A Face Oculta Da Lua escrita por Lady Salieri, Nami Otohime


Capítulo 5
Capítulo 4: A lua nova que se revela (II)


Notas iniciais do capítulo

Kitty, extremamente irritada, fez sua mão brilhar e lançou um raio a esmo. Foi tudo muito rápido, o raio foi na direção de Tuxedo Mask, que havia tentado dar espaço para as sailors lutarem, e Lyene deu-lhe um empurrão, todavia, ela se desequilibrou, caindo em cima dele e o raio pegou de raspão em seu ombro atingindo mais vasos de plantas que se estilhaçaram.



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Ele passou por Mina e sentou-se ao lado de Lyene, quase derrubando aquela no chão que levantou-se e pôs-se de pé ao lado do Darien, indignada por tamanha falta de cavalheirismo. O sujeito pegou a mão de Lyene:

– Não precisava dizer isso assim tão abertamente, comandante... Fico feliz com a declaração, até tentado a aceitar, mas tem a Mihara, você sabe...

Lyene cerrou as vistas e puxou a mão:

– Cai fora, idiota. Disse que tinha sonhado com você, mas meus supostos sonhos se assemelham mais a pesadelos!

Ele sorriu, brincalhão:

– Pode pisar no seu melhor amigo, eu deixo, afinal só sirvo pra isso mesmo...

Lyene olhava-o e olhava-o. Melhor amigo, as palavras soavam harmoniosas, mas não tinham nexo, absolutamente:

– Quê? Olha, não é por nada, não, mas você está me confundindo, a gente nunca se viu, pelo menos eu acho...

Desta vez ele ficou sério:

– Comandante, para de brincadeira, sou eu...

– Quem? – Ela interrompeu-o

– Takeo! - Suspirou - Você não se lembra de mim, mesmo?

Lyene acenou negativamente:

– Isso SE houver alguma coisa para lembrar, porque você também pode ser um inimigo que está tentando me manipular.

Ele olhou em volta reconhecendo os demais:

– Nossa! Agora que me dei conta! Que lindo! Estão todos juntos! Ahh, me dá um abraço coletivo! - Foi se jogando para cima de Lyene e Rei.

Todos permaneceram imóveis com muitas gotas na frente do rosto. Ele sentou-se, entendiado:

– Vocês também não se lembram de mim.

Todos acenaram negativamente.

– Isso é realmente um problema... Mas se lembram da Lua etc. etc. etc...

Milênio etc. etc. etc...

Todos acenaram positivamente.

– Que bonitinho, vocês acenando todos iguaizinhos...

– Então tudo isso que você está dizendo - disse Darien - está pressupondo que Lyene também seja de lá.

Takeo ergueu uma sobrancelha:

– É muito mais do que pressupondo, alteza.

– Confirmamos, então... - disse Darien.

– E vocês não se lembram de nada?

– Não - todos.

– Nada, nada... Nada?

– Não... - novamente todos.

Ele se virou para Lyene:

– Levou mesmo a promessa a sério, não, senhorita encrenca... Mas você por acaso se auto-atacou? - Disse de cenho franzido, ligando certos pontos - Por que eu estou perguntando se a resposta é sim... Por Deus, Lyene!

Lyene moveu os olhos para os dois lados.

– Ah, você tem o sorriso igual ao de alguém que partiu meu coração... - Lita era toda suspiros.

Todos voltaram-se para ela.

– Começou - disse Rei.

Lyene levantou-se de uma vez fazendo Takeo se levantar e sentar-se de frente para Lita:

– Que casal lindo... Marquem um almoço. Tchau.

– Quê?!? - Takeo e Lita disseram ao mesmo tempo.

E saiu. Andou sentindo as pontadas, porém, talvez pela raiva que sentia, estavam mais suportáveis.

Takeo se levantou de uma vez e foi atrás dela:

EI, CHEFE, ASSIM NÃO VALE... E A JÚPITER NÃO ME ATRAI, se pelo menos fosse a Vênus... Ou a Marte... Não, a Marte já me deu muito problema... A Venus mesmo.

Ele a alcançou.

– Volta lá, ora - ela disse sem olhar pra ele - você parece que os conhece bem mais que eu...

– Empatamos, princesa, conheço-as tanto quanto a senhorita...

– Para de me chamar de princesa, que coisa horrível, parece cantada barata.

– É porque és uma mulher bela...

Lyene fez uma careta.

– Outro louco... Me fala sobre esse Milênio, doido varrido.

