Forgetting escrita por Helle, Flôr de Lis no Peito


Capítulo 14
Aparatação?


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas saiu, sem mais delongas e com nossas sinceras desculpas, aqui está!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/171761/chapter/14

– Parkinson? Parkinson! - Sussurrou Rony com urgência na porta do quarto de Hermione.

– Parkin...

– O que quer Weasley? Perguntou Pansy abrindo a porta e interrompendo o rapaz que estava prestes a chamá-la de novo.

– Ele fechou a porta. - Disse o ruivo com horror na voz.

– E...?

– E lacrou, com um feitiço. Não consigo entrar.

– E o que eu tenho a ver com isso? - Perguntou Pansy sarcasticamente. Rony já ia responder quando a morena falou em um tom baixo, quase sussurrando:

– Eles não vão fazer nada demais, Weasley. Vão só dormir. Você deveria deixar de ser idiota e fazer o mesmo.

– Como pode ter tanta certeza? Como pode ficar tão calma sabendo que seu namorado está trancado com Hermione?

Pansy riu baixinho e se segurou no batente da porta.

– Draco não é meu namorado, e além do mais, eu não sei se você, com toda essa estupidez, percebeu mas ele.. está apaixonado por ela.

Rony tomou fôlego para protestar mas a morena foi mais rápida:

– Ele pode não ser um exemplo de pessoa, mas posso te garantir que é um exemplo de homem. Draco não fará nada. Absolutamente nada, acredite.

Ronald Weasley, por mais incrível que pareça se sentiu reconfortado ao ouvir as palavras da sonserina. Chegou até a dar um discreto sorriso. Sorriso esse, que se dissolveu ao ouvir a morena dizer:
“Nada que ela não queira, é claro.”

O ruivo fechou a cara e mais uma vez preparou-se para enunciar uma argumentação mas a porta do quarto foi fechada por uma Pansy Parkinson muito sorridente. Antes que o rapaz desse as costas a porta foi reaberta e a morena sussurrou:

– Weasley, ponha a droga daquela capa, por gentileza.


– Você está com frio? - Perguntou o loiro ao ver que quase dez minutos se passaram e Hermione ainda parecia acordada. E tremendo:

– Só um pouco... - Murmurou a bruxa abrindo os olhos.

Ela encarou os orbes acinzentados do rapaz e se repreendeu mentalmente por deixar que as borboletas voassem livremente em seu estômago... Mal sabia Hermione que o mesmo acontecia com Draco.

Fitaram-se por um longo momento, até que o rapaz não resistiu e cedeu ao impulso de aconchegar a castanha em seu peito, a abraçando.

– Melhor? - Quis saber ele com a voz rouca.

– Muito. - Respondeu Hermione fechando os olhos e inalando profundamente o seu aroma favorito: essência de Draco Malfoy.


– Veja Harry, é como eu lhe disse antes... Os dois estão mudados, não vejo porque não...

– Eu sei, Gina... Mas você não acha que quando ela lembrar de tudo, vai querer nos matar?

A ruiva fez um meneio com a cabeça. “Tudo pode acontecer”

– Já está muito tarde! - Exclamou o moreno olhando seu relógio de pulso. - Eu vou indo... Estarei no quarto de Rony esta noite. - Concluiu Harry se retirando do cômodo, deixando assim a caçula dos Weasley sozinha.


– Bom dia! - Murmurou Hermione ao ver que o rapaz um quem estava praticamente deitada se acordara.

– Dia. - Respondeu Draco com a voz extremamente rouca. O rapaz não se acostumara ainda ao calor de Hermione, mas tinha que admitir pra si mesmo que era incrível dormir com alguém tão encantador...

“ O Weasley deve estar tendo um derrame de ciúmes” - Pensou divertidamente.

– Do que está rindo? - Perguntou a castanha despertando o loiro de seus devaneios.

– Você é muito curiosa, não é?

– Não sou, não. - Disse a garota sentando-se na cama

– É sim. - Provocou Draco apoiando a cabeça nos braços cruzados sobre o travesseiro.

– Não sou. - Falou Hermione emburrada.

– É sim. Não adianta protestar. - Disse o rapaz segurando um sorriso. A castanha estava num adorável pijama preto de moleton, com os cabelos presos em uma trança bagunçada pelo sono e ostentava um beicinho de frustração e braços cruzados.

A cena era cômica e absurda. Principalmente absurda.

– Vai me contar, ou não? - Perguntou a jovem olhando para Draco com um olhar suplicante que constrastava com o tom de irritação em sua voz.

