que o conheço, por que acha que nossas vidas viraram um circo desse jeito?

- Essa foi boa Charlie, e não é que você tem razão?

Apesar da piadinha de meu sogro, não tinha problemas eu segurar uma grelha de churrasco incandescente, afinal, o calor do metal não podia me ferir muito e ao menos eu estaria sendo útil em meio aquele caos organizado que Alice tinha armado. Ela não errou na previsão, o sol brilhava absoluto em um céu de anil tão claro e límpido que parecia uma obra de arte, havia risos flutuando pelo ar e todos estavam felizes e se divertindo; uma cena que realmente valia a pena guardar na memória para sempre.

Havia tendas brancas armadas ao longo do campo verde e plano que corria alegre até chegar a uma pequena praia cuja faixa de areia era tão pequena que malmente podia-se chamar de praia; bancos, cadeiras e mesas foram espalhadas em baixo das tendas, formando, assim, uma espécie de feira de eventos particular nesta parte da reserva La Push. O ar estava fresco e uma brisa cálida soprava do leste... o almoço transcorreu perfeito durante todo o dia, todos nós misturamo-nos e cada um ficou em uma das mesas espalhadas por ali, eu acabei almoçando – ou melhor, assisti o almoço – junto de Sam, Emily, Jared, Paul e Raquel. Bella sentou-se mais à frente com Jacob, Nessie, Bill, Charlie e Sue...Seth, Emett e Jasper fizeram guerra de comida contra os outros membros da matilha que se espalhavam pelo gramado, Rosalie teve um ataque quando uma porção imensa de purê de batatas pousou estrondosamente em seus cabelos... Alice saiu correndo dali.

Depois que tudo se acalmou e Esme e Carlisle distribuíram sorvete para todos, Bella veio sentar-se no meu colo, sorrindo e ofuscando o sol ela sussurrou no meu ouvido.

- Acho que Jake quer falar com você.

Murmurei alguma coisa que nem mesmo eu compreendi.

- Ele já teria vindo, mas Nessie o impediu até agora.

- Ela está com medo de quê? De eu esfolar a pele do Jacob e fazer um tapete para a sala? Não me olhe assim, já vi tapete de ursos... um lobo gigante daria um belo....ah, está bem, só estou brincando, vai lá acalmar sua filha, eu não vou matar ninguém... ainda.

Bella levantou e puxou meu cabelo afetuosamente como ela sempre faz quando quer me repreender por algo, minutos depois eu senti alguma coisa pesada se aproximando de mim.

Jake puxou uma cadeira e se acomodou na minha frente, ele me olhou do mesmo modo que me olhava quando pensava em tirar Bella de mim muitos anos atrás. Eu tinha que me impressionar com Jacob, ele não era do tipo que se intimidava ou coisa assim, ele era obstinado e cabeça dura o suficiente para jamais recuar, até pensei que ele viria meio sem jeito falar comigo, mas me enganei. Nosso relacionamento era muito bom, de desconfianças e ressentimentos do passado nós passamos a sentir amizade um pelo outro, aliás, arrisco dizer que Jake me respeitava precisamente devido ao fato de eu ser pai de sua “impressão”. Mas agora, na minha frente, eu soube que ele veio justamente reivindicar minha filha.

“E agora, começo por onde?” - pensou Jacob – “Não quero ter que brigar com ele logo de cara”

- Jacob – suspirei – Não quero brigar com você também.

- Hum... ótimo. Mas mesmo assim essa conversa não vai ser muito fácil.

- Olhe Jake, eu preciso que você entenda o meu lado primeiro. Eu não estou dizendo que você e Nessie não podem ficar juntos, mesmo porque sei perfeitamente bem como funciona esse negócio de “impressão de lobisomem” e entendo que você tinha receios de não ser correspondido por Nessie e tudo mais, agora você tem compreender o que eu sinto; Renesmee tem apenas dez anos de idade e ela é jovem demais... e pelo amor de Deus não me venha com o papo que ela já se porta como uma moça de vinte.

- Edward...eu amo Renesmee.

Não respondi de imediato, era tudo muito subjetivo até aquele momento, eu sabia de tudo, aliás, todos nós sabíamos que um romance entre Jake e Nessie era inevitável, mas agora que tudo estava acontecendo, a coisa parecia estar indo rápido demais.

- Você já disse isso a ela? - perguntei receoso.

- Não. Vim primeiro falar com você.

- Grato pela consideração.

- Não agradeça, eu ainda não entendi porque você fez toda esta cena.

- Cena? Eu não gosto do fato de você e Nessie estarem deste modo “impressionados” tão cedo, se você viesse falar comigo daqui a 8 anos eu até compreenderia, mas para mim ela anda é uma criança e como vocês são imortais 10 anos a mais e 10 anos a menos não faria diferença.

- Para mim faz - disse Jake me interrompendo – Edward, eu já sofri demais pelas suas mãos, respeito você por tudo o que já passamos juntos e principalmente por ser o pai de Nessie...

- Calma aí, como assim você já sofreu demais pelas minhas mãos? - foi minha vez de interrompê-lo.