– Lugar bonito, areias brancas, água cristalina, palácio de cristal...

Lyene se voltou pra ele, assustada por sua descrição tão mal feita, porém que despertava as imagens mais nítidas em sua mente. Ao virar-se pisou num buraco e caiu. Suas costelas se esfacelaram e ela pôde sentir cada centímetro explodindo:

– Ai, que ódio!

Takeo olhou-a, curvando-se em sua direção:

– Emocionada por ter notícias de casa?

– Cala a boca. Não quero mais saber... Droga! – Disse acariciando o tornozelo que latejava.

Tentou levantar-se e andar, mas não conseguiu firmar o pé. Encostou-se no muro, de modo a equilibrar-se e tomar fôlego para ir saltando até a casa.

– Era só o que me faltava, torcer o tornozelo...

Takeo abaixou-se, examinou-o:

– Torceu, não, querida, foi só um jeito.

Ela fechou o punho na altura do rosto:

– Mas, meu Deus, por que você tem que ser tão irritante!

Ele levantou-se, cruzando os braços, fingindo estar magoado.

– Ai, que mulher mais dura de coração, não aceita um carinho.

– Olha bem pra minha cara e veja se pareço alguém que quer carinho seu.

E fez uma careta.

– Tudo bem... Mas no fundo eu sei que você gostou.

– Chega aqui perto de novo que você vai ver a minha mão enfiada na sua cara como prova do meu apreço.

Takeo sorriu brincalhão.

– É, - Lyene suspirou entendiada - minha sina mesmo me deparar com pessoas como você... Sinceramente, os piores dias da minha vida se deram depois que eu fiquei sabendo desse tal de Milênio de Prata. Conheço aquela turma de líderes de torcida e tenho fortes enxaquecas, sou atingida nas costelas, e conheço você e torço o pé...

– Querida...

– Vá para o diabo, Takeo!

– Bom, depois que eu te ajudar a chegar a casa prometo que eu vou - disse ele sem mudar de tom – pra onde você quiser.

Lyene tentou ficar séria, mas rir disso foi inevitável:

– Promete?

Ele levantou a mão esquerda, e depois trocou-a pela direita:

– Eu juro. Mas só se me deixar te ajudar.

– Diante disso...

Como se ela fosse uma pluma, ele a ergueu-a e carregou-a nos braços. Ela corou e em seguida começou a esmurrar o peito dele em um tornado de golpes:

– Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa! Me soltaa!

Como ele ignorasse totalmente seus golpes, e ela não sabia como isso era possível, suspirou:

– Ainda bem que a minha casa está perto porque assim eu me livro de você mais depressa.

Andaram mais um pouco, o que para Lyene pareceu uma caminhada de horas, com todas as sensações colidindo-se dentro de si por estar tão próxima a ele. E tudo era tão fugidio a qualquer explicação que chegava a ser dificil de respirar as vezes. Obviamente se tratava de alguém por quem ela tinha muito apreço. A simples presença dele tornava tudo mais suportável, e esse tudo era como uma névoa, mistura de passado e futuro, ininteligível como o próprio bem-estar que ela sentia, que não tinha nem começo nem fim.

Chegaram. Ele a colocou no chão e ela pegou as chaves no bolso da calça, abriu o portão e ele olhou aquela quantidade absurda de plantas:

– Isto não me surpreende, na verdade. Um ambiente demasiado terráqueo...

Lyene frnziu as sobrancelhas diante daquele comentário, foi pulando até a porta, abriu-a e ambos sentaram-se no degrau para tirar os sapatos. Takeo olhou lá dentro:

– Você tem uma casa bem organizada.

Ela fez uma careta:

– Já é a terceira pessoa que fala isso... Vou contando...

Entraram. Ela sentou-se nas almofadas, deitando-se ali, se permitindo descansar. Tudo lhe doía, suava pelo esforço. Takeo, por sua vez, foi até a estante onde estava a televisão e foi abrindo as portas.

– Não acha que está tomando liberdade demais em ficar mexendo nas minhas coisas, não? – Ela disse, olhando para o teto.

– Eu acho que não, a não ser que você esteja me escondendo alguma coisa... Você não cria cobras, certo?

– Não, mas você acaba de me dar uma ótima idéia...

– Eu sou ótimo pra isso...

E continuou fuçando, até finalmente achar a cômoda onde ela guardava os remédios, que mais parecia uma farmácia completa, e de grande porte:

– Chefe, pra que cinco metros de faixa? E pra que oito vidros de mercúrio cromo? Meu Deus, você tem uma distribuidora de remédios em casa...