– Nem lembro mais, devia ser bobagem...- Desconversou o loiro sentando-se na cama, de frente para Hermione, que assentiu concordando.


– Bom dia Draquinho, Bom dia Hermione! - Ecoou a voz de Pansy pelas escadas.

– Porque ela te chama de Draquinho? - Sussurrou Hermione um pouco irritada.

Estavam sentados na bancada da cozinha enquanto Petrus preparava o café da manhã.

Draco sorriu, os “ciúmes” de Hermione eram cômicos.

– Seja educada. Eu também ideio esse apelido. - Falou piscando cúmplice.

– E então o que temos para o café? Morangos? - Brincou a morena entrando na cozinha.

– Panquecas de morango. Você gosta? Espero que sim, porque Hermione adora, não é? - Disse Draco calmamente enquanto abria seu exemplar d'O Profeta Diário.

Hermione assentiu sorrindo angelicalmente. Pansy apenas deu de ombros e sentou-se de frente para a dupla.

– Então Draquinho... Sabe o cabeça de cenoura? Acho que ele já foi. Mas sei lá... Ele pode voltar.

A castanha ergueu uma sobrancelha. Draco fez o mesmo e acrescentou:

– Do hotel?

Pansy entendeu a deixa.

– Claro, de onde mais seria?

– O que é, exatamente, um hotel? - Perguntou Hermione se pronunciando.

– É um lugar onde as pessoas ficam por um tempo, pagam e vão embora. - Explicou o loiro.

– A família Malfoy possui ações em uma rede de hotéis bruxos por todo o mundo. - Falou Pansy. - Eu trabalho lá. - Ela acrescentou de modo displicente.

– Você trabalha “lá” também Draco? Quis saber a castanha.

– Digamos que sim. - Falou o rapaz.

– O café está servido. - Disse Petrus terminando de ajeitar as margaridas habituais no vaso que sempre ficava no centro da mesa. A pedido de Hermione, é claro.

– Flores? - Questionou Pansy.

Draco deu de ombros. Hermione sorriu, ignorando a pergunta de Pansy e agradeceu ao elfo.


Harry tomou um susto ao ver a porta do quarto onde estava, ser aberta com estrépito.

– Eu não acredito Harry! - Exclamou o ruivo em um tom que mesclava fúria e desespero.

– Tire a capa Rony... - Disse o moreno em um tom irritadiço. Ser acordado por alardes de Ronald não estava na lista das 10 coisas mais legais a serem feitas por ele.

– Ele... Aquela doninha! Ele... Hermione... está tão... Aquele filho de uma...

– Ron! Por Merlin! Se acalme homem! - Esbravejou Harry.

O ruivo tomou um susto ao ver o amigo bravo daquele jeito. Ainda por cima falando daquele jeito.

– Harry ele mudou a Mione!

– Ele não mudou ninguém Ron. Ela perdeu a memória, lembra? Está convivendo com ele, é natural que haja como ele!

– Ele está apaixonado por ela!

– E qual o problema? É um direito dele. Voce já esteve apaixonado por ela, eu já estive apaixonado por ela, Vitor Krum já esteve...

– EU ENTENDI! - Berrou o ruivo.

Foi então que Harry percebeu o óbvio. De novo.

– Ah não! - Falou o moreno sacudindo as mãos negativamente.

Rony nada disse em sua defesa.

– Eu pensei que já tivesse superado isso! Vocês resolveram que...

– Ela resolveu! O que mais eu podia fazer?

– Ronald Weasley, por Deus! Você pode ter a garota que quiser. Esqueça a Mione, ela é nossa melhor amiga!

– Ela nem lembra de nós, Harry, e além do mais a única garota que eu quero...

– Não diga isso. Você está confundindo as coisas de novo. Só está com ciúmes do Malfoy... - Tentou Harry.

– Harry, eu sei o que sinto.

– Então eu vou ter que dizer: sinto muito.

– Porquê?!

– Vai dizer que você não percebeu? Rony, pra você estar do jeito que está, é óbvio que Malfoy não é o único apaixonado naquela casa.

O ruivo engoliu sua resposta e saiu do quarto ruidosamente. Não iria desistir tão fácil.


– Draquinho foi realmente ótimo passar esse tempo com você. - Acrescentou Pansy olhando de forma “doce” para Hermione. - Mas eu preciso ir.

Estavam os três na sala de estar e inrternamente a castanha pulava de felicidade, mas por fora:

– Foi um prazer conhecê-la novamente srta. Pansy.

