The Dawn of Evangelion escrita por Goldfield


Capítulo 9
Reis




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Reis

Rio de Janeiro, Brasil, 1966

Do alto da sacada do quarto de hotel, Minna Zeppelin Soryu admirava o cenário da praia de Copacabana. O mar encontrava a areia num beijo molhado que envolvia os banhistas, enquanto a avenida terra adentro era um desfile de carros último modelo e corpos bonitos. Com um chapéu florido à cabeça e óculos escuros no rosto, a jovem inconscientemente buscava alguém entre os transeuntes lá embaixo, tentando identificar uma face em particular, um homem...

Logo percebeu, junto a um poste na calçada do hotel, aquele que procurava. Takeo Rokubungi, em sua vestimenta costumeira, vigiava o hotel como um fiel sentinela. Não olhava diretamente para Minna, mas encarava o prédio de modo atento, pronto para reagir a qualquer coisa estranha. Com ele por perto, a filha de Lianna sentia-se segura. Até mais leve. A companhia do oriental, quando se encontravam, mostrava-se agradável e proveitosa, embora ele se recusasse a responder muitas das perguntas que a moça lhe fazia. Compreendia o lado dele, no entanto. As pessoas com que ele e sua mãe haviam se envolvido deviam mesmo ser bastante perigosas.

Em breve entraria para uma universidade local, a Faculdade Nacional de Medicina. Também ingressava no campo das ciências, seguindo os passos de Lianna, mas numa área diferente. Desde pequena sonhava em se tornar médica, e chegara até a se matricular na Universidade de Auckland, Nova Zelândia, no mesmo curso – porém a última mudança imposta pela mãe frustrara seus planos. Tinha esperança, agora, de poder iniciar seus estudos no Brasil, onde imaginava conseguir ficar ao menos por mais tempo. A presença de Rokubungi certamente permitiria isso – o que fazia a jovem olhá-lo com ainda mais simpatia.

Será que finalmente conseguiria uma paz duradoura em sua vida?

Suspirou, contagiada pela maresia. A brisa lhe sussurrava que sim, o que acalentava seu coração...


* * *


O peito parava de arder, porém ele ainda não conseguia reprimir os soluços. Os olhos queimavam, enquanto passava as mãos pelo semblante banhado em lágrimas. Será que aquilo um dia teria fim? Toda aquela tristeza, amargura? A cada nova crise, isso parecia cada vez mais distante. Era só fechar as pálpebras que lhe vinha à mente a mesma cena... os dois corpos nus sobre a cama, abraçados. O adultério. Aquela que o traíra...

A porta da sala de descanso se abriu. A cabeça de Richard se voltou instintivamente em sua direção, deparando-se com o comandante Lorenz. Agarrou-se aos braços do sofá, inquieto. Sabia que aquela aparição não podia significar boa coisa... E, se havia alguém que realmente não queria que testemunhasse seu sofrimento, era ele.

- Doutor Langley... – saudou-o o alemão, sempre com um sorriso sarcástico no rosto. – Há quanto tempo não o vejo... Talvez se ficasse mais no laboratório, seu lugar, ao invés de chorando pelos cantos, nossos encontros se tornassem mais freqüentes...

- E-eu... – oscilou o cientista, um misto de vergonha e raiva dominando-o.

- Deixe-me deduzir a história... – Keel cruzou os braços, de pé diante dele. – Traição da esposa, certo? Você os flagrou ou descobriu depois, pela boca de outra pessoa?

O pesquisador optou por não responder. Era difícil lidar com aquelas provocações, mas não podia perder a cabeça... Mantendo os olhos no chão, apenas se submetia à humilhação, rogando para que terminasse logo.

- Volte já ao trabalho, doutor, não podemos desperdiçar tempo! Além do mais, encolher-se como um legítimo perdedor não vai trazer a vadia de volta para os seus braços...

Aquilo foi a gota d’água, o íntimo de Richard atingindo o ápice da revolta. Maldito... Maldito arrogante! Uma nova força tomou seus membros, desejando revanche por aquele desrespeito por sua dor!

