Never Too Late escrita por yellowizz


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

É uma oneshot Delena e a música que pode ser ouvida enquanto você lê é "Never Too Late - Three Days Grace".
Boa leitura. :)



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A porta do porão foi fechada fazendo um estalo partir da madeira e das travas enferrujadas e tocar no sensível coração de Elena. Desde que Lexi desaparecera como fantasma que era, a jovem Gilbert sentiu-se perdida, divida entre a vontade de salvar o lado humano de seu namorado e poupar a sua dor por estar sem se alimentar.

Quem iria adivinhar

Eu não vou abandonar

Tudo aquilo que eu possuo.

As lágrimas que eram a única forma de aliviar o aperto que ela sentia em seu peito, pareceriam não querer cair, teimosas em demonstrar a sua dor, a horripilante sensação de incerteza sobre o que estaria em suas mãos agora, sobre a vida de Stefan sob sua responsabilidade a partir de agora.

Elena permitiu apoiar as suas costas por um tempo na porta tentando inutilmente apagar a imagem de Stefan de sua mente, mesmo sabendo que ele estava atrás daquela porta, clamando para que ela pudesse acreditar que já era suficiente, que ele já estava curado, mas a verdade é que ela sabia que não seria o bastante.

Algo errado havia acontecido com o sumiço repentino de Mason Lockwood, e Damon sabia que apesar de não estar vendo-o por não ter conseguido atravessar a barreira invisível da caverna, o fantasma-lobisomem não estava mais ali. Tomou o caminho inverso do túnel sombrio até conseguir sair do lugar e seguiu para a única pessoa que acreditava poder ajudá-lo sem arriscar a própria vida, Alaric.

O vampiro odiava ficar curioso. Ele que sempre tinha o controle de tudo o que queria se via em uma situação deveras complicada por não saber o que Mason havia encontrado. Damon passou as mãos pelos cabelos em sinal de frustração enquanto dirigia pelas estreitas ruas de Mystic Falls. Desejava que mais uma vez pudesse contar com o professor de história, afinal, ele podia confessar que havia feito algo exagerado, mas qual é! Eles precisavam ser companheiros de novo, amigos de novo. Ele riu diante do pensamento e de quão estranhamente afetuoso ele andava.

A luz do farol do carro iluminou ao longe a figura de uma pessoa que caminhava lentamente quase no meio da rua. Damon empurrou seu pé firmemente no freio fazendo o carro desviar da sombra e parar desajeitadamente na rua. O susto não fora tão grande afinal, mas o vampiro amaldiçoou o incidente enquanto saía do carro.

- O que diab... – ele não conseguiu terminar a frase ao ver a garota que não demonstrava reação alguma parada um pouco à frente de seu carro.

Talvez iremos dar a volta por cima

Porque não é tarde demais

Nunca é tarde demais.

O olhar apavorado de Elena desviou dos faróis recém apagados para o rosto pálido e indecifrável de Damon. Ela estava tão aturdida com a situação em que deixara Stefan, que mal percebera o caminho tortuoso e perigoso que tomara andando no meio da rua. Agradeceu mentalmente aos céus pelos bons reflexos do vampiro e por ele ter conseguido parar o carro a tempo, caso fosse um homem comum talvez nem soubesse o que poderia acontecer.

- Damon. – a voz baixa e trêmula de Elena chamou pelo vampiro.

- O que acha que está fazendo? – Damon exigiu aproximando-se exasperado da humana. Suas mãos grandes e ágeis tomaram o rosto da garota fazendo com que seus olhos se encontrassem.

A intensidade daquele olhar fez Elena estremecer e o vampiro pareceu perceber afastando suas mãos da pele macia para recolocá-las nos ombros finos dela.

- Stefan... Lexi. – ela dizia coisas desconexas como se ainda estivesse com os pensamentos focados em algo distante.

- Lexi? – ele perguntou um pouco confuso. – Elena. – ele pareceu pensar no que diria. – Só... entre no carro.

- Todos os fantasmas voltaram Damon. – declarou afastando-se das mãos do vampiro que a guiavam para o carro. – Lexi estava ajudando Stefan e então ela se foi. E agora... – ela parou esfregando a têmpora com a ponta dos dedos.

- E agora você não sabe o que fazer. – concluiu erguendo uma de suas sobrancelhas, o que causou um suspiro baixo da morena. – Entre no carro. – ele piscou empurrando-a levemente para dentro do carro.

E eu tenho abandonado

Tudo aquilo que eu possuo

Pra fazer você sentir

Como se não fosse tarde demais.

O caminho foi silencioso demais, até certo ponto desconfortável, mas a verdade era que não havia assunto algum para ser comentado e nem vontade de falar da parte de ambos. Eles queriam ficar assim, quietos com seus milhões de pensamentos rodeando em suas mentes.