– Ah, que doce de sua parte! - Exclamou a morena abraçando Hermione. Em parte era pura falsidade, mas em parte Pansy estava realmente feliz por ver que a castanha fazia tão bem ao amigo.

– Adeus Pansy. - Disse Draco cordialmente. Um sorriso torto brincava em seus traços finos.

– Até logo! - Falou a sonserina aparatando.

Hermione deu um pulinho sem sair do lugar e surpimiu um grito.

“Oh céus! Então é isso aparatar!”

– Hermione? - Chamou Draco preocupado coma reação da bruxa. - Tudo bem, algo...

– Oh, não é nada. Então isso é aparatar? - Quis saber a castanha.

Draco ficou um tanto surpreso com a perspicácia da jovem mas respondeu de forma “fria”:

– Sim.

– Li sobre aparatação.

– Sei que leu. - Afirmou Draco sorrindo. - Vamos lá, tenho uma tonelada de livros em meu escritório. Você não viu nem a metade, sabia disso?


– Eu não acredito! - Exclamou Hermione.

Draco virou-se para ver a bruxa e “em que” ela não acreditava.

– Isso era Voldemort? - Perguntou Hermione horrorizada ao ver uma ilustração do Lord das trevas em um dos livros do jovem Malfoy.

– Você... Não devia ver isto. - Determinou Draco pegando o livro das mãos da castanha e fechando-o bruscamente, de um modo rude, diga-se de passagem.

Hermione que mal vira a aproximação do rapaz arregalou os olhos em incredulidade.

– O que há de errado? - Ela quis saber.

Draco respondeu que não era nada e pediu desculpas pelo comportamento. Entretanto Hermione ficou “com a pulga atrás da orelha”.


– Você não vai lá de novo, não é?

– Harry, tente entender a situação...

– Rony, não há muito a entender. Apenas aceite os fatos. Hermione perdeu a memória; Hermione está bem, feliz e confortável ao lado da única pessoa que no momento pode ficar com ela, e que por acaso é Draco Malfoy. Eu estou pouco me importando para o fato de ela estar um pouco diferente. Estou contente com o bem-estar da minha melhor amiga, que passou por uma fase traumatizante e graças a Merlin e a Draco, está lidando muito bem com isso. Deixe de ser infantil e irracional e lide com isso você também.

O ruivo não teve o que falar depois do discurso de Harry. Ele piscou umas três vezes meio aparvalhado e saiu da sala andando mecanicamente.

“Será que eu peguei pesado?” - Refletiu Potter.


– Draco aqueles... eles... - Hermione gaguejou enquanto trançava os cabelos sentada de frente ao espelho que havia em seu quarto. - Você sabe, aqueles...

O jovem olhou nos olhos da castanha através de seu reflexo no espelho. Ele sabia que Hermione se referia a Harry e Rony.

– Eles eram seus melhores amigos, você sabia? - Tentou o loiro. Por mais que ele não gostasse da ideia de Hermione recuperar a memória, era importante fazê-la, aos poucos, saber sobre seu passado.

– Harry Po-Potter e Ro-Ro... O ruivo. Eu sei. - Disse Hermione lutando internamente. A lembrança de Gina Weasley a dizendo que ela amava o irmão ainda a perturbava.

– O que tem eles? - Perguntou o loiro.

– Eles aparataram naquele dia, certo?

– Sim. - Confirmou Draco desconfiado da calma com que Hermione falou.

– Existe mais alguma maneira de... de eles entrarem aqui? - Perguntou a castanha com uma nota de nervosismo.

Hermione terminou sua trança e aguardou pela resposta vinda do jovem bruxo, com olhos muito curiosos.

– Hermione... porque está perguntando isso?

A castanha engoliu em seco e piscou duas vezes antes de se encaminhar lentamente até a cama, que era onde Draco estava. Ela sentou-se em uma beira e segredou em voz baixa:

– Eu acho que tem alguém aqui em casa!

O loiro uniu as sobrancelhas ao ouvir a declaração da garota. “Em casa”, dissera ela. Como se a casa fosse dela também. Como se sempre tivesse habitado ali. Como se ali, ao lado dele, naquela residência, fosse seu lar. Não devia ser daquele jeito, por mais que ele quisesse (e Draco Malfoy não admitiria) Hermione jamais poderia construir um lar com alguém como ele. Ela era pura, meiga e até certo ponto inocente demais: Sem contar em sua coragem, bondade e inteligência. “Sou só um ex-comensal, sonserino, egoísta, cruel e insuportável. Ela merece mais...”

– Draco? Você me ouviu?

