— Esse é um... hum... Jipe bem grande. – Comentei

— É de Emmett. Eu não achei que você ia querer correr o caminho inteiro.

— Onde é que vocês guardam essa coisa?

Ele sorriu para mim.

— Nós remodelamos um dos prédios exteriores e transformamos numa garagem.

— Você não vai colocar o seu cinto de segurança?

Ele olhou pra mim sem acreditar.

Então uma fichinha caiu.

— Correr o caminho inteiro? Como se ainda fôssemos correr parte do caminho?

Minha voz caiu alguns oitavos.

Ele sorriu.

— Você não vai correr.

— Eu vou ficar enjoada... E Will?

— Para o enjoo basta manter seus olhos fechados que tudo vai ficar bem. Sobre Will, Alexandre se encontrara conosco e o levava, não se preocupe.

Olhei de relance pelo espelho retrovisor, Will estava agarrado com o ursinho que Jasper havia lhe dado quando fomos para o Canadá. Eu mordi meu lábio tentando lutar com o pânico ao imaginar Alexandre correndo com Will nos braços.

Ele se inclinou para dar um beijo no topo da minha cabeça, e então gemeu. Eu olhei pra ele, confusa.

— Você cheira tão bem na chuva - ele explicou.

— De um jeito bom, ou de um jeito ruim? - eu perguntei cuidadosamente.

- Dos dois, sempre dos dois.

Eu não sei como foi que ele conseguiu encontrar o caminho com a névoa e a chuva torrencial, mas de alguma forma ele achou um lado da estrada que era menos uma estrada e mais um trilha de montanha. Por um longo tempo foi conversar impossível, porque eu estava balançando pra cima e pra baixo que nem uma britadeira. No entanto, ele pareceu adorar o passeio, rindo o caminho inteiro.

E então, nós chegamos ao fim da estrada; as árvores formavam enormes paredes verdes em três lados do jipe. A chuva agora era um mero chuvisco, diminuindo a cada segundo, o céu estava cada vez mais claro por trás das nuvens. Perto das arvores surgiu Alexandre.

— Desculpe, Bella, teremos que ir a pé daqui.

— Sabe de uma coisa? Eu vou esperar você aqui.

— O que aconteceu com a sua coragem? Você foi extraordinária essa manhã.

— Eu não esqueci a última vez. - Será possível que foi só ontem?

Ele estava no meu lado do carro num sopro. Ele começou a tirar o meu cinto.

- Eu tiro isso, você vai a frente - eu protestei.

Alexandre abriu a porta de trás onde está Will

— Alexandre uma duvida como vai levar meu filho? – Perguntei preocupada.

— Com isso. – Disse orgulhosamente apontado para uma coisa em seu peito.

Levei alguns minutos para perceber que era uma bolsa canguru de cor preta.

— Ideia da Esme.

Realmente era uma ideia ótima.

— Viu, Will ficara bem, Alexandre não se esqueça da bolsa.

— Sim senhor. Vamos Will.

Ele acomodou Will perto de seu peito e pegou sua bolsa.

— Alexandre pelo amor de Deus cuidado.

— Pode deixar... Edward vê se não demora, vamos definir os times.

— Definam sem mim, não tem problema. Eu e Bella não demoraremos.

Antes que eu pudesse disser mais alguma coisa, Alexandre havia sumido. Edward veio para meu lado e me abraçou por trás.

— Alexandre não deixaria nada com Will, ele já deve estar chegando.

Antes que eu percebesse Edward me da um beijo rápido e me jogou nas costas dele como tinha feito antes, e eu podia ver o esforço extra que ele estava fazendo pra ser gentil. Eu apertei a cintura dele com as minhas pernas e tranquei meus braços ao redor do pescoço dele.

— Não esqueça-se de fechar os olhos - ele avisou severamente.

Eu rapidamente coloquei meu rosto na curva do ombro dele, embaixo do meu próprio braço, e apertei meus olhos.

E eu mal podia dizer que estávamos nos movendo. Eu podia sentir ele se mexendo embaixo de mim, mas ele podia estar andando numa calçada, o movimento seria exatamente o mesmo. Eu estava tentada a dar uma espiadinha rápida, pra ver se estávamos voando pela floresta como antes, mas eu resisti. Não valia a pena do enjoo. Eu me contentei em ouvir a respiração dele entrando e saindo uniformemente.

Eu não tinha certeza de que tínhamos parado, até que ele ergueu a mão e tocou meu cabelo.

— Acabou, Bella.

Eu ousei abrir meus olhos, e, não havia dúvidas, estávamos parados. Eu me soltei dele e escorreguei para o chão, caindo de costas.

— Oh! - eu gemi quando bati no chão molhado.

Ele olhou pra mim sem acreditar, tentando decidir se ele ainda estava com raiva demais pra achar engraçado. Mas a minha expressão desnorteada acabou descontrolando ele, e ele começou a dar uma gargalhada que mais parecia um rugido.

Eu me levantei sozinha, ignorando ele enquanto limpava a sujeira e o capim do meu casaco.

Isso só fez ele rir ainda mais alto. Chateada, eu me virei e comecei a andar em direção á floresta. Eu sentí o braço dele na minha cintura.

