Black Pride escrita por Hoppe


Capítulo 2
Insolência




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Eu por mais que gostasse de ser seu orgulho, não era como meu pai. Estava acostumada desde pequena a construir uma máscara impermeável de frieza, em que eu permanecia inexpressiva diante de todas as torturas e mortes sofridas em minha presença. Não tinha nenhum preconceito contra os nascidos-trouxas ou mestiços como meu pai tinha, apenas não me aproximava de nenhum deles pelo meu próprio bem. Havia momentos em que eu até mesmo ria, ria dos gritos de dor, das expressões de sofrimento, da felicidade de meu pai diante de tudo aquilo, mas também, por que aquela era a única forma de esconder minhas lágrimas. Tentava ao máximo não fazer algo que o desagradasse, não poderia perder o orgulho que ele tinha de mim por que aquilo era a única coisa que me restara. Eu não tinha mais uma mãe, uma presença materna que toda noite poderia me cantar uma canção de ninar e espantar os monstros que assombravam meu armário. Mas a verdade, era que eu não precisava daquela presença por que eu simplesmente não tivera uma infância normal. Era tudo a mais pura frieza e sem amor. Por que era isso... Eu cresci sem o amor e viverei o resto de minha vida sem ele. Eu não me importava.

Mal sabia eu que a curiosidade sobre o mistério de meu pai e de Alvo Dumbledore, mudaria todo o rumo. Mudaria minha vida e traria um destino trágico a mim no final.

Por vezes, eu o pegava me fitando de forma intensa sob os ridículos óculos de meia-lua. Sentia raiva, muita raiva, no entanto, nunca o confrontei como meu pai faria. Por dois motivos:

* Fora ele que me aceitara em Hogwarts. Que insistira ao diretor Dippet que eu pudesse ingressar em Hogwarts.

* E eu, de alguma forma, tinha uma incômoda sensação quando seus olhos azuis genuínos caiam sobre mim, como se me radiografassem.

 Eu, dificilmente, fora classificada para a Corvinal. Meu pai nunca estudara em Hogwarts, mas se tivesse estudado, facilmente iria ser classificado para a Sonserina, pela sede pelo poder. Eu, no entanto, segundo o Chapéu Seletor, não possuía aquilo.

Desde então, eu me sentira como uma formiga insignificante, ali, em Hogwarts, onde por todos os lados recebia olhares de repúdio e desprezo. Sentia-me apenas uma formiga insignificante sendo observada por um par de grandes olhos azuis genuínos a todo tempo.

Suspirei e me levantei, seu olhar me seguiu até a saída do Salão Principal. O barulho matutino me acompanhou até o corredor deserto do 4° andar, respirei fundo, aliviada e parei perto do parapeito da janela, observando as grandes e carregadas nuvens cinza.

- Acho que vai chover... – uma voz soou ao meu lado e eu arregalei os olhos fixando-os em Dumbledore. Seus olhos azuis estavam distantes e por eles, conseguia-se ver os reflexos dos relâmpagos que cortavam as nuvens escuras.

- Obviamente... – murmurei seca afastando-me dele continuando parada no parapeito da janela.

- Se parece tanto com ele... – um silvo soou novamente e dessa fez, levantei os olhos, fitando-o profundamente.

- O quê disse?

- Se parece muito com seu pai – ele sorriu bondosamente para mim. Sorri por dentro ao ver que o momento que tanto ansiara até ali, chegara.

- O quê você era dele? – perguntei e aos poucos, seu calmo sorriso se desmanchou.

- Éramos grandes amigos... – murmurou ele sem nenhum vestígio do que antes fora um sorriso – Vizinhos, também. Houve um trágico ocorrido e desde então, não nos falamos mais.

- O que houve? – a curiosidade era evidente em minha voz, meu coração se acelerava, minhas mãos soavam e minha garganta aos poucos, se fechava.

A sineta tão odiada por mim – e que por muitas vezes naquela semana me salvara das aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, em que a Prof. Galatea Merrythought sempre me escolhia para ir na frente mostrar meu desastroso Patrono, e me poupava de mais vergonha – tocou.

