Wherever I Go escrita por mari


Capítulo 22
Cap. 18 - Aula Particular


Notas iniciais do capítulo

oooiiiii! demorei, eu sei, tava sem inspiração, e tava arrumando as coisas para a volta as aulas.... bom, mais aqui tem mais um cap! espero que gostem!



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Capítulo 18 - Aula Particular

A festa de aniversário se estendera durante o sábado e o domingo, com Dumbledore fornecendo todo o tipo de comida e bebida e fornecendo o Salão Principal para pista de dança,  a maioria dos alunos passou o final de semana inteiro comendo, bebendo e dançando. Bom, se Dumbledore deixara, então por que não?

Os convidados ficaram, até domingo de tarde, antes do jantar, e a festança foi embora com eles. No jantar, Dumbledore deu fim ás festas pois segunda feira eles teriam aula, e festejar até tarde poderia prejudicar seu desempenho. E, num aceno de varinha, tudo voltou ao normal na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. 

Sarah corria pelas escadas que davam acesso a sala comunal ao mesmo tempo em que fazia um desajeitado coque no cabelo. Acordara muito atrasada; bem feito pra mim, pensou enquanto colocava a franja atrás da orelha, ninguém mandou eu ficar até tarde fazendo farra! 

Era verdade, Sarah havia ficado até tarde da noite jogando conversa fora com Fred, George, Gina, Rony, Hermione e Harry, pois decidira passar a noite em território Grifinório. Certamente uma ideia péssima e ótima ao mesmo tempo; péssima porque sabia que quando estava com os amigos mais íntimos da Grifinória, não via o tempo passar, ótima porque conhecera mais sobre todos eles, em especial Hermione.

O fato era que ela havia tomado um banho muito rápido, vestido a roupa que separara, feito a maquiagem em tempo recorde, colocado a mochila no ombro, saído do quarto, trancado ele, e correr em disparada pela escada.

Vestia uma camiseta social branca de mangas compridas e de botões com o brasão da Grifinória acima do peito, camiseta qual estava com as mangas arregaçadas na altura do cotovelo, uma saia vermelha, uma gravata com as cores da Grifinória, uma ankle boot bege, um cordão com um pingente do brasão da Grifinória, um anel em forma de leão, o animal símbolo da Grifinória, brincos simples e pulseiras; seu tom de gloss era vermelho e a maquiagem era tanto para o dia quanto para a noite; a mochila era a mochila preta de sempre. (http://www.polyvore.com/gryffindor/set?id=42738764 )

Desatou a correr quando passou pelo buraco da Mulher Gorda; tinha a pior sorte do mundo: a sala comunal da Grifinória ficava no sétimo andar, sua primeira aula era Poções, e a sala de Poções ficava nas masmorras, que ficavam no sótão do castelo. Ah, não, ela não iria tomar café da manhã, estava muito atrasada para se importar com isso.

Chegou no sexto andar e se apressou mais; quinto andar, quarto andar, agora Sarah nem se dava ao trabalho de observar ao redor, terceiro andar, segundo andar, e BUM!

Dera um encontrão em alguém e caíra com tudo no chão.

-Desculpe, desculpe!  - disse, levantando-se apressada, mas ao encarar sua frente, seus olhos foram ao encontro de um par de olhos verde esmeralda que a encarava com curiosidade.

-Também está atrasada para a aula de Slughorn?  - perguntou Rony distraidamente, sem ao menos notar que acabara de dar um fim a troca de olhares de Sarah e Harry.

-E você nessa calmaria toda?!  - Sarah exclamou arregalando os olhos. 

-Nunca fui bom em Poções.  - Rony explicou dando de ombros.  - Uma aula não vai fazer dieferença.

-Ok, mas eu sou boa, e vou ir para aula.  - Sarah disse.

-Eu também.  - Harry disse.

Rony gemeu.

-Então se for para ficar sozinho eu também vou.  - ele disse. 

Sarah recomeçou a correr, agora acompanhada por Harry e Rony.

Primeiro andar, nível térreo, e finalmente masmorras! Correram o mais rápido possível até a sala de Poções, e quando chegaram a porta estava fechada.

-A aula já começou.  - Sarah choramingou. Bateu duas vezes na porta, e depois de uns dois minutos, a porta foi aberta e Slughorn apareceu.

-Oho! Harry, Sarah, e Reginald!  - Slughorn exclamou, e as orelhas de Rony ficaram vermelhas.

-Desculpe-nos pelo atraso, professor Slughorn.  - Sarah disse.

-Atraso? Ah, certo, estão desculpados, claro.  - Slughorn disse.

-Podemos entrar para a assistir a aula?  - murmurou Harry, não gostava muito de atenção.

-Assistir a aula? É claro! Com prazer, sentem-se ali, há uma mesa sobrando!  - Slughorn disse abrindo espaço para eles entrarem. Os três entraram, e caminharam até a mesa, no canto direito da sala, que estava vazia, sob muitos olhares.

Sarah se sentou no meio, entre Harry e Rony, e começou a tirar os materiais necessários da mochila.

-Hãm, Sarah?  - Rony chamou, inseguro. 

-Oi?  - Sarah respondeu enquanto terminava de tirar os últimos materiais.

-É q-q-que e-eu e H-harry, n-nós não t-temos...  - Rony disse gaguejando.

-Nós não temos materiais, você empresta os seus para nós dois?  - Harry terminou. 

-Claro.  - Sarah concordou e Rony expirou aliviado.

-Pensei que ia nos fulminar gritando que não ia emprestar seus preciosos materias para dois manés, um traidor de sangue e outro mestiço.  - ele disse e Sarah soltou uma risadinha.

-Não me conhece o suficiente para saber que não me importo com isso?  - ela disse.

-Conheço.  - Rony concordou.  - Mas também conheço o suficiente para saber que você é bipolar.

-Ok, ok, Slughorn vai começar a realmente dar a aula.  - Sarah disse e eles - creio que somente a Sarah - começaram a prestar atenção na aula de Poções.

-Aaaaaah.  - gemeu Rony quando estavam saindo da aula de Herbologia.  - Trabalho sobre como lidar com Arapucosos. Não sei nada sobre isso!

-Ótimo!  - retrucou Hermione, que havia se juntado ao grupo quando saíram da aula de Poções, junto com Fred, George, Logan, Alice, Jasper, Bella e Edward.  - Então vai ter que estudar para não ter uma nota baixa no final do ano!

-Que é isso Hermione, antigamente você me ajudava.  - Rony reclamou.

-Ajudava.  - Hermione disse.  - Ajudava. Antigamente era diferente de hoje. Você tem que aprender por si próprio, pois nos NIEMs, eu não vou estar lá para te ajudar.

-Falou tudo.  - Bella disse.  - Nós da Corvinal estamos estudando muito.

-Mas os NIEMs serão só daqui a não-sei-quantos-meses!  - Jasper reclamou.

-Mas temos que estar preparados.  - Edward o cortou.

-Ai-meu-Deus!  - Hermione disse.  - Vamos marcar de estudar na biblioteca? 

-Claro!  - Bella disse.  - Sabe, leve o material de Transfiguração, de...

E Bella, Hermione e Edward ficaram mais na frente, conversando sobre estudos.

-Fala sério!  - Fred e George disseram juntos.  - NIEMs? Nosso futuro nunca será acadêmico!

-Obviamente que não, vocês tem uma loja de logros.  - Alice disse.

-É, só estamos aqui porque mamãe nos obrigou.  - George disse.

-Mas quem cuida da loja?  - Logan perguntou.

-Ah, eles tem ajudantes. E Carlinhos e Gui vão lá pelo menos três vezes por semana.  - Rony disse.