- Como assim? - repetiu ele fechando a cara – Qual é cara, eu me ferrei cuidando da Bells quando você se mandou como um covarde, deixei tudo para trás quando Nessie estava para nascer e Sam queria matar todos da sua família purpurina, depois ainda tive que ajudar a segurar as pontas quando aqueles tarados italianos queriam vir aqui para matar todo mundo; vivi como um cão de guarda para vocês durante aqueles tempos, quase fiquei louco por Bella preferir você e não eu. Você me deve Edward, tem uma dívida comigo.

E dito isso Jacob me cutucou no peito com aquela mãozona que mais parecia uma pá, no princípio fiquei desconcertado com suas palavras, Jacob tinha ressentimentos por mim e eu sabia disso, mas achei que eles já haviam sido enterrados nesta altura das coisas... pelo visto me enganei. Realmente se não fosse por Jacob, Bella teria sucumbido à tristeza naquela época em que fui embora, novamente se não fosse por ele nós teríamos sido mortos por Sam e é inegável sua ajuda contra os Volturi; mas o preço que Jacob exigia era alto demais.

- E o preço para sanar minha dívida seria eu entregar a minha filha para você?

- Não. Não quero que você “entregue” ela para mim, o que estou exigindo é que você confie em mim, Edward, como confiou na época em que Bells estava doente.

Aquilo me pegou desprevenido, para um troglodita peludo, Jacob me surpreendeu.

- Escute – disse ele por fim vendo que eu não respondia – Eu não vou me casar com Nessie amanhã, não vou tirá-la da sua casa ou da sua vida de uma hora para outra, eu sei que ela tem apenas dez anos e fico desconfortável com isso, mas eu a amo, e não posso ficar longe dela, sem ela não sou nada... não vivo e tudo se torna cinza. É ela quem dá razão e cores ao meu mundo da mesma forma que Bella sustenta o seu. O que posso prometer é que espero ela completar a maioridade a seu ver para daí sim, pedir a mão dela a você.

- Você ensaiou isso – acusei repentinamente.

- Um milhão de vezes - respondeu Jake sem graça.

- Ela só vai atingir a maioridade ali pelos cinqüenta anos para mim.

- Não comece, dezoito está muito bom para todos.

- Você não vai desistir, não é Jake?

- Você me conhece bem o suficiente para saber que não. Neste ponto sou tão teimoso quando Bella.

- É – respondi suspirando – Estou cercado de teimosos.

- Então, Edward, o que me diz? - Jacob disse me estendendo a mão.

Ele estava sendo sincero e por mais que eu detestasse admitir, Jake sempre fora sincero, mesmo quando ele me odiava ele era sincero. Na mente dele eu via Nessie e na dor que distância causava nos dois, era inegável o sentimento que Jacob nutria pela minha filha e por mais que eu a visse como uma criança, a verdade é que Nessie já era dona do próprio nariz.

- E nesse meio tempo até ela completar dezoito anos?

- Nós vamos fazer o tradicional: namoro, cinema, jantares, noivado e no tempo certo nós nos casaremos e viveremos juntos para sempre. O que, no nosso caso, não é apenas uma metáfora.

- Certo... certo – suspirei derrotado, em seguida encarei Jacob e sustentei seu olhar - Você me promete então, Jacob Black, que só afastará a minha filha de mim quando ela tiver 18 anos?

“Prometo, Edward” – pensou Jacob sabendo que em sua mente eu saberia a verdade – “Eu jamais a tirarei de você antes disso, aliás, ela sempre será sua filha e nós nunca nos afastaremos, o mais longe talvez morando em La Push”

- Neste caso, Jacob, vocês têm a minha benção – eu disse segurando sua mão com força – Você vai conversar com ela agora, então?

- Não ainda, Bella quer falar com ela antes... eu acho... ela estava apenas esperando eu falar com você.

- Bella? Mas o que ela está tramando?

- Não sei, sogrinho, mas boa coisa não é.

- É, vindo de Bella até posso imaginar algo dramático como é o estilo dela. Ah, Jacob, me chame assim de novo e minha filha nunca chegará a saber como é se casar com um vira-latas.

Ele riu com aquela risada que mais parece um latido levantando-se em seguida e me puxando junto com ele.

- Vamos lá, Seth e Emett estão organizando o futebol. Você vai poder descontar em mim esta raiva contida.

- Hum, se eu fizer isso Nessie me mata, mas já que é o jogo eu posso ao menos te dar umas sovas sem que ninguém perceba.

- Faz isso não, você não pensa em ser avô um dia?

- Não me provoque, Jacob.

No fundo de minha audição eu pude ouvir a voz tranqüila e feliz de Esme dizendo: “Viu? eles já voltaram a ser como antes”; Bella riu: “Uma família feliz, não é mesmo?”.

Sim, pensei eu no fim das contas, uma família feliz. Neste dia lindo, uma grande, estranha, barulhenta e ETERNA família feliz; é uma pena que algumas nuvens escuras já se formem no horizonte. Alice está perdendo o tato para previsões do tempo.


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Notas finais do capítulo

E aê o que acharam? Merecemos reviews? Recomendações?
Por favor façam-nos felizes...
Abração e até o próximo episodio!