Vi rapidamente o alívio perpassar pelos grande olhos claros de Alvo Dumbledore, antes de esboçar o sorriso habitual.

- Acho que está na hora da Srta ir – falou ele pondo as mãos para trás – Aliás... Boa sorte com seu Patrono.

E dizendo isso, me virou as costas e saiu andando, rápido demais, por sinal. Suspirei, derrotada sentindo que todas as minhas súplicas ao meu pai até aquele momento, não valeram de nada.

De nada adiantaria. Dumbledore era esperto o bastante para logo comprender meu próposito de estar em Hogwarts.

Virei-me na direção do corredor do qual ecoavam passos apressados, murmúrios e risadas altas. Respirei fundo antes de adentrar pela multidão de pessoas que se aglomeravam na escadaria principal.

Finalmente, cheguei ao outro andar e rapidamente dobrei o corredor procurando o atalho que um dia por acaso, acabara por encontrar. O corredor era pouco iluminado, as molduras dos quadros presos na parede estavam vazios, os archotes apagados e o ar frio passava por lá.

Ouvi um ruído ecoou pelo extenso e tortuoso caminho. Rapidamente parei e cautelosamente, olhei para trás, semi-cerrando os olhos tentando acostumá-los ao escuro. Outro ruído se fez logo a minha frente e um ar gélido bateu contra o meu pescoço, causando-me arrepios.

Lentamente, voltei meus olhos para frente e rapidamente, recuei um passo, prendendo a respiração.

- Perdida? – sua voz saíra como um fio gélido que novamente me arrepiou. Fechei os olhos pesadamente e logo os abri. A escuridão tornava seus olhos enigmaticos e ferozes, com um brilho vermelho intenso no fundo deles.

- Não... – gaguejei recuando outro passo.

- Deveria estar em sua aula, Srta... – ele me fitou confusamente, um mínimo de expressão se instalou rapidamente em seu rosto.

- Grindelwald – murmurei trêmula e esperei pela sua reação de sempre. A expressão de desprezo, repúdio. No entanto, nada passou pelo seu belo rosto de marfim a não ser um sorriso cínico e frio.

- A nova aluna... – murmurou – Deveria estar em sua aula – repetiu – e não perambulando pelos corredores.

- Eu... – minha garganta novamente se fechou impedindo que eu continuasse a falar. Respirei fundo e levantei a cabeça me lembrando das palavras de meu pai: “Honre seu nome, Megan, nunca abaixe a cabeça a ninguém” – Eu faço o que eu quiser, na hora em que eu quiser. Não vai ser você que vai mudar isso – e no instante em que acabara de falar, vi em suas vestes negras, o broche reluzente de monitor-chefe ao lado do brasão da Sonserina. Engoli a seco, recuando outro passo.

- Novata... – um sorriso irônico se abria em seu rosto enquanto ele dava mais um passo em minha direção – Insolente, e nada educada. O que seu pai acharia disso, Srta. Grindelwald?

- Isso lhe interessa? – rebati dando o que me pareceu ser um último passa para trás, pois, logo senti a parede gélida bater contra a minha pele.

- Deveria ter mais modos para uma dama – sua voz estava carregada de sarcasmo e ironia.

Cerrei os punhos e prendi a respiração. A chuva começava lentamente do lado de fora e a cada instante se intensificava juntamento do olhar penetrante do estranho garoto da Sonserina.


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Notas finais do capítulo

Viiu? *-* nem demoro! Fikei taum animada com os reviews do prólogo, poxa, muito obrigada!O capitulo foi dedicado a minha amiga linda Juli, que passa por um momento muito dificil. To aki torcendo por você florzinha *-* torçam por ela tbm! *-*
Vcs poderiam comentar? '-' nem q for um "oi" pra me dexa feliz *-* kkk to carente kkk e tbm pra da uma força pra Julii :) ela tah precisando. Muito obrigada.
Beijiinhos ♥