Num ímpeto que o cientista jamais imaginou possuir, colocou-se rapidamente de pé e, antes que Lorenz compreendesse seu objetivo, socou-o com força no nariz, o punho de Langley tomando tamanho impulso que muito contrastava com o porte físico magro do pesquisador. Keel recuou, uma das mãos tentando tampar o sangramento no rosto. Berrando de fúria, Richard tentou ainda atingir-lhe um pontapé no estômago, quando um súbito golpe em sua nuca derrubou-o. Tendo a visão nublada, viu de relance um dos guardas da base empunhando o rifle com o qual o acertara usando a coronha, vislumbrando em seguida a reaproximação de Lorenz, que o chutou três vezes no peito mesmo estando no chão.

- Levem-no para a área de detenção – ordenou o comandante, limpando o sangue do nariz que por pouco não quebrara. – Vamos ver se ele esfria ou não a cabeça atrás das grades!

Os dois soldados que haviam invadido a sala passaram a arrastar Langley para fora dela; ele, ao atingir o corredor, conseguindo fitar brevemente Metatron, que por ali passava – o Anjo lhe dirigindo um olhar de compaixão e ao mesmo tempo cobrança. Incerto sobre o que queria lhe dizer, fechou os olhos e apagou.


* * *


O prédio da Faculdade de Medicina da Praia Vermelha se assemelhava a um pequeno palácio, os três andares da imponente estrutura erguidos de modo a circundar um pátio interno, com jardim, em formato de octógono. Há poucos meses estudando na instituição, Minna já a considerava quase sua segunda casa no Brasil. A mãe pagava uma fortuna para que se mantivesse hóspede do Copacabana Palace por tempo indeterminado; mas, desde que as aulas haviam começado, passava quase todo o dia na faculdade, retornando ao hotel somente para dormir.

Tanto os colegas quanto os professores reconheciam o grande empenho e interesse da aluna no curso de Medicina, ela costumando permanecer bem mais que o necessário nas dependências do prédio envolvida nos trabalhos exigidos e também em pesquisas próprias. Não era raro encontrá-la tarde da noite no laboratório de microbiologia, analisando amostras de sangue e tecidos como uma criança que ganhara seu primeiro brinquedo – cabendo geralmente aos zeladores, sempre gentis, pedir que fosse embora e continuasse no dia seguinte. Naquele dia de setembro não estava sendo diferente: a nipo-alemã fechara-se no laboratório ao fim da tarde e, com a exceção de alguns professores apressados, permanecera nele sozinha com suas amostras por horas a fio. A noite já caíra e, ao consultar o relógio em seu pulso, constatou como de hábito não ter visto o tempo passar. Era tarde, quase meia-noite, porém estranhou o fato de nenhum funcionário, daquela vez, ter vindo avisá-la.

Foi quando ouviu um incomum burburinho no corredor. Intrigada, abandonou o microscópio e encaminhou-se à porta, imaginando se poderia haver algo de errado...

Surpreendeu-se. O segundo andar via-se apinhado de estudantes, num número muito maior até do que era possível se deparar ali durante o dia. A maior parte deles conversava entre si, semblantes preocupados, enquanto empunhavam faixas e cartazes com dizeres como “Abaixo a ditadura!” ou “Povo organizado derruba ditadura!”. A julgar pelo barulho que ecoava pelos corredores, o campus inteiro devia estar lotado de jovens.

- O que está acontecendo? – perguntou a moça, temerosa, a um dos militantes.

- Nós fizemos uma passeata contra o governo pelas ruas à tarde, e a Polícia Militar nos perseguiu. Acabamos nos refugiando aqui dentro da faculdade, eu e mais uns seiscentos, mais ou menos. Agora estamos negociando nossa saída, mas ainda querem invadir!

Minna sentiu-se zonza. Até então fizera de tudo possível para não se envolver nos conflitos políticos cada vez mais comuns no meio da universidade, e agora se achava presa num deles sem a mínima intenção. Não podia se deixar abalar, no entanto. Devia haver um meio de escapar à situação.

- Eu não sou militante! – disse ela ao rapaz, controlando o desespero. – Precisam me deixar sair!

