Chrono Crusade - After Heaven escrita por Mirytie


Capítulo 17
Capítulo 17 - Um mundo de demónios


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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As catacumbas tinham sido construídas para prenderem até os demónios mais poderosos. Chrno tinha sido preso ali e, por muito que tivesse tentado libertar-se, nunca seria bem-sucedido.

No entanto, havia uma forma de uma pessoa se libertar se algum demónio se libertasse e acabasse por prender o interrogador. Infelizmente, Rosette não sabia qual era por isso, continuava a contorcer-se para tentar libertar-se, sem sucesso.

A razão para Bobby não lhe ter contado qual era a técnica para se libertar era simples. O selador concordava com o Padre Remington. Envolver Rosette naquilo não era apropriado. Para começar, a relação dela com um demónio já era preocupante. Estar envolvida com um demónio que por acaso, tinha o mesmo nome de um demónio conhecido pelo seu poder devastador era pior.

E, por muito que ela insistisse que o seu nome era “Claire”, ter a mesma aparência e um parceiro com o mesmo nome que a Irmã Rosette eram coincidências a mais em que Bobby não conseguia acreditar.

Por isso, enquanto assistia à luta impressionante entre Fiore e Remington, Bobby decidiu fazer apenas o absolutamente necessário para que Fiore não acabasse morta. Aliás, Remington já tinha acertado em Fiore várias vezes. O seu corpo duro como diamante era a única coisa que tinha impedido a sua morte.

- Desiste, Fiore! – exclamou Remington quando ela tropeçou e caiu – Não tens nada a ver com isto!

Sem lhe dar ouvidos, Fiore levantou-se e continuou a atacar. Não ia parar até estar morta. Estava a fazer aquilo pela sua irmã no final de contas. E porque Chrno tinha enterrado a sua irmã propriamente. Devia-lhe isso.

Apesar de Remington pensar que Chrno era naturalmente mau só porque era um demónio, Fiore tinha a certeza que isso era mentira. Chrno nunca tinha sido igual a Aion.

Por isso, quando caiu pela quinta vez por causa da espada do Padre, Fiore não se arrependia mesmo se o seu destino fosse morrer naquele momento.

- Padre! – gritou Bobby quando este apontou a espada ao pescoço de Fiore – Não pode fazer isso!

- Não te preocupes, Bobby. – disse Remington, afastando-se – Mesmo que eu espetasse esta espada no corpo dela, seria preciso uma coisa especial para destruir o corpo dela.

Remington, tirou a joia a Fiore fazendo a invoncação desaparecer, afastou-se e olhou para Bobby, atirando-lhe a joia.

- Cuida dela, enquanto eu vou ter com o Chrno. – disse Remington, enquanto ajeitava a roupa – Se eu souber que decidiste ajudá-la ou foste dizer à Claire o que se passou, serás expulso do Convento.

Bobby ficou a olhar para a joia e para Fiore, enquanto o Padre saía do convento, sem saber o que fazer.

Fraca, Fiore olhou para Bobby. – Tens de ir contar à Ro…Claire!

- Mas o Padre…

- O Chrno não é mau! – interrompeu Fiore – Se não acreditas nisso, pelo menos dá uma oportunidade à Claire de o salvar. Deves saber de alguma maneira para a tirar dali.

Sentindo-se um bocado culpado, Bobby anuiu a cabeça, mas teve que pensar um bocado antes de decidiu contar-lhe e, antes de isso, ainda ajudou Fiore a mover-se para um lugar seguro e fora das vistas das Irmãs curiosas.

Entretanto, uma coisa interessante ocorria na cela de Rosette. Os pulsos de Rosette que tinha ferido durante a sua batalha contra as correntes tinham recentemente começado a sangrar. Quando o sangue tocou nas correntes, estas abriram-se imediatamente, surpreendendo Rosette que caiu de joelhos.

Sem perceber o que tinha acontecido, Rosette olhou para cima, vendo as correntes a bamboar mas não percebeu o que tinha acontecido.

Encolhendo os ombros, Rosette rasgou um bocado de tecido da sua saia, dividindo-o em dois para envolver os pulsos.

Sem esperar um segundo, começou a trabalhar nas correntes que prendiam os seus calcanhares, mas estes não se mexeram um milímetro.

Foi aí que Bobby entrou mas parou imediatamente ao ver a situação. – O que é que aconteceu aqui?

Rosette olhou para cima e franziu as sobrancelhas sem parar de mexer nas correntes. – Onde é que está a Fiore?