O carro estacionou na frente da pensão onde os Salvatores moravam, Elena estranhou o fato de Damon não tê-la levado para sua casa, mas acabou caminhando para o interior do lugar sem pestanejar.

- Você tinha que ter visto os olhos dele Damon. Ele me pedia tanto para ajudá-lo. – ela começou seguindo a passos lentos até parar na frente da lareira apagada. – Eu tive vontade de desatar aquelas correntes e dar a ele o que ele queria, mas... ao mesmo tempo eu... só queria que ele pudesse voltar a ser o que era. – confessou.

As palavras fluindo de uma maneira tão simples que parecia ser um crime interrompê-las. Elena parecia à vontade com Damon, dizendo coisas que provavelmente ela deveria apenas escrever no seu diário e guardá-lo em algum canto do seu quarto. Mas ela precisava disso, precisava que alguém a ouvisse, e ela sabia que ele poderia ser esse alguém.

Ironicamente Damon havia aparecido quando ela menos esperava, ou achava que não o queria ali. Elena não podia negar, estar ao lado dele era reconfortante, seguro.

O mundo que nós conhecíamos

Não vai voltar

O tempo que nós perdemos

Não podemos recuperar.

- Nós vamos trazê-lo de volta. – o vampiro prometeu juntando-se à humana depois de ter acendido a lareira que agora dava seus primeiros resquícios de fogo.

Ela ergueu a cabeça fitando os olhos azuis de Damon que pareciam inquietos demais.

- Você não ter certeza disso. – jogou.

Com o cenho franzido pela descrença da garota, o vampiro aproximou-se envolvendo o rosto miúdo entre suas mãos e fazendo-a encará-lo. Suas lagoas azuis cristalinas envolvidas às pérolas negras com tamanha intensidade que Elena poderia acreditar que sofreria uma compulsão no mesmo instante, mas as pupilas continuaram sem dilatação alguma deixando-a mais tranqüila.

- É uma promessa. – seu rosto aproximou-se perigosamente de Elena, mas a atitude não a fez recuar um só centímetro.

Damon escondeu seus olhos azuis atrás das pálpebras quando os fechou e em seguida deixou sobre a bochecha de Elena um beijo sutil, um leve encostar de seus lábios sobre a pele macia. O ato fez com um leve tremor aparecesse no estômago de Elena deixando-a confusa pelas sensações que sentiu quando fora tocada por Damon. Era errado sentir. A crueldade dessa confusão transpareceu em seus olhos agora brilhantes. Sem hesitar, livrou as mãos do vampiro de seu rosto deixando-o inquieto pelo afastamento, mas a atitude foi recompensada quando ele sentiu o seu peito chocar-se com o corpo de Elena.

Talvez iremos dar a volta por cima

Porque não é tarde demais.

A humana envolveu o corpo másculo de Damon com seus braços circundando a sua cintura enquanto ele, calmamente, segurava-a por cima dos ombros. As lágrimas que antes teimavam em não aparecer, agora davam o ar da graça encharcando a camisa negra que o vampiro usava.

Elena chorou. Por tudo o que havia guardado desde que vira o sofrimento de Stefan, seu olhar frio e logo dócil clamando por sua ajuda, pela promessa de Damon e sua fiel demonstração de afeto com o beijo que ele dera em seu rosto, pela confusão que em sua mente se formava, pelos sentimentos que não conseguia controlar, pelas sensações que tinha ao lado do moreno. Eram as lágrimas mais sinceras que há tempos precisava jogar fora, e ela sabia que seu diário não seria o bastante para compartilhá-las.

Elena deveria mesmo estar ali, demonstrando toda sua fraqueza para ele, para quem ela sabia que a amava, que a compreenderia, que a apoiaria sempre que precisasse. Talvez houvesse mesmo um motivo para Damon, justamente ele, ter aparecido na estrada para acordá-la de seus pensamentos tão distantes. Damon poderia ter tomado qualquer outro caminho até a casa de Alaric, mas agradecia mentalmente por ter pegado o caminho certo, aquele no qual encontrou a pessoa que mais lhe importava, a garota que roubara o seu coração.

Não é tarde demais

Nunca é tarde demais.

Elena sentia-se segura, ficar ali, nos braços dele, era a melhor sensação que poderia ter nesta noite. Seria uma estúpida por confessar, mas a verdade era que amava estar assim com Damon, compartilhar com ele seus pensamentos mais secretos.

O vampiro poderia ser um risco para a vida de muitas pessoas, porém para Elena, o risco mais cruel que ele representava, era o perigo de mexer com o seu coração.

Nunca é tarde demais.

FIM


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor. Leitores fantasmas, só quando postarem alguma história saberão como uma review faz diferença, acreditem, falo isso por experiência própria. HAHA Espero que tenham gostado. Beijinhos.



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