Chrono Crusade - After Heaven escrita por Mirytie


Capítulo 26
Capítulo 26 - Roda Gigante


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de limparem as suas secções e perguntarem onde ficava o festival, Rosette, Chrno e Azmaria entraram no seu carro e deixaram Hector e Zalia para trás, que ainda não tinham acabado os seus trabalhos.

- Vocês podem ir ter connosco quando terminarem, SE quiserem, é claro. – dissera Rossete, deixando bem claro que não queria que eles fossem – Vamos estar a passear por lá. O Bobby  é alto, por isso não deve ser muito difícil de nos verem.

Hector, com as sobrancelhas franzida, lá se conformou e viu pela janela o carro a afastar-se.

- Hei, Zalia. – chamou Hector – O que é que descobriste sobre eles?

- Eles não me disseram nada. – mentiu Zalia – Mas o meu avô sabe muitas coisas sobre eles…

Enquanto Zalia contava o que o avô lhe tinha dito a Hector, Rosette parou no meio da praça que se enchia de gente, já que não conseguia andar mais.

- Não é proibido estacionar assim? – perguntou Azmaria, preocupada.

- Isto está cheio de gente! – exclamou Rosette, um bocado chateada por não terem chegado mais cedo. Seria difícil encontrar Sattela naquelas condições – Não consigo andar mais.

- Tenho a certeza de que, se andares devagar, as pessoas afastam-se do caminho. – sugeriu Chrono, mas levou imediatamente com um olhar de Rosette – Está bem, mas depois não te venhas queixar quando voltarmos e o carro não estiver aqui.

- Cala-te, Chrno. – disse Rosette, enquanto desligava o carro – Vamos procurar a Satella.

Mas mal quando saíram do carro, foram esmagados pela multidão.

- Azmaria, dá-me a mão! – exclamou Rosette, já que era a única maneira de a fazer ouvir no meio daquela confusão – Não queremos separar-nos.

No entanto, depois de dar a mão a Azmaria, quando Chrno lhe deu a mão, ela retirou-a imediatamente, olhando para Chrno com um ar chocado.

- Porque é que tiraste a tua mão da minha? – perguntou Chrno, voltando a pegar nela – Se vocês se perderem, eu tenho de ir atrás de vocês. É melhor assim.

- Eu sei disso! Mas eu não me perco tão facilmente! – exclamou Rosette, mas calou-se quando Chrno olhou para trás e limitou-se a segui-lo.

- Vamos começar por cima. – propôs Azmaria – Foi lá que ela encontrou a irmã.

- Vamos começar pela fonte. – contrapôs Rosette – Não foi lá que ela reganhou os seus poderes? Também foi lá que nós tiramos a fotografia.

- Eu concordo com a Rosette. – disse Chrno, apesar de saber que a fonte seria onde a maioria das pessoas estaria reunida. Tinha-o visto ao longe – Vamos fazer uma paragem por lá.

E, tal como Rosette previra, apesar de terem procurado durante mais de quinze minutos à volta da fonte, ali estava Satella, com o mesmo vestido amarelo provocador e compridos cabelos vermelhos, a tentar afastar os homens que se aproximavam dela constantemente.

- Ela está ali. – murmurou Rosette, com as lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios.

Quando se aproximaram e se viram uns aos outros, Azmaria correu para os braços de Satella a chorar, enquanto Satella afagava-lhe os cabelos e sorria. – Se não vos encontrasse aqui, não sabia onde mais procurar.

- Podias ter ido à Ordem. – disse Rosette calmamente, como se a tivesse visto ontem – Ou o teu raciocínio morreu quando tu morreste?

- Sempre rude como sempre. – Satella abanou a cabeça e limpou as lágrimas de Azmaria quando se afastaram – E como é que o pequenote cresceu dessa maneira.

Depois de se sentarem na borda da fonte, começaram a explicar o que tinha acontecido depois de terem voltado à vida.

