E os dias foram passando, tudo foi ficando normal. Meu namoro com Mattew só melhorava com o tempo, a cada dia que passava eu me apaixonava ainda mais por ele. E eu acho que o mesmo acontecia com ele.

Josh se aproximou novamente, mas não totalmente. Ele continuava estranho, nossas conversas diminuíram, mas toda vez que eu chegava perto dele, meu coração batia mais forte de um jeito nunca sentido antes. Eu também o amava, ele é meu melhor amigo.

Na escola, somos uma turma e tanto, meus amigos se juntaram aos amigos de Mattew e Josh, nós nos divertíamos mais do que o permitido. Os meninos voltaram a treinar para o próximo campeonato que aconteceria daqui a um mês, Josh decidiu entrar para o time e devo confessar que ele é bom, muito bom. As meninas se tornaram lideres de torcida e por pouco eu não me tornei uma também. Na verdade, foi por vontade minha, eu não levava jeito para isso.

Agora eu estou me arrumando para procurar por Matt. Marcos me disse que ele havia sumido, tem dois dias que eu não o vejo e eu estou preocupada, perguntei a Josh se ele sabia de alguma coisa e ele disse que não. Me lembrei da clareira no alto da montanha, talvez ele estivesse lá, então vesti algo mais confortável e tampado por causa do lugar onde eu iria.

Dei um beijo em minha tia e acenei para Marcos. Pedi carona a Brunna, ela não perguntou muito, para dizer a verdade, Brunna também estava estranha esses dias, mas estranha no sentido bom, acho que ela finalmente se apaixonou.

- Tome cuidado, ok? – ela disse enquanto eu saía do carro.

- Tudo bem. Obrigada! – me despedi dela e fui por bosque adentro.

Fiz o mesmo caminho e cheguei a clareira. Como eu havia pensado, Matt estava lá, sentado na ponta, olhando para a cidade abaixo dele. Me aproximei e sentei-me ao seu lado. Ele nem me olhou e se afastou como se eu fosse algo ruim para ele.

- Mattew, o que aconteceu? – perguntei tentando me aproximar. Mas ele se afastou novamente.

- Não ouse se referir a mim. – sua voz era grave e agressiva.

- O que aconteceu? Por que você está assim?

- O que aconteceu?  -ele perguntou irônico. – Você é uma falsa! Me enganou! – ele disse com tom alto.

- O-o que? – me assustei com o seu tom. Ele estava medonho.

- Não venha se fazer de coitada. Eu sei o que você é. – ele fechou a cara e disse alto e bom tom. – Filha dos assassinos.

Arregalei os olhos. Como ele soube sobre meus pais? Quem contou pra ele? Eu não acredito que isto está acontecendo. Talvez esta seja a hora da minha conversa com ele.

- Matt...

- Não fale o meu nome! – ele falou alto.

- Tudo bem. – respirei tentando controlar as lágrimas. – Você tem que acreditar em mim, meus pais não foram os culpados pela morte de sua mãe! – ele revirou os olhos. – Foi um acidente, ninguém tem culpa.

- Ninguém tem culpa? É LÓGICO QUE ELES TEM CULPA. SEU PAI DEVE TER SIDO UM BÊBADO FRACASSADO, ELE RETIROU A VIDA DA MINHA MÃE!!!

- E O QUE A SUA FAMÍLIA É? – me descontrolei. Matt me olhou curioso. – VOCÊ NEM SABE POR QUE SUA MÃE FOI VISITAR O SEU PAI! – Matt se aproximou bruscamente.

 -Então me diz! – ele ordenou enquanto se aproximava mais.

Abri a boca, mas não saiu nada. Eu não teria coragem de dizer aquilo que se passava por minha cabeça. Ele não merecia, por mais que Mattew tenha dito coisas horríveis sobre os meus pais, eu não tinha o direito de destruir a visão dele sobre o pai.

- Você não sabe nada! Não fale nada do que você não sabe! – ele disse segurando com força os meus braços. – Seus pais são assassinos!

- Não... Eles não têm culpa. – eu falava chorosa. – Eles também estão mortos.

- Eles merecem estar mortos e tomara que no inferno! – ele disse com raiva e me olhando nos olhos.

Não sei onde tirei forças, mas me soltei das mãos de Matthew e dei um tapa em seu rosto. Foi involuntário, eu não pude me controlar. Ele falou demais, me feriu demais, ele não tinha direito de dizer aquelas coisas sobre meus pais. Ninguém tem culpa da morte da mãe dele.

Mattew levou uma das mãos sobre o rosto e me encarou com ódio nos olhos. Estremeci e dei um passo para trás, ele se aproximou como se fosse me bater, me encolhi e fechei os olhos, esperando pelo golpe, mas segundos se passaram e nada aconteceu. Abri os olhos e ele me encarava com os olhos marejados. Abriu a boca por algumas vezes, mas não disse, até que saiu o som mais triste de sua boca.

- Eu te odeio Maria!