- Você pode até tentar, mas os milicos vão te enfiar direto num camburão! – falou uma estudante próxima. – Mesmo que não esteja envolvida na passeata, é aluna daqui e tem a mesma idade que a gente. Os policiais não vão acreditar em você. E o DOPS está em peso lá fora, só esperando que alguém saia para levar embora.

No lugar errado, na hora errada. Isso descrevia bem os eventos.

- Você disse que estão negociando a saída dos alunos? – ela perguntou ao jovem de antes, agarrando-se a um fio de esperança.

- Sim, mas a coisa não está boa. Não sei por quanto tempo vão conseguir segurar os milicos!

A filha de Lianna sentou-se no chão, trêmula. Pelo visto, não poderia fazer muito mais, àquele momento, do que esperar. Seria uma espera amarga, por certo. Mas necessária.


* * *


A área de detenção era escura e úmida, estabelecida num dos últimos subsolos das instalações, onde a terra ainda estava sendo escavada. As celas possuíam pouco mais de dois metros quadrados, verdadeiros cubículos gradeados onde mal se tornava possível deitar. Langley, ainda com a cabeça latejando devido à coronhada, encontrava-se de pé junto às barras de ferro que lhe privavam a liberdade, semblante sombrio devido à pouca luz do local. Súbito, a porta para o elevador se abriu, as lâmpadas do interior do transporte lançando breve maior claridade ao corredor – a mesma pouco depois sendo suprimida quando a máquina tornou a subir. Passos ecoaram pelas trevas. Richard, que possuía uma boa audição, conseguiu identificar os sapatos como saltos altos.

- Lianna? – inquiriu, presumindo deduzir quem o visitava.

A face pálida e os cabelos ruivos da arqueóloga emergiram do breu. Ela também se apoiou de frente à cela, segurando as barras com seus dedos de unhas compridas. Cara a cara com o colega, indagou:

- Então Keel também resolveu pressioná-lo?

- Achei que fosse só comigo... – suspirou Langley.

- Anda fechado demais em seu mundinho para não ter percebido que o novo comandante está nos sugando até os ossos, doutor.

Soryu permaneceu alguns instantes calada, talvez arrependida por ter falado daquela maneira com alguém que visivelmente vinha encarando sérios problemas pessoais. Ainda assim afirmou, pouco depois:

- A truculência do filho só tem ressaltado críticas que já existiam ao pai. Majestic-12, família Lorenz, a organização para a qual Heinrich trabalhava e que presumivelmente Keel também obedece... Perguntas demais, respostas de menos. E são justamente respostas que eles têm cobrado de nós, Richard. Exigem que trabalhemos para eles desvendando os mistérios sobre os Anjos sem que eles mesmos nos expliquem ao certo quem são.

- Aonde quer chegar? – o pesquisador ergueu uma sobrancelha.

Lianna respirou fundo antes de revelar:

- Quero sua ajuda num plano para derrubar e desmascarar essa conspiração. Para sempre.


* * *


Três da manhã. O burburinho nos corredores diminuíra, alguns estudantes até dormindo. Mas Minna e a maioria permaneciam em inquieta vigília, aguardando os desdobramentos do que era negociado do lado de fora da faculdade. Deixariam que todos saíssem? Prenderiam alguém? A expectativa intoxicava os pensamentos da nipo-alemã. Como gostaria de estar no hotel, repousando despreocupada em sua cama macia e ansiosa apenas com as experiências que faria no outro dia...


BLAAAM!

O estrondo ecoou por todo o interior do campus como um trovão devastador. Uniu-se a ele o reverberar de metal se chocando e vidro sendo estilhaçado. Gritos de alunos propagaram-se em seguida, denotando puro horror. Minna encolheu-se, coração batendo a mil. Os demais estudantes no corredor se posicionaram como puderam. De qualquer modo, não estavam armados – não tendo como reagir a uma eventual invasão violenta por parte da polícia.

Passos foram ouvidos pela escada que levava ao térreo. Em seguida ganharam aquele mesmo corredor, correndo. Um rapaz surgiu com a cabeça toda ensangüentada, vítima de forte pancada. Detendo-se diante dos colegas, exclamou, agitado:

- Eles derrubaram a porta principal!