- Então o Aion voltou à vida e o Chrno recuperou os cornos. Por isso é que já não precisa de estar na forma de criança. – resumiu Satella – Bem, a segunda parte é boa. Mas o que é que o Aion quer, desta vez.

- O que quer que seja, desta vez temos de nos manter afastados. – disse Chrno – Da última vez perdemos as nossas vidas para nada. Desta vez, não quero que vocês tenham alguma coisa a ver com isso. Se chegar ao pior, eu trato dele.

- A tentar armar-se em herói? – Satella levantou-se e espreguiçou-se – Bem, agora ele tem o tamanho certo para vocês estarem juntos e não parecer estranho.

- O quê!? – exclamou Rosette – Nós não…

- Porque é que não vamos dar uma volta por aqui antes de irmos embora? – sugeriu Chrno, para impedir que aquele assunto surgisse – Deves estar ansiosa por ver a tua irmã. Principalmente porque já não está sob o comando do Aion.

- Sim. – sorriu Satella – Vamos divertirmo-nos um pouco antes de aqueles empecilhos de me falaram apareçam. Apesar de não estar muito contente por eles estarem em minha casa sozinhos.

O festival estava diferente, tal como Azmaria previra. Afinal de contas, São Francisco era um lugar que não parava de se transformar. Mas eles conseguiram divertir-se. Ainda haviam barracas onde se podiam atirar bolas para ganhar prémios, para as quais Rosette se dirigiu imediatamente. Depois foram comer algum doce e, por fim, assistiram a um concerto onde algumas bandas pequenas se apresentaram.

Apesar de já não haver um palco onde as pessoas pudessem dançar enquanto os músicos tocavam, havia algumas pessoas que dançavam em frente ao palco, ao ritmo da música, enquanto que outras limitavam-se a assistir.

O sol já tinha desaparecido quando as bandas acabaram de se apresentar e as luzes do palco se desligaram.

- Eles não apareceram. – disse Rosette, enquanto se afastavam do palco, furando por entre a multidão – Será que ainda estão a limpar as divisões?

- Não os deixaram entrar no meu quarto, pois não? – perguntou Satella, com as sobrancelhas franzidas – Não vou conseguir dormir lá se foram estranhos que limparam o meu quarto.

- Não foram eles. – disse Azmaria – Foi a Rosette.

- Não sei se isso é melhor. – disse Satella, cruzando os braços.

- Eh? O que é que disseste, sua mal-agradecida? – perguntou Rosette, aproximando-se mais, como se não tivesse ouvido.

- Tu…

- Olhem! – exclamou Azmaria, apontando para o homem que tirava fotografias, em frente à fonte – Vamos lá!

- Queres tirar outra fotografia? – perguntou Satella, um pouco aborrecida. Já tinha visto o homem antes de se encontrar com eles, mas não estava com disposição para tirar fotografias – Há uma fila de pessoas à nossa frente.

Satella olhou para Azmaria, mas não conseguiu recusar quando viu os olhos da menina a brilharem de antecipação e alegria. Via-se completamente que ela estava radiante por estarem todos juntos outra vez. Por isso, porque não tirar uma fotografia?

- Está bem. – concordou Satella – Mas depois vamos para casa. Sabe-se lá o que aqueles dois andam a fazer.

Quando foi a sua vez, o fotógrafo olhou para eles e sorriu. – Então, quem é o par do rapaz?

- Eh? – confusa, Rosette olhou para o homem. Por que é que ele estava a perguntar aquilo?

- São eles. – Satella empurrou Rosette para o lado de Chrno com um sorriso maléfico na cara. Depois voltou para o lado de Azmaria e fez pose – Pode tirar.

- Podem-se pôr confortáveis. – disse o fotógrafo, achando que eles eram o casal mais adorável que tinha aparecido até aquele momento – Não tenham vergonha.

- Eu estou confortável! – exclamou Rosette – Agora, tire a fotografia! Estamos com pressa!

