Estava tudo escuro, havia um único som no local, som de choro. Em um canto estava uma garota frágil toda encolhida, com os longos e delicados cachos pretos cobrindo o rosto.

O menino encostado na porta a observava, queria lhe ajudar, mas nem a conhecia então  tomou coragem e foi dando um passo de cada vez em direção a ela. Quando estava bem próximo estendeu os braços como se fosse abraçá-la, mas antes que isso aconteça, ela percebe a sua presença e se afasta, levantando em pulo.

- Quem é você? E porque esta aqui? Aposto que você é mais um dos amiguinhos que ele mandou vir me dar uma desculpa sobre a traição!

O menino não estava entendendo nada, ela não falava coisa com coisa, soluçava a cada palavra dita.

-Fala logo, me responda! –Essa hora a menina estava berrando e continuava chorando.

- Sou... Sou o Justin e não sei do que você está falando. Amigo de quem? Que traição? – A menina teve que olhar pra ele para ter certeza de que falava a verdade. Nunca havia visto esse menino antes, e seus olhos eram de uma beleza incrível, lembraria se já os tivesse visto antes.

- Desculpa, pensei que fosse outra pessoa. Sinceramente não sei por que você está aqui, essa festa está indo de mal a pior, pelo menos serviu para eu enxergar o que estava bem debaixo do meu nariz. – Para de falar e começa a rir sozinha, deixando o garoto ainda mais confuso. – Olha eu aqui, desabafando com um estranho, olha o que a vida fez comigo – Apontou para suas roupas e mexeu em seu cabelo, seu estado era péssimo.

O menino olha à hora, seu pai já deve estar o esperando.

- Preciso ir, quem sabe a gente não se encontra um dia desses. – Pegou uma caneta e escreveu na mão dela seu telefone, ele tinha esperança de que ela fosse ligar, mas o que ele não sabia é que a menina não iria. Saiu do local correndo, despedindo-se rapidamente, na correria nem percebeu que deixou cair a foto que carregava de sua mãe, uma linda mulher que morreu em um trágico acidente de carro quando ele tinha apenas sete anos.