The Next Mockingjay escrita por Sammy_w


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ficou uma droga, não me matem :'/



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Eu mal conseguia respirar, estava muito nervosa, andando de um lado para o outro. Assim que eu entrasse na arena a ansiedade ia passar, sempre foi assim todas as vezes que eu fiquei nervosa, seria assim aqui também. Eu não podia ter medo, eu não temia por mim, mas por Liam, por mais ninguém, só por ele. 

- Kim - minha mãe me puxou pelo braço, eu não era a única ansiosa ou preocupada ali, Fred estava sentado em uma cadeira com uma careta de dor e minha mãe estava pior do que eu. - Se acalme.

- Acho meio difícil… já que tem 22 adolescentes fazendo planos para me matar.

- Vai ficar tudo bem - Ela me abraçou.

Me lembrei de quando foi anunciado o Quarter Quell, algum idiota teve a brilhante ideia de colocar numa caixinha que seria sorteado uma das opções para o Quarter quell desse ano a incrível idéia de “voltar aos velhos tempos”, quando eram dois tributos de cada distrito e não as crianças do Capitol. Mas não podiam mudar, tinha sido sorteado na frente de Panem inteira, agora não tinha como voltar atrás. Me lembrei da reação da minha mãe, ela simplesmente parou, ficou olhando pro nada e respirando com dificuldade como se estivesse prevendo tudo. Ela conseguiu convencer papai de que estava tudo bem. Mas a mim ela não enganava…

Agora ela tinha lagrimas nos olhos e tentava me dar um olhar encorajador. Ela me deu um último abraço e tentou sorrir, ela sempre tentou me fazer sentir melhor, em todas as circunstancias.

- Eu te amo, mãe, diga ao papai que também amo ele - minha voz era de choro. 

- Não te vejo falar assim desde os 7 anos - ela disse e soltou uma risada triste antes de me abraçar de novo. Então se afastou e prendeu algo na minha blusa, quando consegui ver o broche de mockingjay da minha mãe estava brilhando em meu peito. 

- Não, mãe - eu tentei tirar o broche, mas ela segurou minha mão.

- Você precisa usar algo para te fazer lembrar de casa e nada melhor do que isso para te fazer lembrar - Isso era verdade, eu adorava os mockingjay’s, quando era pequena andava pela floresta cantando para ouvir os mockingjay’s acompanhando a musica.

- Tudo bem, obrigada.

Me despedi de Fred, que agora chorava litros junto com minha mãe. 

Quando eu finalmente pude ver a arena estávamos em uma clareira enorme, com 24 tributos espalhados por ela. Alguns tinham medo no olhar, outros tinham raiva e outros lagrimas. Pude ver um arco com uma aljava, em cima de uma mochila a metros de distancia de mim. Começou a contagem, 60 segundos. Me preparei para correr muito mesmo e se preciso lutar. Olhei em volta rapidamente, consegui ver Liam olhando para alguma arma muito longe dele. Voltei meu olhar para o arco e a aljava. 30 segundos. Avistei uma garotinha que deveria ter 12 anos, ela tinha cabelos avermelhados e olhos castanhos, apesar de ser tão pequena parecia tão poderosa quanto qualquer um. Droga eu tinha que me concentrar no arco. Voltei a olhar meu alvo. Cinco segundos, eu não vou morrer na cornucópia. Quatro, eu precisava de Liam comigo. Três, eu tinha que vencer pelos meus pais. Dois, eu tinha que achar água. Um… o gongo soa.

Eu corri, simplesmente corri, nem que eu tivesse que brigar com alguém por aquele arco, eu não ia sair sem nada da cornucópia. Desviei de um garoto que tentou me acertar com um bastão e lhe dei uma cotovelada no pescoço, então voltei a correr. Sim eu consegui chegar no arco, mas uma garota me empurrou, ela não tinha nenhuma arma, mas era muito maior que eu. Desviei de um soco dela e lhe dei um chute na parte de dentro da coxa, a garota caiu no chão gemendo de dor. Peguei a aljava e a mochila e corri o maximo que pude floresta adentro. Eu estava indo pelo caminho certo? Norte, eu tinha que ir para o norte.

Andei o dia inteiro, escureceu e o hino de Panem tocou, eu continuei andando enquanto via a lista de mortos no dia, desejando que Liam não estivesse entre eles. Onze tributos tinham sido mortos hoje, nenhum deles era Liam, então eu não me importava. Já avia escurecido muito quando eu decidi escalar uma arvore para dormir, não, eu não podia dormir, não me dei ao trabalho de ver o que tinha na minha mochila enquanto caminhava. Escolhi uma arvore e escalei até estar alto demais para qualquer um a não ser eu ou Liam subir. Abri minha mochila e encontrei um saco de dormir, eu não ia precisar daquilo, eu gostava do frio, por mim podia nevar que eu estaria bem só com aquele casaco fino que era considerável chamar de “uniforme dos tributos”. Dentro da mochila também tinha uma caixinha branca, abri para ver o que era, um pequeno kit de primeiros socorros. Por enquanto eu não ia precisar. Uma garrafa de água, vazia, foi só ai que eu me toquei que eu não tinha bebido água o dia todo e minha garganta estava seca. O que custava colocar água na droga da garrafa? também tinha uma garrafa de iodo, um isqueiro, um pacote de bolachas e duas maças.