– Sim, claro. - Respondeu o jovem saindo do transe.

"Que se dane!" Pensou ele ao ver os olhos muito brilhantes da sua sangue-ruim.

– E então?! - Sussurrou Hermione.

– Ninguém pode entrar aqui sem minha permissão. Não se preocupe.

– Mas eu ouvi...

– Deve ter sido sua imaginação. - Pontuou Draco, colocando um fim aos argumentos da moça.

O loiro fez um gesto, chamando a bruxa, para que se juntasse a ele no topo da cama. Hermione obedeceu e se aninhou-se nos braços do loiro, enterrando a cabeçano espaço entre o pescoço pálido e os ombros esguios do bruxo.

– Eu tenho medo. - Falou ela num fio de voz inaudível. Ainda assim, Draco escutou.

– Não tenha medo, o seu anjo sempre estará com você. - Segredou o rapaz inalando o suave aroma deixado pelo xampu nos cabelos castanhos da bruxa.

– Sempre?

– Sempre. - Disse Draco.


O ruivo estava sentado no pequeno banco de madeira tranfigurado, observando as estrelas. Era meia noite. Segunda-feira. Oficialmente, o aniversário de 20 anos de Hermione. Ele queria poder estar com a amiga, que era tão amada, e desejar-lhe parabéns e lhe encher de abraços e beijos e... Ele não podia fazer nada disso. Não podia sequer chegar perto dela, entrar em seu campo de visão. Naquele 19 de Setembro, Ronald Weasley não poderia estar com a amiga. Para sua total infelicidade e frustração. O ruivo chorou. Pela primeira vez em anos, Ron chorou.


– Feliz aniversário... - Sussurrou Draco observando a castanha dormir tranquilamente. Eram 2:25 da manhã e o loiro não conseguira dormir ainda. Ele poderia observar Hermione dormir por horas, e se recriminava por isso.

“É só Hermione Granger, Draco. A sangue-ruim-sabe-tudo da grifinória” - Ele tentava pensar, mas nem isso conseguia. Não estava mais em Hogwarts. Três anos se passaram e ele tinha plena ciência do quanto as coisas haviam mudado. Hermione era uma jovem linda e agradável. Era bem sucedida no ministério e caso não tivesse perdido a memória provavelmente nem olharia duas vezes para o loiro Malfoy. A intragável sabe-tudo da grifinória era agora uma mulher independente, atraente e o pior de tudo, totalmente alhei a tudo isso. Ela não sabia o quanto era graciosa, o quanto era bonita, quão desejáveis eram suas formas, o quanto ela ficava linda vestindo preto ou mordendo os lábios ou tirando displicentemente os cabelos do rosto... Mas Draco sabia. Sabia até demais. E desejava não saber. Desejava não estar tão sujeito aos encantos daquela jovem. Desejava não estar perdidamente apaixonado por ela. Ele não queria amar Hermione Granger. Mas ele amava.




– Tá levando tudo?

– Claro Rony. Está tudo aqui. - Disse Gina sacudindo uma bolsa feminina verde esmeralda que levava à tira-colo.

– Você acha que ela vai gostar?

– Ela vai amar, agora me deixa ir de uma vez.

Draco disse para ser o mais discreta possível, ela não quer me ver. - Falou a ruiva com um risinho.

O irmão bufou contrariado e saiu da casa em direção à pequena varanda da toca.



– Bom dia senhora Hermione!

A bruxa acordou com essas palavras e olhou meio assustada para o elfo que a encarava muito de perto, com olhos grandes como pires de tanta excitação.

– Bom dia sr. Petrus... - Disse ela meio grogue.

– Feliz dia do seu nome!



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Curiosos? Sério, o negócio é o seguinte: Eu escrevi essa fic, até essa parte, num caderno (a punho mesmo). A linda e maravilhosa da Flor de Lis fez a gentileza incrível de betar pra mim, porque eu não consigo digitar nada que eu mesma escrevi sem reescrever absolutamente tudo. Aqui estão três coisas importantes =D
Em primeiro lugar: Acho que vocês deviam agradecer a Flor, sem a ajuda dela essa fic ainda estaria no meu velho caderno empoeirado u_u
Em segundo: Eu vou continuar a fic deste ponto, digitando e postando logo, então as postagens devem ser mais rápidas (isso se a inspiração deixar) *-*
Em terceiro: Mais de cem reviews e só uma recomendação? Seriously guys? *indireta power lançada*
Sério meninas, muito obrigada por acompanharem até aqui, vamos que vamos! Já conhecem o esquema!