POV Carlisle

Eu devia estar alucinando, era a única explicação, de que outro jeito minha filha apareceria na minha casa no aniversario do irmão? Fiquei olhando sem acreditar enquanto ela entrava e se dirigia para um dos grupos de adolescentes na sala. Se eu estava alucinando com minha filha então era uma alucinação coletiva porque os outros garotos do grupo para o qual ela se dirigiu a cumprimentavam e conversavam com familiaridade. Ela não só estava aqui como conhecia os outros, era amiga deles.
Assisti pasmo enquanto ela caminhava ate Edward, o cumprimentava e entregava um presente. Meu Deus! Eles se conheciam. E aparentemente não faziam nenhuma ideia de que eram irmãos. Eu tinha que saber como ela veio parar aqui, de onde eles se conheciam. Aproveitei quando ela voltou pra perto do grupo com quem ela tinha falado primeiro e fui falar com Edward:
- Não entendi o que aconteceu aqui agora. - eu comecei, tinha ficado mesmo confuso com o clima e a recepção que os amigos deram a ele.
- Digamos que eu e Bella não andamos exatamente com as mesmas turmas e ninguém aqui sabia sobre agente. - ele me falou meio mal-humorado.
- Me desculpe se eu soubesse disso não teria feito uma festa surpresa.
- Tudo bem pai, o que vale é a intenção né? Valeu mesmo pela festa.
- Por nada. Então, quem é aham... aquela sua amiga que acabou de chegar? - eu perguntei muito desconfortável imaginando o que Edward saberia sobre ela. Ele sabia que tinha uma irmã chamada Rosalie mas não parecia ter percebido a verdade.
- A Hale? - me encolhi quando ele pronunciou o nome. Então era assim que ela se apresentava, pelo sobrenome da mãe e não pelo meu? E como o Edward podia não ter ligado as coisas. - Ah, ela não é minha amiga não, só deve ter sido chamada por causa do Emmett.
- Quem é Emmett?
- Aquele cara ali. - ele me apontou um rapaz fortão que estava ao lado de Rosie. - eles tão tendo um rolo ai, acho que é por isso que chamaram ela, ela não vai com a minha cara.
Não respondi nada, mas não gostei dessa historia da minha filhinha estar tendo "um rolo ai" com ninguém. Fiquei observando-a de longe, pensando em como me aproximar dela, o que será que ela sabia sobre mim? Será que ela me reconheceria quando me visse?
Essa ultima pergunta foi respondida quando Rosalie veio ate a mesa com comida que eu estava perto me olhou e cumprimentou normalmente:
- Oi. - eu não consegui responder imediatamente, o choque e a decepção me deixando sem fala. Ela não fazia nenhuma ideia de quem eu era. O que será que Esme falou para ela? Será que ele pensa ser filha daquele desgraçado por quem a mãe dela me trocou? Ah não, ele me roubou a esposa mas não vai roubar a filha não. Tenho que descobrir o que ela sabe, de algum jeito.
- Então você é nova na cidade? Desculpa perguntar é que a cidade é pequena e acho que nunca a vi antes. - eu falei, esperando que ela não achasse muito estranho aquele papo, foi o único modo que encontrei de conversar com ela.
- Mais ou menos, eu moro aqui já faz um ano. - ela respondeu um pouco grossa, o que era normal já que ela achava que eu era só um estranho intrometido, como é que ia puxar assunto desse jeito? Ela ficou escolhendo comidas na mesa por mais um tempo e de repente olhou pra mim como se tivesse lembrado de algo, eu gelei quando vi a expressão de reconhecimento no rosto dela, mas então ela falou. - Você é o pai do Edward não é? O doutor Cullen?
- Sim, sou eu mesmo. - eu falei um pouco aliviado, não estava pronto para que ela soubesse quem eu era antes de saber o que Esme havia dito a ela.
- Ah eu não reconheci na hora, você parece tão jovem. Mas já me falaram muito bem de você, eu tava ate pensando em marcar uma consulta. - ela falou toda empolgada.
- Uma consulta? Pra que?
- Ah eu to pensando em colocar um silicones e quem sabe da umas outras mexidinhas no visual.
- Mas você já é linda desse jeito pra que precisaria mudar? - que absurdo, como uma garota linda como ela podia pensar em fazer plásticas.
- Brigada - ela respondeu alegre com o elogio. - mas tem sempre algo que pode ser melhorado.
- E seus pais permitiriam que você fizesse uma plástica tão cedo? - aproveitei a oportunidade pra entrar no assunto que queria.
- Eu sou maior de idade, se bem que precisaria da grana da minha mãe... mas ela não ia encrencar não, minha mãe é ótima. - ela me falou sorrindo. Eu sei bem o quanto ela é ótima.
- E o seu pai? Ele concordaria? - quase não consegui perguntar por medo do que ela falaria do "pai" dela. Me dava ódio imaginar que aquele infeliz tinha ocupado meu lugar na vida da minha filha também, mas a culpa também era minha, eu devia ter lutado por ela, lutado pelas duas.
- Ahm meu pai meio que não ta por aqui pra opinar.
- Ele morreu?
- Não, na verdade eu nem conheço ele, mas ele ta vivo, eu acho.
- Não entendi. - eu pressionei, querendo que ela falasse mais.
- Meus pais se separaram quando eu era bebe e minha mãe foi embora e nunca mais vi ele. - ela me falou com naturalidade. Pelo menos Esme havia contado a verdade pra ela. Eu queria fazer um milhão de outras perguntas, mas era melhor parar por aqui pra não assustá-la.
- Dá licença. - ela falou depois de um tempo e voltou pra perto dos amigos. Eu mal podia acreditar que eu tinha realmente falado com minha filha.