- imbecis - deixei escapar enquanto guardava as coisas na mochila. Eu sabia que meus pais veriam que eu estava xingando o Capitol, mas o que era aquilo no meio de tudo que eles fizeram? nada.

Tentei me aconchegar no meu galho e dormir, esperando não ter pesadelos. 

Acordei quando o sol estava nascendo. Dou uma olhada ao redor da minha arvore, nem sinal de algum ser vivo, excerto um mockingjay que estava numa arvore ao lado. Foi inevitável não sorrir, toquei o broche que minha mãe me dera e suspirei. Desci da arvore bem quando ouvi passos, droga, não ia dar para subir de novo, eu não podia correr se não iam me escutar. Silenciosamente me arrastei para trás da arvore, me abaixei e fiquei calada. A pessoa parou hesitante e rondou o local por um tempo, depois voltou a correr pelo mesmo caminho que tinha vindo. Quando me certifiquei de que a pessoa estava longe de mais voltei a caminhar pela floresta, mas não pelo mesmo caminho que eu estava… bom na verdade eu não sabia se estava indo para o norte, acabei me confundindo na cornucópia. 

Agora eu tinha que me preocupar com a água. Minha garganta estava muito seca e meus lábios rachados, se eu não encontrasse água logo ia ficar desidratada e morrer de sede. Eu não estava com fome, estava com sede. O sol não me ajudou nem um pouco, tirei meu casaco e o soquei dentro da mochila, eu já estava muito soada e pelos meus cálculos não era nem nove horas da manha ainda. Eu poderia comer uma maça, o suco dela poderia me ajudar um pouco, mas eu não ia fazer isso, desperdiçar minha comida só por causa de água, eu agüentava mais algumas horas, que seriam usadas para procurar água. Tentei não parecer muito desesperada para os meus pais e futuros patrocinadores. 

Era quase meio dia, o sol passou a ser insuportável, talvez porque eu estivesse morrendo de sede. Cai de joelhos perto de uma árvore e apoiei meu antebraço no chão com a cabeça abaixada, para não verem o quão mal eu estava. Quando criei coragem para levantar notei algo no meu braço, uma mancha comprida e preta, que merda era aquela…? Sanguessuga. Droga aquilo era nojento. Me lembrei de como me livrar de uma coisa dessas presa em você. Tinha duas opções. Primeira: esperava ele estar satisfeito e me soltar. Segunda: Encostar alguma coisa quente, muito quente nele, ai a coisa ia sair, bom pelo menos é do que eu me lembro…  Optei pela segunda opção, eu não ia ficar com aquilo grudado em mim quase o dia todo. Peguei uma flecha da minha aljava e o isqueiro na mochila e esquentei a ponta metálica da flecha, em seguida a encostei no sanguessuga. Consegui me livrar daquela coisa…

Argh, que idiota eu fui. Sanguessugas vivem em áreas molhadas, as vezes na lama, geralmente perto de água calma e quente. Perfeito. Me levantei e corri até chegar a beira de um pequeno riacho, não tinha muitos sanguessugas por ali, só alguns que foram mortos pela minha bota enquanto eu corria. Enchi minha garrafa de água e coloquei a quantidade que eu julgava ser certa de gotas de iodo para purificar a água. Enquanto eu esperava meia hora dei uma olhada no local, a correnteza do riacho era bem forte, sanguessugas não vivem em riachos, mas a maioria deles estava na lama um pouco longe daqui. Bom isso não importava agora. Quando passa meia hora eu bebo quase a garrafa inteira de água e a encho de novo colocando a mesma quantidade de gotas de iodo que coloquei na anterior e espero enquanto como uma maça. Eu estava orgulhosa de mim mesma, eu era inteligente, sempre notei todos os mínimos detalhes de tudo, mas eu me surpreendi ao lembrar de tudo aquilo.

Peguei minha garrafa de água e me levantei, eu tinha duas opções, seguir em frente e deixar o riacho para trás ou seguir o riacho. Eu poderia racionar a água por um tempo até achar outra fonte, o que demoraria mais ou menos dois dias… sim eu podia fazer isso, seguir o riacho deixaria muita pista, principalmente por causa de quem quer que fosse que tivesse aparecido naquela área hoje cedo, deveria estar por perto, então eu tinha que continuar. Eu podia caçar alguma coisa enquanto andava e recolher um pouco de lenha que não fizesse tanta fumaça. Ouvi um canhão ao longo da tarde, torci para que não fosse Liam, mas eu sabia que não era, o extinto de sobrevivencia dele era tão bom quanto o meu. E ao anoitecer eu tive certeza de que Liam estava vivo, não garanto bem, mas pelo menos vivo ele continuava.


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Notas finais do capítulo

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