-Ah, eu não fiquei muito com o pessoal do Acampamento na festa.  - Alice disse.  - Mas então, Sarah e Logan, como vão as coisas por lá?

-Maravilhosamente bem.  - Logan disse.  - Zeus deixou a mulher do Sr. D ficar com ele lá, e creiam que o cara tá de bom humor.

-Impossível!  - Alice disse espantada.  - Dioniso? De bom humor? Hahahahahahahahaha! Só no dia em que o Donkard elogiar algum nascido trouxa!

-É sério!  - Sarah disse sorrindo.  - Quíron disse que ele só não foi no aniversário porque queria fazer "coisas mais interessantes" com a mulher. 

-Uó, né?  - disse Logan.  - Mal posso esperar para voltar.

-Eu também! Mas ter que aguentar Sr. D sorrindo o tempo todo? Fala sério!  - disse Sarah.

-Seu vocabulário de frases tem em média três milhões novecentos e noventa e nove mil quinhentos e vinte e duas frases, e a primeira delas é "Fala sério!".  - Logan a cortou sorrindo, e Rony, Gina, Fred, George, Alice, Jasper e Harry riram. 

-Tá, tá, eu gosto de dizer "Fala sério".  - Sarah disse fazendo biquinho.

-Voltando ao assunto, mais novidades sobre o Acampamento?  - Alice disse.

-Ah, tem.  - Logan disse com uma cara sombria.  - Um campista fugiu.

-Fugiu?  - Alice disse espantada.

-Isso mesmo. Filho de Hermes, dezoito anos, Cameron McFluvy .  - Sarah disse séria.

-Nossa.  - Alice disse.  - Mais alguma coisa?

-Quíron contou sobre os deuses serem bruxos para os campistas.  - Sarah explicou.  - E acredita que agora que eles sabem, vão ter aula de magia? 

-Uau!  - Alice disse.  - Mas com quem?

-Com os professores daqui.  - Logan disse.

-Mas como?  - Harry disse.

-Nossa, você tava aí? Tava tão quietinho.  - Alice disse, e os outros riram.

-É um esquema bem inteligente.  - Sarah disse.  - No horário da manhã, os professores da tarde vão pro Acampamento pela rede de Flu e dão suas aulas; no horário da tarde, os professores da manhã fazem a mesma coisa. São as mesmas aulas, com os mesmos professores, mas em horários diferentes, entenderam?

-É bem inteligente mesmo.  - Fred disse.

-É.  - George disse.  - Fred, olha ali, o Lino, bora lá falar com ele?

-Bora.  - concordou Fred.  - Gente, vamos ali no Lino. Encontramos vocês no almoço, não vamos na aula de vôo.

-Ta bom.  - Rony disse, e Fred e George foram em direção á Lino.

-Um tempo livre para tomar banho e descansar e depois aula de vôo.  - Jasper disse.

-Ei, vocês dois, como participantes do time de Quadribol, ainda vão para a aula de vôo?  - Logan perguntou á Rony e Harry.

-Ás vezes.  - Rony disse.  - Quando meu estômago consegue aguentar, nós vamos, mas quando eu estou louco de fome, vamos direto pro Salão Principal.

-É.  - Harry confirmou.

-As vassouras da escola são muito lentas.  - Logan disse fazendo careta.

-São mesmo.  - Rony concordou.  - São Cleansweeps 6. Eu tenho uma Cleansweep 11 e o Harry, uma Nowfast. A Nowfast é a segunda melhor vassoura.

-É? Eu tenho uma Nimbus 2011.  - Logan disse.

-A terceira melhor.  - Rony disse.

-A Sarah aqui tem uma Firebolt.  - Logan disse.

-UMA FIREBOLT?!  - Rony berrou e todos no corredor o encararam, fazendo com que as orelhas dele ficassem vermelhas de vergonha.

-Qual é o problema?  - Sarah disse revirando os olhos.  - É apenas uma vassoura.

-Não é apenas uma vassoura! É a melhor e mais rápida vassoura de corrida do mundo! Ninguém em Hogwarts tem uma Firebolt,  ela é super-hiper-mega-hiper-blaster-hiper-plus-hiper cara!  - Rony disse.  - Posso segurar ela?

-Claro.  - Sarah disse.

Quando Rony ia dizer algo, uma primeira anista chegou, deu um envelope para Harry e outro para Sarah, e saiu, sem dizer nada.

Sarah, morrendo de curiosidade, abriu o envelope rapidamente e tirou um pedaço de pergaminho amarelado dobrado ao meio. Afastando Logan com uma cotovelada, ela desdobrou o pergaminho e leu mentalmente:

Cara Sarah,

Gostaria de lhe convidar para ir ao meu escritório, nesta segunda feira, logo após o jantar. Espero que esteja apreciando sua estadia em Hogwarts.

Atenciosamente,

Albus Dumbledore

PS: Gosto de Acidinhas

-Ele gosta de Acidinhas?  - disse Rony. Sarah se virou automaticamente, mas o garoto estava curvado por cima do ombro de Harry, que lia seu bilhete. 

Sarah dobrou o pergaminho novamente, o guardou no envelope, e enfiou o mesmo na mochila. Ouviu Harry sussurrar algo, mas não prestou atenção. O que Dumbledore estaria querendo com ela? Ela havia quebrado alguma regra?

-O que era?  - Logan perguntou. 

-Admirador secreto.  - Sarah disse e soltou uma risada falsa, mas como era uma ótima atriz, Logan acreditou e riu junto com ela.

-E você, Harry?  - Jasper perguntou.

-Gente, vamos logo!  - interrompeu Sarah, ao ver a expressão de dúvida estampada no rosto de Harry.  - Vamos, precisamos tomar banho antes de ir para a aula de vôo!

-Obrigado.  - Harry sussurrou quando passou por ela.

O dia passou lentamente, como sempre, e logo Sarah estava na sala comunal Sonserina fazendo seus deveres de casa ao lado de Draco, Millena, Brenda e Blaise.

-Acabei.  - Sarah disse jogando tudo dentro da mochila.

Depois de esperar mais um pouco pelos amigos, finalmente eles acabaram seus deveres, e os cinco se encaminharam para o Salão Principal. 

Como sempre, quando entraram, os olhares foram diretamente para eles. Sentaram-se num canto vazio da mesa da Sonserina, e começaram a comer e conversar.

-Oi.  - disse uma nova voz. Sarah virou-se pro lado e viu um garoto sentado ao seu lado.

-Oi.  - ela e os outros responderam em coro.

-Qual seu nome?  - Blás perguntou. O garoto usava o uniforme da Sonserina.

-Kenneth Brown.  - ele respondeu.

-Você por acaso é parente do Chris Brown?  - Sarah perguntou.

-Não.  - o garoto riu.  - Mas quem dera.

-Peraí um pouco.  - Sarah disse.  - Chris Brown é um cantor trouxa, como você conhece o nome dele?

-Ah, eu sou mestiço.  - o garoto disse.

-Sério?  - Brenda perguntou. 

-É.  - ele disse.

-E por que eu não lembro de você aqui antes?  - Mille perguntou. 

-Ah, é que eu ficava meio escondido, sabe, Donkard adorava, e ainda adora, encher meu saco.  - ele disse.

-Só por que você é mestiço, certo?  - Draco perguntou.

-É.  - ele disse.  - E vocês, quem são?

-Draco Greengrass.  - Draco disse.

-Blaise Zabine.  - Blás disse.

-Millena Maldonald.  - Mille disse.

-Brenda McClain.  - Brenda disse.

-Sarah Thompson.  - Sarah disse.

-Ah, claro, minha mãe fala o tempo todo de você e de Harry Potter.  - Kenneth disse. Sarah deu um sorriso.