- O Padre Remington derrotou-a, tirou-lhe a joia e foi atrás do Chrno. – informou Bobby, vendo que Rosette não tinha ficado nada agradada com a situação.

- Então do que é que estás à espera!? – exclamou Rosette – Tens que ir atrás dele!

- Não posso ir. – confessou Bobby. Já estava a desobedecer ao estar ali. Mesmo assim, ajoelhou-se e começou a tarefa de a tirar dali – Se uma pessoa for aprisionada contra a vontade e pertencer aos Seladores, só tem de encostar o emblema às correntes e estas libertam-se.

Observando Bobby a fazer exatamente isso, Rosette franziu as sobrancelhas. – Se sabias que podias fazer isto, porque é não fizeste antes?

- Porque em parte concordo com o Padre Remington. – confessou Bobby, ajudando-a a levantar-se – O Chrno é um demónio e, como tal, perigoso. Principalmente agora, que ele está com o Aion e pensa que estás morta.

- Ele é bom! – exclamou Rosette, repetindo as palavras de Fiore – Ele rebelou-se contra o Aion, em quem acreditava plenamente, e juntou-se a nós!

- O que ele fez provou que ele não se juntou a nós. Ele juntou-se a ti. – corrigiu Bobby – É instável e, mesmo se te vir, pode pensar que é algum truque para o acalmar e matar-te de verdade.

Rosette abanou a cabeça e saiu sem responder ao comentário.

Chrno nunca faria algo assim.

Chrno nunca faria nada para magoar Rosette.

Mas, naquele momento, as memórias da morte dela que Aion lhe tinha plantado na cabeça estavam demasiado embrenhadas por isso, Bobby não estava tão enganado. Não havia nada que lhe pudessem dizer que o fizesse acreditar que Rosette estava viva.

Naquele momento, encontrava-se em frente ao hospital onde Azmaria descansava. Tinha-lhe prometido que levaria Rosette ali mas não conseguira manter a promessa. O mínimo que podia fazer era mantê-la a salvo.

Quando os guardas viram Chrno, deixaram-no passar, uma vez que já tinha ido ali antes com a permissão que Remington lhe tinha dado. Com cuidado para não fazer muito barulho, trocou as flores murchas da jarra que ela tinha ao lado da cama, por alguns girassóis que ele tinha trazido.

Arranjou-lhe os cobertores e deixou o relógio apagado de Rosette à volta do pescoço de Azmaria.

Não queria ter nada que lhe lembrasse de Rosette quando começasse a destruição. Por isso é que tinha deixado as roupas que ela lhe oferecera na tumba de Madalena onde eles se tinham conhecido e vestido as suas antigas roupas que Aion lhe devolvera. Também era por isso que tinha cortado o cabelo e iria voltar à sua forma adulta mal acabasse aquilo.

Depois de terminar de arrumar o quarto, Chrno saiu e dirigiu-se à casa onde Joshua residia atualmente. Com Rosette morta, Joshua e Azmaria eram os únicos humanos que ele queria proteger a qualquer custo, mesmo que Aion lhe tivesse pedido para os deixar em paz.

Uma vez que Fiore não estava em casa, foi Joshua a atender e ficou claramente surpreendido por ver Chrno ali.

- Chrno! Entra! – pálido, Joshua afastou-se para dar espaço suficiente para ele passar – A Claire não está.

Que maneira estúpida de dizer que ela tinha morrido, pensou Chrno. Mas, por outro lado, Joshua nunca tinha sido bom a lidar com adversidades.

- Não vou ficar durante muito tempo. – anunciou Chrno, tirando um pequeno papel onde tinha escrito o nome do hospital e o número do quarto onde Azmaria estava – Preciso que me faças um favor.

- O que é? – perguntou Joshua, curioso.

- Quero que vás a este lugar. – pediu Chrno, entregando-lhe o papel – A rapariga que está nesse quarto chama-se Azmaria. Ela não tem familiares e ninguém que a vá visitar. Quando chegares lá, diz aos guardas que vais por parte do Padre Remington. O nome está na parte de trás do papel.

- Espera… - disse Joshua, quando Chrno se dirigiu para a porta – Porque é que eu tenho que ir visitar esta rapariga.

- Tu és órfão. Mais do que outra pessoa, tu deves saber o que é não ter ninguém. – lembrou Chrno – Certifica-te que vais visitá-la amanhã à meia-noite.

- Porquê à meia-noite!? – exclamou Joshua, mas Chrno saiu sem responder. Confuso, Joshua olhou para o papel e suspirou – Órfã, huh?

Rosette chegou a casa com Fiore quinze minutos depois de Chrno ter saído.