E caiu inconsciente logo em seguida.

O pânico se alastrou. Alguns dos alunos apanharam os cartazes e faixas, decididos a se defenderem como pudessem com eles. Outros correram, buscando abrigo nos laboratórios e salas de aula. Dominada pela adrenalina, Minna incluiu-se nesse grupo: levantou-se num salto e correu. Quase escorregou pelo piso xadrez, mas não se deteve até chegar a uma das escadas para o pátio. Olhando lá embaixo, no entanto, desistiu de descer: vários policiais militares espancavam estudantes com seus cassetetes, arrastando alguns rumo à entrada do prédio aos berros.

Sem opção, prosseguiu rapidamente pelo corredor. Tentava ignorar os gritos dos colegas e a marcha dos soldados – ou entraria em colapso e eliminaria assim suas já poucas chances de fugir. Passando diante das portas de madeira ao longo do trajeto, vistoriou desesperadamente algumas delas em busca de um bom esconderijo. Logo encontrou um razoavelmente seguro ao adentrar um escritório. Desesperada, ocultou-se sob a mesa de trabalho de seja lá quem fosse, mãos na cabeça e pernas retraídas na esperança de não ser descoberta. Lá fora, os sons dos golpes desferidos pelos policiais era audível. Se a pegassem, por certo também não teriam piedade...

Terríveis minutos transcorreram enquanto a faculdade era esvaziada à força. E, quando Minna já se julgava uma garota de sorte, a porta da sala foi aberta.

Passos de coturnos fizeram o assoalho vibrar. Chorando, a moça tampou os ouvidos, temendo que a pressão psicológica fizesse com que se auto-denunciasse aos algozes. No entanto, acabou soluçando alto, frustrando-lhe o plano: um par de braços logo a agarrou pelas pernas, puxando-a para fora do abrigo entre inúteis tentativas de se libertar debatendo-se. A dupla de policiais fitou-a com raiva, um deles preparando seu cassetete para golpeá-la.

- Querendo se esconder da gente, comunista desgraçada?

- Deixem-na em paz!

A voz, de sotaque estrangeiro, viera da entrada do escritório. Nela os soldados viram de pé, junto ao batente da porta, um japonês de cabelos negros e sobretudo também escuro.

- Afaste-se! – o outro policial exclamou. – Freitas, dê uma lição nesse sujeito aí também!

O dito combatente chegou mais perto com o porrete erguido, pronto para usá-lo contra o recém-chegado. Rokubungi aguardou sem ação até que o adversário se aproximasse o suficiente, antes disso apenas encarando-o – e sentindo nele profundo medo. Quando tentou atacar, Takeo agarrou com facilidade o braço que empunhava a arma... torcendo-o. Em seguida, com uma série de golpes precisos com os dedos, destruiu praticamente todos os ossos do membro: o úmero foi partido ao meio com um corte rápido das duas mãos, o rádio e a ulna quase entrelaçados no doloroso giro em seqüência, e boa parte das falanges da mão esmigalhadas através do aperto efetuado pelos punhos do oriental.

O policial deu um berro aterrorizante enquanto, soltando o cassetete, vinha ao solo com o braço parecendo uma geléia.

O outro desviou sua atenção de Minna para também reagir ao intruso. Tentou acertar-lhe com um golpe baixo na barriga, mas Rokubungi desviou e, surgindo atrás do agressor, tomou-lhe o bastão num gesto rápido e mais veloz ainda deu-o na parte de trás de seu pescoço, colocando-o para dormir por um bom tempo e sem o movimento das pernas quando acordasse.

- Vamos embora daqui! – ele disse à protegida, estendendo-lhe uma mão. – Há uma saída nos fundos!

A filha de Lianna limpou as lágrimas e agarrou os dedos do guarda-costas, correndo com ele para fora. Pelos corredores, estudantes gemiam e sangravam enquanto eram detidos pelos soldados, mas infelizmente não havia tempo para ajudá-los. Takeo conduziu a jovem até o térreo e, ao final de um corredor, atravessaram uma porta até a parte de trás do edifício. Blindados militares e um grande contingente de tropas haviam cercado as ruas em torno da faculdade. O japonês guiou Minna habilmente pelas sombras, os dois esgueirando-se longe do brilho das sirenes até finalmente pararem para tomar ar a alguns quarteirões de distância.