Ela levantou o pescoço na direção dele:

– É que eu me machuco muito: karatê. Eu faço karatê, ouviu? Trata de ficar esperto comigo.

– Eu já sabia que tinha que ficar esperto com você muito antes de saber disso, não se preocupe.

– Bom mesmo.

– Ah, pomada, achei.

Ele abriu e colocou um pouco na mão. Foi em direção a Lyene que se encolheu nas almofadas como um bicho acuado:

– Não, não, não... Não me toque! Dá-me isso aqui, eu posso fazer isso sozinha, machuquei o pé, não as mãos.

– Toma, então. Impossível discutir com você, eu sempre perco.

Lyene olhou-o, vitoriosa:

– Que bom que você aprende rápido...

Ele ficou olhando-a um tempo, enquanto ela massageava o tornozelo:

– Bom, fiz meu trabalho, agora deixe-me ir para... O diabo, não era mesmo? Mas depois eu volto, não combinamos que eu tinha que ir pra sempre.

O olhar dos dois se encontrou e eles ficaram assim por algum tempo. Era cada vez mais forte a sensação de que junto à aquele garoto que estava à sua frente, Lyene passara ótimos momentos, mas por que raios não se lembrava? Mexeu-se nas almofadas devido a um arrepio que lhe percorreu a espinha.

Ele desviou o olhar:

– Seu tornozelo ainda dói?

Ela o mexeu:

– Quase nada, foi mesmo um jeito, obrigada.

Ouviu-se o barulho de coisas caindo lá fora.

– Não me fala que é aquela louca, não... - choramingou mancando lá pra fora.

– Louca? – Takeo foi logo atrás

Kitty levitava a poucos centímetros do chão.

– Sério, você conhece a palavra campainha?

– Eu juro que tentei não quebrar nada.

Takeo apareceu na porta:

– Kitty?

– Takeo?

Ela foi levitando ao encontro dele e enlaçou seu pescoço por trás:

– Olá, meu amor, que fazes por aqui? – disse ela, fazendo com que o sangue de Lyene fervesse em um segundo.

Takeo estranhou:

– Estou subindo de nível.

E Lyene só olhava, tentando apreender tudo:

– O que ela disse?!

Kitty acariciou Takeo de modo a deixar o seu cordão à mostra. Lyene arregalou os olhos:

– Idiota! Ela vai roubar seu cordão!

Takeo piscou para Lyene e segurou a mão de Kitty:

– Eu sabia, comandante, mas eu não ia deixar de receber um carinho bom desse antes, não?

Kitty se afastou dele.

– Pra quem você está trabalhando desta vez, Kitty?

– Pra alguém que me paga bem, é só o que eu posso dizer...

– Me conta, aqui no meu ouvido, quem seria essa pessoa... – Disse sugestivo.

Kitty aproximou-se outra vez, chegando os lábios bem perto da orelha de Takeo, beijando-lhe o pescoço:

– Que tipo de profissional você acha que eu sou pra divulgar o nome do contratante?...

Em seguida, voltou a levitar.

– Mas, se você quer nosso cordão, no mínimo, é alguém que quer invadir o Milênio... Quem poderia ser?... – Disse Takeo, mais para si mesmo.

– Poderia ser qualquer pessoa que disponibilizasse de tempo para estudar sobre ele, meu amor...

– Vocês conversam demais, que chatice... - Disse Lyene.

Takeo passou o braço por sobre os ombros dela puxando-o para si, o coração de Lyene acelerou, anestesiando qualquer dor nas costelas e no tornozelo que poderia vir a ter:

– E a senhorita está com ciúme, que bonitinho.

Ela deu um tapa na nuca dele e saiu de perto:

– Sai, estranho, nunca te vi.

– Ah, já viu, sim, viu muito.

– E cadê a outra para completar o trio maravilha? – Disse Kitty

Takeo mudou bruscamente de semblante, colocando-se muito sério, o que surpreendeu Lyene:

– Tomara que você realmente não saiba...

– Não, e não sei mesmo... Só iria me privar do trabalho de ter que procurá-la também.

Lyene arregaçou as mangas da camiseta:

– Chega, pára de bla bla bla, vamos concluir isso aqui de uma vez por todas.

Nisso as sailors apareceram em cima do muro:

– É muita falta de respeito estragar a privacidade de duas pessoas! – Gritou Serena.

Lyene e Takeo se olharam e caíram na risada. Serena olhou os dois, mas ignorou e continuou:

– Nós somos as sailors e puniremos você em nome da lua!