- Lisa, Claire, bem-vindas de volta. – cumprimentou Joshua – Claire, o Chrno saiu à pouco tempo. Parecia bem mas não sei se devia sair do hospital depois de uma experiência assim.

- Ele esteve aqui? – perguntou Rosette, agarrando os ombros do irmão – O que é que ele disse!? Achaste-o diferente!?

- Bem, ele cortou o cabelo e mudou de roupa. – respondeu Joshua, libertando-se de Rosette para lhe mostrar isto – Também disse-me para ir visitar uma rapariga a este hospital. O que é que se passa?

Rosette olhou para o papel mas também não sabia para que é que ele queria que o Joshua fosse àquele hospital.

- Ele pediu-me para visitá-la amanhã à meia-noite. – continuou Joshua, vendo a cara confusa da irmã – Ele disse que a rapariga se chamava Azmaria e que eu devia mencionar o nome de um tal padre quando fosse lá.

- Espera, o que é que disseste? – perguntou Rosette, com medo de ter ouvido mal – Como é que se chama a rapariga que está no hospital?

- Ele disse que se chama Azmaria, se bem me lembro. – repetiu Joshua – Conheces a rapariga?

- E ele disse para mencionar um tal padre? – perguntou Rosette, pegando no papel. Depois de ver qual era o hospital e o quarto, voltou a entrega-lo ao irmão – Quero que faças o que ele te disse.

- O quê? Porquê?

- Depois explico-te melhor. – prometeu Rosette, antes de sair – Lisa, fica com o Jason.

O silêncio instalou-se por alguns segundos depois de Rosette sair e fechar a porta.

- Lisa, sabes o que é que se está a passar? – perguntou Joshua, olhando para Fiore.

- Tenho que a sua irmã explicar-lhe-á tudo quando voltar. – garantiu Fiore, como se não tivesse acontecido nada de especial – Vou preparar-lhe uma chávena de chá, depois de trocar de roupa.

- E o que é que aconteceu com a tua roupa!? – gritou Joshua – Porque é que está toda esfarrapada!?

Fiore decidiu ignorá-lo e fingir que não tinha ouvido a pergunta. Era melhor que fosse Rosette a tratar das perguntas. E ela tinha de tratar do seu corpo.

Rosette entrou no hospital com passos apressados e mãos a tremer.

Se Azmaria estivesse realmente ali, isso significava que, para além do Padre Remington, Chrno tinha-lhe mentido. Quando chegou à porta do quarto viu dois guardas e perguntou-se se conseguiria entrar.

- Desculpe, menina. – começou um dos guardas – O acesso a este quarto é…

- Eu vim por parte do Padre Remington! – interrompeu Rosette, demasiado nervosa para esperar que o homem acabasse de falar – Ele mandou-me aqui para ver a menina Hendrich!

O guarda olhou para Rosette atentamente e depois virou-se para trocar algumas palavras sussurradas com o colega. Depois olhou outra vez para Rosette e suspirou, pensando que já tinha dito várias vezes a Remington para não mandar ninguém sem avisar antes.

- Pode entrar. – disse ele, finalmente, afastando-se.

Quando entrou e viu Azmaria, as lágrimas encheram-lhe instantaneamente os olhos. Não precisou de aproximar-se para ver o seu relógio no pescoço dela e aperceber-se que Chrno tinha estado ali. As flores frescas também deviam ser trabalho dele.

Mesmo sem saber o que ela tinha, Rosette puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama dela.

- Azmaria. – chamou Rosette, mas não houve resposta.

Arreliada por não poder ficar mais tempo, Rosette levantou-se e abraçou-a antes de sair.

Chrno entrou na igreja onde tinha combinado encontrar-se com Aion.

Aquela igreja estava aberta vinte e quatro horas por dia, para os crentes que quisessem entrar e rezar. Chrno e Aion tinham combinado ir até ali porque havia um selo antigo que ia dar ao Pandemonium debaixo da igreja.

No entanto, mesmo sendo um selo antigo, tinha sido feito por um dos melhores seladores de sempre e, por isso, iria demorar pelo menos um dia a quebrá-lo. O plano era abrir o portal até à meia-noite do dia seguinte.

Nessa altura, Joshua estaria a salvo no Hospital da Ordem, já que o edifício era protegido de maneira a não deixar entrar nenhum demónio ou ataque entrar.

O mundo seria dos demónios.


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Notas finais do capítulo

Então, peço desculpa pelo atraso mas finalmente acabei de escrever o meu livro e isso significa que terei mais tempo para as fics ^-^
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