Shattered Dreams escrita por Labi


Capítulo 15
Capítulo XII [Parte dois]


Notas iniciais do capítulo

E eu a dizer que postava na segunda-feira passada. Pff... Não sei se alguém pensou que eu ia escrever no POV do Alfred... Mas... Se pensou, lamento desiludir. O Alfred odeia-me. Eu nunca o consigo escrever dentro de personagem. Ugggh.
E... Erm... As asas são as zonas erógenas dos anjos, neste AU ... *corre* Hum... Capítulo apressado é apressado... *corre ainda mais rápido* E algumas pessoas vão me matar pelo fim *corre á velocidade da luz e parte para Marte*



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Alfred atirou a mochila para um canto aleatório e deixou-se cair bruscamente no sofá, tapando os olhos com o braço e respirando fundo.

Ninguém o compreendia...

Tinha passado uma semana desde o dia em que o seu pai acordou e que Arthur desapareceu. Ele não sabia se estava feliz ou não.

Por um lado sim, estava. O seu pai tinha acordado e já tinha voltado a falar com ele e com a sua mãe. O americano tinha ficado verdadeiramente aliviado e emocionado quando voltou a falar com o seu pai.

O Sr.Jones, por estar ainda muito debilitado, tinha ficado no hospital, apesar de Alfred ter insistido para ficar em casa dos pais a sua mãe obrigou-o a voltar para casa e para as aulas. Tal decisão foi complicada para o americano. Em primeiro, ia visitar o seu pai todos os dias e a viagem era longa e em segundo... a sua casa estava muito vazia. Apesar de Arthur ter ficado com ele por pouco tempo, Alfred sentia falta de entrar em casa e ter na sala um cheirinho agradável a chá ou um anjo irritado, de avental, na cozinha.

Apertou a mão num punho e respirou fundo. A culpa tinha sido sua. Se não tivesse descarregado a sua fúria no anjo... Se... Se e se...

Muitos 'ses' rodopiavam na sua cabeça e o deixavam-no tonto. Mas pior que essa tontura, só mesmo a culpa que sentia... Arthur tinha tido direito a 100 dias na Terra depois da sua morte. E ele, um simples garoto, tinha destruído esse direito...

Começou a sentir as lágrimas escorrerem pela face. Mas ao contrário da última vez em que chorou, não tinha ninguém para as limpar. Ninguém para o abraçar e dizer que tudo ia ficar bem.

Ouviu algures o seu telemóvel tocar, mas ignorou. Levantou-se e foi para o quarto, caindo na cama com um estrondo e fechando os olhos na esperança de adormecer.

##

E Arthur observava novamente Alfred pelo espelho. Tinha-se tornado o seu hobby, agora que estava no Paraíso. Por vezes saía a voar pelo céu... Agora que conseguia voar estava a aproveitar a sensação maravilhosa que era estar no ar e não ter fronteiras físicas a impedi-lo de ir onde queria.

Mas havia uma fronteira que ele não ultrapassava... E essa era a mais dolorosa.

Ele tentava ver Alfred pelo espelho durante quase todo o dia e começou a reparar que o outro não comia quase nada e pouco dormia, o que preocupava verdadeiramente.

Sentia-se frustrado e derrotado.

"Olá pequeno!"

Ele deu um salto e deparou-se com Júlio que sorria abertamente e tinha um enorme ceptro na mão.

"Temos boas noticias! Vais poder ir lá baixo ~ Mas desta vez é por menos tempo. "

O coração de Arthur começou a bater a mil e ele abriu e fechou a boca como um peixe, numa tentativa de tentar falar por palavras aquilo que lhe ia na cabeça.

"M-mas-"

"Tens um mês. Aproveita!" levantou o ceptro, que começou a produzir uma luz estranha que obrigou Arthur fechar os olhos. Ele nem tinha tido tempo de contra-argumentar...

Sentiu-se a rodopiar, como se fosse em queda livre e mal sentiu os seus pés no chão abriu os olhos, deparando-se com a casa de Alfred mesmo à sua frente.

Estava lua cheia e o céu limpo, dando a tudo um aspecto brilhante que transmitia uma falsa sensação de paz. Falsa pois o seu nervosismo tinha aumentado significativamente e ele não sabia o que fazer... Bateu as asas para levantar voo, sentindo-se ainda um pouco tonto, e voou na direcção da janela do quarto de Alfred. Respirou fundo várias vezes antes de ganhar coragem suficiente para bater. Se Alfred não o quisesse ali, teria de pensar num plano B...

Alfred acordou com uma leve batida na sua janela e abriu os olhos preguiçosamente quase tendo um ataque do coração ao ver um anjo na sua janela.

Esfregou os olhos para ter a certeza que não estava a sonhar e gatinhou pela cama até chegar lá e abriu-a totalmente para trás, deixando Arthur sentar-se no parapeito.  Estava tão perplexo com a súbita aparência que não conseguia pensar em nada para lhe dizer.

O inglês coçou a cabeça e sussurrou:

"Eu... Eu sei que estás farto de mim mas- mas eu fui obrigado a voltar e-"

Alfred estendeu os braços e puxou-o bruscamente fazendo-o embater contra o seu peito, dando-lhe um abraço apertado que quase deixou o anjo sem fôlego.

"Tive saudades tuas."

O inglês sentiu a sua cara aquecer e timidamente afastou a cabeça para olhar directamente nos olhos do americano.

"M-mas..."

"Desculpa-me Arthur. Eu disse aquilo sem intenção... Eu- Eu não quero que voltes a desaparecer..."