-Então você mora com sua mãe?  - ela perguntou.

-Na verdade, eu passo um mês com meu pai e outro com minha mãe. É que quando papai descobriu que mamãe era bruxa, se saparou dela, e eu já tinha nascido, e então...  - Kenneth disse, e eles engataram numa conversa, somente os dois, primeiramente sobre a história de Kenneth, e depois sobre coisas trouxas, coisas bruxas, e idiotices em geral. 

Harry, na mesa da Grifinória, encarava fixamente a mesa da Sonserina, mais precisamente, encarava Sarah e Kenneth rindo e conversando.

-E então, Harry...  - Hermione começou.  - Harry? Harry!

-Hein?  - Harry disse, seu olhar cruzou com o de Sarah e ele desviou o olhar.

-O que houve?  - Hermione disse. Na verdade, ela sabia exatamente o que estava havendo.

-Ah, nada.  - Harry desconversou.

-Nada né? Só a Sarah conversando com um garoto, certo?  - Hermione disse. Harry a encarou.

-Você sabe tudo mesmo.  - ele disse.  - Eu não quero ela perto dele, olha só ele, ele tem olhos azuis e cabelos castanhos escuros arrumadíssimos, ele é muito melhor que eu! 

-Você está realmente falando sério?  - Hermione perguntou depois de dar uma risada.  - Você é engraçado, inteligente, persistente, e tantas outras coisas. Olha pra ele e raciocina comigo: ele já levou ela pra Hogsmeade?

-Não.  - Harry respondeu.

-Ele já virou melhor amigo dela ?  - Hermione perguntou.

-Não, mas amigo já.  - Harry respondeu.

-E ele, por um acaso, dançou com ela no dia do aniversário dela?  - Hermione perguntou.

-Não.  - Harry disse.

-Ele encontra ela de noite na Sala Precisa?  - Hermione continuou.

-Não.  - Harry disse.

-Então, quem é o melhor agora?  - Hermione perguntou.

-Eu.  - Harry concluiu.

-Isso.  - Hermione disse.

-Mas ela tá com ele, e não comigo.  - Harry disse suspirando.

-Ai-meu-Deus, Harry, que ciúme, hein.  - Hermione disse.

-Eu não to com ciúme.  - Harry disse automaticamente.

-É óbvio que tá.  - Hermione disse.

-É óbvio que não, Hermione, eu não to com ciúme, para de dar uma de sabe-tudo!  - Harry disse.

-Ok, senhor eu-não-to-com-ciúme, então, se vira!  - Hermione disse, levantou, e sentou longe de Harry.

Harry suspirou.

-Fala com ela, cara. Com a Sarah.  - disse Rony ao seu lado.  - Epera o jantar terminar e você vai lá.

Harry somente assentiu com a cabeça e se aconchegou mais na cadeira em que sentava.

O jantar acabara e Sarah estava caminhando para a saída do Salão Principal com Kenneth, mas quando estava na metade, Harry chegou.

-Oi.  - ele disse.  - Posso conversar com você, Sarah, á sós?

-Claro.  - Sarah disse e se virou para Kenneth.  - Te vejo amanhã, Kenny.

-Ok.  - Kenneth disse, deu um beijo na bochecha de Sarah e se virou.  - Tchau. 

-Tchau, Kenny.  - Sarah disse e se virou para Harry.  - O que foi, Harry? Aconteceu alguma coisa?

-O que era naquele envelope de hoje de manhã?  - Harry perguntou.

Sarah encarou os olhos verdes pensando se mentiria para ele, e decidiu que não.

-Bilhete de Dumbledore.  - informou baixo.  - Mandando eu ir no escritório dele, depois do jantar.

Harry ficou surpreso.

-O meu também.  - ele disse, omitindo uma parte.  - Vamos juntos?

-Claro.  - Sarah concordou e ele foram andando.

O caminho foi silencioso, Harry estava tentando arranjar alguma coragem para falar com Sarah, afinal, ele era ou não um Grifinório?

Estavam num corredor vazio do sétimo andar, faltavam poucos para o corredor do escritório de Dumbledore, quando Harry finalmente falou.

-O que aquele cara é de você?

-Ah, o Kenny? Nada, só amigo, por que?  - Sarah disse.

-Você mal conhece ele.  - Harry disse.  - Como ele já pode ser seu amigo?

-Uai, ele é meu amigo e pronto! O que há com você?  - Sarah perguntou.

-Parecia que ele era seu namorado.  - Harry disse.

-E qual o problema de eu ter um namorado?  - Sarah disse.

-Todos os problemas do mundo!  - Harry disse.

-Você não tem nada a ver com isso!  - Sarah retrucou.

Harry parou, estático. É, ele não tinha nada a ver com aquilo. Afinal, ele não passava de um bom amigo.

-É.  - Harry disse, a voz fria.  - Afinal, somos apenas amigos.

E passou na frente de Sarah, a deixando para trás.

Sarah continuou caminhando atrás de Harry. Só naquele momento, quando ouviu aquelas palavras saírem da boca dele, foi que ela percebeu o quanto gostava dele.

Eles caminharam, até que Harry parou, e Sarah parou junto.

Estavam num ponto de algum corredor, onde havia só uma gárgula na parede. 

-Acidinhas.  - disse Harry.

A gárgula saltou para o lado; a parede oculta se abriu, e surgiu uma escada circular de pedra. Harry e Sarah puseram os pés, e foram levados até uma porta de carvalho com uma aldrava de latão em forma de grifo. Harry bateu a aldrava.

-Entre.  - ouviu-se a voz do diretor. 

Harry empurrou a porta, deu passagem para Sarah, e depois entrou, fechando a porta em seguida.

-Boa noite, senhor.  - Sarah disse.

-Boa noite, professor.  - Harry disse.

-Ah, boa noite, Harry, Sarah. Sentem-se.  - disse Dumbledore, sorrindo.

Harry observava o escritório com total interesse, procurando alguma indicação do que Dumbledore queria fazer com ele naquela noite. O escritório circular tinha a aparência de sempre: os delicados instrumentos de prata sobre mesinhas de pernas finas soltavam fumaça a zumbiam; os antigos diretores e diretoras cochilavam em seus quadros; e a magnífica fênix do diretor, Fawkes, no poleiro atrás da porta, observava Sarah com vivo interesse, já a garota, observava a mão machucada de Dumbledore. Pelo visto, pensou Harry, Dumbledore nem sequer abriu um espaço para duelar.

-Entãomeninos.  - disse o diretor em tom objetivo.  - Harry certamente tem se perguntado o que planejei para as suas... por falta de uma palavra melhor, aulas. 

-Tenho, senhor.  - Harry disse.

-E Sarah, você deve estar se perguntando o que faz aqui.  - Dumbledore continuou.

-É, estou, senhor.  - Sarah disse.

-Bom Sarah, por acaso, você sabe o por que de Voldemort ter tentado te matar?  - Dumbledore perguntou.

-Ham, não.  - Sarah respondeu.

-Por causa de uma profecia.  - Dumbledore respondeu.  - Feita tanto no mundo mágico quanto no mundo olimpiano.

-Feita pelo Oráculo de Delfos?  - Sarah perguntou.

-Sim, e feita também por Sibila Trelawney.  - Dumbledore disse.

-A professora Trelawney?  - Sarah perguntou.  - Mas como? Quando? E por que?