POV Rosalie

Voltei pra onde meus amigos estavam, o doutor Cullen tava me fazendo um monte de perguntas estranhas me perguntei por que ele tava tão interessado na minha vida.
- O que você tava falando com o doutor gostoso? - Tany me perguntou baixo.
- Um monte de coisas, sei la.
- Você tava dando em cima dele?
- Claro que não Tany! Ele tem idade pra ser meu pai.
- Não tem nada. Olha pra ele, num deve ter mais que trinta e poucos anos.
- É mas ele é pai de um garoto que tem mais ou menos a nossa idade lembra? Garoto, que alias você dava em cima ate dois segundos atrás lembra?
- É mas sua irmã já passou na minha frente então vou mudar meus planos pro pai agora. - ela falou rindo.
- Vai parar de atacar o berçário pra atacar o asilo, Tany? - eu brinquei.
- Se todos no asilo forem daquele nível ali minha filha, me diz o endereço que vou correndo pra lá. - nós duas gargalhamos dessa. Tany continuou lançando olhares sedutores pro pai do Edward, que nem parecia ver, notei que ele me olhava bastante. Eu hein, que coisa mais estranha, essa festa já deu pra mim vou é convencer o Emm a dar o fora ir pro que interessa.
- Emm, vamos agora?
- Só mais um pouco Rosie, você mal chegou.
- Você sabe que não posso demorar muito a voltar pra casa e a idiota da minha irmã ta aqui, aposto que quando voltar pra casa vai dizer pra minha mãe que tavamos no mesmo lugar e minha mãe vai querer saber porque demorei mais que ela pra chegar em casa. Se demorarmos mais aqui é melhor cancelar os planos. - essa foi suficiente pra convencer ele a ir embora.
- Ok então vamos logo, deixa só eu me despedir do pessoal. - eu também me despedi de todo mundo e seguimos para o nosso "encontro", de hoje não passa.
 
POV Carlisle

Rosie se despediu de todo mundo e saiu com o garoto que Edward havia me apontado, mas eu não podia deixá-la ir assim eu tinha que saber onde ela morava.
- Edward, recebi um telefonema do hospital e vou ter que sair um instante tudo bem?
- Tudo certo pai, pode ir tranquilo não vou fazer muita bagunça aqui não.
Peguei meu carro apressado para segui-los, mantendo distancia, tentando não ser visto ate que vi pra onde eles estavam indo. Isso é um motel? Não acredito que minha filha ta indo pra um motel. A Esme não cuida direito dela mesmo. Ah mais eu não vou deixar isso acontecer não, não mesmo. Peguei meu celular:
- Alô? Eu gostaria de denunciar um motel que esta permitindo a entrada de menores de idade. Na verdade eu tenho certeza que tem dois menores lá nesse exato instante. - Rosie não era mais menor e com certeza o garoto com ela também não, mas isso acabaria com os planos deles. O policia me garantiu que mandaria uma viatura imediatamente, tudo o que eu tinha que fazer era esperar e segui-la ate sua casa. Esme ouviria umas boas verdades por ter cuidado tão mal da nossa filha.
Me preparei para esperar mas meu celular tocou. Era Edward.
- O que houve filho?
- Pai vem aqui na casa da Bella, a mãe dela teve um treco aqui. - ele falou com uma voz assustada
- To indo agora. - Mas que hora pra essa mulher passar mal, mas eu sou um medico não posso deixar alguém passar mal sem assistência. Vou ter que descobrir onde minha filha mora depois, mas afinal essa é uma cidade pequena não vai ser tão difícil assim encontrá-las, vai?