POV Scorpius

Até meu pai notara que eu andava em outro mundo ultimamente, ultimamente não, porque eu já estou a bastante tempo nesse estado vegetativo.

Quer dizer, eu realmente não entendo, passei minha vida toda odiando Rose, e quando ela finalmente me deixa livre, parece que meu cérebro sofre uma espécie de retardo mental de forma que não consigo parar de pensar na dita cuja... Na verdade, acho que nunca a odiei, esse desafeto vinha do fato de que essa ruiva era a única garota que eu queria e era justamente a única que eu não poderia ter, mas vamos continuar fingindo que isso não é verdade e que meu ódio era completamente aceitável porque ela era uma garotinha que realmente merecia ser odiada. Mentira, meu subconsciente gritava, mentira, mentira, mentira. Preferi apenas ignorá-lo.

Bom, a Weasley merecia ser odiada sim, pois até eu, o Lord Supremo da beleza tinha meus defeitos e nela eu não conseguia encontrar nem ao menos um.

Porra, eu estava apaixonado! E o pior, por uma garota que desaparecera completamente da minha vida há mais de 2 anos. Bela ironia do destino Scorpius Malfoy...

POV Rose

Eu sei que meus pais estavam pensando no meu bem ao me mandarem pra Beauxbatons, achavam que em Hogwarts eu não estava segura. Mas Beauxbatons não me fazia bem. Nem um pouco. Quer dizer, ficar rodeada de barbies sem córtex cerebral poderia ser contaminoso, dia desses eu estava tentando comer sopa com um garfo, eu estava sendo afetada!

Conversei com meus pais ontem, o meu sexto ano eu faria em Hogwarts, correndo perigo ou não. Porque até passar as mãos nos cabelos ensebados do Malfoy é mais aceitável do que ficar mais tempo perto desse paraíso rosa-choque (ou cor do inferno, como eu mesma apelidei). Porque eu tava pensando no Malfoy mesmo?

Porra, estou contaminada.

POV Albus.

A cena era linda. Cheguei a recostar-me na porta só para observar. Rose, com toda sua beleza e graciosidade, rolando no jardim e brincando com o mais novo dos Weasley, filho de Percy, com seus meros 2 aninhos de idade. Ela estava coberta de lama, e Lou, o pequeno, não encontrava-se em uma situação tão diferente.

Ela não mudara. Eu juro que quando ela me disse que Beauxbatons não a corromperia eu não acreditei. Mas ela realmente cumpriu com a palavra. Continuava sendo a mesma pessoa incrível de sempre.

- Faz dois anos que não me vê e você sente a necessidade de se sujar única e exclusivamente para compartilhar comigo essa fantasia de monstro do pântano não é mesmo? - Falei desencostando-me da porta com um sorriso no rosto.

- Claro, não podemos perder os hábitos não é mesmo cara pálida? - Disse Rose, abrindo um enorme sorriso e se lançando em cima de mim.

- Saudades de ti monstrinha!

- Por incrível que pareça você também fez um pouco de falta Harry Potter cor-de-leite.

- Esses apelidinhos nunca vão parar?

- Não. - Confirmou, sorrindo, virando as costas para mim e pegando Lou, que erguia os bracinhos para ela, no colo.

Quanta falta Rous me fez, Minha Rous.