-Bom, vou explicar.  - Dumbledore disse.  - Sibila Patricia Trelawney, como a maioria dos bruxos de hoje, já estudou em Hogwarts. Era uma ótima aluna, apesar do jeito estranho. Passados alguns anos após ela terminar a escola, quando eu já era diretor, convoquei uma festa de Natal de turmas antigas. Ela compareceu, assim como muitos. Claro, Voldemort estava no poder, e o único lugar que ele temia era Hogwarts, quem não compareceria? E Sibila, com sua obssessão por adivinhação, quis visitar a antiga sala, que era no mesmo lugar da atual. Eu a acompanhei. Na sala, ela fez uma profecia, devo comentar, muito parecida com a profecia que fez sobre Harry anos depois. A profecia dizia as seguintes palavras:

"Aquela com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascida dos que o desafiaram várias vezes, nascida ao meio do oitavo mês… e o Lorde das Trevas a marcará como sua igual, mas ela terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece… e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver… aquela com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá ao meio do oitavo mês…"

"Mas não foi somente eu que ouvi a profecia. Mais um ex aluno ouviu-a, mas só ouviu o final, a última frase, 'Aquela com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá no meio do oitavo mês'. Mas infelizmente, contatou Voldemort. O meio de algum mês pode ser entre os dias dez e vinte, ao meu ver. E pessoas que desafiaram Lorde Voldemort várias vezes, haviam muitas. A única coisa que o Lorde pôde fazer foi esperar."

-Mas e a profecia feita pelo Oráculo de Delfos?  - Sarah perguntou.

-Foi a mesma.  - Dumbledore disse.  - No mesmo dia, na mesma hora, foi feita para seu pai. Bom, no ano de 1994, no dia 18 de agosto, ás 12h56min AM, você nasceu, e algumas horas depois Voldemort ficou sabendo. Dessa vez foi fácil, ele não teve que escolher, pois somente você havia nascido entre os dias dez e vinte. Foi por essa razão, pela profecia, que ele tentou te matar.

-Senhor, mas por que, ano passado, no cemitério de Little Hangleton, Voldemort pegou apenas meu sangue? E por que no Departamento de Mistérios, ele atraiu somente á mim?  - Harry perguntou.

-Voldemort deixou Sarah de lado e foi tentar matar você, Harry.  - Dumbledore disse.  - Sarah vivia sobre tanta proteção, que ele desistiu temporariamente. E partiu para você, o outro alvo.

-Como assim?   Sarah perguntou.

-Voldemort também tentou matar Harry por causa de uma profecia, que também dizia que ele tinha o poder de vencer o Lorde das Trevas.  - Dumbledore disse.  - Mas eu não os chamei aqui para falar das suas histórias.

-Não?  - Sarah perguntou em tom de dúvida.

-Bem, agora que vocês sabem o que induziu Lord Voldemort a tentar matá-los, conclui que já é tempo de lhes passar certas informações.

Houve uma pausa.

-O senhor disse, no fim do último trimestre, que ia me contar tudo.  - lembrou Harry. Era difícil elimar uma pontada de acusação em sua voz.  - Senhor.  - acrescentou rapidamente.

-E de fato contei.  - concordou Dumbledore.  - Contei-lhe tudo que sei. Daqui para frente, estamos deixando o terreno firme dos fatos para viajas juntos pelos turvos alagados da memória e nos embrenhar pelo matagal das suposições mais absurdas. Deste ponto em diante, meninos, posso estar lamentavelmente tão enganado quanto Humphrey Belcher, que acreditou que havia aceitação para caldeirões de queijo.

-Mas o senhor acha que está certo?  - Sarah perguntou.

-Naturalmente que sim, mas como já provei a muitos, erro como qualquer outro ser humano. De fato, sendo, perdoem-me, bem mais inteligente que a maioria, os meus erros tendem a ser proporcionalmente maiores.

-Senhor  - perguntou Harry hesitante.  -, o que vai nos contar tem a ver com as profecias? Vai nos ajudar a... sobreviver?

-Muita relação com as profecias  - respondeu Dumbledore em tom displicente.  -, e tenho esperanças qe os ajude a sobreviver.

O diretor ergueu-se, contornou a escrivaninha e passou por Harry e Sarah; estes se viraram, e viram Dumbledore curvar-se para o armário ao lado da porta. Quando o diretor se endireitou, segurava uma bacia de pedra, com estranhas marcas na borda. O bruxo colocou a Penseira na escrivaninha, diante do espaço entre Sarah e Harry.

-Você parece preocupado.  - Dumbledore disse á Harry.

Realmente, Harry observava a bacia com apreensão. Suas experiências anteriores com o estranho objeto que guardavae revelava pensamentos e lembranças, embora extremamente instrutivas, tinha sido bastante desconfortáveis. A última vez em que ele agitara seu conteúdo, vira mais do que teria desejado. Mas Dumbledore estava sorrindo.

-Desta vez, Harry, você vai entrar na Penseira comigo... e, o que é ainda mais incomum, tem permissão para isso.

-Penseira? O objeto mágico que guarda lembranças e pensamentos, certo?  - Sarah perguntou.

-Isso mesmo.  - Dumbledore disse.

-Mas aonde nós vamos?  - Harry perguntou.

-Fazer uma viagem pelos caminhos da memória de Beto Ogden.  - respondeu Dumbledore, tirando do bolso um frasco de cristal contendo uma substância branco-prata que rodopiava.

-Quem foi beto Ogden, senhor?  - Sarah perguntou.

-Foi funcionário do Departamento de Execução das Leis da Magia. Morreu há algum tempo, mas não antes que eu o tivesse localizado e convencido a e confidenciar essas lembranças. Vamos acompanhá-lo em uma visita que fez no desempenho de suas funções. Se puderem se levantar, meninos....

Mas Dumbledore estava tendo dificuldade para destampar o frasco de cristal: sua mão machucada parecia rígida e dolorida.

-Me dá... me dá licença, senhor?  - Harry perguntou.

-Não se incomode, Harry.

Dumbledore apontou a varinha para o frasco e a rolha saltou fora.

-Senhor, como foi que machucou a mão?  - Sarah perguntou, olhando os dedos escurecidos com uma sensação de horror e dó.

-Agora não é a hora de contar essa história, Sarah. Ainda não. Temos um encontro com Beto Ogden.

Dumbledore despejou na Penseira o conteúdo do frasco, que girou e refulgiu, nem líquido nem gasoso.

-Primeiro você, Sarah.  - ele disse, indicando a bacia.

Sarah se inclinou, inspirou profundamente, e mergulhou de cara na substância prateada. Sentiu seus pés deixarem o piso do escritório; foi caindo, caindo, por um torvelinho escuro, e então, inesperadamente, se viu piscando sob um sol ofuscante. Antes que seus olhos se acostumassem, Harry aterrissou ao seu lado, e depois Dumbledore.

Estavam de pé em uma estradinha rural ladeada por cercas vivas emaranhadas, sob um céu de verão vivo e azul como miosótis. A uns três metros deles, achava-se um homem baixo e gorducho que usava óculos com lentes tão grossas que reduziam seus olhos a sinaizinhos de nascença. Estava lendo um letreiro de madeira que se projetava da cerca salvática do lado esquerdo da estrada.Sarah sabia que aquele devia ser o Ogden; era a única pessoa à vista, e usava a estranha variedade de roupas que muitas vezes os bruxos inexperientes escolhem para se disfarçar  de trouxas; no caso, casaca e polainas por cima de uma roupa de banho listrada e inteiriça. Antes, porém, que Sarah tivesse tempo para outra coisa que não registrar sua bizarra aparência, Ogden saiu andando com rapidez pela estrada.

Dumbledore, Harry e Sarah seguiram-no. Ao passarem pelo letreiro de madeira, Sarah olhou para as duas setas. Na que apontava para o lado de onde tinham vindo, leu: Great Hangleton, 8 km. Na que apontava para Ogden, leu: Little Hangleton, 1,6 km. Sarah reconheceu os nomes de um livro trouxa; Great Hangleton e Little Hangleton eram vilarejos trouxas da Inglaterra.