O fotógrafo aproveitou o momento em que Chrno afagou os cabelos de Rosette e sorriu para tirar uma fotografia. Depois outra quando viu Rosette a corar intensamente.

- Já está. – anunciou o homem – Podem aproximar-se para escolherem uma.

- Como é que já está? – perguntou Rosette – Eu ainda não estava pronta.

Ignorando-a, Satella aproximou-se e olhou para o monitor que o fotógrafo lhe mostrou, onde as duas fotografias estavam expostas.

- Oh, isto é perfeito. – disse Satella, rindo-se – Mas pode tirar outra?

- Claro.

Dessa vez, puseram-se todos em posição e esperaram pelo flash.

Satella pediu duas fotografias que foram impressas quase automaticamente, surpreendendo os quatro.

- E para o casal, tenho uma pequena oferta. – antes de Rosette ter tempo para protestar, o homem tirou um vale de desconto para a roda gigante – É válido durante vinte e quatro horas depois de ser entregue. Está a ver? – o fotógrafo mostrou as horas e o dia que estava impresso do vale – Se fosse a vocês, dirigia-me para lá agora. O sol está quase a nascer. É uma paisagem inesquecível se virem lá de cima.

Para não demorarem mais tempo, Satella pegou no vale e empurrou Rosette para longe, já que as outras pessoas já começavam a reclamar.

- Porque é que não vão? – sugeriu Satella, entregando o vale a Chrno – É uma oportunidade única e podem ver uma paisagem linda. Eu e a Azmaria ficamos aqui à vossa espera. Em todo o caso, não deve demorar mais de trinta minutos.

- Podemos todos dormir até mais tarde, amanhã. – concordou Azmaria.

- Nós temos de nos despachar…

- Tem calma. – pediu Chrno – Noca Iorque pode passar mais algumas horas sem nós.

Rosette queria reclamar mais, mas não sabia o que dizer, por isso desistiu e seguiu Chrno. No entanto, desta vez, não lhe deu a mão, nem ele tentou agarrar a dele.

- Não te percas. – pediu Chrno com um sorriso, antes de partirem – Vê-se a roda gigante de longe por isso, mesmo que te afastes de mim, consegues ir lá ter.

Rosette ficara um pouco perturbada por ele não ter querido dar-lhe a mão mas, pensando a mão, ela tinha repelido a dele antes. Não era de estranhar que ele estivesse chateado.

Quando chegaram à fila de espera, tiveram de esperar dois minutos para entrarem. Entregaram o vale de desconto e o dinheiro que Satella lhes tinha emprestado para irem. Apesar de ter acordado há pouco tempo, ela parecia ter sempre dinheiro nos bolsos. Isso irritava Rosette um pouco. Mas decidiu ignorar isso tudo quando entrou na cabine e se sentou no assento confortável.

No entanto, quando Chrno entrou e sentou-se à sua frente e não ao seu lado, ela apercebeu-se de que ele estava seriamente chateado com ela.

Porquê?

- Chrno… - Rosette abriu a boca com a intenção de dizer alguma coisa, mas não conseguiu e ele virou novamente os olhos para a janela, instalando o silêncio.

Estavam quase a chegar ao topo quando Chrno quebrou o silêncio perturbador.

- Estás a ver? – perguntou Chrno, confundindo Rosette que até então tinha estado a olhar para ele durante a viagem inteira.

- Estou a ver o quê? – perguntou Rosette.

- Consegues ver? – perguntou ele.

- Chrno…

- Porque, naquele dia, eu fui o único que conseguiu ver o nascer-do-sol. – disse Chrno, sem tirar os olhos do horizonte – Desta vez, quero que vejas tantos quanto quiseres.

Rosette olhou para o horizonte e viu o sol a aparecer aos poucos, apercebendo-se de o que Chrno queria dizer.