— Pra onde você está indo, Bella? – Quis saber ele

— Assistir um jogo de baseball. Você não parece estar mais interessado em jogar, mas eu tenho certeza que os outros vão se divertir sem você.

— Você está indo para o lado errado. – Informou ele sorrindo.

Eu me virei sem olhar pra ele, e comecei a caminhar na direção contrária. Ele me pegou de novo.

-— Não fique com raiva, eu não consegui evitar. Você devia ter visto sua cara. - Ele começou a rir antes que pudesse evitar.

Eu sorri um pouco para ele também.

— Tudo bem, você ganhou.

— Uau, isso é raro, você nunca se da por vencida. – Disse ele enquanto me puxava em direção ao campo

— Eu te amo – Sussurrou ele – No inicio eu pensava que a melhor coisa que eu poderia fazer por você e Will era ir embora, era deixa-la em paz, mas ai eu percebi que eu te amo. Essa é uma desculpa pobre para o que eu estou fazendo, mas é verdade, eu amo você e Will, sacrificaria tudo em minha vida só para mantê-los a salvo.

Foi a primeira vez que ele disse que amava a mim e Willian, com todas as palavras. Ele pode não ter reparado, mas eu certamente percebi.

— Agora, por favor, tente se comportar - ele continuou então ele se abaixou e esfregou seus lábios levemente nos meus.

Eu fiquei perfeitamente rígida. E então eu suspirei.

- Você prometeu ao Chefe Swan que me levaria pra casa cedo, lembra? É melhor irmos andando.

- Sim, madame.

Ele sorriu tristonho e me soltou, mas continuou me segurando com a outra. Ele me guiou pelas arvores altas e molhadas, e pelos musgos pingando, ao redor de uma árvore gigantesca de cicuta, e lá estávamos nós, na beira de um enorme campo aberto ás margens dos penhascos do Olímpico. Era duas vezes maior do que qualquer campo de baseball.

Eu podia ver todos os outros lá; Esme, Emmett, Rosalie e Alexandre sentados em bancos debaixo da tenda que Edward havia falado. Will estava no colo de Rosalie. Eles conversavam animadamente. Não muito longe da onde estavam mais ou menos uns cem metros de distância. Muito mais distante eu podia ver Alice e Jasper, que estavam á pelo menos duzentos e cinquenta metros de nós, aparentemente jogando alguma coisa pra trás e pra frente, mas eu nunca vi nenhuma bola.

Parecia que Carlisle e Antony estavam marcando as bases, mas será que elas poderiam ser assim tão afastadas? Vi Sirius correndo de um lado para o outro com um galho na boca e as patas cheias de lama.

— Vejo que depois terei que dar um banho no cachorro.

— Não se preocupa eu resolvo depois – Disse ele

— Bella! – Gritou Alice vindo me abraças – Bem vinda. Adorei o que você fez com as roupas de Will ele ficou muito fofo.

Edward me levou para debaixo da tenda. Peguei Willian no colo para que Rose pudesse se preparar.

— Você está pronta pra ver um jogo? - Edward perguntou acariciando a bochecha de Will, seus olhos ansiosos, brilhando.

Eu tentei soar apropriadamente entusiasmada.

— Vai time!

Ele riu silenciosamente.

— Vamos irmão! Você está no meu time e do papai – Gritou Alexandre.

— Já vou, falta uma coisa.

Edward vai até uma bolsa perto do banco e tira de lá dois bonés de beisebol um ele coloca em mim e o outro ele ajusta e põem na cabeça de Will, ele ri feliz e bate palma.

— Papa – Diz de repente

Eu prendi a respiração, será que era um sonho, naquele momento todos pararam o que estava fazendo para olhar Willian, principalmente Edward. Antes que eu notasse todos estavam a nossa volta.

— Fala de novo Will – Pediu Edward segurando sua mãozinha – Fala “papa”.

Will ficou feliz com toda aquela atenção e pegou o dedo de Edward.

— Papa – Repetiu ele feliz.

Acho que nunca vi Edward tão feliz, ele pegou Willian do meu colo e o jogou no ar. Devo admitir fiquei com um pouco de ciúmes, eu fiquei quase a noite toda de trabalho de parto sem contar as noites em claro, e ele escolheu dizer primeiro “papa” para Edward. Mas por outro lado eu gostei muito que Willian via Edward daquela forma.

Todos os Cullen começaram a distribuir notas uns para os outros.

— Perdi algo?

— Algo bobo – Disse Edward segurando Will – Eles estavam apostando a semanas o que Will falaria primeiro.

— Pelo jeito Alice e Alexandre ganharam a melhor.

— Meu pai e Emmett também.

— Alguém apostou em “mama”?

— Ah Bella, eu sinto muito – Disse Edward ele se virou para mim agora com os olhos tristes – Eu não... Will devia... – Era visível que ele nãos sabia o que falar.

Um momento raro Edward Cullen não sabia o que falar.

Eu apenas ri e dei-lhe um beijo de leve.

— Que bom que ele chamou “Papa” isso serve para você ver o quanto ele te considera... Então? Você vai ser o “Papa” dele? – Perguntei pegando Will de seu colo.

— Sempre – Jurou ele dando um beijo em minha testa e outro em Will. – Ouviu Willian, papai vai sempre te proteger.