Caminharam uma pequena distância sem nada ver, exceto as cercas, a vastidão do céu azul e a figura de casaca á frente; então, a estrada fez uma curva para a esquerda e despencou, íngreme, descendo a encosta do morro, permitindo que, inesperadamente, descortinassem o panorama de um vale inteiro. Sarah viu uma pequena vila, sem dúvida Little Hangleton, aninhada entre dois morros escarpados, a igreja e o cemitério bem aparentes. Do outro lado do vale, engastada na falda do morro oposto, havia uma bela casa senhorial rodeada por um vasto e veludoso gramado. 

Ogden diminuiu a marcha diante do acentuado declive da ladeira. Dumbledore aumentou seus passos e Sarah tentou acompanhá-lo. Imaginou que Little Hangleton fosse o destino final e se perguntou por que tinham de começar tão longe. Logo, porém, descobriu que se enganara em pensar que se dirigiam ao vilarejo. A estrada fazia uma curva para a direita e, quando a contornaram, viram a ponta da aba da casaca de Ogden desaoarecendo por uma abertura na cerca.

Dumbledore, Harry e Sarah continuaram a segui-lo por uma trilha estreita, ladeada de cercas vivas ainda mais altas e mais desordenadas do que as que tinham deixado para trás. O caminho era torto, rochoso e esburacado, descia o morro como o anterior e parecia conduzir a um arvoredo, sombrio um pouco mais abaixo. De fato, o caminho logo desembocou no arvoredo, e Dumbledore, Harry e Sarah pararam atrás de Ogden, que se detivera para puxar a varinha.

Apesar do céu desanuviado, as velhas árvores projetavam sombras profundas, escuras e frescas, e Sarah levou alguns segundos para enxergar a casa semi oculta entre seus troncos. Pareceu-lhe um lugar estranho para se construir uma casa, ou então uma decisão curiosa a de deixar as árvores crescerem próximas, bloqueando toda a luz e a visão do vale. Ela se perguntou se seria habitada; as paredes estavam cobertas de musgo e havia caído tantas telhas que em alguns pontos as traves estavam visíveis. Cresciam urtigas a toda volta e suas hastes alcançavam as janelas pequenas e grossas de sujeira. Quando acabara de concluir que era impossível que fosse habitada, uma das janelas se abriu com estrépito e deixou sair um fio de vapor ou de fumaça, como se alguém estivesse cozinhando.

Ogden se adiantou em silêncio e, pareceu a Sarah, com cautela. Quando as sombras escuras das árvores o encobriram, ele tornou a parar com os olhos fixos na porta de entrada, à qual tinham pregado uma cobra morta. 

Ouviu-se, então, um farfalhar e um estalo, e um homem andrajoso despencou da árvore mais próxima, caindo de pé diante de Ogden; este pulou para trás tão rápido que pisou nas abas da casaca e se desequilibrou.

-Você não é bem vindo.

O homem à frente deles tinha cabelos espessos tão entremeados de sujeira que não dava para distinguir a cor. Faltavam-lhe vários dentes na boca; e os olhos, pequenos e escuros, olhavam em direções opostas. Sua aparência poderia ter sido cômica, mas não era; produzia um efeito assustador, e Sarah não podia censurar Ogden por recuar mais alguns passos antes de falar.

-Ãh... bom dia. Sou do Ministério da Magia...

-Você não é bem vindo.

-Ãh... desculpe... não estou entendendo.  - respondeu Ogden nervoso.

Sarah achou que Ogden estava sendo extremamente obtuso; em sua opinião, o estranho fora muito claro, principalmente porque brandia uma varinha em uma das mãos e uma faca de lâmina curta, ensanguentada, na outra.

-Vocês com certeza estão entendendo, não, meninos?  - indagou Dumbledore em voz baixa.

-Claro que estou.  - respondeu Harry um pouco confuso.  - Por que Ogden não...?

-Ofidioglossia.  Ele está falando a linguagem das cobras.  - Sarah interrompeu Harry, encarando a cobra morta pregada na porta.

-Muito bom.  - Dumbledore disse, sorrindo.

O homem andrajoso agora avançava para Ogden, a faca em uma das mãos e a varinha na outra.

-Escute aqui...  - começou Ogden, mas tarde demais: ouviu-se um estampido e ele foi parar no chão, apertando o nariz, que espirrava entre os seus dedos uma gosma amarelada e feia.

-Morfino!  - gritou uma voz.

Um homem mais velho saiu depressa da casa batendo a porta ao passar e fazendo a cobra balançar pateticamente. Este homem era mais baixo do que o primeiro e tinha estranhas proporções; os ombros eram muito largos e os braços compridos demais, o que, juntamente com os olhos vivos e castanhos, os cabelos espessos e curtos e o rosto enrugado dava-lhe a aparência de um macaco idoso e forte. Parou ao lado do homem com a faca, que agora soltava gargalhadas ao ver Ogden no chão.

-Ministério, é?  - perguntou o homem mais velho, olhando Ogden com arrogância.

-Correto!  - confirmou ele com raiva, limpando o rosto.  - E o senhor, presumo, é o sr Gaunt?

-Isso. Ele acertou seu rosto, foi?

-Foi!  - retorquiu Ogden.

-O senhor não deveria ter anunciado sua presença?  - perguntou Gaunt agressivamente.  - Isto é uma propriedade privada. Ninguém pode ir entrando e esperar que o meu filho não se defenda.

-Defenda de quê, homem?  - contestou Ogden, se levantando.

-Bisbilhoteiros. Invasores. Trouxas e ralé. 

Ogden apontou a varinha para o próprio nariz, de onde continuava a escorrer uma abundante secreção semelhante a pus, e entancou o corrimento. O sr Gaunt disse a Morfino, pelo canto da boca.

-Entre. Não discuta.

Desta vez, alertado, Harry reconheceu a língua que o homem falava; ao mesmo tempo que entendia o que era dito, distinguia o estranho sibilado que era só o que Ogden podia ouvir. Morfino deu a impressão de que ia discordar, mas, quando o pai ameaçou-o com um olhar, ele mudou de ideia; saiu em direção á casa com uma estranha ginga e bateu a porta, fazendo a cobra balançar tristemente.

-Foi o seu filho que eu vim ver, sr Gaunt.  - explicou Ogden, enxugando o resto de pus da frente da casaca.  - Aquele era o Morfino, não?

-Ãh, era o Morfino.  - confirmou o velho, indiferente.  - O senhor tem sangue puro?  - perguntou repentinamente agressivo.

-Isto não vem ao caso.  - respondeu Ogden com frieza, e Sarah sentiu o seu respeito pelo bruxo crescer.

Aparentemente isto fazia diferença para Gaunt. Ele estudou o rosto de Ogden e resmungou em um tom decididamente ofensivo.

-Pensando bem, já vi narizes iguais ao seu na aldeia.

-Não duvido nada, se o senhor costuma soltar seu filho contra eles. Que tal continuarmos essa discussão dentro de casa?

-Dentro?

-É, sr Gaunt. Já disse que estou aqui por causa de Morfino. Enviamos uma coruja...

-Não estou interessado em corujas. Não abro cartas.

-Então o senhor não tem razão para reclamar que as visitas apareçam sem avisar.  - retrucou Ogden, mordaz.  - Estou aqui porque ocorreu uma séria violação das leis bruxas nas primeiras horas desta manhã...

-Está bem, está bem, está bem!  - gritou Gaunt.  - Entre na maldita casa então, mas não vai lhe adiantar muito!