Ele voltou a encostar a cabeça no peito dele.

"Isto é temporário."

Alfred apertou-o ainda mais, e inclinou-se para trás, sentando-se com o anjo no seu colo.

"Por favor... Não me deixes..."

Arthur enlaçou os seus braços na cintura de Alfred e aproximou o americano, que pousou a cabeça no seu ombro.

Nada fazia sentido. O seu coração tinha dado um nó e o ser cérbero recusava-se a tentar perceber toda a situação.  Alfred, afinal, queria-o ou não por perto?

Arthur queria acreditar na primeira opção.

"Quanto tempo ainda tem?"

O inglês começou então timidamente a contar o que os anjos do paraíso lhe tinham dito sobre o prazo que tinha na terra e Alfred não gostou.

Tinha pouco tempo com Arthur... Seria tempo que teria de aproveitar ao máximo.

Respirou fundo e fechou os olhos. Ali com o anjo tão perto tudo parecia surreal...

"Por favor... Fica..."

Esticou a mão e começou a acariciar-lhe as asas.

Arthur ficou surpreendido pelo toque e relaxou-as, dando mais espaço para Alfred. No entanto, sentiu as mãos do outro vaguearem bem perto dos tendões que tinha no centro e isso provocava-lhe arrepios na espinha.

"As tuas asas estão... diferentes." reparou o americano, afastando-se um pouco.

O inglês sorriu e respondeu-lhe:

"Caso não tenhas reparado, eu entrei a voar pela janela..."

Alfred riu e apertou-o mais no seu colo:

"Estava mais concentrado em reparar em ti do que na forma como entraste..."

O anjo corou e escondeu novamente a cara no ombro do outro, sentindo-se mais leve agora que sabia que Alfred não o ia mandar embora.

"Estúpido..."

Com um meio sorriso, Alfred colocou a cabeça de Arthur entre as suas mãos forçando-o a olhar para si.  Ele estava corado e com uma expressão irritada e o americano não resistiu a aperta-lhe carinhosamente as bochechas.

"H-hey!"

Colocou o polegar no lábio inferior dele e puxou um pouco para baixo, de forma a deixar os lábios entreabertos.  Sem nunca desviar o olhar dos olhos esmeraldinos do anjo, juntou os seus lábios aos dele, num beijo suave e carinhoso.

Ele tinha medo e dúvidas... Este seu pequeno deslize podia provocar coisas que ele não queria.  Mas essas dúvidas desapareceram quando sentiu Arthur retribuir. O seu peito encheu-se de alegria quando o outro o agarrou pela nuca e rodou no seu colo, enlaçando as pernas no seu tronco.

Alfred fechou então os olhos, tentando aproveitar tudo aquilo que não podia ser obtido pelos sentidos.

Voltou a acarinhar as asas de Arthur, explorando-as um pouco às cegas, e foi surpreendido por um gemido leve, quase inaudível, vindo do Arthur. Curioso, afastou-se e reabriu os olhos e deparou-se com um Arthur ofegante e ainda mais vermelho.

Pensando que seria do beijo, continuou a acarinhar-lhe as asas mas isso provocou no inglês uma expressão estranha.

"Arthur... ?"

O outro estremeceu levemente, "N-não faças i-isso nas asas."

"Huh?"

"A-asas. Quieto."

Alfred parou as carícias mas não tirou as mãos.

"D-desculpa... Estava a magoar-te?"

O inglês engoliu em seco, "N-não exactamente."

Ainda mais curioso, retomou as carícias.

"Alf-Alfred isso é como se... "  ele trincou o lábio e tentou manter a compostura.

"Como se?"   apertou um pouco a mão, passando os dedos por entre as penas.

"C-como se esti-estivesses a tocar no meu-  Tu-Tu sabes... " , tentou explicar, ainda muito vermelho e agora extremamente ofegante.

"Oh, entendo."

OH!

Num click as coisas fizeram sentido para o americano, que tirou as mãos muito rápido e levantou-as no ar , sentindo-se agora também a corar.

"DESCULPA! EU-EU NÃO TENCIONAVA-"

"Alfred..."

"JURO! FOI SEM INTENÇÃO!"

"Alfre-"

"DESCULPA!"

"ALFRED!"

O americano calou-se e o anjo voltou a encostar a sua cabeça no ombro dele, respirando fundo.

"N-não pares... Isso é... Agradável."

Muitos pensamentos passaram pela cabeça de Alfred. Algo lhe dizia que não devia fazer o que o anjo lhe pedia. Mas isso era difícil de concretizar quando tinha o dito anjo agarrado a ele no seu colo. Lembrou-se da noite em que ele tinha ficado bêbado e de como quase fez coisas de que se arrependeria. Lembrou-se do que o anjo lhe tinha acabado de contar sobre o tempo na Terra.

Lembrou-se que não havia tempo.

O mais delicadamente que conseguiu, inclinou-se para a frente deixando Arthur deitado, com as pernas ainda enroladas na sua cintura.

O cabelo dele estava desalinhado, como sempre, e tinha as asas abertas por toda a extensão da cama. Os seus olhos brilhavam ainda mais com os raios de luar que entravam pela janela e a sua cara tinha uma tonalidade vermelha que o americano achava adorável.

Voltou a juntar os seus lábios aos dele. Desta vez com mais fervor e luxúria não conseguindo evitar um sorriso. Quando necessitou de respirar, afastou-se, sempre olhando fixamente para Arthur. Acarinhou-lhe o rosto e sussurrou:

"Eu amo-te."


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Notas finais do capítulo

*trollface*