– E não se esqueçam de mim: Tuxedo Mask.

Lyene revirou os olhos e tampou o rosto com a mão direita, meneando a cabeça numa negativa.

–Tudo a ver: um bando de garota vestida de marinheira e o outro de smoking...

Takeo abafou a risada.

As sailors pularam para dentro. Uma cena um tanto quanto cômica: um espaço minúsculo e nove pessoas juntas. Cada uma atacava Kitty como podia, incapacitada de usar plenamente seus poderes. Kitty, extremamente irritada, fez sua mão brilhar e lançou um raio a esmo. Foi tudo muito rápido, o raio foi na direção de Tuxedo Mask, que havia tentado dar espaço para as sailors lutarem, e Lyene deu-lhe um empurrão, todavia, ela se desequilibrou, caindo em cima dele e o raio pegou de raspão em seu ombro atingindo mais vasos de plantas que se estilhaçaram.

O braço de Lyene sangrava. Ela olhou para Darien, que massageava a cabeça por haver caído em cima de alguns vasos:

– Você está bem?

Ele assentiu, transtornado:

– Por que fez isso?

– Por que eu estava aqui à toa e pensei que desviar você desse golpe fosse uma coisa interessante...

Nesse momento mais imagens vieram à cabeça de Lyene, como uma onda gigante. Não aguentou a dor na cabeça e desmaiou

Tuxedo Mask, de onde estava, lançou uma flor em Kitty, aproveitando a distração dela, e acertou-lhe fundo o braço, obrigando-a desaparecer.

– Vamos levá-la para o meu apartamento.- Disse Darien ajoelhando-se e apoiando a cabeça dela em seu braço esquerdo.

– Sem problemas, alteza - disse Takeo -, ela já está na casa dela mesmo, pra que deslocá-la daqui? Vão todos com calma que eu cuido dela.

Takeo pegou-a no colo.

– Então cuida bem dela, por favor - disse Darien.

– Entendido, senhor!

Serena fitou o namorado.

Saíram todos pulando o muro.

– Só assim pra eu me aproximar de você, senhorita encrenca...

Ele beijou a testa dela e levou-a para dentro.

(FLASHBACK)


O cenário era o mesmo de sempre, o palácio ao fundo de um mar calmo de areia. Entretanto era dia e as areias refletiam um branco profundo, como um mar de cristais translúcidos. Estava Lyene, Takeo e uma garota de cabelos vermelhos e curtos com uma aparência muito meiga. Estavam separados dos outros soldados, que treinavam atirando as lanças, em formação de batalha. Os três revisavam umas plantas do palácio.

De repente uma lança segue direto às costas de Takeo. Lyene voou em sua direção e o empurrou para o lado, caindo em cima dele.

Ele a olhou entre transtornado e brincalhão:

– Por que você fez isso, sua louca?!

Ela suspirou, com certo ar de desprezo:

– Estava à toa e achei que salvar sua vida ia me tirar da monotonia... Palhaço.

– Vai doer, viu? - Disse ele olhando a lança atravessada no braço de Lyene.

– Ainda bem que pegou só carne... - disse ela fazendo uma careta...


(FIM DO FLASHBACK)


Darien passeava com Serena, mas sua mente não a acompanhava ao passeio. Pensava em Lyene, e não via justificativa para o que havia deixado acontecer... Nunca ele deveria ter permitido ser salvo por ela... Não era certo, não era aceitável... Estava, simplesmente, em choque.


Serena falava de coisas fúteis para tentar afastar a lembrança do salvamento dele. "Maldita garota, odeio você mais que antes". Mas, que antes era este que parecia ter tanto, tanto tempo? E alguma coisa lhe dizia que isso tinha algo a ver com o Darien. Olhou pra ele. Pararam:

– Hoje eu tive a prova de aquela garota ama você.

Ele fitou-a um tempo antes de responder, estava voltando a ver os contornos da realidade ainda:

– Por que ela me salvou?

– É, Darien, a gente só arrisca a vida daquele jeito pelas pessoas a quem amamos de verdade.

– Arriscamos nossa vida todo dia, Serena, por pessoas que nem conhecemos. Como pode dizer isso?

– Não sei... - ela choramingou - além do mais, ela muda quando está perto de você...

– É porque é uma amiga... Mas é minha amiga como a Lita, a Mina... As meninas... E ela se porta comigo da mesma maneira como se porta com o Andrew.

– O Andrew gosta dela.