O perigo fora superado. Estavam a salvo.

- E-eu m-mal tenho palavras para agradecer... – suspirou a moça, ainda tremendo e com os olhos lacrimejando sem que desejasse.

Dominada pela adrenalina e ausente das noções de certo e errado devido à emoção à flor da pele, Minna, com os olhos brilhando, conseguia apenas fitar Rokubungi como seu salvador... como aquele que vinha para tornar sua vida o que sempre desejara até então. Seu porto seguro. Seu fiel protetor.

Num gesto impulsivo, a jovem simplesmente agarrou-o... seus lábios se encontrando.

Takeo correspondeu, saliva sendo trocada entre as línguas cheias de prazer por um ou dois minutos. As mãos do japonês, de início tímidas, tatearam o ventre da garota, subindo então até seu busto... acariciando-lhe os seios.

Ao final, encararam-se cheios de ternura – embora fosse Rokubungi quem agora tremesse.

E, tomados pela paixão, abraçaram-se, Minna aninhando sua cabeça no peito do benfeitor...


* * *


– Por aqui!

O senhor de idade, cabelos totalmente grisalhos, era guiado pelo jovem japonês através de um corredor de paredes claras. Um de seus lados era todo composto de grandes janelas de vidro, através das quais se podia observar, ao longe, as instalações de uma usina nuclear em pleno funcionamento.

- Como pode ver, nosso país tem se desenvolvido muito desde o final da guerra – afirmou o oriental. – Um dos motivos de termos atacado os EUA foi a fragilidade das ilhas do Japão em recursos naturais. Agora, procuramos suprir essa carência com tecnologia, de modo a não cometermos os mesmos erros do passado.

- É realmente fascinante... – o idoso respondeu tentando demonstrar interesse, sem muito êxito.

- Disseram-me que está no país para realizar estudos topográficos, não é, senhor...

- Muench. Wilhelm Muench.

- Desculpe o lapso, tenho memória fraca. Mas o que leva a sua empresa da Alemanha Ocidental a realizar esse tipo de pesquisa por aqui, do outro lado do mundo?

- Tentar compreender melhor as causas de terremotos, e ao mesmo tempo proteger mais eficientemente sua nação deles, senhor Ikari.

- Uma causa muito nobre. O Japão do futuro precisa estar protegido das catástrofes naturais. Acredito que minhas futuras crianças terão muito o que agradecer-lhe.

Nisso, desceram por uma escadaria e ganharam uma espécie de saguão, quase todo feito em vidro, com uma porta que dava para uma estrada logo adiante – a região toda cercada por uma densa floresta de pinheiros. Aquele centro de pesquisas relativamente isolado da civilização produzia tecnologia que só seria pensada dentro de trinta anos ou mais, o que deixara Muench bastante satisfeito. Talvez a SEELE pudesse mesmo efetivar uma duradoura parceria com o responsável, aquele simpático homem chamado Daichi Ikari.

No hall, a dupla deparou-se com duas moças japonesas, ambas de cabelo castanho curto, altura média e traços faciais praticamente idênticos – além de as roupas que usavam, uniformes daquele laboratório, também serem iguais. Sorrindo, o guia apresentou-as ao alemão:

- Estas são minhas irmãs gêmeas mais novas, Yasu e Tomomi Ikari. Elas o acompanharão em sua viagem até Hakone, na prefeitura de Kanagawa, onde o senhor deseja centrar sua pesquisa topográfica.

- Vai ser ótimo! – uma das moças, Yasu, disse alegre. – Quando terminar seu trabalho, poderemos dar uma volta no lago Ashinoko. Ele é lindo a esta época do ano!

- Tenho certeza de que a viagem será muito proveitosa... – murmurou Wilhelm, acompanhando as jovens até o carro estacionado diante do lugar.

Daichi, enquanto isso, despedia-se deles num aceno.



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