-A casa principal parecia conter três cômodos minúsculos. Havia duas portas no cômodo principal, que servia de sala e cozinha. Morfino estava sentado em uma poltrona imunda ao lado do fogão enfumaçado, enrolando uma cobra entre os dedos grossos enquando cantava baixinho em sua linguagem.

Silva, silva, serpinha,

Serpeia pelo soalho

Seja sempre boazinha

Ou Morfino crava você.

Ouviu-se um arrastar de pés no canto ao lado da janela aberta, e Sarah notou que havia mais alguém na sala, uma garota cujo vestido cinzento e rasgado era exatamente da cor da parede de pedra encardida às suas costas. Estava em pé ao lado de uma panela que fumegava em um fogão negro, e mexia na prateleira com panelas e caçarolas de aspecto miserável mais acima. Seus cabelos eram escorridos e sem vida e o rosto comum, pálido e feioso. Seus olhos, como os do irmão, eram divergentes. Parecia um pouco mais limpa que os dois homens, mas Sarah avaliou que nunca vira ninguém tão arrasado.

-Minha filha Mérope.  - Gaunt apresentou-a de má vontade, quando Ogden lançou à garota um olhar indagador.

-Bom dia.  - cumprimentou-a Ogden.

Ela não respondeu; lançando um olhar assustado ao pai, deu as costas à sala e continuou a trocar as panelas de lugar na prateleira.

-Bem, sr Gaunt, para ir direto ao assunto, temos razões para acreditar que seu filho Morfino executou um feitiço diante de um trouxa no final da noite de ontem.

Ouviu-se um estrondo metálico. Mérope deixara cair uma panela.

-Apanhe isso!  - gritou Gaunt para a filha.  - Isso, fuce o chão como uma trouxa porca, para que serve sua varinha, seu saco de estrume?

-Sr Gaunt, por favor!  - pedou Ogden em tom chocado, enquanto Mérope, que já apanhara a panela, com o rosto molhado de rubor, tornou a soltá-la e puxou a varinha do bolso; apontou-a para o objeto e murmurou um feitiço apressado e inaudível que fez a panela voar para longe dela, bater na parede oposta e rachar ao meio..

Morfino soltou sua gargalhada demente. Gaunt gritou:

-Conserte isto, sua imprestável, conserte isto!

Mérope saiu tropeçando pela sala, mas, antes que tivesse tempo de erguer a varinha, Ogden empunhou a dele e ordenou com firmeza:

-Reparo.  - E a panela se consertou instantaneamente.

Por um momento, pareceu que Gaunt ia gritar com Ogden, mas deve ter pensado melhor; em vez disso, caçoou da filha:

-Que sorte o homem bonzinho do Ministério está aqui, não é? Quem sabe ele tira você das minhas mãos, quem sabe ele não se incomoda com abortos nojentos...

Sem olhar para ninguém ou agardecer a Ogden, Mérope apanhou a panela e devolveu-a, com as mãos trêmulas, à prateleira. Postou-se, então, muito quieta, as costas apoiadas na parede entre a janela muito suja e o fogão, como se o seu único desejo fosse afundar na pedra e sumir.

-Sr Gaunt  - recomeçou Ogden.  -, como eu ia dizendo, a razão da minha visita...

-Ouvi da primeira vez!  - retrucou Gaunt.  - E daí? Morfino deu a um trouxa o que estava merecendo; o que é que o senhor vai fazer?

-Morfino violou a lei bruxa.  - disse Ogden com severidade.

-Morfino violou a lei bruxa.  - Gaun imitou a voz de Ogden, num tom pomposo e cantado. Morfino gargalhou outra vez.  - Deu uma lição a um trouxa nojento, isso agora é ilegal, é?

-É. Receio que seja.

Ogden tirou do bolso interno um pequeno rolo de pergaminho e abriu-o.

-E isso aí, é o quê, a sentença dele?  - perguntou Gaunt, alteando a voz inflamado.

-É uma intimação para comparecer a uma audiência no Ministério...

-Intimação! Intimação? Quem o senhor pensa que é para intimar meu filho a comparecer a algum lugar?

-Sou o chefe do Esquadrão de Execução das Leis da Magia.

-E o senhor acha aque somos ralé, é isso?  - gritou Gaunt, e avançou para Ogden, com o dedo de unha suja e amarela apontado para seu peito.  - Ralé que se apresenta correndo quando o Ministério manda? Sabe com quem está falando, seu Sangue Ruim nojento?

-Eu tinha a impressão de que estava falando com o sr Gaunt.  - respondeu ele cauteloso, mas irredutível.

-Exatamente!  - gritou Gaunt. Por um instante, Sarah pensou que ele fazia um gesto obsceno, mas percebeu que apenas mostrava o feio anel de pedra negra que usava no dedo médio, e que agitava na cara de Ogden.  - Está vendo isso aqui? Está vendo isso aqui? Sabe de onde veio? Está há séculos na nossa família, tão antiga ela é, e de sangue sempre puro! Sabe quanto já me ofereceram por isso, com o brasão dos Peverell gravado na pedra?

-Não faço a menor ideia  - replicou Ogden, piscando para o anel a centímetros de seu nariz.  -, e não é pertinente, sr Gaunt. O seu filho cometeu...

Com um uivo de fúria, Gaunt correu para a filha. Por uma fração de segundo, Sarah pensou que ia esganá-la, quando o viu agarrá-la pelo pescoço; mas ele apenas arrastou-a até Ogden pela corrente de ouro que usava.

-Está vendo isso aqui?  - gritou, sacudindo o pesado medalhão para Ogden, enquanto Mérope engasgava e procurava respirar.

-Eu estou vendo, eu estou vendo!  - apressou-se ele a dizer.

-Vem de Slytherin! - gritou Gaunt.  - De Salazar Slytherin! Somos uns de seus últimos descendentes vivos. Que me diz disso, eh?

-Sr Gaunt, sua filha!  - avisou Ogden assustado, mas o bruxo já largara Mérope; ela se afastou cambaleando de volta ao seu canto, massageando o pescoço e engolindo em seco para respirar.

-É o que eu queria dizer!  - exclamou Gaunt triunfante, como se tivesse acabado de provar de modo irrefutável uma complicada questão.  - Não venha falar conosco como se não chegássemos aos seus pés! Gerações de sangue puro, todos bruxos, o que, tenho certeza, é mais do que o senhor pode dizer!

E cuspiu no chão aos pés de Ogden. Morfino soltou mais gargalhadas. Mérope, encolhida ao lado da janela, a cabea oculta pelos cabelos escorridos, permaneceu calada.

-Sr Gaunt  - insistiu Ogden.  -, receio que nem os seus antepassados nem os meus tenham a menor relação com o nosso caso. Estou aqui por causa do Morfino, Morfino e o trouxa que ele abordou ontem à noite. A informação que temos é que Morfino lançou um feitiço ou uma azaração no tal trouxa, causando-lhe uma urticária extremamente dolorosa.

Morfino riu.

-Quieto menino.  - rosnou Gaunt em linguagem de cobra, e Morfino tornou a se calar.  - E se lançou, qual é o problema?  - retorquiu Gaunt em tom de desafio.  - Espero que o senhor tenha limpado a pele do trouxa e, de quebra, a memória dele...

-O problema é bem outro, não é, sr Gaunt? Foi um ataque gratuito a um indefeso...

-Ah, achei que o senhor tinha cara de amigo dos trouxas assim que o vi.  - desdenhou Gaunt, tornando a cuspir no chão.

-Esta discussão não está nos levando a nada.  - disse Ogden com firmeza.  - Pela atitude do seu filho, está muito claro que não sente remorso algum pelo o que fez.  - E olhando para o rolo de pergaminho.  - Morfino deverá comparecer a uma audiência no dia 14 de setembro, para responder às acusações de usar magia diante de um trouxa e causar ao dito trou...