– Serena, assim, do jeito que você coloca, todo mundo gosta dela. Além do mais, prefere me ver assim ou na cama de um hospital qualquer? Na posição em que eu estava, o golpe poderia ter sido fatal.

Serena abaixou a cabeça:

– Eu amo muito você, tenho medo de te perder.

– Você não vai me perder nunca, meu amor.

Beijaram-se.


Lyene acordou aos poucos, abrindo e fechando os olhos. Reconheceu o ambiente, sentou-se na cama. Viu a manga da camiseta rasgada e um curativo no ombro. Levou a mão até lá e sorriu. Depois coçou o pescoço, aquela faixa estava incomodando demais. Foi desenrolando. Ouviu passos:

– Quem está aí?

– Ora, ora! A minha paciente preferida já acordou.

– Espera um pouco, Takeo, estou desenrolando uma faixa.

Takeo chegou até a porta fechada:

– Do ombro?!?!

– Não, fica tranquilo.

– Ahhh......

– Pode entrar.

Ele abriu a porta trazendo uma xícara de chá que Lyene prontamente aceitou:

– Oba! Obrigada!

– Você está bem? – Disse sentando-se na beirada da cama.

– Estou. E ainda bem que me trouxe pra cá, acordar no apartamento do Darien ia ser um suplício de novo.

– Darien?...Ah, o Endymion. Aqui é Darien. Sim, sim. Acordou alguma vez lá, foi? E como foi com o cão de guarda que é a Serena?

– Hum... Se ela soltasse raio pelo olhar certamente eu não existia, amigo... Muito estranho... Ela me odeia de verdade.

– Vocês sempre se odiaram mesmo, não se preocupe, eu ia ficar estarrecido se dissesse que eram amigas.

– Por quê? O que fizemos uma a outra?

– Ah, nada de mais, visões de mundo conflitantes, muito conflitantes...

Lyene ficou olhando-o:

– Sonhei com um dia em que salvei você.

Ele se mexeu na cama:

– Se lembrou, melhor dizendo.

– É, pode ser... É que é tão estranho.

Ele sorriu, bagunçou o cabelo dela.

– Mas eu sou um cara humilde que aceita ser salvo por princesas como você - e continuou sorrindo - Darien estava chocado, pobre...

Ele escorregou, levantando-se da cama:

– Bom, já deu a minha hora, você já está bem e eu tenho que cumprir minha promessa de ir pra você-sabe-onde.

Lyene riu.

– Vou ver se acho uma casa por aqui por perto.

– Por quê?

Ele fez uma careta de interrogação:

– Pra morar?

– Eu sei, palhaço, mas achei que você já morava em algum lugar...

– Não. Cheguei recentemente. Estou de mudança. Agora mais ainda que te achei.

– Bom, tem um quarto disponível aqui em casa. – Ela ouviu-se dizer, e por um segundo pensou que se arrependeria, e estranhou ao perceber que isso não aconteceu - Seria bom porque você me ajudava a pagar as despesas.

Os olhos dele se iluminaram:

– Sério?

– Não, só estou te iludindo... Lógico que é sério. Se eu não quisesse que você viesse pra cá, não te chamava.

Ele caiu na cama e tascou-lhe um beijo no rosto:

– Como nos velhos tempos.

Lyene arregalou os olhos, profundamente corada, e levou a mão ao rosto involuntariamente. Foram tantas as sensações que percorreram-lhe as veias que não podia numerar. Sentiu as mãos geladas e as enfiou debaixo do cobertor.

Ele se levantou outra vez:

– Então vou pegar as minhas coisas na casa do Andrew e venho pra cá.

– Ah! Você é o sujeito de quem o Andrew sempre falava, que morava nos Estados Unidos! Eu me lembro!

– Sim, e foi ele quem me falou de você.

– Nossa...

– Até mais. Pode ser que à tarde eu já esteja aqui.

– Tudo bem. Não vou a nenhum lugar neste estado. Tchau.

E saiu .




(FIM DO CAPITULO IV)



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Notas finais do capítulo

Cenas do próximo capitulo: (No templo Hikawa)
Ami interrompeu a conversa:
- Alguma notícia sobre aquela inimiga?
- Descobri que ela é amiguinha do Takeo aqui... Disse Lyene sarcástica.
- Quem? Kitty? Era amiguinha NOSSA, chefe...
- EU NÃO DISSE QUE ELA ERA UMA INIMIGA?! - Serena se levantou e apontou Lyene que somente virou os olhos numa careta...