Continuação:

-          O que você quer? E como me encontrou?

-          Quero pedir desculpas por meu comportamento. – disse ele abaixando a cabeça.

-          Ótimo, e como me encontrou?

-          Eu te segui. Acho que você não me viu, pois estava escuro. Você parou perto do lago, e no momento em que me aproximei você seguiu para sua casa.

Uma corrente elétrica percorreu minhas veias, fazendo o meu corpo gelar. –se ele me seguiu, será que pôde me ver chorando? Continuei em silêncio.

-          Vim me desculpar por meu comportamento, eu deveria saber que você não iria gostar da minha brincadeira.

-          Ah, e você chama aquilo de brincadeira? – ergui as sobrancelhas.

-          Sim- Tom deu um sorriso encantador, que quase me fez querer beija-lo. Quase.

-          É só isso que você tem para me dizer? Se for só isso acho que você pode ir. 

-          Não é educado da sua parte senhorita. – Tom sorriu jogando sua cabeça para o lado direito.

Você já olhou dentro dos olhos do seu ídolo? Não através de fotos, mas frente a frente? Bom, provavelmente poucas pessoas tiveram essa sorte. Os olhos de Tom eram do uma cor fascinante, eles eram amendoados, escuros de mais para serem castanhos e claros de mais para serem pretos. Aqueles olhos eram muito expressivos.

-          Anikka? – Tom me encarava.

-          O que? Você disse alguma coisa? – perguntei balançando a cabeça na tentativa de voltar á lucidez.

-          Sim – Tom sorriu – eu disse que sua casa é muito bonita.

-          Ah! Eu não moro aqui; Só estou desfrutando de minhas férias. E você? O que faz aqui em Belize?

-          Também estou de férias. Aqui têm belas praias, e pode-se dizer que Bill tornou-se um viciado em praias desde as férias nas Bahamas.

Óh meu Deus. De certa forma eu estava acostumada com Tom, e havia me esquecido do que ele era, mas no momento em que ele mencionou o nome de seu irmão Bill meu coração foi na garganta e eu tive que engoli-lo para que ele não saísse pela minha boca. Lembrei-me que eu estava ali, tão perto do irmão gêmeo daquele que compõe as músicas que eu tanto amo. O comentário de Tom fez-me lembrar de quem ele realmente era, ele não era só um cara qualquer que eu encontrei no elevador, ele era um Rock Star, e pra ele eu não passava de uma fã. Notei que estava ficando doce demais e que a conversa com Tom já estava tomando rumos diferentes.

-          Tom, eu não quero parecer indelicada, - sim, eu queria. – Mas se não se importa, eu tenho meus afazeres, nós já conversamos então você já pode ir.

-          Mas sua avó convidou-me para o almoço, não posso recusar seu convite. – disse Tom fazendo uma voz um tanto infantil.

Meus avós são assim... Convidam qualquer um para o almoço, não quero estar presente quando eles colocarem a mesa um Serial Killer.

-          Ok, então com licença, mas acho que nossa conversa já acabou. – virei-me e antes mesmo de dar o primeiro passo Tom segurou meu pulso direito com sua mão esquerda. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, Tom passou por mim, parando em minha frente, e o que fez minhas pernas tremerem: ele me olhava com seriedade.

-          Você é diferente das outras. – disse ainda sem expressão.

-          Ah, claro! E agora você vai tentar me beijar? Como você é imprevisível, Tom Kaulitz.

-          Anikka –Tom delicadamente apertou um pouco meu pulso - você não sabe o quanto é ruim sentir que uma pessoa só se aproximou de você por que você é o guitarrista dos Tokio Hotel. – O rosto de Tom não expressava nada, mas seus olhos sim, eles expressavam verdade. – Você não sabe o quanto é ruim não ter alguém que te trate de igual para igual, ou ir a algum lugar sem que no outro dia, seu rosto esteja nas primeiras páginas dos jornais.

-          Tom, eu já conheço a sua fama de Deus do sexo, então, por favor, não venha com esse papinho de menino solitário que você deve contar para todas as outras. – me odiei por ter dito isso, mas eu queria saber qual seria sua reação.

-          Anikka esquece o que a mídia diz sobre mim- Tom elevou sua voz – e me deixa te mostrar o que eu realmente sou.

Meu corpo naquele instante transformou-se numa pedra de gelo, meu coração quase pulava pela minha boca, e eu não conseguia controlar a minha respiração.

-          Tom, eu... - abaixei a cabeça e antes que eu pudesse falar alguma coisa, Tom interrompeu-me.

-          Tudo bem Anikka, eu não vou mais falar nada, se é assim que você quer. Estou indo almoçar com a sua vovozinha – o tom de sua voz pareceu um tanto debochado. – depois de dar-me um suave beijo na testa, ele me deixou ali, parada, sozinha.

-          Tom Kaulitz volte aqui. – disse batendo o pé.

-           Eu não posso te ouvir – disse Tom colocando a mão sobre sua barriga. – a voz dela é mais alta, desculpe Anikka.

-          Que idiota. –murmurei.

Tom era um idiota, quando eu achava que ele estava sendo sincero, ele voltava a fazer suas palhaçadas. Por mais que eu tentasse não conseguia definir ou desvendar sua personalidade e isso me intrigava. O que mais me incomodava em Tom era a sua autoconfiança, ele era seguro de si e parecia não ter medo. Ele era sério, e ao mesmo tempo bobão, e eu estava gostando disso. Espera. Tom Kaulitz acabou de me dar um beijo na testa, oh meu Deus. Cai sentada no chão.