Ogden calou-se. Entravam pela janela ruídos de metal, cascos de cavalos e risos humanos. Aparentemente, a estrada tortuosa para a aldeia passava muito próxima do arvoredo onde se situava a casa. Gaunt congelou, escutando de olhos arregalados. Morfino sibilou e virou o rosto para o lado dos ruídos, a expressão voraz. Mérope ergueu a cabeça. Seu rosto, Sarah viu, estava absolutamente branco.

-Meu Deus, que monstruosidade!  - ouviu-se uma voz de garota, claramente audível pela janela aberta como se estivesse na sala.  - Será que seu pai não podia mandar remover esse casebre, Tom?

-Não é nosso.  - respondeu uma voz jovem.  - Tudo do outro lado do vale nos pertence, mas essa casa pertence a um velho pobretão chamado Gaunt e aos filhos dele. O rapaz é bem maluco, você devia ouvir as histórias que contam na aldeia...

A moça riu. Os sons de metal e cascos aumentaram. Morfino fez menção de levantar da poltrona.

-Fique sentado.  - disse o pai em tom de aviso, em linguagem de cobra.

-Tom  - falou a moça, agora tão próximo que deviam estar ao lado da casa.  -, será que me enganei ou alguém pregou uma cobra naquela porta?

-Santo Deus, você tem razão!  - disse a voz masculina.  - Deve ter sido o filho, eu não disse que ele não era bom da cabeça? Não olhe, Cecília, querida.

Os sons de metal e cascos foram se distanciando.

-Querida.  - murmurou Morfino naquela linguagem, olhando para a irmã.  - Chamou a moça de querida. Então não is mesmo querer você.

Mérope estava tão pálida que Sarah teve certeza de que ela ia desmaiar.

-Que foi, Morfino?  - perguntou Gaunt rispidamente, na mesma linguagem, seus olhos indo do filho para a filha.  - Que foi que você disse, Morfino?

-Ela gosta de olhas o trouxa.  - com uma expressão cruel, Morfino encarou a irmã, que agora parecia aterrorizada.  -Sempre no jardim quando ele passa, espiando pela cerca, não é? E a noite passada...

Mérope sacudiu a cabeça freneticamente, implorando, mas Morfino continuou sem se condoer:

-... Pendurada na janela esperando ele voltar para casa, não é?

-Pendurada na janela para olhar um trouxa?  - disse Gaunt em voz baixa.

Os três Gaunt pareciam ter se esquecido de Ogden, que assistia ao mesmo tempo pasmo e irritado a essa nova erupção de silvos e estridências.

-É verdade?  - perguntou Gaunt implacável, dando uns passos em direção à filha apavorada.  - Minha filha, uma pura descendente de Salazar Slytherin, suspirando por um trouxa nojento de veias imundas?

Mérope sacudiu a cabeça com veemência, comprimindo-se contra a parede, aparentemente incapaz de falar.

-Mas eu peguei ele, pai!  - disse Morfino às gargalhadas.  - Peguei quando passou por aqui, e ele não ficou nada bonito de urticária, ficou, Mérope?

-Sua bruxinha abortada nojenta, sua traidorazinha do sangue!  - gritou Gaunt, descontrolado, apertando o pescoço da filha.

Harry, Sarah e Ogden berraram "Não!" ao mesmo tmepo; Ogden ergueu a varinha e ordenou:

-Relaxo!  - Gaunt foi lançado para longe da filha; tropeçou em uma cadeira e estatelou-se de costas. Com um rugido de fúria, Morfino saltou da poltrona e avançou para Ogden, brandindo a faca ensanguentada e disparando, indiscriminadamente, azarações com a varinha.

Ogden fugiu desabalado. Dumbledore fez sinal que devaim segui-lo, e Harry e Sarah obedeceram, os gritos de Mérope ecoando em seus ouvidos.

Ogden disparou pela trilha e irrompeu pela estrada principal, os braços protegendo a cabeça, e colidindo com o lustroso cavalo de um rapaz muito bonito, de cabelos castanhos. Ele e a linda moça que cavalgava ao seu lado caíram na risada ap verem Ogden bater na ilharga do cavalo, quicar e retomar a corrida errante pela estrada, a casaca voando, coberto de pó da cabeça aos pés.

-Acho que já basta, meninos.  - disse Dumbledore, em pé entre Sarah e Harry, e bateu ao mesmo tempo nos braços dos dois. No momento seguinte, os três estavam voando imponderáveis pela escuridão; por fim, aterrisaram de pé no esvritório de Dumbledore, agora iluminado pelo crepúsculo.

-Que aconteceu com a garota na casa?  - foi a primeira pergunta de Sarah quando Dumbledore acendia mais lâmpadas com um toque de varinha.  - Mérope, ou o nome que fosse. 

-Ah, ela sobreviveu.  - respondeu o diretor, se acomodando à escrivaninha e fazendo sinal para que Sarah e Harry se sentassem também.  - Ogden aparatou até o Ministério e voltou, quinze minutos depois, com reforços. Morfino e o pai tentaram lutar, mas os dois foram subjugados, levados da casa e, mais tarde, condenados pela Suprema Corte dos Bruxos. Morfino, já fichado por ataques a trouxas, foi condenado a três anos em Azkaban. Marvolo, que ferira vários funcionários do Ministério além de Ogden, recebeu uma pena de seis meses de prisão.

-Marvolo?  - repetiram Sarah e Harry juntos, em tom de indignação.

-Exato.  - respondeu Dumbledore, aprovando-os com um sorriso.  - Fico satisfeito que estejam acompanhando.

-O velho era...?  - Harry perguntou.

-O avô de Voldemort. Marvolo, seu filho Morfino e sua filha Mérope foram os últimos Gaunt, uma família bruxa muito antiga conhecida por sua índole instável e violenta que se transmitiu através de gerações devido ao hábito de casarem entre primos. A falta de juízo associada à mania de grandeza redundou na dissipação do ouro da família muitas gerações antes de Marvolo nascer. Ele viveu, como vocês bem viram, em condições sórdidas e miseráveis, dono de um péssimo gênio e uma arrogância e um orgulho desmedidos, além de alguns objetos de família que ele valorizava tanto quanto o filho e muito mais do que a filha.

-Então Mérope  - perguntou Harry, corvando-se para a frente e encarando Dumbledore.  -, então Mérope era.. quer, dizer, Mérope era...

-A mãe de Voldemort?  - Sarah completou.

-Exato. E por acaso vimos de relance o pai de Voldemort. Vocês registraram?

Sarah disse "O homem a cavalo?" ao mesmo tempo em que Harry disse "O trouxa que Morfino atacou?".

-Muito bem.  - elogiou Dumbledore com um largo sorriso.  - Aquele era Tom Riddle, pai, o trouxa bonitão que passava cavalgando pela casa dos Gaunt e por quem Mérope nutria uma paixão ardente e secreta.

-E eles acabaram se casando?  - perguntou Harry, incrédulo e incapaz de imaginar duas pessoas com menos probabilidade de se apaixonarem.

-Acho que você está esquecendo  - acrescentou Dumbledore.  - que Mérope era bruxa. Acredito que seus poderes mágicos não se manifestaram favoiravelmente enquanto esteve aterrorizada pelo pai. Mas uma vez que Marvolo e Morfino foram trancafiados em Azkaban, uma vez que ela se viu livre e sozinha pela primeira vez na vida, estou certo que pôde dar rédeas à sua capacidade e planejar sua fuga da vida desesperada que levara durante dezoito anos. Vocês não conseguem pensar em nada que Mérope pudesse ter feito para obrigar Tom Riddle a esquecer a companheira trouxa e se apaixonar por ela?