- Mas o pôr-do-sol…não é mais bonito do que o nascer-do-sol. – Rosette levantou-se e deu dois passos até estar em frente a Chrno. No entanto, este nem se mexeu – Eu prefiro o pôr-do-sol, se o vir com a pessoa de quem gosto.

- Não vais ver o pôr-do-sol daquela maneira. – disse Chrno, cerrando os dentes – Eu odeio o pôr-do-sol. Só serve para dar lugar à escuridão.

- Estás a falar como uma criança mimada, agora. – Rosette levou as mãos à cara dele e ficou surpreendida quando sentiu-as molhadas – Não vai acontecer outra vez.

Rosette passou a mão pelo cabelo dele, e depois pelo relógio. – Estás a ver? O contrato foi quebrado. Já não estou a perder vida.

- Mesmo que o Aion tente alguma coisa, eu vou proteger-te. – prometeu Chrno, enquanto o sol se erguia – Desta vez, não vou falhar.

Com um sorriso meigo e a pulseira a telintar no seu pulso direito, Rosette voltou a colocar a mão na face dele.

- Desta vez, só tens de prometer que não sais do meu lado. – disse Rosette.

Quando a cidade se encheu de luz, ela baixou-se e pousou os seus lábios nos lábios dele, perdendo a vista que o fotógrafo tinha descrito como magnifica. Ele abraçou-a e só se afastaram quando a cabine deu sinal de que estavam prestes a chegar ao fim.

Rosette saiu e parou a poucos passos da roda gigante, olhando para Chrno. – Então, prometes que vais ficar comigo?

Chrno anuiu e sorriu.

- Então desta vez não podes quebrar a promessa. – disse Rosette, começando a caminhar, de volta para a fonte – Que horas serão? – perguntou ela, acenando a Satella e vendo Azmaria a dormir no colo dela – A que horas chegaremos a…

Antes de Rosette ter tempo de acabar a frase, ouviu-se o barulho de um tiro. Como se estivesse tudo em câmara lenta, Rosette sentiu a bala a passar ao lado da sua cabeça, ouviu as pessoas presentes a gritar e alguma coisa a cair. Mesmo antes de olhar para trás, viu Satella a levantar-se e a gritar alguma coisa enquanto Azmaria, que tinha acordado com o barulho, olhava para ela com os olhos arregalados, preenchidos de água.

Não, não estava a olhar para ela, pensou Rosette, enquanto se virava para trás.

Chrno encontrava-se caído de costas no chão, com uma mancha vermelha a espalhar-se pela roupa branca e os olhos abertos

Rosette, tal como Azmaria, arregalou os olhos. Com as pernas a tremer, aproximou-se, ajoelhou-se e viu que, apesar de estar com dificuldades em fazê-lo, respirava.

- Chrn…Chrno… - murmurou Rosette, enquanto as lágrimas corriam silenciosamente pela sua cara – Porque é q…porque é que não te estás a recuperar.

- Rosette. – murmurou ele, levando uma mão à cara dela – Porque é que…estás a chorar?

- Porque tu estás a morrer! Porque é que não te estás a regenerar! Os teus cornos…! – gritou Rosette, ouvindo Azmaria a chorar ao longe. Sem hesitar, Rosette pegou na mão dele e levou-o ao relógio – Faz o contrato!

Mas Chrno retirou a sua mão.

- Faz o contrato! – repetiu Chrno, voltando a agarrar-lhe a mão – Tu prometeste! Tu prometeste que não saías do meu lado!

Quando Rosette, conseguiu levar a mão dele outra vez ao relógio, ele agarrou-o e arrancou-o do pescoço dela.

- Não vais morrer outra vez. – disse Chrno, levando a mão livre à face dela – Não chores. Tens de viver. Disseste que querias viver mais.

Rosette abriu a boca do choque.

- E vais morrer porque eu disse isso há cem anos atrás? – a soluçar, Rosette pousou a cabeça no peito dele.

Chrno sorriu e pôs uma mão na cabeça dela.

- Está tudo bem. Não chores.


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Notas finais do capítulo

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