-A Maldição Imperius?  - arriscou Harry.

-Ou Amortentia, a poção do amor.  - Sarah disse.

-Muito bom. Pessoalmente, me inclino mais para a poção do amor. Estou certo de que teria parecido a Mérope mais romântico e não teria sido muito difícil, em um dia de calor, quando Riddle estivesse cavalgando sozinho, persuadi-lo a beber uma água. Em todo caso, alguns meses depois da cena que acabamos de presenciar, a aldeia de Little Hangleton deliciou-se com um espantoso escândalo. Vocês podem imaginar o falatório que houve quando o filho do snehor das terras locais fugiu com Mérope, a filha do vagabundo. Mas o choque dos aldeões não se comparou ao de Marvolo. Ele voltou de Azkaban, imaginando que encontraria a filha aguardando obediente o seu retorno, com uma refeição quente à mesa. Em vez disso, encontrou bem uns três centímetros de poeira e um bilhete de adeus, em que ela explicava o que fizera. Pelo que pude descobrir, daquele dia em diante ele nunca mais mencionou o nome da filha ou a sua existência. O choque de sua deserção talvez tenha contribuído para sua morte prematura, ou talvez ele simplesmente nunca tivesse aprendido a preparar a sua própria comida. Azkaban o enfraquecera muito, e Marvolo não viveu o bastante para ver o regresso de Morfino a casa.

-E Mérope?  - Harry perguntou.

-Ela morreu, não foi?  - Sarah disse.

-É, Voldemort não foi criado num orfanato?  - Harry disse.

-É verdade. Aqui, temos de usar um pouco a imaginação, embora não ache que seja difícil deduzir o que aconteceu. Alguns meses depois de fugir para casar, Tom Riddle reapareceu na casa senhorial de Little Hangleton sem a mulher. Correu pela vizinhança o boato de que alegava ter sido "ludibriado" e "abusado em sua boa fé". O que quis dizer, sem dúvida, é que estava enfeitiçado e finalmente se libertara, embora eu presuma que não se atrevesse a usar os termos exatos com medo de que o julgassem louco. Quando souberam da sua história , os aldeões imaginaram que Mérope tivesse mentido a Tom Riddle, fingindo que ia ter um filho dele, razão pela qual o rapaz se casara.

-Mas ela teve realmente um filho dele.  - Sarah disse.

-Teve, mas somente um ano depois de casarem. Tom Riddle deixou-a quando ainda estava grávida.  - Dumbledore disse.

-Qual foi o problema? Por que o efeito da poção do amor passou?  - Harry perguntou.

-Mais uma vez, estou imaginando  - explicou Dumbledore.  -, mas acredito que Mérope, que estava profundamente apaixonada pelo marido, não suportou a ideia de continuar a escravizá-lo por artes mágicas. Acredito que tenha decidido parar de lhe dar a poção. Talvez estivesse convencida de que, àquela altura, a paixão já fosse mútua. Talvez pensasse que ele não a deixaria por causa do bebê. Se assim foi, enganou-se em ambos os casos. Ele a abandonou, nunca mais a viu e nunca se preocupou em descobrir o que acontecera ao filho.

O ceu lá fora estava nanquim, e as luzes no escritório de Dumbledore pareciam brilhar mais fortemente do que antes.

-Acho que já é o suficiente por hoje.  - disse Dumbledore instantes depois.

-Sim, snehor.  - disseram Sarah e Harry juntos. Ambos se pôram de pé, mas não se retiraram.

-Senhor, tudo isso tem alguma coisa a ver com a profecia? - perguntou Harry.

-Tem tudo a ver com a profecia, Harry.  - Dumbledore disse.

-Professor, por que e é importante conhecer tudo isso sobre o passado de Voldemort?  - Sarah perguntou.

-É muito importante, acho. E o porque? Bom, para entender o inimigo é preciso entender o passado dele.  - Dumbledore disse.

-Certo.  - aceitou Sarah um pouco confusa, mais ainda assim mais tranquila. Virou-se para sair acompanhada de Harry, então lhe ocorreu mais uma pergunta, e ela deu meia volta.

-Senhor, tenho permissão para contar isso para Logan, Millena, Draco, Rony e Hermione?  - ela perguntou.

Dumbledore estudou-a por um momento e depois respondeu:

-Tem, acho que o srs. Thompson, Greengrass e Weasley e as srtas. Maldonald e Granger se provam dignos de confiança. Mas, Sarah e Harry, vou pedir-lhes que recomende a eles para não repetirem nada disso a mais ninguém. Não seria uma boa ideia se vazasse o quanto sei ou suspeito dos segredos de Lorde Voldemort.

-Não, senhor, claro que não, vou garantir que apenas eles saibam.  - Sarah disse. Ela deu as costas e estava quase na porta, quando ela e Harry o viram. Em cima de uma das mesinhas de pernas finas que suportavam tantos objetos de prata de aparência frágil havia um feio anel de ouro com uma enorme pedra negra e rachada.

-Senhor.  - comentou Harry fixando o objeto.  - Aquele anel...

-Sim?  - Dumbledore disse.

-O snehor estava usando-o na noite em que visitamos o professor Slughorn.  - continuou Harry.

-De fato estava.  - concordou o bruxo.

-Mas senhor, não é o mesmo anel que Marvolo Gaunt mostrou a Beto Ogden alegando que estava há séculos em sua família e que havia o brasão dos Peverell na pedra?  - Sarah perguntou.

-O mesmíssimo.  - Dumbledore respondeu.

-Então como é...?  - Harry perguntou.  - O senhor sempre o teve?

-Não, eu o adquiri muito recentemente. Aiás, poucos dias antes de buscá-lo na casa de seus tios.  - disse Dumbledore.

-Teria sido mais ou menos na época em que o snehor feriu sua mão, professor?  - Sarah perguntou.

-Mais ou menos naquela época, sim, Sarah.

Harry hesitou. Dumbledore estava sorrindo.

-Senhor, como foi exatamente...?  - Harry disse.

-É muito tarde, Harry. Você, aliás, vocês dois, ouvirão a história outro dia. Boa noite.

-Boa noite, senhor.  - Sarah e Harry disseram em coro, e logo depois saíram da sala do diretor.

Estavam próximos ao corredor do quadro da Mulher Gorda, o curto caminho até ali fora silencioso, quando Harry parou.

-O que foi? Vamos logo, daqui a pouco Filch nos pega.  - Sarah disse.

-Desculpa.  - Harry disse.  - Desculpa mesmo, eu sou um idiota, sério, desculpa! Me desculpa tá? Por favor?

-Tá bom.  - Sarah disse.  - Mas por que você agiu daquela forma?

-É-é... é q-que... bom, eu tava com ci... com ciúmes.  - Harry disse tímido.

Sarah sorriu.

-Não se preocupe, você é meu melhor amigo, ninguém toma seu posto.  - ela disse abraçando ele. Harry também sorriu.

-Boa noite.  - ele disse antes de entrar pelo buraco da Mulher Gorda.

-Boa noite.  - ela respondeu, dando mais um sorriso, e Harry atarvessou o buraco, entrando na sala comunal.

Sarah sorriu para o retrato, e começou a caminhada em direção ás masmorras, pensando nele



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Notas finais do capítulo

atualizado dia 30/01/12.
ooooi de novo! gente, demorei pra atualizar porque to trabalhando numa one shot (mas é de JB). mesmo assim, eu tenho perguntinhas básicas:
1 - por favor, um ator para fazer o Donkard!
2 - se fosse para escolher um dos pais de Harry, James ou Lily, para na realidade não ser pai (ou mãe) biológico de Harry, qual seria?
então, é isso! obrigado por lerem! bjs mary



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